EXISTENCIAL-EVOLUTIVO DO ESPÍRITO IMORTAL



EXISTENCIAL-EVOLUTIVO  DO  ESPÍRITO  IMORTAL 

Tive duas oportunidades de mostrar, em termos de moderna concepção filosófico-científica, algumas idéias concernentes ao Estado de Presencialidade de Deus em todas as coisas do universo tangível e intangível. Para tanto, pude até mesmo propor algumas modestas formulações matemáticas para tal. Tais teses, falhas e incompletas, evidentemente, foram propostas em: “Filosofia Matemática do Existir” (Revista eletrônica ‘O Consolador’) e em “Transcendência e Imanência do Existir” (webartigos), cujas idéias estarão sendo concluídas com o presente artigo que, com os demais, constituem modesta tríade literária.

 

E o fato é que, se somos feitos à imagem e semelhança de Deus, é óbvio, pois assim, que também se poderia cogitar de alguma formulação exata e precisa para o Espírito-filho, inserido que está nos parâmetros das coisas físicas e não-físicas do binômio Tempo-Evolução, cujos progressos, portanto, só se fazem no decurso cíclico, e, portanto, palingenésico, de sua temporalidade nas coisas de ordem material e fluídico-espiritual do plano que lhe transcende a romagem dos mundos.

 

Naqueles outros artigos pude me referir à idéia, um tanto arcaica obviamente, de que o Tempo não tem uma existência própria e específica, mas sim, que o mesmo deriva de uma imposição da nossa natureza mesma, bem como, num plano maior: pelas circunvoluções rotacionais e translacionais dos mundos, em nosso caso, do orbe terreno. Tais imposições criaram e criam em nossas mentes, a falsa impressão de que o Tempo existe, conquanto tratar-se de uma situação estritamente psicológica, ou seja, criada em função do que se nos impõe desde o nosso surgimento neste mundo provacional. Daí dizer-se que somos a geração do Tempo: passado, presente, futuro, não importa: vivemos pelo Tempo e em função do Tempo, como doutra feita já me referi.

 

Mas, então, o Tempo existe!

 

 

 

 

 

 

Paradoxalmente, digo que não, que o Tempo não existe!

 

Mesmo Einstein, que se envolveu tanto com o “Tempo” de suas grandes teorias (especial e geral) chegou a proclamar que o Tempo é:

 

“Uma ilusão; a distinção entre passado, presente, futuro não passa de uma firme e persistente ilusão”.

 

O que parece inviabilizar suas teorias, sobretudo a do “Espaço-Tempo” como entidade física, onde o espaço a nossa volta encontra-se curvado pela massa do imenso corpo constituído pelo planeta terreno. Nesta concepção, a gravidade não decorre das concentrações físicas dos orbes siderais, mas sim do Espaço-Tempo curvado que empurra as coisas, ou qualquer coisa, para baixo, para a superfície do orbe. Então, quando jogamos alguma coisa para cima, ela se torna ausente de peso e é empurrada para baixo pelo campo gravitacional formado pelo Espaço-Tempo curvo e não pela atração gravitacional do mundo conforme postulava a Física clássica newtoniana.

 

Mas se Einstein, com sua Física Metafísica (intuitiva) está certo ou não, e, sobretudo nesse ponto do espaço-tempo com curvas gerando campos gravitacionais, ainda faltam confirmações.

 

De retorno ao Tempo de nossa modesta especulação, que se sabe não existir, deve-se dizer que a ilusão de sua existência é necessária aos parâmetros psicofísicos de nossa curta jornada biológica, como, por exemplo: para comparar durações, seqüenciar fenômenos, posicionar intervalos ou períodos de duração de alguma coisa, em suma, o Tempo vincula-se, indubitavelmente, aos eventos internos e externos de nós mesmos. Conquanto seja um dimensional estritamente psicológico, ele é, obviamente, necessário. Então, já que o Tempo só existe no abstrato, porém necessário, o que é que realmente existe?

 

Dir-se-ia que a vida, a natureza, o mundo, o universo multidimensional.

 

 

 

 

 

Todavia, sabe-se que mesmo tais coisas são construções transitórias, pois que derivam de múltiplas transformações do fluido cósmico universal, e que, tais coisas, por sua vez, haverão de retornar à sua condição etérea primitiva, fluídica e não material.

 

Aquela mesma Física einsteiniana, sabemos, conceitua tal processo por meio do binômio: Energia-Matéria, sendo que a segunda formou-se por uma conversão física da primeira, e esta, por sua vez, pode volver à dinâmica de sua condição anterior, como energia.

 

Então, se repete a pergunta: o que de fato existe?

 

E, se responderia mais conclusivamente: o Espírito imortal!

 

Mas mesmo o Espírito também é, de certa forma, um componente transitório; e o é em seu aspecto evolucional, que se modifica e muda o tempo todo. Mas só o Espírito tem vida e existência própria como um fato derivado da Existencialidade Divina. Daí dizer-se que Deus é o Existir-Maior; e o Espírito-filho é o Existir-Menor.

