A vingança, adolescente - Parte I



Sabíamos que Bogdan era muito inteligente, o que nós não sabíamos que aquilo que aconteceu quando tínhamos 14 anos só era o começo do surgimento de um grande estrategista, aquele que poderia levar o nosso povo a ter uma vida melhor e destronar aqueles que sempre fizeram o povo sofrer, ele seria um dos grandes heróis de nossa nação.

Mas como saber que menino poderia ser tornar o que se tornou para todos nós, vou explicar como um acontecimento na escola se tornou um marco para nossa luta por Justiça. Era um dia comum na Escola, queríamos ir logo embora, quando tocou o sinal foi uma alegria que mal podíamos imaginar, mas Gijo teria que ficar mais para conversar com o diretor, por causa de uma brincadeira que ele tinha feito a uma aluna e nós como seus melhores amigos não poderíamos deixá-lo para trás. Eu e Bogdan fomos até a van e falamos para o motorista esperar um pouco, mas ele ficou muito nervoso e não quis esperar e foi embora. E agora sabíamos que era muito perigoso irmos sozinhos, mas nesta hora Bogdan que era o mais confiante e valente disse:

-          Não se preocupe eu cuido de vocês vamos chegar bem em casa.

-          Mas, Bogdan não é melhor esperarmos aqui?

-          Você quer dormir por aqui, e vamos mostrar que somos responsáveis, chegar da Escola sozinhos, vamos mostra para os outros meninos da Vila quem somos.

-          Não sei não?

Bom ficamos quase meia hora esperando por Gijo, até que ele chegou, e neste tempo a van não voltou e nem ninguém veio nos buscar, então Bogdan deu a ordem:

-          Vamos embora sozinhos!!

-          Mas, a van não esperou a gente? – perguntou Gijo indignado.

-          Não, a van não esperou você, mas nós sim. – respondi.

-          Mas é perigoso irmos sozinhos, têm aqueles meninos de rua, eles são muito perigosos. – respondeu Gijo todo amedrontado.

-          Você é um homem ou um rato? – pergunta Bogdan debochando.

-          Ele tem razão Bogdan. – respondi tentando ser sensato.

-          Tudo bem vamos esperar mais meia hora, se ninguém vier nos buscar, vamos embora. – respondeu Bogdan meio contrariado.

Depois de uns quarenta minutos quase ele nos convenceu a ir embora, não podíamos ficar o dia inteiro esperando argumentou, e com muito medo fomos embora, estávamos uns vinte minutos da escola quando avistamos um grupo de meninos de rua, eram em torno de seis, olhei para Bogdan e perguntei:

-          E agora o que vamos fazer? – me tremi todo e ele com uma calmo impressionante disse.

-          Vamos desviar na próxima rua, tudo bem?

E fizemos isso desviamos por uma rua lateral e continuamos andando, e de repente em nossa frente apareceram três daqueles meninos, Bogdan disse para voltarmos sem correr, neste momento a batida de meu coração já dava para ouvir do outro lado da cidade, minha respiração era rápida e ofegante, minhas pernas tremiam. Quando viramos tinham mais três meninos. Bogdan olhou para nós:

-          E agora que nós vamos fazer?

-          Se você não sabe muito menos eu. – respondeu Gijo.

Olhamos e vimos um beco não sabíamos se era sem saída ou se ia dar em algum lugar, então Bogdan deu ordem:

-          Corram para aquele beco, como se fosse a ultima vez.

E corremos como nunca para o beco, não conseguia nem olhar para trás, graças a Deus o beco tinha uma saída, e Bogdan dava o seus gritos corram eles estão atrás de nós, corri, corri, eu estava na frente, ao sair do beco fui para o lado direito e vi um outro beco e decidi entrar nele e continuei correndo até que não ouvi barulho atrás de mim, então parei e olhei para trás não vi mais quem nos perseguia, me abaixei e coloquei as mãos no joelho e respirava de modo ofegante, e ai quando mais oxigênio entrou nos meu cérebro que percebi que não só os meninos de rua não estavam mais atrás de mim, mas nem Bogdan e Gijo também.

Fiquei ali agachado e parado tomando fôlego e alguém tocou em mim, levei um grande susto, mas era só Bogdan, perguntei:

-          Cadê Gijo?

-          Quando saímos do beco, você foi para a direita e ele foi para esquerda, gritei, mas ele não parou de correr quando virei você tinha sumido, então corri para direita, uns correram atrás de mim e os outros atrás dele, até que desistiram e voltaram.

-          Será que pegaram ele? – perguntei muito ofegante.

-          Não sei, mas vamos achá-lo.

Fomos atrás do Gijo, mas com muito medo  pois não sabíamos o que iríamos encontrar, quando entramos em uma rua vimos um homem com uma barra de ferro gritando com os moleques que corriam fugindo e Gijo jogado no chão, saímos correndo e gritando:

-          É nosso amigo, o deixa em paz.

Quando chegamos perto, o homem gritou:

-          Eu o ajudei, não quero machuca-lo, esses delinqüentes já o machucaram bastante.

-          Gijo, como você esta?

-          Estou muito machucado, esta doendo tudo. – quase sua voz não saia.

