Futsal feminino uma dança de salão
ORIGEM DO ESPORTE:
Criado por Juan Carlos Ceriani na ACM de Montevidéu, Indoor Foot-ball, nasceu para atender uma demanda dos anos 30, pela euforia que vivia o Uruguai , após ter conquistado o 1º Campeonato Mundial de Futebol.
Do futebol buscou a essência do jogo, no basquete as faltas pessoais e o tempo de jogo, no handebol a área inviolável para o goleiro e no water-polo os fundamentos necessários para quem defende a meta com as mãos. Colocou tudo isso dentro de uma quadra de basquete com o uso da bola desta modalidade, colocou duas banquetas em cada fundo de quadra que valeram como alvo para o jogo, obtendo grande sucesso.
A prática do Futebol de Salão Feminino foi autorizada pela Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) em 23 de abril de 1983 , o que oficializando as mulheres, fez com que surgisse várias equipes de futsal feminino no Brasil.
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O esporte de quadra está intimamente legado ao futebol e assim sendo não poderíamos deixar de relatar fatos importantes que de alguma maneira contribuíram para a inclusão do futsal feminino.. Não podemos deixar de registrar um fato histórico ocorrido no Rio Grande do Sul, que foi o 1º jogo de registro no dia 08 de julho de 1950, na cidade de Pelotas, Corinthians F.C e Vila Hilda F.C., embora sendo equipes de campo que se enfrentaram no clube desta cidade o G.E. Brasil.
A importância está ligada ao fato de ser a cidade de Pelotas um dos polos de maior incidência de clubes desta modalidade no estado gaúcho.
Quando , em 23 de abril de1983,o futebol de salão feminino foi autorizado pela FIFUSA e o Conselho Nacional de Desporto , então presidido pelo prof. MANOEL GOMES TUBINO, revogou a Lei mais burra de nossa história que proibia a prática do futebol, futsal, futebol de areia às mulheres, a Confederação Brasileira de Futebol de Salão houve por bem incluir a prática deste esporte para as mulheres. Medida acertada e inteligente, pois escrevia ali a “carta de alforria” de um seguimento que pelas próprias características do gênero poderia rendem bons frutos. Para que o Futsal feminino buscasse mais espaço, tivemos muitos abnegados dedicando-se quase que integralmente para sua expansão. Esta dedicação contribuía para que mais equipes no Brasil e no mundo praticassem a modalidade e ela surgisse como modalidade Olímpica que como bem sabemos de ser praticada em pelo menos 35 países de pelo menos 3 continentes.
Para o sistema organizacional europeu, as competições facilmente foram organizadas e dada as dificuldades do rigoroso inverno europeu, foi muito bem acolhida pelos interessados.
Itália,Espanha, Portugal,Bélgica ,Rússia no Continente Europeu, tem realizado competições de qualidade, com revelações assustadoras de suas atletas. Paraguai, Argentina,Uruguai, Equador ,Peru e Brasil na América do Sul são os países que mais praticam e nossa seleção foi convidada em novembro de 2005 para uma série de amistosos juntamente com a Espanha, dando assim qualidade internacional na modalidade e naipe.
A evolução de uma modalidade esportiva esta nas competições internacionais que ela realizada. Assim foi com os demais esportes e com o Futsal Feminino não poderia ser diferente.
No Brasil, para que houvesse a sedimentação do futsal feminino, foram necessárias que competições fossem chanceladas pela Confederação Brasileira. E assim surge o primeiro campeonato organizado pela entidade maior , a I Taça Brasil de Clubes, sediada em Mairinque-SP no mês de janeiro de 1992, tendo a participação de 10 equipes indicadas por suas federações estaduais.A importância deste evento foi determinante para que as federações regionais organizassem seus próprios eventos.Hoje , a Taça Brasil adulto movimenta todo o pais , possuindo até a fase eliminatória em todas as regiões do Brasil.
Desde sua criação, estas foram as cidade sedes , os anos e as equipes vencedores da competição mais importante de futsal feminino no Brasil:
TAÇA BRASIL DE CLUBES ADULTO CAMPEÕES
Mairinque (SP) 1992 Bordon (SP)
Goiânia (GO) 1993 Vasco da Gama (RJ)
Savador (BA) 1994 Euroexport (BA)
Londrina (PR) 1995 Marvel (SP)
Porto Alegre (RS) 1996 Marvel (SP)
São Paulo (SP) 1997 Ass. Sabesp (SP)
São G. Amarante (RN) 1998 Ass. Sabesp (SP)
Campos do Jordão(SP) 1999 Ass. Sabesp (SP)
Anápolis (GO) 2000 Uni’Santana (SP)
Brasília (DF) 2001 Ass. Sabesp (SP)
Goiânia (GO) 2002 Ass. Sabesp (SP)
Belém (PA) 2003 Chimarrão (RS)
Londrina (PR) 2004 Chimarrão (RS)
Campo Grande(MS) 2005 S.E. Kindermann (SC)
Catalão (GO) 2006 S.E. Kindermann (SC)
As equipes paulistas tem sido as que mais títulos tem conquistado na Taça Brasil desde 1992, com a MARVEL e SABESP.
