Diversidade na escrita e leitura: um processo de inferência textual



UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS

Juliano Ramos Santos

DIVERSIDADE NA ESCRITA E LEITURA: UM PROCESSO DE INFERÊNCIA TEXTUAL

Ipiaú- Agosto/2011

DIVERSIDADE NA ESCRITA E LEITURA: UM PROCESSO DE INFERÊNCIA TEXTUAL.           

Trabalho requisitado pela docente Isabel Cristina, apresentado para fins avaliativos do componente curricular Estágio IV, IX semestre, no curso de Licenciatura em Letras Vernáculas, da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus XXI.

Ipiaú- Agosto/2011

INTRODUÇÃO 

O ensino da Língua Portuguesa com o tempo está se modificando. O ensino da gramática era pautado em que o professor obrigatoriamente deveria passar a matéria para o aluno, geralmente por meio de assuntos serem estampados no “quadro negro” e o aluno deveria decodificar o que o professor ensinasse, não havendo, portanto, qualquer forma de constatação.

Nos tempos hodiernos, essa situação ainda vigora em algumas escolas, no entanto, com o uso do livro didático e de outros recursos, o aluno começa a ter a percepção que não basta ter apenas “boas notas”, mas sim obter o aprendizado.

Desta forma, para melhor aproveitamento não só por parte dos professores como dos estudantes, o tema norteador do projeto que será aplicado nas aulas de Língua Portuguesa é o chamado Gêneros Textuais. Estes tratam de variados textos presentes em nossa vida, na qual permite uma construção textual por parte dos falantes, gerando uma relação de interdisciplinaridade nos quesitos entre leitura, interpretação e produção textual.

Assim sendo, o que objetiva o presente projeto é Perceber como funciona a Língua portuguesa, por meio de diferentes tipos de gêneros textuais, mais precisamente, com os diversos tipos de textos relacionados ao cotidiano do professor e aluno, sejam eles: cartas, jornais, histórias em quadrinhos, bula de remédio, receitas caseiras, piadas, charges, propagandas, entre outros.

Diante dos tipos de textos anteriormente supracitados, qual a importância da utilização de diferentes tipos de textos na Língua Portuguesa?

Sendo assim, o que justifica o trabalho com os gêneros textuais em sala de aula nas turmas vigentes do ensino médio, tem a ver com o interesse de apresentar aos discentes a diversidade de textos existentes no seu meio social, estimulando a pratica da leitura, interpretação e produção textual, tão pouco explorados nas séries do Ensino Médio.

 

 

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Durante muito tempo o estudo dos gêneros textuais esteve atrelado à literatura. No entanto, esta realidade foi modificada, pois eles passaram abranger outras áreas de conhecimento, sendo uma delas a Linguística. (Marcuschi, 2008)

Os gêneros textuais se configuram como uma importante “área interdisciplinar”. Caracteriza-se como dinâmico, já que não restringe seu espaço de atuação. Além disso, eles podem ser considerados uma forma de comunicação, já que para estudá-los é necessário considerar a “linguagem em funcionamento” e as “atividades culturais e cognitivas”.

 

Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. (Marcuschi, 2005, p.19)

 

 

Os gêneros textuais surgem a partir das “necessidades e atividades sócio-culturais”. Desse modo, eles são criados de acordo com a necessidade do ser humano em se comunicar, por isso são considerados importantes elementos no processo de comunicação social.

È importante salientar que, normalmente, as pessoas confundem Tipos Textuais e Gêneros Textuais. Para sanar esta dúvida Marcuschi (2005) conceitua-os da seguinte forma:

 

[...] um tipo textual é dado por um conjunto de traços que formam uma sequência não um texto. [...] os gêneros textuais são uma espécie de armadura comunicativa geral preenchida por sequências tipológicas                                                                                                         de base que podem ser bastante heterogêneas mas relacionadas entre si. (P. 27)

 

De acordo com o autor o tipo textual se refere à parte teórica de um texto, no qual os elementos que o caracterizam são os aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal, entre outros. Diferentemente do gênero textual, que diz respeito aos textos oriundos das “situações comunicativas”, sendo eles o telefonema, bula de remédio, edital de concurso, romance, carta comercial, carta pessoal etc.

