Discurso, Contexto e Linguagem- Uma análise do discurso no jornalismo opinativo



Resumo:

 

            O jornalismo é hoje uma rede de informação muito ampla e peculiar, pois no século XXI, esta rede está cada vez mais instantânea, pois assim como as notícias chegam de forma rápida, rapidamente elas perdem seu valor. É ai que esta uma das questões mais importantes. Meu esforço neste trabalho é defender a importância do jornalismo, como fonte de conhecimento, informação com discussões e crítica. Em tempos atuais, vivemos em função do tempo e o que a sociedade queré estar informada.  Não é errado, mas esse fluxo de informação diária e mercadológica faz das pessoas uma “caixa de informação”, que depois esvazia-se para dar espaço para outras informações. O jornalismo opinativo trata das mesmas informações só que as discutindo, transformando essas informações em dados que modificam a maneira de pensar e funde essas discussões em algo mais palpável, transformado-as em parte dessa sociedade. Modificando assim, significativamente a maneira de ver, pensar e interpretar as notícias de interesse social.

 

Palavras chaves: Jornalismo Opinativo, Análise do Discurso, Mídia

 

 

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Gilson Santo, estudante de graduação em comunicação social – habilitação: jornalismo [email protected]

 

Introdução

No jornalismo opinativo, a linguagem jornalística recebe um tratamento diferenciado, expõem idéias e questões acerca de determinado assunto, pautadas nas maiorias dos veículos de comunicação, que de alguma maneira têm certo grau de noticiabilidade e importância na sociedade. De maneira direta ou às vezes teatral, o comentarista, referência desse gênero, usa essa notícia como ponto de partida para a crítica, no intuito de mostrar e falar o que a sociedade pensa ou tem que pensar. Aí surgem os problemas. Para muitos estudiosos o jornalismo opinativo é considerado como o antejornalismo. E esse tipo de “jornalismo” não cabe dentro do jornalismo sério e fere a ética jornalística, a da imparcialidade. E para outros, jornalismo é só um reprodutor e mediador da sociedade com as instituições do poder.

O jornalismo com o passar dos anos perdeu seu viés opinativo: Tomando o histórico da imprensa no Brasil, vemos que o poder constituído sempre fez uso do jornalismo impresso como meio de sustentação ideológica. D. João VI vindo para cá, trouxe a imprensa oficial. “Toda publicação era proibida fora do controle do poder. Hypolito José da Costa, para manter seu Correio Braziliense (primeiro jornal não oficial do País), também, aliás, veículo de divulgação de idéias, teve que fazê-lo a partir do exílio. Os jornais impressos serviam como tribuna de debates. (Tomás Barreiros, 2005)

 

 O jornalismo opinativo tratando-se de questões políticas torna-se um fiscalizador dos interesses públicos. A figura do comentarista é de destaque no jornalismo, diferenciando-se das demais funções. O comentarista aborda questões que repercutem na sociedade. O jornalismo opinativo informa notícia e critica, pois na sociedade de hoje, o papel do jornalismo não é somente informar, mas é, sobretudo, criar discussões que debatam os problemas sociais e políticos, ao contrário do jornalismo diário que apenas noticia os fatos sociais.  O jornalismo opinativo é dotado de técnicas que induzem as pessoas ao pensamento crítico, através do uso de formas e sentidos linguísticos e dos padrões de manipulação e persuasão característicos do gênero opinativo.

 

O jornalismo exerce um papel muito importante dentro da sociedade. Ele é o responsável pela formação de opinião, que dará à sociedade uma visão ampla da realidade. As redes de informação, comunicação e notícia tratam do cotidiano da população, que pode através dessas redes,buscar e reivindicar seus direitos, a fim de melhorar a situação em que se encontram. Mas nessa era de “imediatismo e simultaneidade” da informação,não há tempo para pensar e discutir os assuntos pertinentes, que de maneira significativa afetam à população. Por isso é que só a informação não é suficiente para estimular o pensamento crítico na sociedade. Em virtude disso, vemos no jornalismo opinativo uma forma objetiva e mais delineada de transmitir a informação para o público, encurtando o processo de reflexão, pois o jornalismo opinativo, compacta a notícia em um discurso sólido e objetivo.

Desenvolvimento

            Para discutirmos as formas de uso e manipulação da linguagem, usaremos um trecho do texto de Maria Angélica, Discurso, ideologia e persuasão no jornalismo opinativo. Esse texto é de grande importância para esse trabalho, pois ele fornece informações para entendermos a construção de um discurso persuasivo.

