FÓRMULA TRANSCENDENTAL HUMANA



FÓRMULA TRANSCENDENTAL HUMANA 

Ora, sabemos bem que os mais importantes princípios espiritistas apregoam que o Homem constitui-se de: 

-Espírito imortal;

-Subconsciente repleto de informações ou registros de vidas pretéritas, sendo que tudo isto, digamos assim, encontra-se instalado no:

-Perispírito, ou corpo fluídico do Espírito. 

Tais registros pretéritos, desnecessário dizer, são decorrentes da: 

-Palingenesia, como processo de Evolução psíquica do Espírito imortal. 

Assim, temos: Espírito, Subconsciente e Perispírito, ou, melhor dizendo, Espírito e Subconsciente, ambos instalado no Perispírito. O Espírito, portanto, é um Ser que se sujeita à Palingenesia como meio de sua Evolução. Mas o que tudo isso tem a ver com a Ciência oficial? Ora, é indiscutível que a Ciência moderna confirma o Espiritismo nos seus mais diversos aspectos e postulados constituindo um elo imprescindível entre eles e demonstrando que tais, de fato, se completam mutuamente como dantes proposto pelo sábio Codificador. Assim sendo, vamos a alguns estudos já tão disseminados nos meios culturais terrenos, mas que não custa fazer uma breve retrospectiva em torno dos mesmos para constatar-se que, realmente, o Espiritismo não é uma utopia, mas sim uma verdade de confirmações bíblicas, e, no caso ora em questão, de confirmações científicas. 

-Evolução e Recapitulação: 

Em 1857, Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, e seus mais amplos objetivos humanos, sociológicos e culturais, preconiza, além do evolucionismo biológico, o espiritual, sendo este o agente, o fator principal que desencadeia e processa aquele outro. Em 1869, com “A Gênese, os Milagres e as Predições”, o sábio argumentador vai registrar que: 

“Acompanhando-se passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente anterior”. (Opus Cit.). 

Mas em 1859, como sabemos, Charles Darwin lançava o seu mais importante tratado que, pautado em dados de sua bem sucedida viagem pelos três oceanos, extraíra excelentes conclusões evolutivas das espécies, vindo a revolucionar o mundo científico com o seu “A Origem das Espécies”. Nos tempos atuais, patenteia-se o “neodarwinismo” com suas mais evidentes provas fósseis, moleculares, adaptativas, das estruturas de analogia e de homologias, vestigiais e etc., fazendo-nos entrever uma idéia bem mais ampla do que o simples fixismo das espécies e mostrando-nos, assim, a progressividade de todos os seres, forçando-nos apreciar a vida com maior respeito para com os nossos irmãos inferiores dos mais diversos níveis de progressividade biológica e, também, segundo o Espiritismo, de progressividade psíquica, onde o indivíduo, em constante dinamismo e expansão, edifica mais apurados e mais perfeitos órgãos de sua extensa trajetória ascensional. 

Para Haeckel, grande defensor das idéias evolucionistas no seu tempo: “a ontogênese repete a filogênese”. E, por isto, ratifica-se que: 

O embrião humano, tal como os demais de outras espécies, vai exibir em seus primeiros dias pronunciada semelhança com um peixe: tem um coração com duas cavidades, vesícula vitelina, reentrâncias branquiais e cauda recurvada como a do cavalo marinho. Após certo lapso, entrementes, ele vai recordar os anfíbios, pois desenvolve uma terceira cavidade cardíaca, as brânquias se atrofiam, os pulmões aparecem e a cauda regride; mais adiante, ainda, o seu coração evolve outro passo adquirindo muita parecença com o dos répteis. E diferenciando-se um tanto mais, surgem as quatro cavidades do coração, a homotermia, a presença de pêlos no corpo indicando que o concepto alcançou a classe dos mamíferos.

De uma ótica exclusivamente biológica, nota-se que o referido concepto vai crescendo e contrariando os mais vulgares princípios de causa e efeito, haja vista que mais órgãos vão surgindo de menos órgãos que, por sua vez, crescem, se aperfeiçoam, e, ao vencer-se o prazo de nove meses vem à luz, finalmente, um novo representante da superior espécie do orbe terreno: um ser humano ainda bebê, tão pequenino, mas que, em suma, dá o que pensar nos indivíduos mais exigentes que não podem aceitar uma concepção puramente mecânica da vida, da inteligência e da moralidade. 

