Reconciliação



 

Para que possamos nos reconciliar com aqueles com os quais devemos nos  reconciliar para um relacionamento feliz e harmonioso, é necessário, antes, estarmos reconciliados com Deus. 

Quando o apóstolo Paulo afirmou em II Cor 5.17 que em Cristo, convertidos a Ele, e estando nEle, somos novas criaturas, ele se referiu logo adiante nos versos 18 a 21, que a causa desta nova natureza e condição foi a reconciliação com Deus, como lemos em II Cor 5.18-21:

 “18  Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,

19  a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.

20  De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.

21  Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.”   

 Assim, se o marido necessita se reconciliar  à sua esposa, ou vice-versa, estes, devem, antes, serem restaurados na sua reconciliação com o próprio Deus, produzindo frutos dignos de arrependimento, que os conduza a caminharem na luz de Jesus, que é a única forma de terem comunhão, e os seus corações efetivamente reconciliados em amor e respeito mútuos.

Tentar fazer isto, fora de Cristo, será o mesmo que colocar remendos num tecido velho e desgastado.

É preciso fazer tudo novo em Cristo, numa restauração que não consista em colocar-se remendos, mas fazer com que todas as coisas sejam renovadas pelo Senhor.  

Lembremos que Deus não imputa o pecado onde houver sincero arrependimento por meio da confiança no trabalho da graça de Cristo para transformar todas as disposições do nosso coração em disposições santas e justas.

Para o propósito da reconciliação do pecador ofensor com o ofendido, santo e justo Deus, Jesus se tornou o Mediador, e o nosso Advogado, por ter se oferecido como sacrifício por nós, colocando sobre Ele o pecado de todos nós, para que pela fé nEle e no seu sacrifício em nosso lugar, fôssemos feitos justiça de Deus.

 Foi o próprio Senhor Jesus Cristo que apareceu ao apóstolo Paulo no caminho de Damasco, e que lhe revelou a eficácia do Seu poder transformador e habilitador para que Paulo pudesse se tornar a partir de então, amigo de Deus, e o Senhor, seu amigo. E além disso lhe chamou para ser ministro da mesma reconciliação que ele havia experimentado.

Por isso afirma que tinha muita ousadia em anunciar a mensagem de reconciliação do evangelho porque fora comissionado para ser embaixador de Cristo na terra, de modo que era o próprio Deus que exortava através dele a todos em todos os lugares para que atendessem ao convite da reconciliação feito pelo Espírito Santo, através de Paulo, aos seus corações.

É importante observar que o apóstolo rogou aos próprios crentes de Corinto que se reconciliassem com Deus.     

Já não haviam sido reconciliados por meio da fé em Jesus?

Sim.

Mas se faz necessário que esta posição de reconciliação seja mantida por um viver em retidão, arrependimento e fé. 

Daí a exortação do apóstolo feita aos próprios crentes.

Assim, se alguém tem pecado contra Deus e contra o seu próximo, é necessário que lhe estendamos o mesmo convite de reconciliação feito por Paulo.

Afinal,  há eficácia no poder do Senhor em restaurar e tornar novas todas as coisas nas vidas daqueles que confessam os seus pecados e que fixam o propósito de Lhe serem agradáveis em tudo.    

E mais do que isso, nosso  Senhor conquistou para os que estão ligados a Ele, pela fé, uma salvação segura e eterna, que não pode ser perdida.

Há uma figura maravilhosa no Velho Testamento, dada pelo próprio Deus com o propósito didático de nos ensinar esta verdade, antes que ela se cumprisse em Cristo, a saber, a firmeza, segurança e eternidade que há em nosso Senhor Jesus Cristo e no Seu sangue, que Ele derramou por nós na cruz.

Então vejamos:

Somente ao sumo-sacerdote de Israel, dentre tantos sacerdotes, era permitida a entrada no Santo dos Santos do tabernáculo terreno, uma única vez por ano, e não sem o sangue do sacrifício que deveria ser aspergido sobre a tampa da arca da aliança, para que os pecados do povo de Deus pudessem ser perdoados por mais um ano.    

Isto indicava que somente nosso Senhor Jesus Cristo, que é sumo-sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque, não de um tabernáculo terreno, mas do celestial, poderia entrar no Santo dos Santos do céu, para fazer expiação pelo pecado de todo o povo de Deus, de uma vez para sempre, pela oferta não de sangue de animais, mas do Seu próprio sangue que havia derramado na cruz.

Ele entrou além do véu que separa o Lugar Santo, do Santo dos Santos celestial, no qual Deus Pai se encontra juntamente com os querubins, e por isso, estes também estavam representados em figura no tabernáculo terreno.

E ali, fixou a esperança da nossa salvação como uma âncora segura e firme, que penetrou além do véu, ou seja, a nossa salvação está ancorada pelo próprio Senhor, no Santo dos Santos celestial, como se afirma em Hb 6.17-20.

Então, o plano de Deus na nossa salvação está firmado na imutabilidade do seu propósito, segundo a Sua promessa feita a Abraão, para que tenhamos forte alento e certeza da segurança eterna que temos em Cristo, conforme se lê também em Hb 6.17-20.    

 Assim, quando a Bíblia fala em reconciliação por meio de Cristo, está se referindo não a algo passageiro ou que possa ser destruído, mas a algo firme, eterno e seguro.

Estaremos assim, ainda inseguros ou desinteressados em tal reconciliação, que é um assunto de morte ou de vida?

O que escolheremos: a morte espiritual eterna ou a vida eterna que está em Cristo Jesus?

Se queremos a vida, sejamos então humildes de espírito e façamos uma confissão sincera dos nossos pecados ao Senhor, com a firme esperança de que seremos ouvidos, lavados e curados.    

 

Pr Silvio Dutra


Autor: Silvio Dutra


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