Mas... e o amor?



Mas..., e o amor?

Entre tantos valores sobressaltados na sociedade atual, é preciso não esquecer o principal que é o amor do qual principia todas as virtudes. Porém com o advento do modernismo consumista em que tudo transita numa velocidade frenética competindo com o próprio tempo, o termo amor vem ganhando uma conotação um tanto equivocada e em tantos casos sendo confundido como sinônimo de sentimentalismo, paixão, romance e até mesmo com sexo.

Mas afinal, o que é o amor?

À medida que o homem consegue superar seu ego, freando seus desejos e paixões, numa ânsia elevada de esvaziar-se de si mesmo, vai conquistando a maturidade da qual o amor necessita para instalar-se e agir no ser. Amor não combina com egoísmo com satisfação própria. Antes de tudo é enlevo, doação, comunhão; é perdão. Assim sendo para que o homem acolha este nobre sentimento necessita conquistar a singular experiência de entrega e doação que gera paz e harmonia. É como disse certa vez Pitágoras: “Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo”.

É ele, pois, um sentimento caro que enaltece, quebra as barreiras do orgulho, da irreverência. Somente o amor verdadeiro constrói a si e ao outro, além das pontes que a vida necessita para acontecer, pois nele perdura a experiência do fundir-se na busca de uma completude já que  não suporta isolar-se. Assim laços são firmados e considerados.

Uma sábia definição para o amor nos foi dada por São Paulo ao citar: “O amor é paciente, é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante nem escandaloso. Não busca seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará.” (I Cor.13,4-8a). Quanta profundidade! É o próprio Deus que se faz presente em todo aquele que em si traz tais virtudes.

Paradoxos do amor

Sendo este o valor maior enaltecido pela literatura das mais diversas formas que permite aos seres amantes e amados a possibilidade do encontro gerando vínculos sem aprisionamentos nem esfacelamentos da união, com ele também nasce o poder do fascínio que gera o cativeiro expresso através da ação de um sobre o outro. Em Luiz Vaz de Camões se vê claramente os paradoxos do amor através do poema: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer”...

Os sentimentos aprisionam, mas também libertam. É essa ambiguidade semântica que faz do amor um elo de união entre as pessoas, mas também que as individualiza em sua subjetividade. Urge que se descubra o verdadeiro sentido do amor para que barreiras sejam ultrapassadas e batalhas encerradas. Só assim se desfrutará de uma sociedade sóbria sem violência. O mundo necessita de amor, pois somente este é capaz de desatar os nós da opressão.

Valdina Germano Soares

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Autor: Valdina Germano Soares


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