O Papel do Professor e do Brincar na Educação Infantil



A infância é entendida como um mundo de possibilidades sendo capaz de proporcionar vivências que favorecem uma formação integral e harmônica da criança na sociedade que vive em constante e rápida trans­formação. 

A educação infantil vem privilegiando a construção do caráter, a formação pessoal, a capacidade de resolver problemas, o respeito às diferenças, entre outras propostas que favorecem a formação da criança a fim de prepará-la para ser um adulto consciente de seus direitos e deveres. 

A infância é uma etapa muito importante para o sujeito porque é a fase em que ele passa por uma adaptação ao meio físico equilibrando-se entre o “eu” e o “outro”. Segundo Piaget (1985), “educar é adaptar o indivíduo ao meio social ambiente”. Sendo assim, cabe à Educação Infantil proporcionar à criança a inter-relação com o mundo de uma maneira lúdica e prazerosa, possibilitando que suas conquistas se reflitam por toda a vida. Esta intervenção oportuniza a criança , em suas diferentes etapas de desenvolvimento, no processo de individualização e socialização, aquisições orgânicas, linguísticas, psicomotoras, conceituais e afetivas, de modo que cada criança progrida como ser único e individual no meio em  que está inserido. 

Os vínculos construídos neste momento são de extrema relevância, principalmente aqueles estabelecidos com o professor, que provê os cuidados básicos de acolhimento, higiene, alimentação e proteção, necessários para que ele se sinta seguro na ausência dos pais. Nesta fase faz-se necessário que os familiares sejam contatados constantemente a fim de que o professor possa conhecer melhor as necessidades de seu aluno e estabelecer uma relação de confiança mútua durante sua permanência na instituição. Ao tempo em que o estado inicial do aluno vai sendo substituído progressivamente pelo ganho de independência e autonomia no atendimento de suas necessidades básicas, ampliam-se as possibilidades de movimentação corporal e do jogo. A comunicação com os demais enriquece, uma vez que a linguagem verbal lhe assegura uma maior interação e permite a representação de suas idéias, desejos e pensamentos num exercício primordial de expressar-se, utilizando-se das mais diversas modalidades. 

Na Educação Infantil a atuação do professor deve ser embasada em um grande conhecimento teórico e estar ciente de sua responsabilidade na formação de seus alunos. Esta atuação requer momentos de troca, possibilitando encontrar o sentido produzido por suas teorias, ou seja, os saberes precisam sustentar a prática. 

O papel do professor na Educação Infantil assemelha-se ao papel dos demais educadores, mas em alguns momentos deve diferenciar-se devido a total dependência que os pequenos tem, suas necessidades tanto físicas como emocionais, é preciso que exerçam a missão de enxergar as diferenças e conduzí-las respeitando as limitações de cada indivíduo, valorizando seus saberes e suas realidades, suas especificidades, bem como seu desenvolvimento cognitivo, moral e psicológico. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação diz em seu artigo 62 que a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de gra­duação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. 

Nos processos de construção de conhecimento as crianças devem participar ativamente favorecendo seu pleno desenvolvimento. Kramer destaca alguns aspectos cruciais que devem permear uma proposta pedagógica: o ponto de vista sócio-afetivo onde a criança deve ter uma auto-imagem positiva, percebendo sua identidade e aceitando as diferenças do grupo; o ponto de vista cognitivo que proporciona que a criança aprende e constrói seus conceitos através de suas interações com o mundo realizando trocas que desenvolve e amplia seu pensamento. Para ele, o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio. O ponto de vista linguístico trabalha a expressão individual, fundamental no processo de socialização da criança; o ponto de vista da psicomotricidade proporciona que a criança amplie seus movimentos através da exploração de seu corpo e do espaço físico através de atividades diárias com objetivos a serem atingidos. 

No que se refere ao desenvolvimento infantil, o brincar é um dos assuntos mais importantes de se tratar, pois é realmente uma das coisas fundamentais na vida da criança. 

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. Para  uma criança com menos de três anos de idade é essencialmente impossível envolver-se numa situação imaginária, uma vez que isso seria  uma forma nova de comportamento que liberaria a criança das restrições impostas pelo ambiente imediato. O comportamento de uma criança muito pequena é determinado, de maneira considerável. E o de um bebê, de maneira absoluta. 

Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui. 

O brincar, o lúdico e o faz de conta, são primordiais na infância, brincar traduz a forma como a criança interpreta e assimila o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos das pessoas. É através da brincadeira que a criança recria e interpreta o mundo em que vive e se relaciona com o mesmo. O brincar não é uma simples recreação ou passatempo, mas a forma mais completa que a criança tem de se comunicar consigo mesma e com o mundo. É na magia do brinquedo que ela desenvolve a auto-estima, a imaginação, a confiança, o controle, a criatividade, a cooperação, o relacionamento interpessoal. 

De acordo com Vygotsky, o brincar tem sua origem na situação imaginária criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser realizados, com a função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, para construir uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da vida real. 

É necessário que a criança brinque para expressar suas fantasias, seus desejos, suas experiências, pois no mundo do faz de conta é possível destruir o que incomoda, sejam pessoas ou situações, e reconstruí-los novamente, colocando-se no mundo externo a própria realidade interna, sem danos e culpas inadequadas; para dominar as suas angústias e os seus medos provenientes de fantasias mescladas, muitas vezes com a realidade; para exprimir sua natural agressividade, de forma tranquila e segura, de modo socialmente aceito; para estabelecer e desenvolver a sociabilidade; para aumentar suas experiências e aprender que é permitido errar e que pode tentar de novo, sem críticas destrutivas; para promover sua criatividade e favorecer toda expressão de sua personalidade. 

De acordo com Piaget, “os jogos e as atividades lúdicas tornam-se mais significativas à medida que a criança se desenvolve; com a manipulação de materiais variados ela passa a reconstruir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa”. 

É no jogar e no brincar que a criança alcança a liberdade de criação, ou seja, a criança utiliza sua personalidade integral e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu. Brincando e jogando a criança expressa toda a sua espontaneidade. A criança que brinca experimenta, constrói com o brinquedo, aprende a dominar sentimentos de angústia, a conhecer seu corpo, a fazer representações do exterior e progressivamente a agir sobre ele, controlando seus próprios limites. 

Portando, o brincar possibilita algo além do divertimento, entretenimento ou descarga de energia. Representa fonte de conhecimento, aprendizado, de satisfação e um acesso ao imaginário. 

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A infância é entendida como um mundo de possibilidades sendo capaz de proporcionar vivências que favorecem uma formação integral e harmônica da criança na sociedade que vive em constante e rápida trans­formação.

A educação infantil vem privilegiando a construção do caráter, a formação pessoal, a capacidade de resolver problemas, o respeito às diferenças, entre outras propostas que favorecem a formação da criança a fim de prepará-la para ser um adulto consciente de seus direitos e deveres.

A infância é uma etapa muito importante para o sujeito porque é a fase em que ele passa por uma adaptação ao meio físico equilibrando-se entre o “eu” e o “outro”. Segundo Piaget (1985), “educar é adaptar o indivíduo ao meio social ambiente”. Sendo assim, cabe à Educação Infantil proporcionar à criança a inter-relação com o mundo de uma maneira lúdica e prazerosa, possibilitando que suas conquistas se reflitam por toda a vida. Esta intervenção oportuniza a criança , em suas diferentes etapas de desenvolvimento, no processo de individualização e socialização, aquisições orgânicas, linguísticas, psicomotoras, conceituais e afetivas, de modo que cada criança progrida como ser único e individual no meio em  que está inserido.

Os vínculos construídos neste momento são de extrema relevância, principalmente aqueles estabelecidos com o professor, que provê os cuidados básicos de acolhimento, higiene, alimentação e proteção, necessários para que ele se sinta seguro na ausência dos pais. Nesta fase faz-se necessário que os familiares sejam contatados constantemente a fim de que o professor possa conhecer melhor as necessidades de seu aluno e estabelecer uma relação de confiança mútua durante sua permanência na instituição. Ao tempo em que o estado inicial do aluno vai sendo substituído progressivamente pelo ganho de independência e autonomia no atendimento de suas necessidades básicas, ampliam-se as possibilidades de movimentação corporal e do jogo. A comunicação com os demais enriquece, uma vez que a linguagem verbal lhe assegura uma maior interação e permite a representação de suas idéias, desejos e pensamentos num exercício primordial de expressar-se, utilizando-se das mais diversas modalidades.

