A bactéria no intestino do verme, nas fezes do cavalo do bandido, no vale do mal
“Eu acredito que você pode conseguir tudo o que quiser na vida,se ajudar um número suficiente de pessoas a conseguirem o que elas querem para suas vidas.” (Eu Chego Lá - Zig Ziglair - Record)
Zig Ziglair
Muitas vezes na vida, apesar de todos os esforços em elevarmos nossos espíritos, nos sentimos inferiores à bactéria, que fez sua morada no interior do intestino do verme, que se alojou nas fezes do cavalo, do mais infame dos bandidos, que vive sem destino, no vale tenebroso do mal. Poxa! Você foi fundo. Talvez sim, talvez não. Quem algum dia não se sentiu assim, parte de um poviléu, da plebe, da ralé, da escória?
Em tempos modernos, de Prozac, de análises, de psicoterapeutas, de psicólogos, de psiquiatras, o diagnóstico pode parecer simples: Depressão; Distúrbio Bipolar;Transtorno Obsessivo Compulsivo, etc. Fluoxetina nele, Sertralina nele, afirmam os especialistas. Será? Será esta a solução? Será este o diagnóstico correto? Não serão eles os anormais.
Mas e o amor? Não o amor Eros. Mas sim o amor Fraterno, o amor de irmãos, o amor de amigos. O amor que Jesus disse que teríamos que ter pelo nosso próximo. Onde está?
O que nos impede de externarmos o nosso amor pelo próximo, por nosso semelhante? O que nos impele à acomodação, à passividade diante da dor da solidão, da dor emocional de nossos semelhantes? Ou perguntaremos como perguntaram a Jesus, quem é o meu próximo? Não sabemos quem é o nosso próximo? Quem é o seu próximo? Quem é o meu próximo? O que temos feito por eles? Muito? Pouco? Quase nada? Nada? O suficiente? Quanto é o suficiente? Mas dirão: meu próximo é mal-humorado, louco, pobre, preguiçoso, vagabundo, vadio, não nos faltarão adjetivos parta justificarmos nossa falta para com o nosso próximo.
O que nos falta é lermos a Bíblia. Ler as palavras do Sermão da Montanha. Todo ele. Completo. Vivemos em uma sociedade em que nos preparamos anos antes para assistirmos à Copa do Mundo de Futebol, colocamos dinheiro nesta brincadeira. Mas, uma palavra, um presente para um amigo, um familiar, um torpedo, um e-mail, uma carta, um telefonema demandam um desgaste acima das nossas posses, das nossas forças, dos nossos recursos.
Estas palavras são antes de tudo para mim. Não são diretas ou indiretas para a pessoa A ou a pessoa B. São frutos de minhas reflexões, de minhas experiências, de minhas frustrações com os seres humanos, do meu ceticismo com a humanidade, com os que estão distantes e principalmente com os que estão próximos. Os do presente e mais ainda os do passado. Sumidos. Desaparecidos. Por isso, não se sintam atingidos, ofendidos, magoados, apenas reflitam.
Tenho enterrado, sepultado conhecidos, parentes, fisicamente e na mente. As vezes não tenho podido fazê-lo pessoalmente, por causa da distância, mas tenho sabido de suas mortes. Mortes físicas. Mortes espirituais. Tenho lamentado muitas mortes. Tarde para fazer alguma coisa. Tarde para falar alguma coisa. Precisamos fazer alguma coisa, falar alguma coisa, falar do amor, antes de falar da morte. Antes da Morte. Nosso próximo nos espera.
A Morte não espera, não dá sinais.
A Morte não traz. A Morte somente leva.
Autor: Hamilton Aparecido Pipoli
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