Como Compreender as Ideias de Plotino



Plotino. 

Nasceu no Egito, foi educado segundo a tradição do pensamento Grego, particularmente da filosofia helênica, mas tarde estabeleceu definitivamente em Roma.

 Viveu num período de muita perturbação social e político, com a divisão entre os impérios oriental e ocidental. Logo em seguida o desenvolvimento da sociedade feudal.

Foi considerado academicamente como último grande pensador da denominada era romana. Sua grande fama em razão de ter elaborado com eficiência o desenvolvimento da filosofia de Platão.

 Tudo que se sabe é   que Agostinho conheceu Platão através do trabalho elaborado por Plotino, não ao contrário, como comumente é defendido.

Posteriormente, o que fez, ficou conhecido como neoplatonismo, entretanto a sua filosofia sofreu profundas influencias do pensamento de Aristóteles, como também dos estoicos romanos.

Na verdade suas várias obras foram reunidas e publicadas por um dos seus discípulos, Porfírio com o título, As Eneadas, cuja origem epistemológica é grega, significado determinado pelo número nove, em consideração de haver nove capítulos em cada livro.

A sua filosofia de certa forma é combinada com o elemento  místico, isso não significa que fosse cristão, mas influenciou de forma decisiva a teologia cristã, particularmente na pessoa de Agostinho, que chegou ao conhecimento do pensamento de Platão por meio da elaboração filosófica desenvolvida por Plotino, razão do surgimento da Escola Patrística.

Plotino acreditava em um trio para formulação do pensamento como teoria do conhecimento, os quais são denominados, o Um, o Intelecto ou razão e a alma.

 No entanto, esse conceito muito diferente daquilo que fora proposto pela trindade, sua trilogia sempre esteve no mesmo estágio de significação para o entendimento de qualquer objeto material, análise do mesmo na sua realidade histórica, ou seja, do tempo formulado.

Aquilo que denomina de estágios sucessivos ou determinações para ação do ser possivelmente contemplativo.

 O conceito Uno, em referência a Platão significava etimologicamente apenas o bem, posteriormente transferido para teologia católica como único Deus.

 É uma realidade quase inefável e mística, mas existe um erro fundamental da tradução do grego para o latim, a mudança do significado do conceito, o que passou a ser na etimologia,  o conceito de Uno,  como ideia de Deus, isso na historiografia Agostiniana.  

Depois do Uno, vem o significado do Intelecto, que em grego significa Nous, que corresponde ao conhecimento intuitivo.

 O Intelecto ou a razão é muito difícil de ser traduzido o seu sentido da etimologia grega, Plotino desenvolve algumas analogias necessárias ao seu entendimento, uma delas, o Intelecto é como a luz do sol que ilumina a possibilidade de ver, pelo qual o Uno se contempla o bem.

Com efeito, o Intelecto é como a fonte dos arquétipos das formas capazes verem em Platão, das chamadas coisas matérias, como cópia da verdadeira realidade extrassensorial.

Uma ideia importante em Plotino, o pensamento e o objeto, são unidos no Intelecto, não existe essa dicotomia no campo observacional empírico.

 Posteriormente, formulado ao movimento cartesiano. Não existe a clássica divisão entre sujeito e objeto, entre quem percebi e o percebido.

O outro fundamento, para o entendimento da sua epistemologia, refere-se em especial a questão da alma, que corresponde ao pensamento racional ou que faz parte da ordem do discurso.

 O que foi mais tarde confundido teologicamente por Agostinho e principalmente, Tomás de Aquino, como uma realidade separada, a  alma antes era mais um efeito de linguagem, na nova etimologia, algo que possibilita continuidade a pessoa.

Existe uma divisão criada por ele, herdada da filosofia grega, aquilo que se chama de alma superior voltada para dentro do homem, olhando em direção à felicidade, cujo conceito na época era denominado do bem.

 A seguinte classificação do conceito, que se entende, a natureza inferior da alma, voltada para fora do homem, o que se chama a parte inferior da natureza.

É o entendimento do mundo da natureza, ou denomina-se a preocupação do mundo dos objetos, daquilo que seria  cópia para Platão.

Ambas as formas das almas estão dentro de nós, de cada ser humano, compete a cada um fazer suas escolhas.

 A preocupação com o nível inferior do corpo verifica-se apenas a imperfeição do mundo ou contempla a perfeição do mundo pela realidade superior do intelecto.

 O  que corresponderia o mundo das formas e não das cópias, aquilo que é por natureza empírico ou seja a parte inferior do intelecto.

No entanto, o eixo para compreender Plotino, está na lógica da compreensão dos três níveis de realidade, o Uno, o Intelecto, e a alma.

 Projeções lógicas ou níveis de contemplação de uma realidade singular, e não realidades do vir a ser, que poderia ser denominado de movimento de Heráclito, mas o que é negado.  

O tempo somente é criado para contemplar o divino, ou seja, a natureza do bem, uma vez que a natureza é imperfeita. De acordo com Plotino a alma inferior da existência material,

Não é capaz por meio do Intelecto, contemplar as formas perfeitas, mas indiretamente procura compreender por meios de objetos.

 Fragmentados percebidos pela sucessão de momentos inadequados a natureza das cópias, ou seja, o mundo extrassensorial, aqui reina tão somente o mundo do engano projetado natural na mitologia metafórica das cavernas.

Edjar Dias de Vasconcelos. 


Autor: Edjar Dias De Vasconcelos


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