 

            Para compreendermos o jornalismo opinativo, é de grande relevância, entendermos como o texto e a linguagem são empregados no discurso, para construir um texto persuasivo. 

 

As bases do discurso persuasivo foram analisadas na Antigüidade por Aristóteles, Cícero e Quintiliano, referindo-se aos meios utilizados pelo orador para estabelecer o contato com o auditório e persuadilo, por meio de discursos dotados de credibilidade. Assim, se o primeiro falava em logos (uso de argumentos), pathos (uso da emoção) e ethos (apresentação) e fornecia as diretrizes para se elaborar o discurso, por meio da inventio (busca de dados), dispositio (seleção e organização dos dados), elocutio (escritura do texto: uso de figuras), actio (interpretação como ator) e memória (arte do improviso)~ o segundo apresentava as fórmulas da persuasão segundo o convencer (por meio de provas), o comover (chegar ao intelecto através do coração, ou seja, da emoção) e o agradar (conduzir à aceitação das idéias por meio do humor). Quintiliano, retomando a elocutio de que fala Aristóteles, apresenta três formas de construção dos discursos: o sutil (subtile), que utiliza a agudeza para ensinar, narrando e provando sem deixar dúvidas~ o florido (floridum), cujo objetivo é o de deleitar, conciliar, empregar a brandura, por meio de metáforas, digressões e de eufemismos~ e o grandioso (grande) que, na tentativa de implantar novas idéias e remover as antigas, procura causar impacto, por meio de um discurso vigoroso, grandiloqüente, com o objetivo de tornar o público maleável e passível a toda e qualquer influência. (Maria Angélica, 2009).

 

Com esse trecho do texto de Maria Angélica, podemos notar alguns fatores de grande valor para entendermos a construção do discurso crítico e opinativo, carregado de acessórios de cunho manipulativo e persuasivo. O texto citado acima, mostra quão complexo é a construção do discurso enão pode ser utilizada por qualquer um, mas sim por especialistas, grandes conhecedores da linguagem e pessoas com o dom da comunicação, como: carisma ou boa expressão.  Dentre as mais variadas formas de uso da linguagem, podemos destacar do texto de Maria Angélica, algumas palavras chaves, como:

            Credibilidade:Ou seja, pessoas que através de determinada função/profissão, é bem vista na sociedade.Argumentos: Conhecimento sobre o que se fala e do que se fala. Seleção: De notícias, fatos de relevância para a sociedade ou para determinado público. Organização: Do que é importante para o público, por sua necessidade de discussão. Dados: informações precisas e bem apuradas. Escritura do texto:Uso de figuras de linguagem. Interpretação: De acordo com a ideologia do escritor/apresentador para os fins que bem entender.Memória: Para usar os dados que caíram em esquecimento, e usa-lós para reafirmar e ressaltar a importância do que se falar ou escrever.Improviso: É mais utilizada na TV, para argumentar, quando coloca em prova o que se fala, ou em outros casos muito utilizado com discurso humorístico.  Provas:São os fatos postos em cheque, sem que haja nenhuma contestação. Comover: A utilização de fatos que de alguma forma, mexam com o lado humanista do público. Emoção:Esta diretamente liga aos sentimentos, brincando ou confundindo os sentidos humanos. E o humor: Maneira de divertir, distrair, prender a atenção... Para criticar determinado assunto.

            Analisando as técnicas do discurso grego de que fala Aristóteles, Maria Angélica (2009) observa que na atualidade, a retórica manifesta-se em diferentes tipos de discurso (publicitário, político, jornalístico), tendo a tecnologia como aliada, na pesquisa e na elaboração e a imagem como adjuvante. Dessa forma, passa a ser entendida como atividade que emprega diferentes formas de linguagem (verbal, visual, sonora, icônica), com o intuito de estabelecer um processo manipulatório entre emissor e receptor, mediante o uso de vários processos: raciocínio apodítico, discurso dialético, emprego de figuras retóricas etc.

 

A retórica da Antiguidade não deixava espaço para argumentações e questionamentos. Isso porque não existia a possibilidade do receptor se indagar a respeito do que ele ouvia. Logicamente, se tratava de um processo persuasivo realizado com eficácia por parte do emissor. O jeito correto de conduzir as palavras do sujeito falante, fazia com que houvesse uma conformidade de entendimento inerente entre emissor e receptor, de forma que a dúvida não podesse existir em meios aos diálogos. Como esse tipo de retórica, podemos comparar muitos ramos jornalísticos, que através do viés opinativo conduzem o discurso como verdade absoluta.

