Anotações sobre ensino e os “tipos” de educação em Paulo Freire
Anotações sobre ensino e os “tipos” de educação em Paulo Freire
Márcio Antonio Rodrigues
A pedagogia de Paulo Freire objetiva um processo educativo emancipador e com vista para a conscientização política dos setores populares. Paulo Freire acreditava que incentivar e organizar um ensino de jovens adultos mudaria um pouco do contexto social de desigualdade vivenciado pela população brasileira (décadas de 80 e 90).
O posicionamento do educador no texto reflete seu engajamento social - político no processo de redemocratização da política brasileira nos anos de 1980 e 1990. A pedagogia freiriana acreditava que criar condições para aprendizagem era uma ação de cidadania. Daí o educador deveria se utilizar de todos os métodos e didáticas possíveis visando à autonomia do educando. Debates em sala, discussões e problematizações surgidas de uma ideia individual faziam parte dessas condições para aprendizagem/ensino.
Para Freire (1992), o conhecimento humano é construído em conexão contínua com o meio social. Pois só a transmissão e o armazenamento das informações, segundo Freire, não constrói o conhecimento. Seu projeto político-pedagógico de educação para as classes populares buscava a autonomia do educando no processo educativo. Para o educador a possibilidade de engajamento num projeto de transformação social só seria possível com o educando no comando de suas ações.
A educação bancária, segundo Freire (2007), está baseada na memorização, no qual o educando é visto como sendo capaz de somente repetir ou de usar o conhecimento escolar mecanicamente, sem compreender, de fato, o que está dizendo ou o que está fazendo. O educador chama-nos a atenção para uma educação que procure vincular o conhecimento às práticas sociais. Uma educação que deve ser dialógica e questionadora do contexto em que se insere o sujeito e a importância do que do está sendo aprendido/ensinado.
Referências bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
