Dissertação sobre ascensão social e educacional das empregadas domésticas no Brasil



DISSERTAÇÃO SOBRE ASCENSÃO SOCIAL E EDUCACIONAL DAS EMPREGADAS DOMÉSTICAS

 

Autor. Cláudio Nogueira Fagundes

Graduando do 3º ano do Curso de Direito.

 

Pesquisas recentes demonstram uma grande transformação no tocante aos empregos de domésticas em lares brasileiros. No passado, a área doméstica era marcada grandemente por profissionais analfabetos e pobres.

 É notório e em face da grande escassez de mão de obra doméstica, onde a procura da mão de obra, pela primeira vez no Estado Brasileiro conseguiu ultrapassar a oferta. Veja, isso é devido ao grande avanço da sociedade ligada a essa profissão.

 Nos últimos 4 anos, houve uma grande queda no número de trabalhadores domésticos à disposição do mercado, número preocupante e expressivo, pois chega a 19% em todo território nacional. Este índice corresponde a um número exorbitante que chega a 1.1 milhão de trabalhadores intrinsecamente ligados à área, pensando nos números, fazendo um comparativo com o ano de 2007 que chegou a 6,7 milhões de empregadas domésticas.

 José Pastore, discorre que: “em face do grande número, as mulheres donas chefes dos lares brasileiros estão preocupadíssimas, pois não conseguem contratar pela ausência de mão de obra no mercado”.

 No Brasil, o índice de trabalhadores que desempenham funções de empregada doméstica chega a 6%, na França 2,5% e no Canadá corresponde a 0,4%.

 Aquela empregada doméstica que conhecíamos não existe mais, nos dias atuais, as empregadas não ficam a disposição durante todo o dia, não dormem mais no local de trabalho. Hildete ensina que “30% das domésticas brasileiras são diaristas”. Toda esta evolução ou ascensão é devida ao grande desenvolvimento econômico e educacional do estado brasileiro, onde permite de uma forma ampla e plausível o oferecimento educacional que fomenta os profissionais domésticos a estudar e formar-se em cursos técnicos e graduações, visando um reconhecido e bem remunerado lugar no mercado de trabalho.

 Com o grande crescimento educacional, econômico e através dos programas e incentivos do governo, na atualidade tornou-se muito mais fácil à entrada das domésticas á faculdade. O reflexo das atitudes do Estado surtiu efeitos no campo privado, onde as universidade e faculdades começaram a oferecer bolsas ou descontos para aqueles que comprovem necessidade de subsídios. O grande favorecimento educacional trouxe ao Estado fundamentalmente no campo das atividades domésticas um vasto “buraco” que está dificultando muito a vida das donas de casa.

 O posto de empregada doméstica na antiguidade era preenchido na sua maioria por meninas moças que abandonavam a vida no interior do Estado para apostar numa ascensão profissional nas grandes metrópoles. Na maioria dos casos, elas eram filhas de empregadas domésticas, e iniciavam a vida profissional da mesma forma que a ascendente.

Com o advento do crescimento e desenvolvimento econômico, surgiram novas profissões que são mais tranqüilas e suaves, pensando no serviço braças da doméstica é claro! A maioria das jovens da classe menos favorecida entre 18 a 25 anos, iniciam a vida profissional atuando como vendedoras, auxiliar administrativo, telefonista, telemarketing, etc... Essas profissões são como degraus em uma longa escada profissional que as levará à ascensão profissional. Os índices pesquisados demonstram números que descrevem como a sociedade atual procura na educação uma forma importantíssima para o crescimento profissional.

 

No ano de 1960, cada adulto dentro no nosso Estado tinha em média 1.8 anos de estudo, levando em conta toda a sua idade. Nos dias atuais, temos na sociedade economicamente ativa, um número de 7.2 anos de estudo. É explícita a grande importância que a educação exerce no meio social, ela é a base, o cerne, a coluna para ancorarmos e alcançarmos posições melhores no mercado competitivo.

 

Em face da grande necessidade de mão de obra doméstica, profissionais de outras áreas estão migrando para atender a procura, e isso traz ao bolso dos patrões um alto índice que reflete fundamentalmente na folha de pagamento. Pelo fato da necessidade, a mão de obra torna-se muito mais cara e difícil.

 Pesquisas realizadas pelo Data Popular indicam um crescimento de 43,5% na remuneração desde o ano de 2002 comprando com a renda do trabalhador comum. Esta presença maciça se dá a partir da década de 70, onde a mulher foi abraçada pelo mercado de trabalho e se vê necessitada de uma pessoa capaz de dar continuidade nos afazeres domésticos do lar.

 Nas entrelinhas deste texto, cheguei a uma conclusão: “há uma grande evolução das empregadas domésticas no país, e isso é devido ao desfavorecimento e não reconhecimento sofrido pela classe em tempos passados pela própria sociedade sobre a importância desse profissional na vida estatal”. A falta de reconhecimento levou a empregada doméstica a buscar horizontes novos onde a valoração social e monetária da sua mão de obra é clarividente.

 Mas diante disso, é notória a grande importância desta profissional no seio do Estado, e para chegar a esse reconhecimento, foi necessária a imposição de novos hábitos e regras nos lares brasileiros, pois os afazeres domésticos são extremamente árduos e para senti-los, é necessário experimentá-los.

Bibliografias: 

A ESCALADA DAS DOMÉSTICAS, Autor Gabriela Carelli, Demografia, Editora revista veja, mês 10/2011, SP.

http://noticias.r7.com/economia/noticias/domestica-vira-artigo-de-luxo-no-mercado-de-trabalho-20110203.html

http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/01/por-que-empregada-sumiu.html

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Autor: Claudio Nogueira Fagundes


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