Importante destacar as equipes do CHIMARRÃO da cidade de Estância de Velha e do KINDERMANN de Santa Catarina –SC.
O ano de 2003 foi marcante para o futsal brasileiro com a inclusão oficial das mulheres nas categorias sub-15, sub-17, sub-20 e adulto, onde os estados de S.Paulo, Paraná e Sta. Catarina, portanto da região Sul, são os de maior participação.
Importante salientar que foi em 2003 que ocorreu a primeira competição qual seja a sub-20.
A 1ª convocação da Seleção Brasileira de futsal feminina se deu em 2001 pela técnica Maria Cristina Oliveira na época treinadora da Sabesp de S.Paulo , para o desafio Internacional contra a equipe do Paraguai. Os resultados foram favoráveis ao Brasil nos dois encontros. Em Londrina-PR. 13x05 eem Cornélio Procópio-PR.10 x 02. Em 2005 , novamente a técnica Maria C. Oliveira foi chamada para um jogo amistoso na Espanha, por ser a equipe de seleção feminina a mais importante da Europa e uma das melhores do mundo.
Foram três encontros.No primeiro o Brasil perdeu por 3x1, no segundo venceu por 3x2 e no terceiro e último amargamos uma derrota de 6x0.
Ainda em 2005, ocorreu o I Sul Americano de futsal feminino na cidade de Barueri-SP., com a participação dos seguintes países: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina,Peru e Equador. Desta vez logramos êxito, vencendo a competição, obtendo os seguintes resultados: vitória de 5x2 frente ao Peru, vitória de 7x0 frente ao Uruguai, vitória de 8x0 na Argentina e super vitória sobre o Equador por 13x0
Classificação Final do SUL-AMERICANO:
Campeão – Brasil
Vice-campeão – Equador
3º Lugar – Uruguai
4º Lugar – Argentina
5º Lugar – Paraguai
6º Lugar – Peru.
Em 2006, ainda pensando-se de maneira sexista, a seleção foi convocada pelo técnico Marcos Sorato para amistosos contra a Espanha no país basco. Mais uma vez não obtivemos o melhor desempenho frente as atletas espanholas, quando a seleção perdeu por 2x1 e 7x2 no primeiro e segundo encontros respectivamente , vencendo apenas no último por 3x1.
Importante destacar que em2005 aCBFS criou a I Liga Futsal Feminina, com direito a franquia, onde participaram 10 equipes brasileiras.Destaca-se a presença de três equipes de Santa Catarina, duas do Rio Grande do Sul, duas do Paraná, uma de São Paulo, uma de Goiás e uma do Ceará .
1. Unopar/Londrina/Grêmio – PR
2. Cesumar/Seac/Maringá – PR
3. A.A. Hidráulica Brasil – GO
4. Santo Ângelo – RS
5. Chimarrão/Bender/Dal Ponte – RS
6. Kindermann/UNC/Caçador – SC
7. Unesc/Aprofucri/FME – SC
8. NTozzo/Popi/Chapecó/Kuwat – SC
9. Associação Sabesp/UNIP/São Bernardo – SP
10. Nacional Gás/Unifor – CE
CAMPEÃO: Chimarrão/Bender/Dal Ponte – RS
VICE-CAMPEÃO: Nacional Gás/Unifor – CE
Para o Prof. Wilton Carlos de Santana, o futsal superou as expectativas expandindo-se em todo o país. A prova mais evidente diz ele, “ é o fato de a 16ª Taça Brasil de Clubes da categoria principal ser disputada (fases classificatória e final) por 25 equipes de 20 estados diferentes. Além disso, outros dados ratificam a franca ascensão: há um departamento de futsal feminino na CBFS; há uma Liga de futsal feminino; há uma seleção brasileira de futsal feminino, que há pouco tempo esteve na Espanha para alguns amistosos; há campeonatos brasileiros de seleções e de clubes na categoria principal e nas de base; disputou-se, no Brasil, em 2005, um Sul-americano de seleções.”
A trajetória do futsal feminino no Brasil, torna-se uma estrada onde a ida é sem volta.
Alguns estados desenvolveram mais que outros como é o caso de S.Paulo, Paraná, Sta.Catarina, Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul ainda timidamente procura se firmar na modalidade. É bem verdade que as escolas regulares do ensino público e privado tem investido e o crescimento é incontestável. Porém a nível de Federação necessitamos de maior participação dos clubes .
Alguns aspectos tem contribuindo para o aumento da prática do futsal feminino no Brasil. Podemos enumerar alguns, segundo os pensadores desta modalidade.
