O Casamento E As Normas Divinas



I – INTRODUÇÃO

 

No primeiro livro da Bíblia está escrito que Deus criou a mulher, assim expressando-se: “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (GN 2:18). 

 

Observem que Deus acrescentou uma qualidade à mulher (idônia), assim como já determina que o papel da mulher junto ao homem é de auxiliadora, não podendo esta se sobrepor ao marido nem este dispensá-la do seu convívio (existência). Estas prerrogativas nem sempre são levada a sério pelos cônjuges.

 

O número de separações entre casais evangélicos é crescente, havendo também um número elevado de pastores, que deixam suas famílias por outras mulheres de suas Igrejas e até por ímpias.

 

Deus já nos fala que há entre nós (ovelhas) os lobos, recomendando-nos sermos prudentes (MT 10:16) como as serpentes e meiga como as pombas. Mas, infelizmente, os lares são desfeitos e posteriormente, dificilmente as pessoas se recompõem e buscam uma segunda chance.

 

Eu não sou adepta de que pessoas fiquem casadas se odiando. Cada casal tem os seus motivos para uma separação e nem sempre, todos se encontram na regra de exceção deixada por Jesus (MT 19:8 e 9). Vícios e desvios de personalidades são manifestos no presente século, como o lesbianismo e o homossexualismo, que são causas vergonhosas e até defensáveis na justiça dos homens. Do ponto de vista jurídico se justificam uma separação conjugal.

 

Diante de Deus, que é justiça, creio que ele não condenará pessoas a conviverem pelos laços de casamento, mentindo, adulterando e ferindo o próprio Deus, pois o casamento não se configura um simples contrato entre pessoas mas uma aliança diante de Deus.

 

Paulo já nos advertia acerca daqueles que causam danos ao próprio irmão, a quem deveria amar e deixam a Jesus, preferindo assim o mundo. Vejam o que nos fala o Apóstolo: “Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos ! Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (I Co 6:8 ao 10).

 

Quantos pastores estão cegos e de ouvidos tapados para  obedecer a Deus ? Quantos desprezam uma companheira para viverem uma aventura, escolhendo mulheres mais jovens por uma simples paixão ?

 

E diante deste quadro, como escolher certo o companheiro ou companheira ? Ser evangélico seria uma qualificação ? E o título de “Pastor” traz as irmãs alguma garantia de fidelidade eterna ?

 

Infelizmente, a nossa resposta às indagações acima é NÃO. Os olhos de muitos estão falando mais que o coração. A beleza e a juventude dizem mais que a idoneidade de uma mulher e as preferidas – mulheres mais jovens – na sua maioria, se quer conhecem a palavra de Deus, pois falam com a boca e agem sem coração, ao destruir um lar, por uma simples paixão ou interesse material.

 

II – PAIXÃO É DIFERENTE DE AMOR

 

A paixão é um sentimento forte, instável, cego, perigoso. A paixão pode ocorrer por uma admiração ao parceiro, por uma qualidade que o faz destacar, e/ou posição social,  profissional e por beleza física. Ela poderá ocorrer também por uma parceria “perfeita de sexo”, onde os parceiros se entregam aos prazeres da carne, de forma incontrolável. Mas, ela é instável, durando em média, no máximo, de 2 a 3 anos.

 

A paixão pode ser um sentimento perigoso, quando há uma possessão de uma das partes e a rejeição da parte oposta. A estatística de crimes passionais revela que há um número crescente de assassinatos por perseguição de parceiros, que inconformados com a separação (perda de interesse), resolvem por um fim drástico ao relacionamento. Daí porque dizemos ser cega a paixão, porque desprovida de uma sabedoria de vida.

 

Já o amor tem raízes profundas, é crescente e não visa somente o próprio bem. Quem ama renuncia aos próprios direitos em favor do bem estar do outro. Paulo fala de amor e classifica-o como um dom supremo. Vejam a analogia que ele faz acerca do amor: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (I CO 13:1).

 

Paulo também nos dá, claramente no capítulo 13 do livro de I Corintios, a diferença marcante sobre o sentimento de amor, comprovando assim que a paixão é carnal e de tempo limitado, face ao amor que é para toda a eternidade.

 

Então, o autor de Coríntios traz para si mesmo uma avaliação, ao dizer: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crer, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba...”

 

 

III – PORQUE HÁ TANTAS SEPARAÇÕES NO MEIO EVANGÉLICO

 

Sabemos que uma das causas naturais de um divórcio seja entre aqueles que casam por paixão, interesse e até por vingança. A pessoa sabe que não ama, mas mesmo assim dá o passo visando outros interesses, divergentes das características vitais a dois seres que desejam caminhar juntos e servirem a Deus.