No que diz respeito ao uso dos gêneros textuais na escola, é imprescindível perceber a sua importância, pois ele seria uma ferramenta eficaz no processo de desenvolvimento comunicativo dos alunos. Promove a interação entre “as práticas sociais e os objetos escolares”. (Bezerra, 2005)

Entretanto, a escola fixa a sua atenção para a estrutura e forma do texto, quando deveria mostrar ao aluno a diversidade de textos existentes na sociedade, instigando-o a compreender que os gêneros textuais encontram-se atrelados as funções presentes no meio social.

Assim, o professor de Língua Portuguesa deve atentar-se para o entendimento do aluno acerca dos diferentes gêneros textuais, considerando a forma como eles se apresentam.   

Segundo Bezerra (2005), na atualidade há uma “variedade de textos exigidos pelas múltiplas e complexas relações sociais”. Por isso, a autora propõe que o estudo de língua Portuguesa deve ser pautado na “leitura, análise e produção de textos, proporcionando ao aluno uma oportunidade de interagir com o “mundo letrado de hoje”, bem como “desenvolver competências lingüísticas, textuais e comunicativas”.

Desse modo, para que o ensino de Língua Portuguesa tenha um resultado favorável nas escolas, os gêneros textuais devem ser inclusos nos planejamentos dos professores, já que eles se configuram como uma importante ferramenta no desenvolvimento intelectual dos alunos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

METODOLOGIA

 

 

Por meio das observações feitas nas turmas vigentes, é notável que seja praticamente impossível a escola fornecer ao aluno todo conhecimento necessário a sua vida. Hoje as escolas do século XXI, estão mais preocupadas em proporcionar aos alunos a capacidade de apreender por si próprio ao longo da vida a encher-se de conhecimento quem não venha contribuir com o aprendizado do mesmo, e com informações teóricas.

 

 Assim sendo, o estágio será aplicado entre os dias 1° de agosto com termino em 09 de Setembro, podendo estender-se por mais alguns dias. O estágio desta forma será tratado no conteúdo solicitado pela professora regente e consequentemente se adequará ao projeto supracitado.

 

Nessa perspectiva, propomos desenvolver nesse projeto, atividades com o foco na leitura e produção textual, sendo que o principal mecanismo no processo ensino- aprendizagem será de forma que estes se organizem em torno de procedimentos que possibilitem a sistematização do processo.

 

Os procedimentos discutidos visam a oferecer ao professor subsídios para o trabalho com gêneros textuais, de modo que propiciem aos discentes o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas aos quatro pilares da educação: aprender a fazer aprender a ser, aprender a conviver, aprender a aprender.

 

 Tais procedimentos obedecerão às seguintes abordagens:

  • Conhecimentos prévios (antecipação da leitura);
  • Compreensão textual (entendimento literal do texto);
  • Interpretação (reordenação das idéias);
  • Inferências (dialogicidade com o texto);

 

 

 

CRONOGRAMA

 

 

 1º DIA- 03/08/2011

100 minutos

 

  • Apresentação à turma sobre o projeto
  • .Dinâmica de grupo envolvendo gêneros textuais
  • Explicação do que seja gêneros textuais

 

2 ºDIA- 04/08/2011

50 minutos

  • Atividade prática a respeito do tema
  • Correção da atividade

 

3º DIA- 10/08/2011

100 minutos

 

  • Gincana Cultural

 

 

    4º DIA-11/08/2011

     50 minutos

 

  • Gincana Cultural

 

 

    5º DIA- 17/08/2011

    100 minutos

 

  • Analisar um texto cientifico a ocorrência de conjunções
  • Revisão a respeito de orações coordenadas

.

 

6º DIA- 18/08/2011

50 minutos

 

  • Atividade a respeito do conteúdo
  • Correção da atividade

 

 

7º DIA- 24/08/2011

100 minutos

 

  • Analise de charges
  • Explicação por meio dos slides e auxilio do livro didático sobre Funções da Linguagem

 

 

8° DIA- 25/08/2011

50 minutos

 

  • Analise de diferentes fragmentos de diversos textos
  • Correção da atividade de analise

 

 

9º DIA- 31/08/2011

100 minutos

 

  • Atividade avaliativa a respeito dos conteúdos: orações coordenadas , Gêneros textuais e Funções da linguagem.

 

10º DIA- 01/09/2011

50 minutos

 

  • Ouvir a música Shimbalaiê
  • Analisar diversos tipos de orações contidas na música.

 

 

 11º DIA- 08/09/2011

50 minutos

 

  • Explicação por meio de uma apostila sobre o conteúdo supracitado.