 

Mas tudo o mais parece ir e vir, materializar-se e desmaterializar-se, nascer e morrer.

 

Mas com o Espírito é diferente: ele, de fato, Existe.

 

Com efeito, tudo quanto vivemos e experienciamos no mundo, nós só o fazemos pelo fato do Existir, ou seja, o fazemos pelo nosso presente estado de Existencialidade universal. Isto, entretanto, parece representar pouquíssimo em função do muitíssimo, de tudo quanto existe na natureza do mundo, na gigantesca e imensurável estruturação universal.

 

Mas não é!

 

 

 

 

 

 

Ora, já vimos, num plano maior, que:

 

“O universo é feito de inteligência diversificada na forma”.

 

E, num plano menor, concebemos que:

 

“Todo complexo somático é feito de inteligência, sendo esta, também, diversificada na forma”.

 

E, portanto, toda e qualquer individualidade somática, seja vegetal, animal ou hominal, agrupa em si mesma uma quantidade imensurável de pequeninas peças atômicas deterministicamente ordenadas que, por sua vez, se articulam em peças maiores – as células – que, da mesma forma, apresentam algum grau de inteligência, e que, em sua organização e especialidades diversas, compõem peças maiores ainda – os órgãos – que, por sua vez, são comandados pelo Espírito que lhes associa e lhes coordena num objetivo único, qual seja, o da manutenção da vida para que se verifique sua evolução espiritual, e mais ainda, não só sua, mas de tudo e de todos os componentes de tal composição somática e perispirítica; confirmando, assim, que o Espírito, em suas possibilidades tangíveis, é, de fato, a matéria prima do universo físico e astronômico de nossa concepção.

 

Daí dizer-se que: somos uma interatividade espirítica: feitos de inteligência diversificada na forma, na ordem física dos mundos. E que revolução científica radical na postura filosófica terrena, na moldura dos arrogantes e mundanos saberes da arte intelectual! Que revolução saber que a deusa Matéria é uma ilusão e que Espírito é tudo, pois que, na ordem física das coisas, subjaz uma ordem extra-física e suas tantas realidades desconhecidas. Pensava-se que tudo fosse feito de Matéria, mas, pelo contrário: Tudo é feito de Espírito, Tudo é inteligente demais na Natureza, do verme ao homem, do átomo ao arcanjo, tudo é mui bem ordenado, construído e concatenado por leis sábias e precisas, donde assistirmos, paulatinamente, as retificações dos paradigmas do mundo por uma nova Ciência, uma nova Filosofia, uma nova Religião: a da Verdade e do Amor.

 

 

 

Assim, tudo é feito de Espírito, de Inteligência dos mais distintos graus de manifestação, diversificando-se na forma das coisas e dos seres que agrupam em si mesmos outros graus de Inteligência, até o infinito que não tem fim.

 

Mas retornemos ao Tempo de nossas cogitações.

 

Devo ratificar que a referida dimensão inexiste, sobretudo, em seus aspectos de Tempo passado ou de Tempo futuro. Trata-se de contrastes, de situações paradoxais, porque, como membros de uma sociedade cósmica, nós existimos como Individualidades imortais inseridas no Tempo que, mesmo tratando-se de uma ilusão, serve-nos como meio e como escada ascensional constituída pelo binômio Tempo-Evolução.

 

Ou seja:

 

O Existente, conquanto imortal, se move e se transforma na transitoriedade constitutiva de um Tempo-Evolução.

 

Assim, em princípio, tudo quanto existe é o Espírito inserido nas abstrações de um Tempo-Evolução; tudo quanto existe é o Espírito em sua mutabilidade fenomênica temporal; e, portanto, tudo quando laboramos, nós só o fazemos por nossa Existencialidade, não havendo Tempo passado ou futuro, mas simplesmente o instante presente, e mutável, do nosso condicionamento Existencial-evolutivo. Então, como o tempo não existe, especificamente falando, frisar-se-ia que o passado, bem como o futuro, também eles, e, sobretudo eles, não existem.

 

 No que se refere ao primeiro, por exemplo, dele temos tão somente marcas ou simplesmente lembranças de nossas experiências, de tudo quanto fora do nosso pretérito labor Existencial. E, no tocante ao segundo, este só existe enquanto dimensão potencial que, inobstante sua virtualidade conceptual, vem ele aplicar-se, necessariamente, ao Tempo real, ou seja, ao Tempo presente e imorredouro de nossa Existencialidade.

 

 

 

 

 

Ora, a colheita do “futuro” depende dos plantios de agora, do presente Existir na temporalidade do mundo.

 

 

De tal forma que o futuro só existe enquanto virtualidade, como algo potencialmente construtivo, e, portanto, a se edificar e a se construir; porém, é ele uma conseqüência do presente, ou seja, dos procedimentos e das ações ora desencadeadas. E, por isso, o futuro, como conseqüência do presente, que se tornará passado, terá de ser vivido e experienciado em outro presente, ou seja, em nosso presente mesmo e pelo bem mesmo de nossa sabedoria e mais alta espiritualidade.

