Dons espirituais: o falar em línguas e a profecia



DONS ESPIRITUAIS: O FALAR EM LÍNGUAS E O PROFETIZAR.

1. TEXTO = 1º Co 14.1: Segui a caridade (o amor) e procurai com zelo (cuidado) os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.

Nos capítulos 12 a 14 da 1ª Carta (Epístola) de Coríntios, o apóstolo Paulo dirige uma mensagem doutrinária à Igreja local, sobre a distorção que estava acontecendo no tocante aos dons espirituais. Vale ressaltar que existem dons naturais – inerentes ao ser humano – que podem ser adquiridos, desenvolvidos e aperfeiçoados, por exemplo: desenhar, pintar, desenvolver cálculos, construir alguma coisa etc. e dons sobrenaturais (espirituais) – concedidos e repartidos por Deus aos santos (separados) - pessoas que se renderam aos pés de Jesus Cristo, e buscam incessantemente se afastar da corrupção e sujeira praticadas no mundo (imoralidade sexual, prostituição, roubos, bebedeira etc.).

No capitulo 14, de uma forma especial, o apóstolo procura distinguir dois desses dons: o Falar em Línguas e o Profetizar. Parece que estava havendo uma disputa entre os cristãos da Igreja de Corintos (contenda), acerca de qual dos dois era o mais importante. O apóstolo começa no versículo primeiro, referindo-se ao amor (caridade), deixando bem claro ser um dos mais sublimes dons humano-cristão que deveria ser praticado cotidianamente.

No capítulo 13, desta mesma Epístola, ele enfatiza claramente a relevância desse dom, colocando-o como o melhor entre todos os demais dons:

1º Co 13.1: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor (caridade), seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, [...], e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria. [...]. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mais a maior destas é a caridade. (grifamos)

Portanto, posso ser um cristão com muita fé e participar de todos os trabalhos na Igreja ou na sociedade, mas se não pratico diariamente esse sublime e grandioso dom, de nada me aproveitará. Dito com outras palavras, eu posso perder minha salvação eterna: “Aquele que diz que Me ama, mas não ama o próximo, é pior do que o incrédulo” (....).

2. QUAL O PROPÓSITO DE DEUS AO CONCEDER ESSES DONS?

2.1 Aos Cristãos:

Um dos propósitos de Deus é para que seus seguidores usem esses dons para Exortar (advertir, alertar), Consolar (confortar) e Edificar (outros cristãos), tornando-se pessoas melhores. Os dons devem servir para fortalecer e promover a vida espiritual, a maturidade e o caráter santo dos cristãos. Preparando-os para melhor executar o serviço que Cristo confiou á Igreja visível que está aqui na terra.

1º Co 14.2-4: Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala língua estranha, edifica a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.

2.2 No Culto Público (visando o não Cristão):

 

O trabalho que é realizado na igreja e aberto ao público, deve ter como propósito: apresentar Jesus Cristo (e o seu Evangelho) aos visitantes, buscando como resultado levá-los à conversão ao cristianismo. Por isso, o falar em línguas estranhas neste trabalho, sem a sua interpretação, não surtirá o efeito principal: trazer novas almas para o aprisco de Deus.

Assim, se não houver interpretação de línguas neste culto público, pode produzir um efeito contrário (negativo); eles não irão entender o que está acontecendo e, com isso, podem se sentir menosprezado ou excluídos da assembléia (reunião de pessoas para adoração a Deus).

1º Co 14.5: [...]. E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação (grifamos).

Paulo coloca o dom de falar em línguas em igualdade de importância no trabalho cristão (culto público, evangelismo etc.) com o dom de profecia, somente se houver a interpretação do falar em línguas estranhas. Em caso contrário, a profecia deve prevalecer, tendo em vista que a mensagem profética é a confirmação autêntica da Palavra de Deus revelada aos homens.

Entretanto, para os cristãos presentes neste culto público, surtirá um efeito positivo, pois confirma a manifestação sobrenatural do Espírito Santo sendo derramado na Igreja (assembléia) e de que Deus está operando.

At 10.44-46: E, dizendo Pedro ainda estas palavras (profecia), caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.

Nota-se nesta passagem, que o apóstolo Pedro saiu de sua cidade – Jope, para ser usado por Deus para falar com pessoas de outra cidade – Cesaréia. Nesta reunião, Cornélio agrupou pessoas cristãs (da circuncisão) e não cristãs (gentios), sendo derramado entre eles a Shekynah, isto é, a glória visível de Deus habitando no meio do povo.

2.2.1 COMO SABER SE OS DONS ESTÃO OPERANDO NA IGREJA?

Um dos sinais característicos da atuação desses dons em qualquer Igreja Cristã ou Congregação se dará quando, no transcorrer do culto público ou em seu final, houver o convencimento do Pecado (de Cristão/Não Cristão), levando o pecador a ser desmascarado (uma revelação pessoal entre ele e Deus = intimidade), chamando-o ao arrependimento. A pessoa em pecado (cristão ou não), não terá qualquer dúvida de que Deus está falando diretamente com/para ele (a).

Jo 16.8-10: E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais. E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.

Nenhum homem recebeu da parte de Deus o dom especial de Revelação ou Leitura de Pensamento, para saber o pecado que habita no coração e na mente de qualquer outra pessoa. No entanto, somente o Pai Celestial tem a capacidade de sondar nossas mentes e nossos corações.

Sl 7.9; 139.1-4. Tenha já fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo, pois tu, ó justo Deus, sondas o coração e a mente. [...]. Senhor, tu me sondaste e me conheces, tu conheces o meu assentar e o meu levantar, de longe entendes o meu pensamento. [...]. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.

A Palavra de Deus (como a mais autêntica profecia), quando ministrada e impulsionada pelo Espírito Santo, pode penetrar na mente e no coração do homem, levando-o ao convencimento do pecado e, como conseqüência, ao arrependimento (mudança de atitude e de comportamento).

Hb 4.12,13: Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.

Portanto, busquemos como o fez Salomão, pedir sabedoria ao nosso Deus, para governarmos bem os Dons Espirituais que nos são concedidos, para que não venhamos a agir como meninos, mas como amadurecidos em Cristo Jesus e, com esta atitude, consigamos arrebanhar almas para o seu Reino.

                               Eduardo Veronese da Silva

Obreiro da Assembléia de Deus – Cariacica/ES

Professor da Escola Bíblica Dominical – EBD

Contato: [email protected]

 

 

 


Autor: Eduardo Veronese Da Silva


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