 

A retórica dialética pode ser analisada atualmente como um discurso que serve para provocar no sujeito/receptor uma reflexão sobre os fatos. Ela não está enraizada em um conceito fechado de raciocínio, em que o emissor tenha total poder para manipular e persuadir os ouvintes com suas construções lingüísticas. Nesse caso, existem várias possibilidades para se entender uma mesma realidade e todos têm a chance de formar suas próprias conclusões.

 

A comunicação pode ser entendida como uma troca de informações entre emissor e receptor. É um constante procedimento de transmissão, adaptação e transformação feita ao longo do tempo. O emissor inicia o processo dialogal, e, em resposta, o receptor codifica a mensagem e também repassa ao antigo emissor, que por sua vez se encontra no papel de receptor. Ou seja, há uma transição imutável dentro do diálogo.

 

Como podemos constatar, o processo da comunicação pode ser analisado de diferentes formas, de acordo com cada conceito a respeito. Tendo como referência o sentido de comunicação proposto por Maria Angélica (2009), o discurso utilizado pelo enunciador se propõe a transmitir ao enunciatário um novo conhecimento, fazendo-o participar de uma determinada discussão, com o intuito de expandir suas idéias e incitar a construção de suas opiniões. Tal processo é trabalhado em meio a um jogo de palavras, gestos e outros artifícios de comunicação e em distintos meios midiáticos. De acordo com outros conceitos, o processo da comunicação se trata exatamente do orador exercer o seu poder da linguagem, de forma que o receptor a compreenda do jeito que o primeiro aspire. Uma clara analogia ao discurso do comentarista, que assume uma posição de sujeito detentor da verdade e parte do princípio de que o receptor não possui um pensamento formado em relação ao que ele vai discutir.

 

No texto do autor João Carlos Correia, intitulado “O Poder do Jornalismo e a Mediatização do espaço público, podemos enxergar um trecho em que há esse aspecto “Os valores-notícia refletem critérios de seleção do inesperado que é sempre negativo do que é tido por adquirido (...) A prática jornalística é particularmente sensível aos acontecimentos mais calamitosos que se mostram mais difíceis de classificar ou que contrariam, de forma mais clamorosa, as expectativas sociais”.

O jornalismo contribui para uma construção da realidade, no sentido de dar visibilidade aos fatos, fazer com que as pessoas compreendam tudo que ocorre no cenário nacional e internacional. Contemporaneamente, o espaço público contemporâneo pode ser designado por “espaço público mediatizado”, no sentido em que é funcional e normativamente indissociável do papel dos media (WOLTON, 1995:167). O público está enraizado ao poder da mídia, ao que é noticiado, ao que pode se transformado ao se transmitir a realidade.  

Os fatos são compreendidos como dados ou fato que o auditório aceita como inegável. Partilhando deste mesmo conceito, temos a noção de verdade. No entanto, ela se distingue dos fatos por ser mais complexa do que estes ao se formar como uma teoria aceita que pode ser utilizada para a prova ou decisão de algo.

            Podemos concluir que o discurso é algo complexo, não podendo ser utilizado por qualquer um, mas sim, por pessoas especializadas na área da lingüística ou um profundo conhecedor da linguagem. Esse tipo de linguagem depende de alguns fatores para sua construção, que vão desde a escolha do tema até a aparência do crítico. Um ponto chave que ficou evidente é que a construção da retórica deve ser meticulosa, pois cada detalhe, cada palavra, frase, todas serão responsáveis pelo sentido que se pretende obter, para a persuasão e a adesão desse público às ideologias “pregadas”.  

 

A notícia é uma forma narrativa de informar. Essa narrativa através de uma linguagem dotada de características próprias intervém na conformação das dinâmicas sociais, desencadeando mecanismos que afetam a atividade dos agentes da aquisição e reforço dos conhecimentos e normas pelas quais se pauta a compreensão do mundo (...). Mais uma vez se pode ver como o trabalho do jornalista é voltado para a estrutura social. Como o jornalismo é importante na firmação dos atores sociais como cidadãos conscientes de sua realidade.

