Ética a Nicômaco
UMA POSIÇÃO REFLEXIVA SOBRE ETICA A NICÔMACO NO PRIMEIRO CAPITULO
No capitulo I da ética a nicômaco Aristóteles define em minuciosos detalhes qual o fim ultimo de nossas atitudes a ações, ou seja, o filosofo busca explicitar o sentido de cada ato humano e esclarece qual a virtude mãe de todas as virtudes e que o homem não faz nada em vão, como fazer por fazer. O fato é que, o filosofo afirma em seu livro a ética a nicômaco, que “toda arte e toda investigação, assim como toda escolha tem em mira um bem qualquer; é por isso foi dito com muito acerto, que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem”, assim o filosofo afirma que nenhum ato humano é feito aleatoriamente e que embora haja atividades diferentes afim das ações também são distintos concomitantemente com seus correspondentes atos.
Para Aristóteles, todo fim que é buscado pela coisa e no interesse dele é inútil, assim este fim nos conduziria a repetição infinita, o certo é que a busca do fim, dar-se pelo bem e sumo bem que é o fim desejado e a priori aos nossos anseios. E o filosofo compara nossos atos como um arqueiro que tem um alvo a atingir, e quando nós não acertamos com facilidades aquilo que nos cumpri a alcançar. Então, passaremos a procurar dentre as ciências ou faculdades que constitui o objeto e certamente a arte mais prestigiosa que é a política. E como arte mestra é ela que determina quais as ciências devem ser estudadas num estado, de modo que todas as outras estão submissa a ela, e certamente como ele afirmara antes aqui reafirma-se que a finalidade dessa ciência abrange todas as outras e seu fim supremo é o bem humano. E embora esse fim seja tanto para o individuo como para o estado, o deste último é mais completo e vasto, que busca atingir suas metas e preservá-las-a.
O certo é que o termo política e sua denominação da concepção aristotélica entendem-se como a ciência política que estuda o fenômeno das relações humanas e que distingue o bem do mal na sociedade, ou seja, na cidade-estado, de modo que, o fenômeno político estudado pela ciência política é fruto das convenções sociais e não da natureza. E o filosofo, afirma ainda que o homem culto da sociedade ou cidade-estado é aquele que busca a precisão das coisas em cada gênero, ato que dar-se na medida em que admite a natureza do assunto em sua inteireza, só que “o homem que foi instruído a respeito de um assunto é bom juiz nesse assunto, o homem que recebe juiz sobre todas as coisas é bom juiz em geral”. Com tal afirmação, o filosofo explicita que embora seja necessário que o político seja versado em vários campos da natureza e deve ser um juiz no campo da política, porque na ciência política o que se tem como fim não é o conhecimento, mas a ação. No parágrafo IV, do livro já antes citado o filosofo retoma sua reflexão que ela já especulara antes, e reforma sua afirmação de que todo conhecimento e trabalho visam a algum bem e que a ciência política é a capaz de alcançar o mais alto dos bens pela ação. De tal forma que “os homens de cultura superior afirmam ser esse o fim, a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. O filosofo parte da mesma concepção de Platão ao indagar se para adquirirmos o conhecimento “nossos caminhos parte dos primeiros princípios ou se dirigem para eles?” e afirma, devemos partir pelas coisas que são conhecidas a nós, e para alcanças as virtudes é preciso ser educado nos bons hábitos e ter abertura para ouvir o que é nobre e justo. Como afirmara Hesíodo: "Ótimo é aquele que de si mesmo [conhece todas as coisas; Bom, o que escuta os conselhos [dos homens judiciosos. Mas o que por si não pensa, nem [Acolhe a sabedoria alheia, Esse é, em verdade, uma criatura [Inútil." Embora isso, seja ignorado pelos homens de conhecimentos elementares, sendo que estes têm como felicidade o gozo dos prazeres. Ora, o bem humano para o filósofo, ou seja, do homem, é uma atividade da alma e que realiza em sintonia com a virtude e se este possui mais de uma virtude, então este aperfeiçoa-se. Nas palavras de Hesíodo o filósofo deixa claro que o homem instruído por si mesmo é um bem, mas na medida em que este se enobrece com tudo o que encaminha-o para a virtude, então, este estar mais próximo da felicidade perfeita. Fato que, não ocorre com o homem ignorante, este não tende a perfeição e de fato este não é útil para as atividades políticas pela razão de não trazer o bem comum aos outros. E Aristóteles enfatiza ainda acerca do uso da virtude usada por ambos e sua finalidade fazendo a seguinte afirmação: Poder-se-ia mesmo supor que a virtude, e não a honra, é a finalidade da vida política, mas também ela parece ser de certo modo incompleta, porque pode acontecer que seja virtuoso quem estar dormindo, quem leva uma vida inteira de inatividade, e, mais ainda, é ela compatível com os maiores sofrimentos e infortúnios. Assim é de valia importância ressaltar, que para o filosofo honra e virtude são distintas, sendo ambos os homens tanto o instruído nas ciências quanto o aquele de conhecimentos rústicos podem possuir a primeira, e sendo assim estar torna-se incompleta por ela em si mesma não saciar todo o vazio buscado desde então. O fato é que o filosofo recorda a filosofia pitagóricos de que o critério para buscar o bem e alcançá-lo é preciso conhecer, argumento que entra em choque com as ciências que embora busque algum bem, mas para atingir seus fins deixam de lado o conhecimento do próprio bem. Mas o filosofo acredita que nem mesmo os artistas podem abrir mão de algo tão precioso quanto o “bem em si”, de fato o filosofo convence-se de que determinado fim só pode ser alcançado pelo habito e busca constante.
Em suma. Para Aristóteles no primeiro livro da ética a nicômaco as virtudes são distintas, assim como os bens buscados em todos os atos, ações e investigações humanas, e ainda, as virtudes podem ser divididas em virtudes intelectuais e morais, nas primeiras podem considerar a sabedoria filosófica, a compreensão, a sabedoria pratica; e quanto as segundas temos a liberalidade, e a temperança. O fato é que, tanto o temperante quanto o sábio, são dignos de notas, mas quanto aos hábitos dignos de louvores também chamaremos de virtude.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ARISTOTELES. Ética a nicômaco.São Paulo:Abril Cultural.1984 (coleção os pensadores)