Remédio Antimonotonia Parte 5 – Felizes são os cegos.



Parte 5 – Felizes são os cegos.

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 Todo esforço em prol de uma ordem social justa e horizontal em igualdade, esbarrará em uma repressão brutal, oriunda da defesa da manutenção do atual estado de coisas. Defesa dos contracheques dos políticos, defesa dos lucros das empreiteiras, defesa do nepotismo politico. Defesa da gratificação gerada pelo consumo do supérfluo, das viagens de férias da realidade, dos fins de semana de churrasco com cerveja na Lage. A possibilidade comprar um pote de palmito no mercado no fim do mês, reformar a casa já que avida não muda... É isto que protegemos estas gratificações que são a expressão do prazer libidinal arquetípico sublimado pelo consumo que consideramos felicidade.

 A organização em classes de consumo nos impede de enxergar o diferente, pois sua mera existência deflagrará a ilusória sensação de felicidade social, ou seja, na ordem social presente só é feliz quem aprendeu a ser cego para as necessidades do próximo.

Cria-se a comissão ante samaritanos que objetiva trancar e torturar todo e qualquer um que seja pego em ato ou na eminencia do ato de se dedicar a uma causa que resultará em ganho efetivo no processo de mudança social. Se você quiser pode fazer caridade, que não dá em nada mesmo, mas este negócio de pensar e ensinar a pensar não pode não, está proibido de pensar. E para ler somente sob vigilância.

Só pode ler troços do tipo: “casais inteligentes enriquecem juntos”, ou: “filhos inteligentes enriquecem com a morte dos pais”, ou qualquer lixo da Editora Sextante.  

No impulso de ignorar esta realidade você pode se cercar de “iguais” na escala de consumo com o intuito de anestesiar-se com colírio ideológico, mas a nossa capacidade de ver a realidade social reaparece quando andamos nas ruas.  Ao consumimos com os olhos com a boca com os ouvidos com as mãos com o olfato a miséria que nos cerca tão de perto temos um relance de sensação de que isto não devia ser assim, deve haver algum lugar sem escravidão.

 Nem sempre percebemos que estamos consumindo, pois condicionamos consumo com compra, o que é um erro. Andar pelas ruas é o nosso remédio antimonotonia.

 Como um traficante, a indústria dos sonhos de consumo supérfluo, libera a primeira dose de graça pelos meios de comunicação criando a classe dos que consomem e dos que sonham que consomem. Ambas são egoístas e incapazes de enxergar o fracasso da felicidade.

 Da mesma forma o remédio é dado de graça quando você para de olhar para os iguais e passa a enxergar os diferentes. Consume de graça e se vicia em se importar com a triste realidade do próximo.

 Quando você se ocupa em buscar uma saída definitiva ou somente um bálsamo provisório:

  “Se não posso curar hoje, vou apenas consolar. Se não tiver o que dar ofertarei apenas seu amor. Construindo um caminho a cada dia buscando uma saída deste labirinto”. Assim você fica menos hipócrita, menos alegre e menos anestesiado.

Não queremos um mundo melhor queremos um mundo que não seja cego! Se pudéssemos enxergar por baixo do lençol da hipocrisia teríamos a noção exata do problema, o caso é que nossa visão é parcial quando existe. Na maioria do tempo somos felizes e cegos, cegos e felizes.

E olhou Deus para o mundo e viu que estava uma M@#%&.


Autor: Rafael Da Silva Tinoco


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