            A persuasão é um recurso usado pelos comentaristas para tentar convencer o público a aceitar as idéias por eles propostas. A linguagem é trabalhada de tal forma que muitas pessoas acreditam na mensagem enviada pelo emissor. A ênfase que é dada pelos comentaristas em certos trechos dos argumentos é feitos de maneira proposital. A palavra de ordem nesse sentido é convencer aquele que está escutando as palavras.

 

        De acordo com a análise do discurso, quando o sujeito se comunica ele tem plena segurança de que conhece o seu público receptor. Assim, ele pode dominar sobre o destinatário, pois sabe para quem está se dirigindo, por exemplo, se trata de uma pessoa com muita ou pouca informação e com muito ou menos desenvolvimento intelectual ou então, os dois casos. O emissor pretende que o público aceite e reaja ao seu comentário de acordo com o esperado. Porém isso nem sempre acontece. Não devemos esquecer que a recepção é constituída de humanidade, que possui características complexas e variadas para cada tipo de receptor.

            Ao absolver um comentário, o receptor interpreta a mensagem de acordo com seu modo de ver o mundo, com seu histórico social, cultural e psicológico, assim ele poderá posicionar-se diante dos fatos e acontecimentos sociais.

            O uso dos meios de comunicação transforma, de forma fundamental, a organização da vida social, criando novas formas de acção e de interacção e de exercício do poder. (João Correia)

 

            Uma característica do discurso opinativo a maipulação. A expressão “manipular” significa manejar. Dentro do aspecto humano, podemos dizer que a manipulação é algo extremamente negativo. Manipular é uma ação que só deve ser feita em relação a um objeto. As pessoas só podem manipular aquilo que é inanimado, ou seja, os objetos que os humanos têm todo o direito de manejar como bem entender, por serem apenas objetos. Quando alguém manipula outro alguém, está tratando essa pessoa como objeto, o levando a uma condição inferior.

            Esse comportamento atribuído ao manipulador pode ser comparado ao sadismo, que significa transformar a pessoa em objeto e mostrar a ela a sua superioridade. Reduzir um ser humano a um mero objeto se traduz em uma prática manipulatória sádica, em que o manipulador o reduz de tal forma apenas para exercer um domínio sem restrições.

         Os textos de Arnaldo Jabor são carregados de intenções. Para as pessoas que não possuem algum discernimento para questionar tais palavras utilizadas por ele, podem ser facilmente convencidas a acreditar na veracidade das informações contidas nas mensagens emitidas. Até mesmo aquelas que costumam se indagar do por que das coisas, pode ser conduzida a acreditar e concordar com suas palavras. Isso tudo se explica pelo fato de que Jabor sabe muito bem como trabalhar a linguagem de maneira que o que diz, transmite credibilidade instantânea, retirando todas as exceções, logicamente

 

 

Ao analisarmos os textos de Jabor, podemos através da análise do discurso, ver como os processos de transmissão e recepção da mensagem se articulam no procedimento discursivo locutor/interlocutor. Todo o texto tem uma idéia central, mas nem sempre o que foi falado ou escrito é o que sequer dizer. Os discursos de Arnaldo Jabor é muito carregado de ideologias e recursos lingüísticos. Ele se aproveita desses recursos para introduzir suas idéias, e assim, obter a máxima adesão do público para partilhar das mesmas idéias.

 

De acordo com esta perspectiva, "o ideal da objectividade sugere que os factos possam ser separados das opiniões ou juízos de valor, e que os jornalistas consigam uma distanciação relativa aos acontecimentos do mundo real cujo significado e verdade eles transmitem ao público através de uma linguagem neutra e competentes técnicas de reportagem. Assim, os media noticiosos ofereceriam o resumo fiel dos acontecimentos noticiáveis do dia - os mais relevantes e interessantes para o público. (João Correia)

 

            O discurso é único. Ele é criado em uma época e um contexto sociopolítico, para atender determina discussão. Analisando o texto de Jabor podemos identificar que a utilização das figuras de linguagem que permeia todo o seu discurso, abre um precedente reflexivo para a crítica social. Levando em consideraçãoa análise do discurso, podemos perceber que esse uso exorbitante de linguagens figurativas tem um fator preponderante para potencializar a persuasão ideológica.

