Mas eu o adorava...



Que sentimento estranho...
Aliás, acho que não estou sentindo nada. Meu tio João está à beira da morte, mas não esboço compaixão alguma; às vezes até parece que me inclino a um pequeno, quase imperceptível, bem distante, desejo de que ele passe para o outro lado – não sei se para saber o que vai acontecer, com relação às reações dos meus familiares e como a vida dos seus entes mais próximos seguirão ou outra coisa.

Mas não há. de forma alguma, o porquê de eu desejar sua morte. Pelo contrário, uma pessoa que me inspirou certo desejo pela intelectualidade, também servia sempre como ajuda para quando íamos ao Paraná a passeio, nos levando de carro da rodoviária até sua casa, entre outras coisas.
Não demonstrei compaixão também à energia que a Núbia, minha prima, tenta passar ao seu pai, através do subnick do MSN: “Melhoras papai, forças.(yn).”

Chego a pensar se não sou um monstro, analisando do ponto de vista do senso comum da sociedade e da minha família. Sempre tive consciência de que não sou a pessoa mais altruísta para com os sentimentos alheios, mas às vezes me surpreendo.

Será isso falta de sentimento, racionalidade de mais,  egoísmo, ou simples equilíbrio emocional e psicológico?
Sei lá. Eu vou descobrir ao longo dessa caminhada da vida, talvez passando por algumas mortes...


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