Perder o referencial



Perder o Referencial

Perder nem sempre é fácil. Ou melhor, nunca. Significa fracasso. Um fracasso que pode ser revertido. Desde que seja superado através de um ganho expressivo. Mas quando se perde um endereço, o que representa?

Para o escritor goiano, natural de Posse, Emílio Vieira perder um endereço é muito mais que perder um objeto. Representa perder um referencial. O escritor afirma que ao perder um endereço de alguém é como se a pessoa existisse, porém não a conhecemos. Pode falar sobre ela, o que fazia, de que gostava, mas não com ela. Isso faz com que a pessoa fica sobre efeito de lembranças. Vulnerável a um futuro incerto? Sim, caso o medo faz com que esta pessoa não se projete na busca por novas referências.

O referencial perdido não foi total. Pois na procura por novas referências, aquela perdida pode ser encontrada e vivida com muita intensidade, extrapolando todo relacionamento anêmico.

 

Ela sempre nos aponta para algo de extraordinário, algo de importante. É como uma seta, que aponta para um norte, porém quando não se tem uma referência, ou seja, não se tem nada apontando, podemos fazer recurso à frase poética: “Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.

Pode ser simples, mas é uma referência. Categoricamente os filhos que tiveram bons pais, vão ter, lógico, seu próprio pai como referência, uma pessoa que trabalhou e foi bem sucedida em seu emprego e depois de deixá-lo sempre o terá como referencia isso porque ela marca.

Por outro lado, aqui esbarra nossa reflexão, não simplesmente numa referência ao passado ou a um elemento de localização, mas também um referencial que nos possibilita fazer uma relação entre coisas.

Quando se perde um endereço de alguma pessoa perde-se a referência, contato, ou seja, não se tem mais algo que indica, perde-se a seta. Muitos homens e mulheres do século XXI já perderam seus referenciais, não se tem referência na política, não se deve mais acreditar nos governantes, não se acredita mais nas autoridades.

O homem, dia após dia, perde o seu referencial terreno, mais, eis que raia uma seta, um sinal que indica o homem de ontem, de hoje e continuará indicando os homens do amanhã, esta seta vêm através de uma instituição que se chama Igreja Católica, onde ela recomenda não excepcionalmente o papa, os bispos, os padres, mas indica a finalidade própria de sua existência: DEUS. Se perder o endereço de alguém já deixa o homem desnorteado, imagina, pois, perder a referência do seu próprio Criador!

Caro leitor, deixe de seguir as setas do mundo, as quais só indicam caminhos tortuosos: o roubo; uma política de compra e venda de votos, reformas de casas e outras aberrações eleitorais; homens e mulheres sem valores; desvalorização do matrimônio; aprovação do aborto; casamentos entre homossexuais e, por fim, onde se objeta a permissão da pena de morte. Isso tudo não mostra uma falta de referencial?

 

Pe. Joacir Soares d'Abadia, Pároco em Alto Paraíso-GO,

autor de 5 livros, bacharel em Filosofia e pós graduado em Docência do Ensino Superior e membro do Conselho de "Pesquisas e Projetos" da UnB Cerrado.

E-mail: [email protected]

 


Autor: Joacir Soares D'Abadia


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