UM BREVE ENSAIO SOBRE RELIGIÃO E SOCIEDADE



UM BREVE ENSAIO SOBRE RELIGIÃO E SOCIEDADE

 

Ao longo da existência humana as manifestações religiosas sempre se colocaram como um forte elemento de alívio do sofrimento humano diante das disparidades enfrentadas na busca pela sobrevivência.

Desde a adoração de ídolos e deuses pagãos até o estabelecimento do deus único, muitas foram as transformações sofridas pelas religiões.

Tais transformações se caracterizavam por aspectos notadamente conjunturais com forte conotação política onde o bem e o mal travam uma forte luta entre deuses e demônios pelo controle das consciências.

É bom salientar que poucas foram as mudanças nos rituais que envolvem manifestações de fé e sacrifício como elementos de adoração ao longo dos tempos.

Voltando um pouco no tempo percebe-se que as manifestações de fé sempre estiveram associadas a adoração de determinado deus e as manifestações de sacrifício da mesma forma sempre estiveram associadas a ofertas concedidas a determinado deus.

Das religiões politeístas até a consolidação do Monoteísmo, algumas transformações ocorreram nos processos de manifestação de fé e sacrifício.

Dos primórdios da história da religião até Abraão por exemplo, a fé se manifestava através de orações invocando determinado deus e os sacrifícios da mesma forma se manifestavam pela oferta  de vidas humanas, até a famosa provação submetida a Abraão quando esteve prestes a sacrificar o próprio filho e único herdeiro, trocando-o por um animal.

Nasce então uma nova forma de sacrifício que envolvia a oferta da vida de animais das mais diversas espécies a determinado deus, até a chegada de Jesus de Nazaré que se sacrificou como o próprio “Cordeiro de Deus” para tirar os pecados do mundo.

Vale salientar que a religião tomou um novo rumo com a proposta do Profeta de Nazaré que pregava a oração, o jejum, o perdão e o amor ao próximo como as novas formas de adorar a deus.

A religião sempre exerceu um fascínio muito grande nas populações e grande parte dos seus representantes sempre caminharam ao lado das mais diversas formas de poder, obtendo vantagens através deste importante elemento de controle social.

Observando os rituais e manifestações de fé e sacrifício nas religiões pré-cristãs e pós-cristãs, percebemos histórias iguais em cenários diferentes.

Da adoração de deuses estáticos sob a forma de ídolos, passando pela adoração de deuses pagãos com forma humana até a adoração de um deus cristão, onipotente, onisciente e onipresente, percebe-se notoriamente um forte conotação de natureza ideológica.

Com o fim do politeísmo e a consolidação do monoteísmo o bem e o mal se apresentam de várias formas e os seus respectivos representantes possuem uma série de denominações diferenciadas de acordo com cada religião.

O bem que se faz representar por Deus, Jeová, Javé, Alá, Oxalá, Oxossi, anjos, arcanjos, guias de luz, espíritos de luz e outras divindades benfeitoras.

O mal que se faz representar por Diabo, Demônio, Lúcifer, Exu, Mara, anjos caídos, espíritos das trevas e outras entidades malfeitoras.

É mister esclarecer que qualquer mortal que se predisponha a servir qualquer uma das partes, deverá estar preparado para enfrentar grandes dissabores, pois seja lá qual for o rumo escolhido o homem deverá preparar o seu corpo e espírito para o sofrimento.

A subserviência ao bem ou ao mal sem grandes aprofundamentos teológicos nos faz perceber que aqueles que servirem tanto a um como ao outro, deverão se sujeitar a grandes padecimentos, tanto físicos como espirituais.

Esse caldeirão de mitos que atormenta a consciência humana é amenizado pelo espírito de mediação que busca na ética um parâmetro que determina o rumo a ser tomado por cada indivíduo, sem citarmos a dúvida que paira sobre aqueles que acendem uma vela para Deus e outra para o Diabo.

Stenio Gameleira

Educador


Autor: Jose Stenio Neves Gameleira


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