ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO



O autor desconstrói a ideia equivocada do ensino como um simples processo de transferência de conhecimento, repropondo a prática de ensino como instrumento para o desenvolvimento das potencialidades humanas. Para que isto aconteça se faz necessário que o docente tenha conhecimento de algumas exigências que são apresentadas pelo presente autor. Primeiro, a consciência de que o homem é um ser inacabado, visto que o mesmo não é pronto e acabado, mas consequência de uma remodelação, ao longo da sua existência. Segundo, a de que o ser humano é condicionado por elementos culturais, sociais, hereditários, ou seja, o homem é resultado da influência coletiva. Terceiro, a consciência da autonomia do discente e consequentemente o respeito a sua dignidade. Quarto, a vivência por parte do docente do bom senso frente à realidade do aluno, de sorte que o professor seja capaz de sensibilizar-se diante das dificuldades do aluno. Quinto, o desejo de transformação da realidade educacional, através da luta por melhores condições de trabalho. Sexto, o professor tem por missão conduzir o aluno a apreender a realidade no seu aspecto mais substancial, a fim de que o mesmo busque uma transformação, para que isso ocorra faz necessário que o discente supere o mero decoreba, para que seja capaz de entender a conjuntura produtora de tal realidade. Sétimo, o processo de ensino e aprendizagem deve está imbuídos de dois elementos essenciais a alegria e a esperança, esta como o estimulo e aquela como meio, em vista da superação dos entraves da realidade educacional brasileira. Oitavo, o desejo de transformação da realidade e a superação de um pensamento fatalista que muitas vezes é produto de uma mentalidade neoliberal. E por ultimo o autor fala sobre a importância da curiosidade no processo do ensino, pois é por meio dela que a educação torna-se mais frutífera.

 

O autor expõe de maneira clara a sua concepção acerca do processo de ensino-aprendizagem. Partindo da experiência, o educador apresenta alternativas para a superação da realidade educacional. Tais caminhos devem ser trilhados pelos docentes, a fim de melhorarem e transformarem a realidade educacional do nosso país. A coerência e a coesão das ideias são bastante expressivas na medida em que o pensador vai expondo as exigências que devem nortear a ação do professor em sala de aula.

 

O texto é destinado aos alunos de licenciatura que almejam o magistério educacional, bem como todos aqueles que já o exercem a fim de melhorarem a relação entre ensino e aprendizagem, favorecendo uma educação libertadora.

Referência bibliográfica

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 47-90.


Autor: Daniel Leite Da Silva Justino


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