A CONTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA SOCIALIZAÇÃO DURANTE A SEGUNDA INFÂNCIA.



A CONTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA SOCIALIZAÇÃO DURANTE A SEGUNDA INFÂNCIA.

 

Amanda Aparecida Lemes de Lima[1]

Gabriela Fernando Cipriano de Carvalho Alves

Larissa Andrade Neves

Matheus Menengoti Lima

Renato Vieira Marcondes

 

Orientadora: Dra. Ana Paula Barbosa[2]

 

RESUMO

 

Esse trabalho tem como objetivo esclarecer a importância das instituições de educação infantil no processo de socialização durante a segunda infância. Para a averiguação dos fatos foi usada observação e entrevista com alunos de uma escola da rede municipal de ensino. Ao final do levantamento de dados foi possível constatar o quanto a instituição contribui com o processo de socialização da criança, afinal, cria-se um forte vinculo social, criando seja ele por meio interno ou externo, estímulos significativos na criança, um elo intimo emocional e consequentemente o intelectual.

 

Palavras chave: Socialização; segunda infância; educação infantil.

 

ABSTRACT

 

This paper has the objective to clarify the importance of children’s education institutions in the socialization process during the second childhood. For facts verification, observation and interviews have been used with students from a local school. By the end of the data collection, it was possible to state when the institution contributes with the child’s socialization process, after all, a strong social bond is created, creating either by intern or extern means, significant stimulus in the child, an intimate and emotional link, and, consequently, an intellectual one.

Keywords: Socialization, second childhood, early childhood education

 

INTRODUÇÃO

 

As instituições de educação infantil se tornaram uma grande necessidade para a população moderna, onde as maiorias dos pais estão inseridos no mercado de trabalho. Sendo assim, se faz necessário esse modelo de instituição, visando à socialização da criança em seu desenvolvimento durante a segunda infância e no decorrer da jornada de trabalho de seus pais.

 Para Papalia (2006) na socialização desse período (segunda infância), a criança apresenta um comportamento egocêntrico, ou seja, esta acredita ser o próprio eu pensante, e assim incidindo para um período voltado para o meio social. Com isso a criança aprende a resolver problemas em relacionamentos, se colocar no lugar de outra pessoa, conviver com as diferenças e aprender valores morais e normas.

Contudo, nota-se de fundamental importância para o bem- estar de qualquer criança nessa fase do desenvolvimento, uma instituição que proporcione um ambiente favorável às condições do desenvolvimento psicossocial da criança.

 

SOCIALIZAÇÃO SEGUNDA INFÂNCIA NA ATMOSFERA INSTITUCIONAL

 

Papalia (2006) ressalta que a socialização tem como base a influência da família dentro de um aspecto cultural. Durante os primeiros anos de vida o único círculo social é dentro da atmosfera familiar, fazendo com que a criança seja o centro deste universo. Após este período do qual chamaremos de “fechamento social” a criança entra em um conflito histórico social, que é sua inserção escolar. Como já sabemos, o funcionamento intelectual da criança está intimamente ligado ao emocional. Relaciona-se também ao temperamento, no sentido de que uma criança ativa, que se impõem, é curiosa e tem iniciativas possui maior desempenho em testes de QI e na escola. O funcionamento social e emocional das crianças durante os anos escolares parecem influenciar o quão bem elas se desempenharão na primeira e segunda série. Há um forte relacionamento entre o funcionamento social e emocional da criança dentro da segunda infância e a realização intelectual posterior.

Segundo Aberastury (1992) a entrada no colégio modifica profundamente o mundo do brinquedo. Antes o brincar aguçava a curiosidade de um novo mundo, de um novo conhecimento. A curiosidade pelo conhecimento também se modifica, as letras e os números convertem-se em brinquedo para as crianças.

Um dos principais objetivos do processo de socialização consiste em que a criança aprenda o que é considerado certo ou incorreto em sua sociedade; ou seja, que possa conseguir um nível elevado de conhecimentos morais e que saiba internalizar, ordens e regras. Isto é conseguido através de construção e interiorização destes valores, processos que tendem ademais favorecer o desenvolvimento dos mecanismos de controles reguladores da conduta da criança.

