O dilema da constituição identitária do educador na EJA



O dilema da constituição identitária do educador na EJA

Márcio Antonio Rodrigues

 

Os professores da educação de jovens e adultos necessitam com urgência refletir sobre suas práticas na tentativa de despertar o desejo de mudança, de evolução, de efetividade. É importante que façamos o exercício de investigação na e dessa mesma prática. Por isso, a formação inicial e continuada na EJA é tão importante, no sentido de trazer ao professor dessa modalidade conhecimentos do campo específico que o possibilitará a formação de uma consciência crítica não somente dos conteúdos que irá trabalhar, mas pensar em quais conteúdos e como trabalhá-los de forma mais eficaz e significativa.

 Acredito que para ensinarmos sem só transferirmos conhecimentos precisamos da reflexão constante no ensino dos jovens a adultos. Fazer com que eles recuperem sua voz perdida ou silenciadas pelas contingências humanas e primeiro libertamos das amarras metodológicas de uma formação docente precária e incompleta. E ligado a isso que FREIRE (1996), acrescenta a necessidade da reflexão critica

 

Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão critica sobre a prática. É pensando criticamente sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão critica, tem de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento” epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela “aproximá-lo” ao máximo (FREIRE, 1996, p.39)

 

Então a formação inicial e continuada não pode estar voltada apenas para cumprir uma política educacional um parecer, mas esta em concordância com a reflexão crítica da ação pedagógica, para promover mudanças no ensino dos jovens e adultos, para a escola deixar de ser um espaço desconhecido do educador e do educando.

 

Essa visão de educação enfrenta a dicotomia entre teoria e prática, saber científico e saber popular. Para Freire, teoria e prática não se constituem em dois pólos distintos, posto que uma está embutida na outra, em que em toda prática há uma teoria e toda teoria foi pensada e  repensada a partir de uma prática. A prática não é superior à teoria e vice-versa, de modo que os saberes se complementam, não se sobrepõem. (BRASILEIRO, 2008, p.87-88)    

 

 Referências Bibliográficas

 BRASILEIRO, Adelaide. A reconfiguração do currículo da EJA e educação popular. IN: Formação de educadores jovens e adultos. BRASIL: Secad/MEC. 2008.

 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa: Editora Paz e Terra, 1996.

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