A hora do conto: tornando a escola um ambiente privilegiado para garantir o contato com os livros literários



    A HORA DO CONTO: TORNANDO A ESCOLA COMO AMBIENTE PRIVILEGIADO PARA GARANTIR CONTATO COM OS LIVROS.

JUSTIFICATIVA 

A leitura nos traz hoje uma grande possibilidade de alcançar novos horizontes através do desenvolvimento de aptidões para construção do leitor enquanto ser crítico socialmente construído.

Esse entendimento perpassa pelo próprio conceito da leitura e das condições de desenvolvimento das práticas leitoras. A leitura enquanto conceito ultrapassa a concepção estruturalista da linguagem e se apodera das condições sociais do homem, produto e produtor da cultura letrada. Dessa forma, ler vai além da decodificação dos signos escritos e se transforma em produto da interação entre o sujeito leitor e o texto.

De acordo com Bernardino (2008, p. 766): “Na produção de sentidos, o leitor desempenha papel ativo, sendo as inferências um relevante processo cognitivo referente a esta atividade. Esta ação promove uma interação recíproca entre leitor e texto”.

E nesse contexto a escola deve ser grande aliada. É ela, o primeiro espaço legitimado de produção da leitura e da escrita de forma consciente. E é dela, a responsabilidade de promover estratégias e condições para que ocorra o crescimento individual do leitor despertando-lhe interesse, aptidão e competência.

A leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente dito, como no que antecede a leitura e no que decorre dela. Assim, o sujeito demonstra conhecimentos de leitura quando sabe a função social que a mesma tem.

Atitudes como gostar de ler e interessar-se pela leitura e pelos livros são construídas, para algumas pessoas, no espaço familiar e em outras esferas de convivência em que a escrita circula. Mas, para outros, é, sobretudo na escola que este gosto pode e deve ser incentivado. Para isso é importante que a criança perceba a leitura como um ato prazeroso e necessário e que tenha os adultos como modelo. Nessa perspectiva não é necessário que a criança espere aprender a ler para ter acesso ao prazer da leitura: pode acompanhar as leituras feitas por adultos, pode manusear livros e outros impressos, tentando “ler” ou adivinhar o que está escrito. Kriegl, (2002) afirma que ninguém se torna leitor por um ato de obediência, ninguém nasce gostando de leitura. A influência dos adultos como referência é bastante importante na medida em que são vistos lendo ou escrevendo.

OBJETIVO GERAL:

Promover uma interação com a leitura entendendo-a como caminho para a promoção do desenvolvimento de competências, na medida em que os conhecimentos vão sendo absorvidos e se ampliam gradativamente à produção cultural da humanidade.

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Propiciar no espaço de aula um espaço interativo.
  • Evidenciar a necessidade de planejamento de leitura para o estabelecimento e a implementação de qualquer ação.
  • Conscientizar a comunidade escolar para a relevância da leitura para a formação de uma sociedade consciente

 METODOLOGIA

 O projeto Hora do Conto surgiu da necessidade de alternativas para solucionar problemas de leitura e escrita de nossos alunos. A fim de colocá-los em maior contato com os livros.

Paulo Freire destaca que a atividade de leitura/escrita deve ter como base a leitura do mundo feita pelo educando e não apenas a transmissão de conhecimentos. Portanto, é necessário que esta atividade de leitura e escrita seja dinâmica e realizada com a integração do sujeito no seu mundo social. (FREIRE, 2000).

O desenvolvimento do projeto e dividido em duas etapas:

1ª etapa – partindo da necessidade de aprendizagem do aluno, é decidida no coletivo de professores a história a ser trabalhada e de que forma será apresentado o conto: através de teatro com a participação dos alunos, ou através de fantoches, ou através de desenhos.

2ª etapa - Partindo desse conto, os professores trabalham em sala de aula durante toda a semana, ou seja, há uma sistematização da história trabalhada sendo que a mesma é abordada em todas as disciplinas. Dessa forma além dos alunos passarem a ter contato direto com os livros e com a magia de ouvir histórias, eles constroem sua aprendizagem de maneira prazerosa.