E o fato é que a célebre frase, extraída da constatação fisiobiológica de Haeckel, sugere não somente evidências a favor do evolucionismo darwiniano, como também sugere haver um fator extra-físico no homem, que encerra em sua estrutura plasmática, ou perispirítica, um repositório de ancestrais informações de sua lenta progressividade nos sistemas vivos que, no fundo no fundo, haverá de ser, primordialmente, anímica ou espiritual. 

Mas avancemos e passemos ao próximo item de nossos estudos: 

-Subconsciente, ou Id freudiano: 

Muitos afirmam que os trabalhos de Freud representaram e ainda representam, para a Ciência, como o melhor método clínico a serviço do diagnóstico e tratamento das doenças psíquicas. Para o referido e grande estudioso da temática psíquica, a mente humana é dotada de três compartimentos intercomunicantes e pode ser comparada a uma espécie de iceberg onde a parte visível comparar-se-ia ao que ele chamara de “ego”, que é o nosso consciente, ou, camada estrutural psíquica ligada e devidamente proporcionada à vida de relação; e, em sua parte invisível, e abaixo daquele outro, teríamos o “id”, repositório dos instintos, das repressões e das mais secretas motivações sexuais; e, acima do “ego”, se distinguiria o “superego”, plano mental que aconselharia e dirigiria o ser humano no sentido das contingências éticas e morais. Diga-se, de passagem, que o Espiritismo de Kardec já vislumbrava tais idéias, que o Espírito André Luiz desenvolve, em um e em outro, comparando a mente humana como um edifício de três andares que, em suma, tem as mesmas características freudianas, porém, com notáveis aprofundamentos, inclusive da reencarnação que o sábio criador da Psicanálise desconhecia. 

E o fato é que, modernamente, a área acadêmica da Psicologia muito progredira em seus estudos, conceitos e aplicações, havendo, até mesmo, uma Psicologia Transpessoal que admite os fatos incontestáveis da palingenesia; mas não se pode deixar de reconhecer as grandes contribuições dos estudos freudianos para uma melhor compreensão da mente e de suas mais diversas patologias.  Ora, de tal sábio para cá, pudemos conhecer, por exemplo, outro profundo estudioso da psique humana que com Freud mesmo convivera, e do qual se apartara: o erudito criador da Psicologia Analítica: Carl Gustav Jung. 

Mas sigamos avante em nossas confirmações positivas do Espírito: 

-Campo Perispirítico: 

Atualmente, o campo perispirítico recebera notáveis evidências de cunho científico; tivera a denominação de: Corpo Bioplásmico para cientistas soviéticos e Campo Vital ou Eletromagnético, para diversos pesquisadores dirigidos pelo catedrático de anatomia na Escola de Medicina da Universidade de Yale: Harold Saxton Burr. Em matéria de título “Perispírito”, onde faz um histórico retrospectivo e uma razoável análise de suas propriedades e funções, Joanna de Angelis declara que o mesmo está: 

“perfeitamente consentâneo aos últimos descobrimentos nas experiências de detecção por efluvioscopia e efluviografia, com a denominação de Corpo Bioplásmico, que o apóstolo Paulo já o chamava de corpo espiritual, conforme escreveu aos Coríntios (1ª. Epístola, 15:44), corpo corruptível, logo depois, na mesma Epístola, verso 53, ou alma, na exortação aos companheiros da Tessalônica (1ª. Epístola, 5:23), sobrevivente à morte”. (Vide: “Estudos Espíritas” – Joanna de Angelis – Feb). 

Já, para Saxton Burr: 

Todos os sistemas vivos são moldados, dirigidos e controlados por campos eletrodinâmicos, campos estes que podem ser medidos e localizados por qualquer experimentador, desde que se utilize de sensíveis e modernos aparelhos de uso corriqueiro: o voltímetro. 

Tais experiências, e também dos soviéticos, puderam comprovar que todo e qualquer complexo vivo, seja ele uma bactéria, um embrião, uma semente, ou uma planta qualquer, podem registrar-se ao seu derredor campos eletrodinâmicos, ou campos da vida, como são também conhecidos.

