Espiritualidade De Encarar As Nossas Diferenças



Espiritualidade de encarar as nossas diferenças

Tantos são gays. Também são trabalhadores, amigos, estudantes, leitores assíduos, apreciadores das coisas boas... São seres humanos. Ás vezes, perdido nos meus pensamentos, tenho a leve impressão de que eles não são bem aceito neste mundo... É! Parecem que é um tipo de gente rejeitada.

São resumidos a uma condição sexual, enxergados pelos trejeitos. Dizem que é pecaminoso, animal, infernal o que sentem, mas não vejo assim. Percebo amor como em qualquer pessoa; o anseio de serem felizes como todos; de terem alguém para compartilhar a existência. Agora me digam... Por que são diferentes? Por que eles têm que mudar? O erro não parte deles! Não são eles que discriminam e matam aos poucos pelas trincheiras que constroem. Não são eles que pregam o amor e o perdão a uns e o desamor e a condenação a outros. Não são eles que colocam palavras de fel na boca de um Deus que é puro amor transbordando por toda a humanidade. Eles precisam mudar ou somos nós que devemos rever os conceitos? É uma estupidez e insulto ouvir de tantos que anunciam a aceitação, palavras de acalanto a dizer que a vida seria mais fácil para os gays, se eles mudassem e não nós.

Ainda hoje matam diversos irmãos e irmãs nas forcas da intolerância, açoitando a carne e esquartejando a alma de homens e mulheres que simplesmente almejam viver uma sexualidade sadia. Despejam nos calabouços infectos heróis solitários, heroínas gigantes em nome de uma ordem, de uma moral, de uma religiosidade, em nome do que é certo. Meu Deus do que é certo! Onde vamos parar?

Qual a dificuldade de entender que a única diferença é porque não são heterossexuais. Dizem que são doentes, mas na realidade somos nós os adoentados – sociedade segregadora –, os causadores de toda dor com o falso-moralismo, puritanismo agudo e com a fogueira da inquisição a caçar as "bruxas".

Apesar de terem que arrastar este peso de "abominação" e "pecado moral", apregoado por vários segmentos da nossa sociedade, sociedade considerada protótipo do celestial, tenho certeza de que os gays têm orgulho de pertencer a um grupo de guerreiros e guerreiras que estão lutando para reeducar gente ignorante e assassina. Reunindo forças para mostrar que ser diferente ou estranho não é ruim, nem doentio, nem pecaminoso, e sim de que é possível viver uma fé pautada na liberdade oferecida por uma espiritualidade sincera e não hipócrita.

Recordo-me de certa feita ter lido um comentário do Teólogo Leonardo Boff que dizia: "Se a relação for de amor, é algo tão profundo que tem a ver com Deus." Portanto,toda forma de amor é licita... Na união de um homem com uma mulher; entre duas mulheres ou entre dois homens se existir amor, Deus aí está! Digo a você que olha do alto e de longe... Não é espiritualidade julgar pelas aparências, reafirmando estigmas que ferem e incriminam, estampando rótulos que marginalizam e desvalorizam. Não é espiritualidade reduzir alguns pelas tendências, então se não quer aplaudir, não ria, mas acolha na sua diferença. Quem tem ouvidos, ouça!


Autor: ANTÔNIO SOUZA


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