Como a especialização contribui para o desenvolvimento global



Como a especialização contribui para o desenvolvimento global

As the expertise contributes to the overall development 

Mercado global e a especialização 

Preliminarmente, há de se explanar a historicidade de mercado global, quando portugueses se lançaram nas grandes descobertas à procura de novas rotas comerciais. Nesses séculos (XIV e XV), ocorreu um descompasso entre a capacidade de produção e consumo. Produtividade baixa e falta de alimento para abastecer os núcleos urbanos, enquanto a produção artesanal não tinha mercado consumidor, a solução para estes problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais e ao mesmo tempo, aptos a consumir os produtos artesanais europeus.

A expansão desse novo mercado dá-se de forma que os países mais preparados e especializados sejam os capazes de explorar e fornecer a outros estes insumos. Desta premissa, surgi então a capacidade de adaptação e crescimento de alguns países que fomentam o premiar do mercado global.

 

Segundo Marx (1983), para que haja sociedade, primordialmente deve haver um homem que estabeleça uma relação com a natureza articulando maneiras que possam contribuir para sua subsistência. Parte desse princípio para explicar a sociedade capitalista, pois a forma como este homem produz a materialidade que garantirá seu sustento, refletirá a maneira como idealiza seu mundo e a ele mesmo.

 

Hoje especializar-se é garantia de crescimento, tendo em vista esta idéia, alguns países como Estados Unidos e Alemanha se destacam e ao mesmo tempo contribui para a qualidade de mão de obra, que é a locomotiva econômica de qualquer país. Contudo o Brasil apesar de estar em termos qualitativos comparados à de países desenvolvidos, o País apresenta forte escassez de mão-de-obra qualificada. Isso pode ser um fator determinante para que as multinacionais estrangeiras instaladas no Brasil optem por transferir ou criar centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em outros países considerados emergentes, como Índia e China.

Esta especialização estimula o comércio internacional e favorece principalmente o consumidor. As teorias da vantagem Absoluta e Comparativa distinguem muito bem esta necessidade de uma melhor forma de competir no mercado, optando em fazer o melhor, adequando à capacidade de fornecer seus produtos.

Nos anos 50 e 60, houve uma grande evolução no gerenciamento das empresas, sobretudo, no Japão, motivadas pela necessidade de reconstrução da economia nipônica após a Segunda Grande Guerra. Nessa época, os japoneses junto a alguns americanos fundamentadas em teorias anteriores sistematizaram novas técnicas de qualidade. O fato é que, essas abordagens fizeram o país se desenvolver, além de promover novas técnicas de comércio internacional, por que eles sabiam lidar com problemas que pudesse vir a existir no mercado. Toda essa e busca de novos métodos de comercio e especialização produtiva traz consigo mudanças estruturais, no comportamento industrial e nos processos estruturais.

A Divisão do trabalho como propulsora de melhoria

 

A sociedade pré-existe ao individuo, é dela que surge a divisão do trabalho e como sequência destas o contrato, como forma de regular juridicamente uma tendência natural da sociedade. Considero que neste aspecto, Adam Smith partilha destas idéias, visto que, também ele faz derivar da cooperação, ato só possível em sociedade, a divisão social do trabalho. O comportamento econômico não é um ato de altruísmo, baseia-se no cálculo das minhas necessidades e na forma de supri-la, recusando o desperdício. (NEVES, 1994: 29)

 

A conjunção de alguns fatos históricos que se verificam, sobretudo no mundo desenvolvido nos últimos 30 anos conduz a mudança nas relações tradicionais que se estabelecem entre o Estado, mercado e sociedade, e conseqüentemente a um redesenho do universo institucional e das práticas sociais e políticas.

No Brasil, os anos 1990 representam um marco nas mudanças ocorridas no contexto político e econômico. Todavia, estas mudanças vieram acompanhadas de um paradoxo: ao mesmo tempo em que ocorre um aumento das demandas sociais em virtude da abertura de mercado e da reestruturação do sistema produtivo, temos a hegemonia do discurso neoliberal em defesa do “Estado mínimo”, colocando o Mercado como principal agente do desenvolvimento sócio-econômico. Em meio à crise, os movimentos sociais e as Organizações Não Governamentais (ONGs), passam a abrir o diálogo e a estabelecer parcerias com o governo, com os empresários e com associações tradicionais de ajuda mútua e assistência social

Toda esta reestruturação mundial tem como emergência a divisão do trabalho, associado ao aumento do comércio, ao surgimento de capitalismo, e à complexidade dos processos de industrialização.