-          Onde vocês moram e que estavam fazendo por aqui sozinhos.

-          Moramos no Ita e estávamos voltando para casa quando eles começaram a correr atrás de nós, não fizemos nada para eles. – disse Bogdan.

-          Seu amigo esta muito machucado precisa de um médico, eles estavam batendo muito nele e se eu não chegasse matariam ele, eles são cruéis, são os filhos maus da revolução.

-          Vamos tentar levantar ele para sairmos o mais rápido possível daqui. Disse Bogdan.

-          Esperem vou pegar o carro e levar vocês.

Deixou-nos em casa e explicou para nossos pais o que tinha acontecido, levaram Gijo até o Hospital e nós levamos uma grande bronca por não temos esperado, se tivemos ficado esperando mais 10 minutos, tínhamos vindo no carro do pai de Bogdan. Nos fizeram jurar que nunca mais iríamos fazer isso de novo. Gijo teve três costelas e um braço quebrado e fora vários hematomas, vai ter que ficar muitos dias em casa sem ir a escola. Bogdan não se conformava com o que tinha acontecido, ele ficava falando que não era justo não poder andar na sua própria cidade, esses meninos só faziam isso porque não tinha justiça, nós deveríamos nos vingar deles para eles nunca mais fazerem isso, depois de uma semana ele me chamou me dizendo que tinha um plano de vingança contra os arruaceiros:

-          Vai ser tiro e queda e estes meninos vão saber que nunca mais tem se meter com o bairro do Ita.

-          Você esta louco, como vamos fazer isso, se nós não podemos sair de casa? – questionei indignado.

-          Já planejei tudo, é arriscado, mas vai dar certo e você vai ver nunca mais eles vão maltratar outro menino.

-          Bogdan é loucura somos só meninos.

-          Você nem ouviu o plano e já esta dando para trás seu covarde. – disse debochando.

-          Não sou covarde não, mas acho que é loucura.

Não falou mais no assunto até que mais uma semana Bogdan veio até mim:

- Já arquitetei tudo, nós vamos fazer justiça, vão se arrepender pelo que fizeram a Gijo, mas quero falar também para Gijo.

Fomos até a casa de Gijo, e quando estávamos sozinhos ele deu a noticia a Gijo:

- Vamos nos vingar do que aqueles meninos fizeram a você.

- Como assim? – perguntou Gijo sem entender nada  olhando para mim.

- Não sei de nada do que esse louco está planejando. – respondi.

- Nós vamos nos vingar daqueles que te bateram, vingar não, melhor nós vamos fazer Justiça.

- E como nós vamos fazer justiça, vamos bater neles também? – Perguntei.

- Nem se quiséssemos conseguiríamos bater neles, tudo bem que sabemos um pouco de artes marciais, mas esperem que vocês vão saber aos poucos, fiquem sossegados que na minha loucura a toques de equilíbrio, sensatez e sabedoria que aprendi dos grandes estrategistas de guerra do mundo.- disse Bogdan todo confiante.

- É certo se vingar? – Questiona Gijo.

- Não é vingança é justiça. – responde Bogdan.

- Você e esses livros de estratégia de guerra, eu sei que você gosta e é bom em jogos de estratégias, mas jogo é jogo, e agora é realidade, olha o que aconteceu comigo. – tentar racionalizar Gijo.

Depois de uma semana Bogdan veio e me disse:

- Esta pronto, vamos começar a agir.

Me deu um capuz e uma blusa preta e me disse:

- É para disfarçar para que não seja reconhecido.

- Como assim, não estou entendendo? – perguntei totalmente perplexo.

- Não podemos ser reconhecidos.

- Como assim? – perguntei rispidamente e nervoso.

- Calma, fique tranqüilo, não posso te dizer agora porque é a 2ª parte do plano, vai dar tudo certo. – respondeu calmamente e confiante.

- E qual é a primeira parte do plano, será que você pode me contar?

- É simples, vamos prender todos os delinqüentes que bateram no Gijo. -  Respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.

- Você esta louco, como vamos prender eles, você mesmo disse que não conseguiríamos bater neles, agora imagina prender. – respondi totalmente descontrolado.

- Relaxa! Respire! E pense positivo!!!

- Cara, você esta me deixando nervoso, e eu não vou participar desse plano maluco. – Falei como se fosse uma opção, como se ele não me convencesse.

- Vou te explicar, mas primeiro me responde, você gostou do que aconteceu com o Gijo? Ele ser espancado daquele jeito?

- Claro que não, a minha vontade era fazer eles sumirem.

- Então, não podemos correr o risco de sermos os próximos, ou nossos amigos ou família.

- Mas, como agente vai fazer isso, e se os nossos pais descobrirem, vão nos matar, se não morrermos antes. E outra como ir até aquele bairro, eles não nos deixam sair daqui?

-Eles não podem saber de nada. E eu sei como nós vamos sair daqui sem que eles percebam e vou contar pelo menos a primeira parte do plano.

 

Será loucura de Bogdan? Será conseguiram fazer Justiça como ele deseja? Como conseguir prender os meninos que são quase o dobro do tamanho deles?

 

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Autor: Antoni Di Vanella


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