Caminhar sempre, desanimar jamais!



 Na música O Plantador, do poeta Geraldo Vandré, o personagem cansa de trabalhar muito para o dono da terra e não ganhar nem para comer. Ele diz que quanto mais caminha, mais vê estrada, no entanto, não desiste e mantém sua esperança de não voltar ao passado, pois se não caminhar, não é nada.

Mesmo tendo só a poeira como companheira, o personagem faz dela (a poeira) seu camarada e não liga se alguém diz que ele é preguiçoso por optar em caminhar, invés de continuar plantando para o dono da terra, que lhe nega até água.

Na saga, o personagem “vandreniano” se mantém firme na opinião de não plantar em tempo que diz ser de queimada. Deixando um pouco de lado a poesia, filosofia e a ideologia da canção, tem hora que nos sentimos como o agricultor que vê sementes vingando apenas nos campos de poderosos, daqueles que estão preocupados em formar colheitas que lhes dêem só lucro, não importando com qual produto for, já que não está em seus anseios melhorar condições de vida ou amenizar fome da maioria de necessitados.

E tal como o plantador andarilho de Vandré saímos pelos campos tentando levar sementes boas para informar campos de mentes férteis, mesmo se algumas das quais inexplicavelmente se recuse a ver o que está aos seus olhos, ou seja a exploração feita por grupos poderosos, que não se importam, senão com o próprio bem estar.

Neste período, como ocorre com o plantador da música, poderosos não pensam duas vezes antes de inventar calúnias, em tentar desqualificar pessoas que não representam seus interesses mesquinhos, em deturpar fatos e informações, tudo com objetivo de manter intactas e longe do compartilhamento fraternal suas lucrativas colheitas.

São atitudes como essas que me fazem (e deviam fazer todos que usam raciocínio) não desistir de continuar caminhando, renovando esperanças, vencendo medos e dizendo convicto: “Passado, nunca mais!”


Autor: Edson Terto Da Silva


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