Nesse ego fascista



 

12-06-2012

Nesse ego fascista

A existência finita

Racionada a grãos

Uma vida falida

Fechada no vazio

Vasa pela casca

A fria sentença

Frágil roupagem

Dissolve ate o pó

 

A essência sagrada

Encontra-se guardada

Resguardada na marra

Fechada a sete chaves

Encerra em si o começo

Tudo ai sempre existiu

Nada ai foi criado

Nada acrescentado

 

Daqui nada se divisa

Do que e, foi e será

Os olhos não enxergam

Além na densa neblina

 Aparte continua aparte

Apático, abatido, neutro

Isolado, no canto úmido

Dialogando no escuro

 

Daqui não se tira nada

Do agora do ontem

Do amanha nem se fala

Tudo para nada, cada sopro.

Cada respiro, cada sorriso

Lagrimas, ardentes beijos

Pazes ou guerras...

Tudo perdido?

 

Daqui não há saída

Não se vai a lugar nenhum

Amanha nunca chegou

Se o hoje nunca existiu

Ontem sonhamos...

Ventos e nuvens

Receptáculos de luzes

Vasos únicos de união

 

O dia mal começou

E o velho ontem

Não morre nunca

Não há nada de novo

Do outro lado da porta

Acordei novamente

No passado insonso

Insolente e insone

Com gosto repetido

De desgosto e engodo

 

 

Nada sobrevive no nada

Nada enraíza, engravida.

Nem uma centelha sequer

De lá o nada emana

Nada gerando nada

Mecânica semente

Que se propaga

Infinitamente

Lentamente

Letárgica mente

Magneticamente

Atrai

Nada

 

 

A obscura mascara

Resiste a toda cura

Nesse ego satanista

Caminha nas trevas

Persegue sombras

Sem aparente razão?

 

Conformista e alarmista

Salada mista de micróbios

A carne a toda prova

Abatedouro mãe terra

O cheiro exala a dor

O gosto sabor de nada

Propaga-se pelo o ar

Melancólicos sadios

Sádicos convictos

Gotejam olhares opacos

Pintando tudo de pardo

Enquanto caminham pelo parque

Contaminam tudo quanta virtude

 

Contorcionistas do absurdo

Equilibristas do abismo

Malabarista do desencanto

A tragédia anunciada e fim

Amigo do inimigo

Inimigo do amigo

Dando volta sob si mesmo

Tentando enganar a sombra

Serpente maligna e esquiva

Prenuncio agouro anunciado

Para se lê de cabeça para baixo

Para se surpreender com o final

Feliz e felizmente infeliz, feliz!

 

Enquanto rastejam pelas avenidas

Deixando um estranho sentimento

De desespero e engano fulminante

 

Companheiros e irmãos de miséria

Misturam, mitigam, mesclam nus

Os desejos que existem antes de nos

Que nos governam...

 


Autor: Cesar Valerio Machado


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