CONCEITUAÇÃO DO ESPÍRITO NA NATUREZA



 CONCEITUAÇÃO  DO  ESPÍRITO  NA  NATUREZA

Destarte, não se tem como negar que a estrutura do universo é de tipo não apenas matemático, mas também de tipo, primordialmente, intelectual. Donde dizer-se, sem tropeços, que o Intelecto Espiritual Infinito criou o intelecto espiritual finito que, inserido na constituição dos mundos tornou possível a sentença de que: 

“O universo é feito de inteligência diversificada na forma”. 

Pois o que se revela na forma, nas estruturas físicas do mundo e do universo astronômico que se nos patenteia, não é tão somente a matéria, mas também o imponderável que não se pode ver, não se pode tocar, conquanto sua manifestação, sua idéia intrínseca na forma das coisas, seja do cosmo inorgânico ou do cosmo vegetal ou animal. Ora, negar o Espírito é negar a própria matéria que se lhe revela, que se lhe manifesta, ou, que se lhe impõe o desejo na forma. 

A matéria, pois, é um amontoado mui bem organizado de átomos nas composições inorgânicas, e, de átomos e células nas formações orgânicas, porem, sua estrutura basilar, tanto nas primeiras, como nas segundas, é o Espírito, o motor principal que não morre, pois que é imortal. Assim, remontando dos efeitos às causas, pode-se entrever que o Espírito seja a causa primordial da matéria, sua marca, seu tipo e sua assinatura principal. Os cegos que insistentemente negam o Espírito, também negam a própria matéria que tão somente lhe manifesta o desejo, o anseio de fisicalizar-se, de elaborar-se na forma, se materializar. 

A beleza do mundo, tenho cogitado, não está verdadeiramente na forma, nas cores e no brilho de tão extremada e tão estonteante beleza; mas creio que seus atributos mais belos haverão de achar-se em sua causa primordial, sua interioridade repleta de enigmas, de mistérios que um dia se vão, verdadeiramente, em sua genética transcendente, nos revelar.

Hoje, e agora, se não podemos tocar o Espírito, podemos, entrementes, saber de sua existência, pois que nós mesmos somos muito mais que apenas e tão somente um cérebro manifestante; somos, antes de tudo, um Espírito, um indivíduo pensante, que pensa por intermédio da matéria, dos órgãos sensoriais daquele equipamento cerebral que é efeito e não causa do pensar, sendo este um atributo do Espírito e não da matéria que não sabe, que não tem como, por si mesma, pensar. Alega-se que: tal como o fígado segrega a bílis, o cérebro segrega o pensamento! (???) 

Santa ingenuidade, pois que o fígado, como organismo material, segrega, evidentemente, um composto material: a bílis; mas o cérebro, como organismo material, não poderia e não pode segregar um componente espiritual: a consciência, o raciocínio, as idéias morais. Por conseguinte: não há efeito sem causa; não há efeito inteligente sem uma causa inteligente, e, portanto, o cérebro material manifesta a inteligência espiritual, o Ser consciencial, o Espírito imortal. 

Mas o que é o Espírito? Uma centelha anímica? Um campo organizacional cognitivo? Filosoficamente, minha intuição alega que o Espírito é o Existir, o fato existencial dinâmico que deriva da Existência de Deus. 

Segundo o Espiritismo codificado, o Espírito fora criado na forma de um essencial psi insignificante: um Ente Simples e Ignorante (ESI); mas que está destinado a tornar-se, por lenta e progressiva evolução, um Espírito Puro e Consciente (EPC), e, portanto, da mais alta sabedoria que se lhe possa conter. Assim sendo, tais elementos, conquanto antípodas, são: 

Essencialmente Iguais (es=):  [ ESI  (es=)  EPC ]

Mas haverão de ser, como verdadeiramente o são: 

Evolutivamente Diferentes (ev=/=):  [ ESI  (ev=/=)  EPC ] 

De tal forma que o Espírito Humano (Esp.H) é, nada mais, nada menos, que um Espírito Simples e Ignorante (ESI) que vivenciara múltiplas experiências na fieira imensurável das coisas e dos seres do mundo material, e que, por elas mesmas, agrupara em si mesmo um Somatório Parcial de Impulsos de Expansão Evolutiva (SPIEe) que, matematicamente, poderia ser assim concebido: 

   [ ( Esp.H ) = ( ESI + SPIEe )] 

É que, muito embora tais Impulsos se verifiquem na intimidade do ESI, dir-se-ia que os mesmos podem ser contabilizados de tal maneira, de sorte a se compreendê-los na expressão e na forma de uma equação matemática, e onde o SPIEe do (Esp.H) é maior (>) que o do (Esp.Animal), que é maior (>) que o do (Esp.Vegetal), e assim sucessivamente até às mais ínfimas essencialidades psi ou almas grupo do reino mineral. 

Sabemos bem, o quanto é difícil conceituar o Espírito ou princípio inteligente contido no íntimo das coisas, e, por conseguinte, o Espírito humano, tanto no campo filosófico, quanto no campo da matemática. Mas de qualquer maneira tentei, intuitivamente, concebê-lo desde a simplicidade psi, cuja energia, no início dos tempos, viera a fisicalizar-se na matéria, para que esta, por sua vez, pudesse transformar-se em energia retornando às fontes de sua espiritualidade, mas, desta feita, sabiamente enriquecida pela complexidade das experienciações evolutivas no imenso campo da vida e da materialidade.

Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio

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