O acesso ao aprendizado da leitura apresenta-se como um dos múltiplos desafios da escola e, talvez, como o mais valorizado e exigido pela sociedade. A leitura é um dos meios mais importantes para a consecução de novas aprendizagens, possibilita a construção e o fortalecimento de idéias e ações.

Desta forma se faz de suma importância a presença dos professores no que diz respeito a uma boa aprendizagem, vale ressaltar que para os alunos desenvolverem o hábito da leitura cabe também ao professor sempre buscar novas maneiras de interação com seus alunos na prática de atividades relacionadas ao gosto pela leitura.

A função da escola é ensinar, cuja concretização se dá no processo de aprendizagem e de apropriação de conhecimentos e habilidades acumulados na história da humanidade, bem como no de criação de novos conhecimentos que emergem dessas relações sociais, incorporados na história futura, por parte dos envolvidos – professores e alunos. Quando o ensino é concebido dessa forma, rejeita-se a visão de escola como simples transmissora de conteúdos prontos e acabados, desvinculados das realidades dos sujeitos e desprovidos de sentido e significação.

HISTÓRICO

 

O projeto teve início em 2009 partindo da necessidade de formar um espaço de leitura na escola, o qual funcionaria como os primeiros passos para a articulação no desenvolvimento educacional, uma vez que, a leitura nos revela diversas vantagens para nossas vidas, nos remete à transformações que acabam por nos guiar em diferentes espaços. Trata-se de uma atividade que desenvolve a capacidade mental propagando o interesse pelos textos e dinamizando o hábito da leitura.

O ato de ler tem a função de desenvolver a busca pelo saber oferecendo meios que seduzem o aluno e desperta no mesmo o desejo de conhecer.

Este trabalho, portanto, não tem perspectiva de término, uma vez que é um projeto que está dando certo e os alunos estão avançando na aquisição da leitura e da escrita de maneira significativa.

 AVALIAÇÃO

 

O processo avaliativo só tem significado quando realizado em função de todo o planejamento, articulado, principalmente, com os objetivos, reformulados sempre que necessário, tendo como principal alvo o comportamento do indivíduo. O que pode ser confirmado por Turra, (1975, p.224) quando diz que “a avaliação alcança seu significado maior quando realizada em função de objetivos”.

A avaliação do projeto acontece semanalmente nos coletivos da escola, onde cada professor tem a oportunidade de relatar quais foram os avanços e os entraves ao trabalhar com o texto, ou seja, ela acontece de forma contínua através do acompanhamento, observação e registro, considerando os aspectos afetivos, sociais, cognitivos e psicomotores e ao final de cada projeto, faz-se uma reunião para refletir sobre a realização do trabalho, uma vez que a avaliação é um processo de reflexão contínua sobre uma ação, em um contexto coletivo para compreender o específico, buscando mudanças necessárias no processo educacional, uma vez que o homem é um ser de vontade que se pronuncia sobre a realidade. Como ele não está indiferente ao mundo que o rodeia, ele cria valores e a partir deles estabelece objetivo a serem alcançados. Ele averigua permanentemente se o processo está de acordo com os objetivos que pretende atingir. É nisso que consiste a avaliação, que se mostra ao mesmo tempo como algo específico do ser humano e como processo imprescindível à realização do projeto de existência histórica do homem.

            De acordo com Luckesi (1995, p. 81) “avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que o mesmo possa avançar no processo de aprendizagem”.

A utilidade da avaliação é fornecer subsídios para a correção do processo em direção ao objetivo, e na escola, a avaliação deve significar precisamente o cuidado com a qualidade de ensino.

 

REFERÊNCIAS

 

BERNARDINO, Maria Cleide Rodrigues. A imagem do aluno leitor pelo professor: entre o discurso e a prática pedagógica. In: JUSTINO, Luciano Barbosa.

 

 

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam –  39 ed. São Paulo: Cortez, 2000.

 

 

KLEIMAN, Ângela B. (org.). Os Significados do Letramento uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, São Paulo: Mercado das

Letras, 1995.

 

 

LUCKESI, C. A avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

 

TURRA, C. M. Godoy et al. Planejamento de ensino e avaliação, PUC/ EMMA, Porto Alegre, 1975.

 


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