 

Conclusão

Desde os tempos dos primeiro informativos, precursores do que é hoje o jornal, Podemos compreender a importância desses veiculo global de informação, que está agregado ao cotidiano da população do mundo. Desde os primos jornais que se tem notícia está à Acta Diurna, que era um informativo publicado em Roma, com as leis, decretos e eventos oferecidos pelo imperador. Podemos destacar essa época como início de uma forma de comunicação que futuramente seria conhecida como jornalismo. Com o passar dos tempos, surgem nos Estados Unidos um grupo de pessoas que queria dizer a toda sociedade como pensar sobre determinados assuntos políticos. Nasce à primeira pratica jornalística, segundo a história. A principio o jornalismo era opinativo, o tempo deu a esse jornalismooutra roupagem, começou ai, a era do jornalismo informativo, usado até hoje como modelo de propagação da noticia. Esse modelo de comunicação tem como objetivo o mercado, ele utiliza os meios de comunicação para vender seus produtos, entre essa propaganda de produtos estão as notícias, a informação. 

Podemos citar o Correio Braziliense, que tinha um formato opinativo, mas por questões financeiras, transformou-se em informativo, deixando seu papel de cunho opinativo. Dessa época para os dias atuais, esse modelo de comunicação ainda é a principal maneira de publicação das noticias. O jornalismo opinativo deixou de ser o modelo principal de para veiculação das notícias e migrou para os editoriais assinado, colunas e é muito utilizado no jornalismo pelos comentaristas dos veículos de comunicação. Podemos nessa pesquisa que o comentarista desempenha uma função muito importante, diferente do jornalismo informativo que apenas informa, o jornalismo de opinião, forma, modifica e transforma a maneira de pensar. O comentarista referência do gênero opinativo tem uma maneira diferenciada de aborda às noticias, diferente do jornalismo diário praticado atualmente no modelo informativo, o comentarista dá sua própria opinião, de acordo com os conhecimentos acumulados, carregado de ideologia, etc. Esse profissional do gênero opinativo utiliza vários recursos para tentar adquirir a adesão do público, uma das formas, mas evidente dos recursos que o comentarista utiliza é o uso da linguagem. A construção do discurso é uma “arma” utilizada pelo comentarista e está “municiada” pela linguagem.  A estrutura que é usada por esse profissional é um ponto chave para transforma o pensamento do público. Os recursos de linguagem é o principal artifício para manipular e persuadir o público.

O jornalismo opinativo é antes de tudo uma arma de critica social. O comentarista trabalha nas entre linhas do jornalismo, como as pequenas letras nos finais de contratos e documentos, essas pequenas e quase insignificantes letras que todas as pessoas querem ler e entender, mas com a falta de tempo da vida moderna não dão a mínima importância, são elas que fazem toda a diferença na sociedade. Essa é uma questão de extrema importância para o jornalismo opinativo, que se apoderando de informações às vezes sigilosas ou de pouca “importância” social, vem publicamente através de jornais impressos, radiofônicos, televisivos etc.,tentar mover na sociedade um senso crítico e de indignação, tentando com todos os recursos analíticos e discursivos, movimentar e levantar questões que mudem a maneira de pensar e agir do público, em busca da transparência, ética e seriedade do poder publico para com a sociedade. 

            Arnaldo Jabor é, antes de tudo, um porta-voz da sociedade. Seu discurso, em grande parte, é destinado à sociedade brasileira. Seu intuito é mostrar as mazelas do poder público. Através de suas críticas, ele tenta transformar, modificar, formar e transmitir uma visão mais detalhada do nosso cenário político, a fim de criar um senso crítico e promover um debate, onde a sociedade como parte fundamental nesse processo, tenha sua voz ouvida pelos representantes políticos de nosso país. Meu trabalho ver a opinião como expressão máxima da sociedade. Defendemos que para formar uma sociedade mais crítica, os meios de comunicação devem, sim, tomar partido e defender sua posição. Só assim, a sociedade poderá, em contrapartida, tomar e discutir as questões que afetam diretamente o cotidiano da população brasileira.

 

          

 

 

 

 

Referencia Bibliográfica

ANGÉLICA, MARIA. Discurso, ideologia e persuasão no jornalismo opinativo, Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Estudos linguísticos, São Paulo, 38 (3): 493 – 507, set/dez. 2009  

 

CARLOS, JOÃO CORREIA. OPoder do Jornalismo e a Midiatização do Espaço Público, Universidade da Beira Interior

 

CHARAUDEAU, Patrick. MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de Análise do Discurso. Tradução Fabiana Komesu (et al.) São Paulo: Contexto, 2004.

 

PUBLICAÇÕES

BARREIROS, Tomás, Jornalismo e Opinião. 2005

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