 

 

 

  12º DIA- 14/09/2011

  100 minutos

 

  • Leitura de uma carta
  • Analisar os sintagmas nominais na carta
  • Responder uma atividade em grupo referente a analise de diversas orações contendo o conteúdo supracitado.

 

13º DIA- 15/09/2011

50 minutos

 

  • Atividade por meio de tiras em história em quadrinhos em que os alunos percebam os elementos contidos dentro do sintagma nominal

 

 

14º DIA- 21/09/2011

100 minutos

 

  • Explicação por meio de slides sobre os períodos literários Renascimento e do Quinhentismo.

 

  • Analise coletiva do fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha

 

 

15º DIA- 22/09/2011

50 minutos

 

  • Produção de um cartaz a respeito dos períodos literários supracitados

 

16º DIA- 28/09/2011

100 minutos

 

  • Analise de diversos textos que envolvem intertextualidade

 

  • Explicação do que seja intertextualidade

 

 

17º DIA- 29/09/2011

50 minutos

 

  • Produção textual envolvendo intertextualidade
  • Culminância do projeto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AVALIAÇÃO

 

Por muito tempo, o ato de avaliar foi usado como uma forma de classificar e rotular os alunos, em bons e ruins. Contudo essa concepção vem sendo desconstruída. Hoje, a avaliação é considerada uma importante ferramenta para o professor, no momento de medir a qualidade do aprendizado do discente, bem como avaliar a sua prática pedagógica.

 Portanto, para utilizar o método avaliativo é necessário definir o objetivo almejado pela escola, em relação à aprendizagem do aluno, bem como determinar regras, escolher procedimentos relativos à coleta de dados comparados com o contexto e a forma que foram produzidos.

 

O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico e reorientação da aprendizagem. O que, de fato, distingue o ato de examinar e o ato de avaliar não são os instrumentos utilizados para a coleta de dados, mas sim o olhar que se tenha sobre os dados obtidos: o exame classifica e seleciona, a avaliação diagnostica e inclui. (LUCKESI, 2006, p. 4-6).

 

De acordo com Luckesi, o ato de avaliar não é classificar, mas, sobretudo diagnosticar, bem como criar mecanismos que propicie a aprendizagem. Já que a instituição escolar busca por meio da avaliação conhecer as dificuldades de aprendizagem do aluno, podendo assim descobrir uma forma adequada de sanar esses problemas.

È válido salientar ainda, que as escolas devem integrar os alunos no processo de avaliação, instigando-os a refletir acerca da sua própria aprendizagem. Dessa forma, ele se tornará um sujeito atuante no espaço social.

 

Não tem sentindo dispensar o aluno desse papel de avaliador e eximi-lo de, ele próprio, ser capaz de julgar a propriedade ou a adequação de seus desempenhos. Só assim ele vai conquistando a necessária autonomia de que precisa como cidadão crítico e participativo. A deprimente condição de transferir para outro a total incumbência de dizer “como estamos”, de dizer se erramos ou se acertamos só pode resultar na terrível alienação que caracteriza os incapazes ou os irresponsáveis; isto é, aqueles que não são capazes de responder pelas opções que fazem perfil do qual nossos alunos muito se distanciam. (ANTUNES, 2006, p.164)

 

Por meio da auto-avaliação, a escola proporciona ao aluno uma reflexão sobre sua conduta, tornando-o um ser ativo, consciente do seu papel no meio social. Sendo assim, cidadãos responsáveis, capazes de assumir suas escolhas.

Partindo desse pressuposto, o método avaliativo acontecerá de forma contínua e processual, baseada na interação dos alunos, nos debates e na produção textual, bem como na sua auto-avaliação. Portanto, os discentes serão avaliados no decorrer de cada aula, por meio do diagnóstico realizado durante a execução das atividades propostas pela ministrante. 

 REFERÊNCIAS 

ANTUNES, Irandé. “Avaliação da produção textual no ensino médio” IN: Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006, p. 164-180.

BEZERRA, Maria Auxiliadora. Ensino de língua portuguesa e contextos teórico-metodológicos” IN: Gêneros Textuais & Ensino. 4° Ed. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2005, p. 37-46.

LUCKESI, Cipriano. Avaliação da Aprendizagem Escolar. Rio de Janeiro: ABT, 2006.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. “Gêneros Textuais: definição e funcionalidade” IN: Gêneros Textuais & Ensino. 4° Ed. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2005, p. 19-36.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. “O estudo dos gêneros não é novo, mas está na moda” IN: Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p.147-224.


Autor: Juliano Ramos Santos


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