Na Educação Infantil a atuação do professor deve ser embasada em um grande conhecimento teórico e estar ciente de sua responsabilidade na formação de seus alunos. Esta atuação requer momentos de troca, possibilitando encontrar o sentido produzido por suas teorias, ou seja, os saberes precisam sustentar a prática.

O papel do professor na Educação Infantil assemelha-se ao papel dos demais educadores, mas em alguns momentos deve diferenciar-se devido a total dependência que os pequenos tem, suas necessidades tanto físicas como emocionais, é preciso que exerçam a missão de enxergar as diferenças e conduzí-las respeitando as limitações de cada indivíduo, valorizando seus saberes e suas realidades, suas especificidades, bem como seu desenvolvimento cognitivo, moral e psicológico. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação diz em seu artigo 62 que a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de gra­duação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Nos processos de construção de conhecimento as crianças devem participar ativamente favorecendo seu pleno desenvolvimento. Kramer destaca alguns aspectos cruciais que devem permear uma proposta pedagógica: o ponto de vista sócio-afetivo onde a criança deve ter uma auto-imagem positiva, percebendo sua identidade e aceitando as diferenças do grupo; o ponto de vista cognitivo que proporciona que a criança aprende e constrói seus conceitos através de suas interações com o mundo realizando trocas que desenvolve e amplia seu pensamento. Para ele, o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio. O ponto de vista linguístico trabalha a expressão individual, fundamental no processo de socialização da criança; o ponto de vista da psicomotricidade proporciona que a criança amplie seus movimentos através da exploração de seu corpo e do espaço físico através de atividades diárias com objetivos a serem atingidos.

No que se refere ao desenvolvimento infantil, o brincar é um dos assuntos mais importantes de se tratar, pois é realmente uma das coisas fundamentais na vida da criança.

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. Para  uma criança com menos de três anos de idade é essencialmente impossível envolver-se numa situação imaginária, uma vez que isso seria  uma forma nova de comportamento que liberaria a criança das restrições impostas pelo ambiente imediato. O comportamento de uma criança muito pequena é determinado, de maneira considerável. E o de um bebê, de maneira absoluta.

Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.

O brincar, o lúdico e o faz de conta, são primordiais na infância, brincar traduz a forma como a criança interpreta e assimila o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos das pessoas. É através da brincadeira que a criança recria e interpreta o mundo em que vive e se relaciona com o mesmo. O brincar não é uma simples recreação ou passatempo, mas a forma mais completa que a criança tem de se comunicar consigo mesma e com o mundo. É na magia do brinquedo que ela desenvolve a auto-estima, a imaginação, a confiança, o controle, a criatividade, a cooperação, o relacionamento interpessoal.

De acordo com Vygotsky, o brincar tem sua origem na situação imaginária criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser realizados, com a função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, para construir uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da vida real.

É necessário que a criança brinque para expressar suas fantasias, seus desejos, suas experiências, pois no mundo do faz de conta é possível destruir o que incomoda, sejam pessoas ou situações, e reconstruí-los novamente, colocando-se no mundo externo a própria realidade interna, sem danos e culpas inadequadas; para dominar as suas angústias e os seus medos provenientes de fantasias mescladas, muitas vezes com a realidade; para exprimir sua natural agressividade, de forma tranquila e segura, de modo socialmente aceito; para estabelecer e desenvolver a sociabilidade; para aumentar suas experiências e aprender que é permitido errar e que pode tentar de novo, sem críticas destrutivas; para promover sua criatividade e favorecer toda expressão de sua personalidade.

De acordo com Piaget, “os jogos e as atividades lúdicas tornam-se mais significativas à medida que a criança se desenvolve; com a manipulação de materiais variados ela passa a reconstruir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa”.

É no jogar e no brincar que a criança alcança a liberdade de criação, ou seja, a criança utiliza sua personalidade integral e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu. Brincando e jogando a criança expressa toda a sua espontaneidade. A criança que brinca experimenta, constrói com o brinquedo, aprende a dominar sentimentos de angústia, a conhecer seu corpo, a fazer representações do exterior e progressivamente a agir sobre ele, controlando seus próprios limites.

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