Remédio Antimonotonia Parte 6 – O paradigma final



Parte 6 – O paradigma final

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 O paradigma que está imposto é simples: ou seremos felizes coletivamente ou teremos prazer. Na medida em que conhecermos formas externas de concretização dos impulsos interiores, perceberemos que, a ação de concretizá-los, não implica em satisfação plena de felicidade, mas somente em dar vasão aos impulsos primitivos e por isso não devemos chamar a isto de felicidade.

 Nem devemos dizer que quando desejamos algum bem individual estamos buscando a felicidade, pois isto seria um equivoco.

 Vivenciamos somente uma contemporização destes instintos que ressurgirão, em breve, com outro objeto de satisfação externa que necessitará de mais uma carga de esforço inútil, porém lucrativo, para a sociedade industrial contemporânea.

  A partir desta reflexão podemos deduzir com facilidade que o estado de insatisfação constante que nos acompanha através de seus sintomas sociais como violência e insegurança são frutos do fracasso da sociedade de consumo em atender a demanda de toda a comunidade humana.

 Substituir o desejo de prazer pelo imperativo de felicidade associado ao consumo de supérfluos e nos organizar entre classes de iguais foi à maneira encontrada para imobilizar-nos em prol de seus objetivos.

 Convencer-nos de que prazer e felicidade é a mesma coisa, confundindo o coletivo com o particular com o intuito de desarticular os grupos para impor sobre nós um principio ideológico de repressão do prazer em nome de uma existência ascética, que é boa para nós e não para eles é chamado de religião.

 Escravizar-nos sob um sem número de calmantes e analgésicos sem falar da terapia, sendo que a condição de liberdade do estado de exilio de si, sempre esteve diante de nós é ainda a melhor maneira de lucrar e manipular as pessoas.

 Não sou eu que tenho que me culpar ou purgar, nem de pagar nenhum carma, pois minha liberdade é interior, imediatamente após a tomada de consciência da minha responsabilidade como ser pensante no presente e não com dívidas do passado.                       Culpe-me pela minha vida, não pela dos outros.           

  Contudo, a impressão que tenho é de sempre ouvir variações do mesmo som.

A mesma conversa repetida por diferentes bocas em diferentes canais, mas a conversa é sempre a mesma.

Isto é monotonia: a extrema falta de opção de pensamento. Para todos os lados que se olha estão pensando e dizendo a mesma coisa, uma chatice constante.

Monotonia: Mono = único + tonia = som.


Autor: Rafael Da Silva Tinoco


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