 

Dos relatos que ouvimos de casais separados, podemos deduzir que a maior causa é a falta de diálogo, de uma conversa sincera, sem medo ou temor de ser censurado. Um exemplo é a insatisfação sexual existente entre estes casais, a falta de compromisso de uma das partes, principalmente com a parte financeira da família, o abandono da mulher e filhos, ficando o homem muito envolvido no trabalho secular, e até uma mentalidade errônea da Igreja, ao passar informações e doutrinas, que proíbem usos e costumes normais a uma família, indo assim construindo mentalidades retrógadas, de conseqüências incalculáveis.

 

A Bíblia, como a palavra de Deus, não nos dá uma norma escrita acerca de sexo, deixando bem claro que as normas de uma civilização vigem paralelamente às normas divinas, tendo Jesus enfatizado que se dê a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que lhe pertence.

 

Quando Isaque conheceu a Rebeca, logo coabitaram numa tenda e não precisou assinar papel, fazer festas, etc. Mas, uma coisa Deus deixa claro: O homem tem que ter uma só mulher, podendo desposar outra, caso tenha sido traído, envergonhado, tendo a esposa tido relações sexuais ilícitas, adulterado (MT 19:9).

 

Hoje, o casamento é um ato jurídico solene, exige testemunhas, definição de regimes de partilha de bens, etc. Mas, diante de Deus, vale o sentimento que une um casal, a visão de propósito que cada um tem, a unicidade, a cumplicidade, o amor, a fidelidade.

 

O cuidado de um para com o bem estar do outro demonstra amor, que deve ser permanente, até que a vida carnal termine. A responsabilidade na administração da casa é de ambos, não devendo a mulher sobrecarregar o homem com o ônus de assumir toda a parte financeira da casa, pois hoje, raras são as famílias em que a esposa não tem um trabalho ou atividade geradora de rendas.

 

Os filhos são de ambos, portanto, não cabe somente a um dos cônjuges comparecer a escola ou mesmo o encargo de chamar a atenção dos filhos.

 

O descanso semanal, dois períodos de férias anuais são essenciais ao equilíbrio de uma família. A rotina provoca desânimo e é a principal vilã do esfriamento sexual dos casais. Também, no dia a dia, sempre é tempo para se fazer um elogio, tornar claro o sentimento real que se traz no coração, de amor, de um pelo outro.

 

O exagero de formalismo também é das causas de afastamento e até de separação. Testifiquei a separação de um casal de evangélicos novinhos, devido o excesso de cuidados com a casa. O marido chegava às 18:30 horas e ficava no rol de elevadores, 40 50 minutos,  porque a esposa não havia ainda terminado a limpeza da casa. Ao adentrar, ele teria que tirar os sapatos porque o assoalho não poderia ter marcas de solados. O fogão nunca havia sido ligado em 10 meses de casamento,  pois ela tomava o café da manhã na sogra – que era vizinha – e as demais refeições na rua. Quando o marido deu um basta, ela fez as malas e foi embora.

 

 

 

IV – CONCLUSÃO

 

Nos diz a palavra de Deus: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros”. (HB 13:4)

 

Cada um de nós dará conta de si a Deus. Muitos poderão enganar os outros por muito tempo mas não por todo o tempo, porque a verdade faz parte da justiça de Deus. Aqueles que conhecem a palavra e sabe os caminhos a trilhar e optam por caminhos de morte, certamente perecerão. Deus é misericordioso mas é extremamente justo.

 

Sanção se envolveu com uma mulher qualquer e pagou um preço alto, pois após quebrar a aliança com Deus, o espírito do Senhor se ausentou dele, tendo ele pagado um alto preço de humilhação diante do inimigo e ter ainda os seus olhos vazados. Todavia, quando caído, teve arrependimento diante de Deus e este manifestou misericórdia, sendo com ele em força, para matar mais fariseus, numa situação de desconforto em que se encontrava.

 

Se o seu casamento não vai bem, peça a Deus sabedoria e comece a agir, pois certamente o Senhor dará ouvidos às suas súplicas. Ele habita com o contrito e abatido de coração e louvável é aquele que dá o passo, que admite o erro e pede perdão.

 

Se você mulher é preguiçosa, leia provérbios 31 e veja que aos olhos de Deus, é vitoriosa a mulher ativa, que fora trabalha e não abandona o seu lar. Ela sabe administrar a casa, dá ordens aos empregados, faz negócios, adquire bens e assim os seus braços são fortalecidos.

 

E, ao contrário da mulher néscia, ela mantém o azeite por toda a vida, pois a sua lâmpada não se apaga a noite, sabendo abrir mão ao aflito e socorrer o necessitado.

 

Que Deus possa fortalecer os lares e levantar os caídos. Paz seja com todos !

 

 

Zenaide Alcântara de Sousa

Irmã em Cristo Jesus

 

 

 


Autor: Zenaide Alcantara de Souza


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