 

 

Assim, devemos considerar o Tempo futuro (Tf t) como uma espécie de Tempo-evolutivo-virtual, ou simplesmente, (Te.v), que se equacionam:

 

 

   [( Tf t )] = [( Te.v)

 

 

Eles, de fato, ainda não existem e, por isso, sua virtualidade, que, entretanto, será, do ponto de vista humano, ou espiritual, vivenciados na presencialidade do Ser imortal quando, então, torna-se fato Existencialmente presente, porque vivido e experienciado em sua atualidade evolucional, indubitavelmente.

 

 

Mas, em termos matemáticos, como considerarmos tal situação do Espírito em relação ao Tempo-evolutivo-virtual (Te.v), ou seja, na condição de Individualidade imortal que tem por fazer toda uma escalada de Tempos futuros nos mundos universais? Já vimos que, para Deus, os Tempos passado e futuro se desfazem de imediato em Sua Cósmica e Presencial Consciência de Tempo Único (Tpr.D).

 

 

 

 

E, já vimos também que, em nosso caso, de criaturas relativas, a dimensão Tempo passado também desaparece em função do nosso presente estado de Existencialidade; entretanto, a de Tempo-evolutivo-virtual, como este ainda verificar-se-á em nossa atual e presente situação, tal dimensão futura poderia comparar-se a uma espécie de relógio metafísico que andasse para traz, se contraindo vagarosamente em direção ao Tempo único presente em nós mesmos, e que, se contraindo, vai se desfazendo pouco a pouco até desaparecer por completo em nossa condição superior de Espíritos Puros e Sábios (EPS), de um tempo único, que se espelha no Tempo de eterna atualidade, de Eterno Presente em Deus (Tpr.D).

 

Portanto, se, para Deus, os Tempos passado e futuro inexistem em função de Sua Infinita Grandeza e Presencialidade a Tudo e Todos de Sua Criação, considera-se que, para nós, Seres em processo evolucional, o Tempo passado já se fora, desaparecera por si mesmo; mas o Tempo-evolutivo-virtual, conquanto potencial, é situação a ser vivida e experienciada, e, com a experienciação, ele vai se contraindo pouco a pouco, reduzindo-se o espaço evolutivo futuro que temos para chegar até Deus com o que se pode equacionalmente chamar:

 

Fórmula Presencial-Evolutiva do Espírito Ascensional (Esp.a):

 

   [( Tpr ) <----  ( Te.v )] = [( Tpr.Esp.a)]

 

Significando, em seu primeiro termo, que: toda a evolução pretérita do Espírito ascensional concentra-se no Tempo presente (Tpr) que se vai modificando por novas inserções do tempo-evolutivo-virtual (Te.v), se equiparando (=), tais funções, ao segundo termo, ou seja, ao estado do referido Espírito Ascensional (Tpr.Esp.a) de Tempo único, que, indubitavelmente, é só um (1).

 

Assim, o tempo-evolutivo-virtual, por constantes progressos do Espírito Ascensional (Tpr.Esp.a), vai se contraindo mais e mais em direção ao Tempo presente do referido, indicando, num processo final, o procedimento concebido pelo que determino:

 

 

 

Fórmula Presencial do Espírito Puro e Sábio (EPS):

 

    [( Tpr )] = [( Tpr.EPS )]

 

Pois que o Tempo-evolutivo-virtual (Te.v) se desfizera por completo no primeiro termo equacionado, restando apenas o Tempo presente em sua imortalidade de tempo único, que, como já vimos, é só um (1); e o Espírito Ascensional (Esp.a) do segundo termo, transmudou-se para o EPS:

 

   [( Tpr / Tpr )] = [( EPS )] ;  em que, calculando, temos:

 

   [( 1 )] = [( EPS )]

 

 Simbolizando o presente de Tempo único (1), ou melhor, o Eterno Tempo de Presencialidade Única em Deus (Tpr.D). Pois que, se somos feitos à imagem e semelhança do Pai, então o Tempo do EPS, nos altos planos conscienciais, se aproxima do Seu Tempo, ou melhor, tende para o conhecimento do Seu Tempo, porém, sem nunca conhecê-lo por completo pela nossa condição de criaturas finitas (Existir-Menor) no Infinito de Deus (Existir-Maior), de Onipresença em Tudo que é criado e ainda não criado de Sua incessante criação. Assim, o EPS de altíssimos planos de sabedoria e amor, empreenderá outras formas de evolução, ou seja: estável na perfeição, onde o Ser concorre tão somente pela harmonia universal, sem as dores, correrias e adversidades da nossa evolução. Trata-se, pois, de uma forma de operosidade onde todos atuam pela manutenção das leis que regem o imensurável cosmo, executando movimentos de outro tipo, ou seja: na correta e definitiva posição da obra concluída em Deus-Criador.

 

Assim, creio haver dado os últimos retoques a este representante dos três artigos-tese que, como já me referi, estão bastante sintetizados em suas posturas filosóficas e matemáticas, havendo, pois, de serem concluídos por outros confrades mais categorizados em tais campos, que considero, dos mais complexos e de mais difíceis conceituações.

 

Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio

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