REFLEXÕES SOBRE A DEPRESSÃO INFANTIL: Um olhar Psicopedagógico



1 ASPECTOS GERAIS DA DEPRESSÃO SOB A ÓTICA GENÉTICA 

Vivemos em um mundo globalizado, exigente, ditador, individualista, formador de opiniões, com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente. Uma rotina cansativa de trabalho, estudo, casa, família e lazer, com muitas responsabilidades, escolhas e decisões, onde muitas vezes renunciamos a parte prazerosa por falta de tempo ou até mesmo exaustão. É a partir destes que atraímos as chamadas doenças modernas, e uma das mais conhecidas nos últimos anos é a depressão.

Em pesquisa realizada na revista Grupo Escolar (2011), vimos que a depressão é um distúrbio mental decorrente do funcionamento alterado das células cerebrais que comprometem o estado emocional e físico do individuo. Este distúrbio ocorre devido a uma disfunção na transmissão dos impulsos de uma célula nervosa para outra, os neurotransmissores, chamados de noradrenalina e serotonina, substâncias químicas usadas pelo cérebro na comunicação desses neurônios. Estes por sua vez, existem em grande quantidade, causando variação de humor, comportamento, perda de interesse pelas atividades diárias, tristeza, desânimo, ansiedade e irritabilidade.

Coutinho (2005, p. 02) assevera que a depressão pode ser vista como um mal que se enraíza no “eu” do individuo, bloqueando suas vontades e dirigindo de forma negativa o curso de seus pensamentos, interferindo no seu autoconceito, prejudicando o sujeito tanto no contexto psicossocial como individual 

Jeffrey (apud GIANCATERINO, 2003, p. 11) entende “a depressão como considerada um distúrbio cíclico, com períodos de alívio e bem-estar, talvez seja por isso que algumas pessoas não procuram ajuda por acreditarem não estar com a doença”.  De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a depressão é a doença mental que mais afeta os povos do mundo, cerca de 20% (vinte por cento) da população mundial. E o mais preocupante, segundo a OMS é que 15% dos depressivos acabam se matando. Os dados mais recentes publicados na Revista super interessante em abril de 2011 demonstram que, em 2001 havia 340 milhões de depressivos no mundo, a maior parte entre 20 e 40 anos de idade, dos quais apenas 25% tinham acesso a algum tratamento efetivo.

Ainda, segundo o autor supracitado, estima-se que, em 2020 a depressão será um dos principais distúrbios mentais a atingir os países em desenvolvimento - especialmente os Estados Unidos, que concentram as pesquisas - cerca de 340 pessoas sofrerão dessa doença. As pessoas deprimidas têm 20 (vinte) vezes mais riscos de morrer de acidentes ou suicídio.

Dessa feita, a depressão tem grupos de risco, os adultos, crianças e idosos, sendo o primeiro grupo o mais vulnerável, em especial as mulheres de 20 a 50 anos de idade, numa proporção de duas mulheres para um homem, enquanto que o suicídio é quatro vezes maior no homem. Uma das explicações para este fato é a variação hormonal a qual a mulher passa no decorrer de sua vida, enquanto que o homem é mais cobrado pela sociedade. Outra curiosidade é o gêmeo que tiver depressão, o outro tem 46% de risco de desenvolvê-la. A explicação é o fator genético que influência.

Atribui-se a depressão adulta, idosa e infantil a causas comuns como fatores genéticos, psicossociais e neuroquímicos. Quando os pais são portadores da doença, o risco do filho também desenvolver a doença ao longo de sua vida aumenta consideravelmente de 25% a 50% (vinte e cinco a cinquenta por cento).

Outras causas da depressão são o baixo funcionamento da tireóide, uso de medicamentos à base de corticóides, para hipertensão, uso de álcool, drogas, doenças graves, perda de entes queridos, separação de pais, perda de emprego e problemas financeiros, e que a depressão no Ocidente é maior que no Leste Asiático, devido a cultura baseada na colaboração coletiva (NAKAMURA, 2007, p. 11).

A depressão está intimamente ligada à história de vida de cada indivíduo, sua maneira se ser e de viver. Segundo Leite (apud GIANCATERINO, 2005) o indivíduo não consegue nutrir emocionalmente de maneira adequada sua relação com o mundo, para tanto leva consigo uma falta de sentido na relação com o meio externo. Percebemos que uma pessoa depressiva carrega consigo uma culpa eterna, apresentando feições de melancolia, tristeza e choro. Manifestações de cansaço, apatia, desânimo e em casos mais graves tendência ao suicídio.

Quando uma doença surge na vida de um individuo, traz consigo alterações e transformações não só no organismo como também no modo de vida e nas relações sociais. Contudo, há mais procura dos serviços médicos, diminuição da produtividade no trabalho e prejuízo na qualidade de vida quando comparados a outros, além de uma maior incidência de uso de medicamentos alopáticos que em sua maioria, trazem prejuízos futuros. 

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Autor: Lucivânia Da Silva


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