Esta internalização de regras e ademais está contida dentro do período da segunda infância acompanhada com o pensamento pré-operacional descrito por Jean Piaget, neste segundo grande estágio de desenvolvimento cognitivo, que dura aproximadamente dos dois aos sete anos, as crianças gradualmente se tornam mais sofisticadas em seu uso de pensamento simbólico, que surge ao final do estágio sensório motor. Contudo, segundo Piaget, elas não são capazes de pensar logicamente antes dos estágios de operações concretas na terceira infância. (Papalia; p.284). Existem ainda alguns avanços relacionados ao pré-operacional, avanços estes que estão interligados ao pensamento simbólico, são acompanhados pelo crescente entendimento de identidades, espaços, causalidade, categorização e números.

A educação infantil durante a segunda infância tem muitos aspectos, tanto de adaptação, socialização da criança e também a dos pais. O ingresso da criança na escola é um passo muito importante, ampliando o ambiente físico, cognitivo e social da criança. Nos dias atuais considera-se uma boa escola aquela que estimula o desenvolvimento em todos os domínios – físico, social, emocional e cognitivo- que se da através da socialização entre professores, colegas e pais. A escola tem um papel bem relevante, pois oferece a criança um ambiente fora de casa para explorar, no qual podem escolher entre atividades adaptadas a seus interesses, a suas capacidades e a seu estilo de aprendizagem individual. Diante do sucesso dessas atividades realizadas dentro da sala de aula, as crianças passam a construir confiança e autoestima. Uma boa escola permite que a criança aprenda fazendo; estimula o criar do individuo utilizando a arte, música e materiais táteis; estimula também a observação, a fala e a resolver problemas; através da narração de histórias, artes dramáticas, conservação e atividades escritas, do qual ajuda as crianças a se prepararem para a alfabetização. Uma boa escola ajuda as crianças a aprender a se relacionar com os outros e desenvolver cooperação, negociação, conciliação e autocontrole.

O aprendizado escolar exerce significativa influência no desenvolvimento social da criança dentro do ambiente escolar que é também representado pelo ambiente cultural, e ai que se começa a ter maior envolvimento com a cultura social e a exigências morais da mesma.

Nesta fase começa o desligamento familiar, a entrada na escola, brincadeiras sozinhas, sem interação com outras crianças mesmo estando juntas. A “criança não consegue se colocar no lugar do outro, percebe que o outro sente, pensa, etc.”.

Fica claro aqui dos aspectos já citados com o fim do ‘fechamento social’ que antes a criança apenas possuía com os familiares, e também o egocentrismo. Apesar deste maior contato com diferentes crianças que na maioria das vezes são de mesma idade, a criança que se encontra na segunda infância, dentro do estagio pré-operacional ainda não consegue desfazer-se do egocentrismo, não possuem sinais de empatia, isso só ocorrerá nas fases que procedem à segunda infância.

 

CONCLUSÃO

 

Como vimos, este artigo é resultado de um estudo minucioso que exigiu no decorrer da mesma muita observação e análise.

A contribuição dessa participação institucional na socialização da criança da segunda infância se dá em um conjunto de propriedades satisfatórias em que a instituição estabelece pelo forte vinculo social, criando seja ele por meio interno ou externo, estímulos significativos na criança, um elo intimo emocional e consequentemente o intelectual.

Ou seja, nas várias gamas dos comportamentos sejam eles, morais, culturais, étnicos, relações de aprendizagem social, de características de gêneros, o brincar a expressão atribuição de significado e atividades lúdicas. Estimulado o desenvolvimento de todos os domínios, físico social emocional e cognitivo que se dá através da socialização entre professores colegas e instituição em seu total.

Uma das vantagens oferecidas e que considero a mais importante foi o conhecimento que tivemos a respeito da instituição e seu atuante papel nas transformações Social da criança.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABERASTURY, A. A Criança e Seus Jogos. São Paulo: Artimed, 1992.

 

CERVO, A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996.

 

COSTA, R. W. Metodologia Científica. Paracambi: FAETEC/IST, 2007.

 

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3 Ed. São Paulo: Atlas, 1991.

 

PAPALIA. D. Desenvolvimento Humano. 8 Ed. São Paulo: Mcgraw-hill Interamericana, 2006.

 

UNIVERSIDADE DE FRANCA (FRANCA, SP). Manual: Normas Para Elaboração e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. Franca: Editora Unifran, 2009.

 

 


[1] Alunos do curso de Psicologia da Universidade de Franca (SP), cursando o 4º semestre N na disciplina de Laboratório 2.

[2] Orientadora do Projeto, docente da Universidade de Franca, especialista em Didática,Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, Doutora em Serviço Social pela Unesp de Franca (SP).

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