De acordo com Marx (1983):

“(...) A diferenciação dos instrumentos de trabalho, que atribui aos instrumentos da mesma espécie formas fixas particulares para cada emprego útil particular, e sua especialização, que faz com que cada um desses instrumentos particulares só atue com total plenitude na mão de trabalhadores parciais e específicos, caracterizam manufatura” (pg. 270).

A divisão do trabalho é uma característica fundamental das sociedades humanas, devida ao fato de que os seres humanos diferem uns dos outros quanto a suas habilidades inatas ou adquiridas. Em um certo estágio do desenvolvimento de suas comunidades, os indivíduos percebem que podem satisfazer melhor as suas necessidades ao se especializar, ao se associar e ao trocar, em vez de produzir, cada um de maneira autárquica, aquilo que precisa consumir.

 

Desenvolvimento global é possível?

 

A necessidade de modernização, o aumento de competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e baixar os preços, as empresas tiveram que aprender a produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas. Absorver a mão-de-obra no mercado, disponível no mercado, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países periféricos em relação aos desenvolvidos.

O fato é que a existência do comércio internacional faculta aos países o aproveitamento de suas aptidões, empregando seus recursos na produção daqueles bens de custos relativamente mais baixos e trocando-os por bens de custos relativamente mais altos. A globalização é um processo irreversível no mundo, existem variadas formas de sua aplicabilidade e todos devem aprender a conviver com toda essa cultura em que os mais desenvolvidos mandam, isto existe e continuará talvez perpetuamente. Mas todo este processo que não é novo para muitos, pode vir a trazer, mudanças positivas para o cotidiano social e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil.

No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais qualidades.

 

Para Santomé:

“O mundo em que vivemos já é um mundo global, no qual tudo está relacionado, tanto nacional como internacionalmente; um mundo onde as dimensões financeiras, culturais, políticas, ambientais, científicas, etc., são interdependentes, e onde nenhum de tais aspectos pode ser compreendido de maneira adequada à margem dos demais. Qualquer tomada de decisão em algum desses setores deve implicar uma reflexão sobre as repercussões e efeitos colaterais que cada um provocará nos âmbitos restantes. Também devem ser calibradas as limitações e as conseqüências que surgirão ao levar em consideração informações ligadas a áreas diferentes das já consideradas”. (Santomé, 1998, pg. 27).

 

 

Novos conceitos são introduzidos com o objetivo de procurar, tratar das novidades que rapidamente interferem no cotidiano da população, como nova economia, sociedade do conhecimento, economia digital, entre outros fundamentados divergentes quanto à perspectiva do emprego.

Nesse sentido, para países como o Brasil, a educação se revela como instancia estratégicas para romper com o atraso tecnológico e promover a inserção na economia central, marcada por intensa competitividade.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Na história da espécie humana, a primeira divisão do trabalho ocorreu entre homens e mulheres, mas tornou-se ainda mais sofisticada com o advento da agricultura e a surgimento da civilização.

A divisão do trabalho é uma característica fundamental das sociedades humanas, devida ao fato de que os seres humanos diferem uns dos outros quanto a suas habilidades inatas ou adquiridas.

A forte expansão das empresas multinacionais em direção às regiões periféricas redefiniu a divisão internacional do trabalho e colocou novas questões pra os projetos nacionais de desenvolvimento. Para alguns países, abriu-se a possibilidade de um desenvolvimento associado ao capital estrangeiro.

Muitos governos atuam como agentes da globalização, criando “vantagens comparativas”, desregulando a economia e agindo como parceiros das grandes empresas multinacionais.

A visão e a estratégia da educação podem e devem se constituir de bases de apoio para a formação do indivíduo cidadão, aliando a teoria à prática do fazer, através de conhecimentos, habilidades e atitudes comportamentais. 

Download do artigo
Autor: Phelippe Moura Da Silva


Artigos Relacionados


Estudo Básico Sobre A Economia

Fichamento Do Livro "o Mundo Globalizado: Política, Sociedade Economia." (alexandre De Freitas Barbosa)

AtraÇÃo E RetenÇÃo De Talentos

Fórum De Discussão: Um Instrumento Avaliativo No Ambiente Virtual De Aprendizagem

Programa De Controle Da Poluição Do Ar Por Veículos Automotores - Proconve.

Oferta E Demanda: Novos Paradigmas Frente às Inovações Tecnológicas E O Entrave Infra-estrutural

Como Explicar Esse Fenômeno Japonês?