E mais: as experiências de Burr sugerem que tais campos pré-existam à formação do estrutural biológico do soma físico. Ora, ao se sondar os aludidos campos em estágios iniciais do referido soma, ou seja, em sua formação, tais campos podem revelar a sua futura forma, ou, a disposição dos elementos que irão moldar tal como uma espécie de matriz pré-existente e que, portanto, já existia antes da formação do tipo biológico presente ou atual.

O que confirma sua perpetuidade e explicaria, sem sombras de dúvidas, o retro citado Haeckel onde o corpo em gestação parece rememorar estágios filogenéticos do passado anteriormente experimentado. E o fato é que a descoberta dos Campos Eletrodinâmicos ratifica o sucesso dos soviéticos no tocante ao Corpo Bioplasmático, com a vantagem nítida e clara de que o primeiro adianta-se um tanto mais ao detectar a possibilidade da pré-existência da referida Estrutura Matriz Eletrodinâmica, sede dos processos fundamentais que determinam a vida; noutros termos, do que se propala: 

-Espírito imortal: 

Além de tais evidências, quero crer que a mais clara e mais atual prova científica da existência do Espírito veio por intermédio da Parapsicologia rhineana. Tendo provado haver “Funções Psi”, ou “Paranormais”, na consciência humana, que funciona na produção dos Fenômenos Psi, ou, simplesmente, dos efeitos paranormais, Joseph Banks Rhine postulou haver, pois, uma espécie de conexidade (=c=), ou estreita ligação, entre: 

   [(Fenômenos Psi)] (=c=) [(Funções Psi)] 

“Onde a Transcendência dos Fenômenos Psi no tocante aos limites impostos pelas leis físicas da Matéria, do Espaço e do Tempo encerra estrita conexão com as Funções Psi cuja dinâmica os fomenta e produz”. 

Todavia, quais são os Fenômenos Psi? Segundo a Parapsicologia tais são: 

-Clarividência (vidência, ou vista psíquica);

-Precognição (premonição, ou visão do futuro);

-Psicocinesia (deslocamento de coisas e objetos);

-Retrocognição (visão ou conhecimento de fatos pretéritos); e finalmente:

-Telepatia (comunicação mental). 

Na Clarividência se pode constatar que o homem prescinde de olhos para ver, porquanto já se provou que, por vias não físicas, e, portanto, mental, é possível chegar-se aos mesmos e, até superiores, resultados que a sua simples visão física e corriqueira das coisas. 

Na Precognição, a mente humana prova ter capacidade de rasgar as cortinas do tempo permitindo-lhe entrever quadros da vida futura ou de fatos que ainda não pertencem ao nosso presente estado de coisas.

Na Psicocinesia, tem se visto grandes agentes psicocinéticos que à força da concentração e da vontade tem operado deslocamentos e alterações de objetos à distância.

Na Retrocognição, provou-se que o passado pode ser muito mais e melhor vasculhado, pois que tais registros encontram-se gravados em alguma forma de energia extra-física do astral. 

Na Telepatia, demonstrou-se que a mente humana apresenta poderes que lhe conferem ultrapassar os limites da experiência normal, provando sua transcendência às leis físicas, superando distâncias e transmitindo informações entre pessoas distanciadas quilômetros umas das outras.

Para exemplificar esta última, citarei um caso verificado dentro da antiga fortaleza soviética entre um emissor: Yuri Kamensky e um receptor: Karl Nikolaiev onde o rigor científico fora imposto para que não se permitisse fraudes: 

“O primeiro pacote que me deram – diz Kamensky – continha uma mola de metal de sete espirais apertadas. Apanhei-a. Passei os dedos pela mola. Deixei que a sensação e a vista dela me penetrassem. Ao mesmo tempo, figurei o rosto de Nikolaiev. Imaginei-o sentado à minha frente. Em seguida, mudei de perspectiva e tentei ver a mola como se estivesse olhando por cima do ombro de Karl. Finalmente tentei vê-la através dos seus olhos. A uns 3.000 quilômetros dali – relatam agora as autoras – Nikolaiev ficou tenso. De acordo com as testemunhas, os seus dedos tatearam alguma coisa que só era visível para ele. E escreveu: redondo, metálico, brilhante... reentrante... parece uma mola”. (Vide: “Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro” – S. Ostrander e L. Schroeder – Editora Cultrix). 

E o fato é que: se tais fenômenos se permitem transcender o espaço (telepatia); se tais fenômenos se permitem prever o futuro (precognição); e, mais ainda: se eles podem nos mostrar o passado desconhecido (retrocognição), eles, de fato, reúnem provas bastante evidentes da transcendência humana para além dos estágios biológicos terrenos. 

