Uma Liberdade Questionável



Há 3500 anos o povo de uma nação trabalhava sob o poder da dinastia dos Faraós. Todas as pessoas eram forçadas ao trabalho para que as pirâmides, os templos e as construções magníficas fossem erguidos a toda velocidade. O povo tinha em troca alimento e lugar para dormir, e assim as famílias cresciam neste sistema. A produção era a palavra-chave para os fiscais e os guardas do governo; ninguém devia vacilar. Para crianças e jovens tudo parecia normal, uma vez que não conheciam outro modelo.

Nessas circunstâncias surgiu um homem chamado Moisés, e ensinou àquele povo hebreu que erguesse sua voz e gritasse pela sua liberdade. Parecia algo absurdo, a palavra liberdade não tinha sentido. Mas um dia ele conseguiu e libertou aquele povo das garras da tirania, levando-o para terras férteis, para que as crianças pudessem correr, os adultos, plantar e os jovens, desenvolver-se.

Naquela época, apesar de grandiosas obras e majestosas construções, que representavam a surpreendente capacidade de organização e realização dos administradores, o povo não era livre nem próspero.

Hoje, 3500 anos depois daquela fase histórica, será que a dádiva da liberdade que Moisés prometeu e conquistou ainda está ao alcance dos povos? Embora as pessoas estejam livres para sair de suas casas, livres para se casar com quem gostam, livres para morar onde desejam, mesmo com tudo isso parece haver fatores que indicam a existência de demarcação para esta liberdade. Existem imposições e determinações que limitam o desenvolvimento e progresso de cada povo, não tão visíveis como na época de Moisés, mas bem mais inteligentes do que os Faraós concebiam.

Por exemplo, um grande número dos habitantes da Terra é destinado a conviver com doenças infecciosas, alérgicas, respiratórias e até malignas, por que são induzidos a consumir os produtos industrializados produzidos por empresas gigantescas que controlam o setor de alimentos. Parece que todos são escravos da indústria farmacêutica, que transformou o remédio em uma mercadoria lucrativa.

Outro exemplo é o planejamento constante de guerras. Embora quase a totalidade dos povos não aprove mais, muitos governos são obrigados a se envolver em guerras internas e externas para manter a industria bélica. A promoção de conflitos é uma forma de abrir mercados para este ramo de indústria. E assim, existem vários outros sistemas que, de uma forma ou outra, determinam os passos dos habitantes da terra.

Num documento intitulado "A Prosperidade da Humanidade", publicada pela Casa Universal de Justiça em 1995, a questão de liberdade é colocada como um importante requisito para o desenvolvimento, sendo apontada sua ausência nos assuntos principais que afetam a vida humana.

"As gerações futuras terão imensa dificuldade para compreender como foi possível que, numa época que rendia tributos a uma filosofia igualitária e a princípios democráticos, o planejamento desenvolvimentista visse as massas humanas como simples repositórios dos benefícios da ajuda e do treinamento. Embora reconhecendo a participação como um princípio, deixa-se para a grande maioria da população do mundo uma liberdade decisória que, no melhor dos casos, só envolve assuntos secundários e se limita a uma gama de escolhas formuladas por órgãos inacessíveis a esses povos e determinadas por objetivos freqüentemente irreconciliáveis com a sua percepção da realidade." Casa Universal de Justiça 

Não há participação relevante das massas da humanidade na formulação dos rumos e no processo de desenvolvimento da coletividade. Há apenas uma pequena margem de reclamação para as coisas secundárias, destinadas a anestesiar a consciência daqueles que se consideram conscientes. A falta de uma nova perspectiva faz com que a grande maioria ache normal e natural o que está se passando.

Lamentavelmente, este mesmo espírito reina nos modelos de gerenciamento das empresas, nas teorias administrativas e nos procedimentos organizacionais.


Autor: Felora Daliri Sherafat


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