· Aumento do número de equipes e competições estudantis e das federações regionais no Brasil;
· Evolução técnica através do nítido aumento de escolinhas para a iniciação;
· A iniciação mais prematura por volta de 10 anos e o incentivo da família que começou a derrubar o preconceito em relação a prática do Futsal e Futebol para mulheres;
· Evolução tática através do treinamento melhor planejado;
· Técnicos melhores preparados e com formação acadêmica para o trabalho
de iniciação e treinamento.
Dentro dos parâmetros citados , podemos destacar atletas em todos os estados particiapantes das competições nacionais, dando-se maior destaque ao estado de São Paulo pela quantidade de atletas que aportam às equipes, principalmente universitárias, uma vez que se trata de um campeonato segmentado onde centenas de atletas participam durante alguns meses.
A ala/pivô Priscila tem se destacado na seleção brasileria feminina que sagrou-se campeã do Sul-Americano. Foi grande destaque em uma das rodadas, recebendo o título de Craque Umbro. Esta paulista esteve no futebol russo na equipe da Aracianka, porém o troféu Sul-Americano ficou com a uruguaia Alejandra, segundo a avaliação da comissão organizadora do evento.
Girando pelo Brasil, vamos encontrar a FPFS que em 1992 criou a 1ª Taça Paraná de Clubes, sendo realizada na cidade de Londrina, com o apoio do Grêmio Londrinense.
. O estado do Paraná é hoje uma das unidades da federação que mais possui competições oficiais de futsal feminino. Podemos citar :
1. Jogos Escolares categoria B;
2. Jogos Escolares categoria A;
3. Jogos da Juventude (Sub-17);
4. Jogos Abertos;
5. Jogos Universitários Paranaenses;
6. Taça Paraná Sub-15;
7. Taça Paraná Sub-17;
8. Taça Paraná Sub-20;
9. Taça Paraná adulto.
Em 2004 criou seu primeiro campeonato da categoria sub-20 com a perticipação de 8 equipes.
A I Taça Paraná aconteceu em 1992 com a participação de 6 clubes.Em 2006 o campeonato teve a participação de 14 equipes:
TAÇA PARANÁ DE CLUBES SUB-20 CAMPEÕES
Realizada na cidade de Londrina em 2004, tendo como vencedora a equipe do Londrina/Unopar/Grêmio Londrinense;
Realizada em Curitiba em 2005 , sendo vencedora a equipe do Coritiba/Cancun Locações
Em Maringá 2006 a competição teve seu novo vencedor a Unopar/Londrina/Grêmio/Sercomtel
TAÇA PARANÁ DE CLUBES SUB-17 CAMPEÕES
Local Ano Campeão
Londrina 2005 Unopar/Londrina/Grêmio/Sercomtel
Londrina 2006 Unopar/Londrina/Grêmio/Sercomtel
A categoria Sub-15 foi a última a ter seu campeonato oficial e aconteceu em 2005:
TAÇA PARANÁ DE CLUBES SUB-15 CAMPEÕES
Local Ano Campeão
Curitiba 2005 Unopar/Londrina/Grêmio/Sercomtel
Maringá 2006 Coritiba E.C.
JOGOS DA JUVENTUDE CAMPEÕES
Ano Campeão
2002 Londrina
2003 Maringá
2004 Toledo
2005 Londrina
2006 Londrina
JOGOS ABERTOS CAMPEÕES
Ano Campeão
2002 Londrina
2003 Londrina
2004 Londrina
2005 Londrina
2006 Maringá
Em 2006 o município de Londrina não participou dos Jogos Abertos, adotando uma Política de Esportes que atende aos jovens talentos através do programa de rendimento que visa a participação nos Jogos da Juventude, além de possuir um programa de apoio ao alto rendimento que levou a equipe da Unopar/Londrina a ser campeã da LIGA FUTSAL FEMININA 2006, competição mais importante do Futsal feminino.
A ESCOLA É O PALCO IDEAL PARA A
FORMAÇÃO DE FUTURAS ATLETAS:
O discurso preconceituoso da prática do futsal feminino no Brasil, tem sido mais um dos empecilhos umas vez que estereotipado fez com que as mulheres se afastassem da prática das quadras sob o argumento de que poderiam comprometer órgãos de reprodução humana.
Assim sendo, nas aulas de Ed. Física não se oferecia às meninas esta prática, optando-se por handebol, vôlei e outras atividades consideradas de menor risco.
Segundo Molina, 2002, o universo masculino, rechaça a presença feminina na escola por entender que o espaço físico existente não pode ser habitado pelas baixas condições técnicas das meninas e que culturalmente somente o sexo masculino deve servir-se.
O trabalho de Molina,2002, mostra que as meninas são bem mais aceitas em suas comunidades pelos meninos como jogadoras de futsal que na escola. Eles ensinam as técnicas do jogo e buscam parcerias com elas. Não reproduzem os conceitos sexistas de velhos chavões.
Autor: Jober Teixeira Júnior
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