Decálogo da marginalidade



Decálogo da Marginalidade

 

Tem gente falando que “se conselho fosse bom não era dado, era vendido”. Mesmo assim dá para arriscar. E estou me arriscando ao dar dez conselhos... Aliás, antes que seja tarde, é bom lembrar que esses dez mandamentos que aqui apresento não são meus. Eu os copiei não sei de onde e agora quero partilha-lo com você! Principalmente se você é um pai ou uma mãe, ou você que trabalha com educação! Mas vale, também se você se preocupa em saber algumas das causas de tantos jovens estarem se tornando os bandidos com os quais convivemos em várias situações do cotidiano.

Assim sendo, se você, pai ou mãe, não gosta do seu filho, ou você educador não dá bola para como está educando a juventude; se você deseja vê-lo na delinquência, siga à risca estas orientações. Brevemente você terá um delinquente em sua casa, ou na sua escola! Ou na sua rua! Ou, quem sabe você esteja fazendo isso justamente para produzir delinquentes e assegurar o seu trabalho como integrante de um órgão público ou ONG que se ocupa em “recuperar” sei lá o que!!!

1- Comece na infância a dar a seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando ele crescer acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja”.

2- Quando ele disser nomes feios, ache graça. Isso fará com que ele se considere interessante.

3- Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele fique “de maior” e decida por si mesmo.

4- Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas... Faça de tudo por ele, para que aprenda a jogar nos outros toda a responsabilidade pelos seus atos.

5- Discuta com frequência na presença dele. Assim, não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6- Dê-lhe todo o dinheiro que ele precisar. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Porque ele não tem que passar pelas mesmas dificuldades que você passou.

7- Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida, conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.

8- Tome o partido dele contra vizinhos, professores, policiais...Todos têm má vontade para com seu filho.

9- Quando se meter em alguma encrenca séria, dê essa desculpa: nunca consegui dominá-lo.

10- Nunca converse com ele. Obrigue-o acatar sempre as suas vontades e decisões. Assim ele nuca aprenderá o valor do diálogo

Depois de tudo isso, o delinqüente estará formado. Prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido destino!”

Como disse acima, estes dez conselhos não foram criados por mim. Mas os faço meus para partilha-lo. Desejo, com isto, prestar um auxílio a você, pai ou mãe, ou educador; a você que está lendo – não importa se você é pai, mãe, educador, jovem ou adulto! Importa que estes dez mandamentos têm algo a ver com você!

Portanto experimente dar uma paradinha para pensar, refletir e analisar a sua posição, a sua forma de tratar aquele a quem você está educando e a quem você diz que ama! Já percebeu que nós, em geral, temos a tendência de fazer exatamente como nos orienta o decálogo acima?

A mim chamou especial atenção o sexto e o sétimo mandamento que dizem para dar de tudo, ao jovem, não lhe permitindo o esforço da conquista. E a justificativa para isso: O jovem “não tem que passar pelas mesmas dificuldades que você passou”. Ou a afirmação seguinte: “Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida, conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais”. E aí a pergunta: como dar a ele o gosto da vitória se não lhe permitimos o prazer da batalha?

É com base nesse “sexto e sétimo mandamentos”, colocados em pratica pelos pais e mães da atualidade, que vemos e ouvimos muita gente falando que “os jovens não valorizam o que têm”. Mas como valorizar se não tiveram que lutar para conseguir? Valorizar o quê, se o que está aí não lhes pertence?

Como você pode perceber, este texto tem a finalidade de trazer à discussão os nossos comportamentos do dia-a-dia. Tanto os comportamentos e atitudes dos adultos que têm a “obrigação” de educar às crianças e jovens, como das crianças e jovens que, em geral reagem negativamente diante das negativas dos adultos.

De um lado o adulto fica em dúvida sobre como agir, com medo de “traumatizar” a criança ou jovem, não lhe dando tudo que pede. De outro lado a criança ou jovem quer receber tudo e reclama quando lhe são negados os privilégios que se julga no direito de receber. A resposta para o dilema talvez não esteja muito longe. Talvez o que esteja faltando seja só mais um pouco de diálogo!

Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo, Historiador.

Rolim de Moura - RO


Autor: Neri P. Carneiro


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