Ora, se tais fenômenos estão investidos da capacidade de transcender o espaço (telepatia), de transcender o tempo (precognição e retrocognição), é bem possível sejam eles capazes de transcender tudo, de transcender a morte, permitindo o raciocínio inevitável de que: 

[(Fenômenos Psi)]  (=c=)  [(Funções Psi)]  (=c=)  [(TNmh)] 

“Onde a Transcendência dos Fenômenos produzidos pelas Funções Psi no tocante aos limites impostos pelas leis físicas da Matéria, do Espaço e do Tempo evidenciam a Transcendente Natureza da Mente Humana (TNmh)”. 

Estando claro, pois, que este terceiro termo guarda equivalência óbvia com o que se convencionara chamar de Alma, ou, então, de Princípio Intelectual distinto da matéria, ou, ainda, de forma sucinta: de Espírito, constituindo, a tal ponto, uma perfeita igualdade (=) matemática no que se denominaria: 

Fórmula Transcendental Humana:

[(Fen.Psi)]  (=c=)  [(Funções Psi)  (=c=)  [(TNmh)]  (=)  [(Espírito)] 

Onde, relativamente a tais fenômenos, declarara o mais importante, honesto e criterioso pesquisador parapsicológico dos tempos modernos: 

“É inevitável a conclusão de que existe algo funcionando no Homem que transcende as Leis da Matéria e, portanto, por definição, uma Lei não física ou não material tornou-se manifesta. Logo, o Universo não se conforma ao conceito materialista predominante”. (Joseph Banks Rhine). 

Assim, finalizo com a conclusão do grande criador da Parapsicologia e não com a “disposição matemática” da Fórmula Transcendental Humana que também, obviamente, haverá de receber as mais diversas análises e críticas dos nossos leitores espiritistas ou não. O que é normal, é claro, quando se coloca qualquer coisa a público.

Todavia, mais uma vez, gostaria que vissem na referida formulação muito mais o produto da criatividade e da inspiração do seu autor e não uma disposição matemática rígida e portadora de todo aquele formalismo sisudo das coisas de tal Ciência atinentes e que tão poucos compreendem. 

Quando escrevi: “Fórmula da Reencarnação”, pequena e despretensiosa composição literária postada na net pela webartigos, recebi por email, e, com muito carinho, as mais diversas críticas, tipo a), b) e c) a ela feitas. Dos primeiros: 

a)    Estes foram favoráveis, acharam legal poder trabalhar com números em função da variável “x” para se encontrar as mais diversas possibilidades de resultados do Espírito reencarnado; e, dos segundos: 

b)   Tais elementos não enxergaram no artigo nenhuma fórmula matemática, disseram que não a viram absolutamente (eu, pelo menos vi cinco equações que se juntam conversivamente, e como foi trabalhoso tudo elaborar: matematicamente e filosoficamente); e, dos terceiros: 

c)    Estes viram uma tentativa de se mostrar por cálculos matemáticos o referido fenômeno palingenésico. 

Resumindo, quero dizer, sobretudo aos da alínea “c”, que, de fato, fora uma tentativa muito saudável e, aliás, desde o início daquele artigo, este autor já havia declarado bem no início do referido que: 

“Venho tentando, na medida do possível, fazer uma correlação do Espiritismo com as demais Ciências...”. 

E disse mais: 

“Que se trataria de uma matemática básica, fundamental mesmo,...” e não de coisas extremamente complicadas, e de um formalismo desnecessário. 

E também que havia recebido tal formulação por inspiração e que: 

“A inspiração pode conter erros, mas a matemática não!”. 

Em suma, estou satisfeito mesmo por constatar que, doravante, confrades mais especializados e mais competentes do que este modesto articulista, poderão eles, também eles, fazer suas tentativas de relacionar o Espiritismo com a Matemática e, quem sabe, produzir verdadeiros milagres por meio de sua sábia e transcendente inspiração, pois que todas as grandes descobertas do mundo científico se patentearam no mundo graças às inspirações e intuições dos que se encontravam na faixa ideal de recepção mediúnica dos seus superiores hierárquicos. 

(Vide também: “Retângulo Áureo Palingenésico”: deste mesmo autor). 

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

e.mail: [email protected]

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