O PERFIL DOS EDUCANDO(AS) NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO CONTEXTO ESCOLAR



Introdução

O Presente artigo tem o objetivo de apresentar um novo olhar acerca do perfil dos alunos da Alfabetização de Jovens e Adultos. Percebe-se  que o processo histórico que envolve a Educação  (EJA), foi vivenciado mediante a falta de uma política pública estruturada que levassem em consideração as necessidades desse público e considerando a EJA como uma modalidade de ensino que durante toda a sua história foi marcada pela falta de comprometimento da sociedade política em geral.

            Portanto, antes de chegarmos à escola, tínhamos a ideia de que o público que procurava a Alfabetização de Jovens e adultos eram apenas, trabalhadores/as, assalariados/as, donas de casa e idosos/as, que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na infância ou precisaram abandoná-la para trabalhar.          No entanto, quando chegamos à escola, em especial, a sala de aula da Alfabetização de Jovens e Adultos nos deparou com outra realidade: há uma grande diversidade de identidades muito maior do que almejávamos encontrar. Os perfis desses educandos/as vão muito mais além do que trabalhadores proletariados. São desempregados/as, donas de casas, jovens, idosos, pessoas com deficiências ou com algum tipo de necessidades educacionais especiais que assim como os demais alunos da EJA historicamente tiveram seus direitos a educação negada. São alunos com suas diferenças culturais, étnicas e religiosas.

Na alfabetização de jovens e adultos, há diferentes perfis de alunos. Existem os aposentados com tempo livre, os adolescentes que trabalham durante todo o dia, profissionais que fazem bicos etc. Para que todos tenham a oportunidade de se alfabetizar, é fundamental levar em conta essas diferentes realidades. (MARTINS, 2010 P.87)

            Diante do exposto podemos afirmar que essas pessoas não são apenas trabalhadores subempregados, oprimidos e excluídos pela sociedade capitalista elitista, são acima de tudo jovens adultos e idosos compartilhando o mesmo sonho de aprender a ler e escrever.

Na Declaração de Hamburgo sobre a Educação de Adultos, de 1997, apresenta que: 

...a alfabetização, concebida como o conhecimento básico, necessário a todos, num mundo em transformação, é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. (...) O desafio é oferecer-lhes esse direito... A alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser um requisito básico para a educação continuada durante a vida. (In: PARECER CNE/ CEB 11de 2000, p.07) 

            Sendo assim, a Alfabetização de Jovens e adultos é uma conquista para todos esses cidadãos excluídos tanto nas esferas sociais, econômicas e educacionais. É uma dívida social que está sendo reparada para com os que não tiveram acesso ao domínio da cultura escrita. A privação do direito a educação escolar é um dano imprescindível para a convivência na sociedade atual, urbana, industrial, burocrática e letrada.

             De maneira geral, a EJA abrange uma variedade de atores, uma gama de sujeitos, com uma diversidade extensa, e que representam a camada mais empobrecida e esquecida da sociedade. São eles, jovens, adultos, idosos, negros, portadores de necessidades especiais, e trabalhadores do campo e da cidade com funções e históricos de vidas diversas, que voltam para escola para satisfazer as necessidades atuais em suas vidas, que nem sempre está relacionado ao mundo do trabalho. O ingresso na escola é motivado também pela satisfação pessoal da conquista do direito a educação. Diante disso, a volta ou ingresso na escola pela primeira vez é antes de tudo para os Jovens e Adultos da EJA, um grande desafio.

 Tendo em vista a diversidade de perfis da alfabetização de jovens e adultos e a  pequena contemplação de novos dados  na bibliografia existente, foi elaborado um questionário para  ser aplicado  a educandos/as que frequentam essa modalidade de ensino com o intuito de conhecermos na atualidade quem são os participantes desse processo, em especial os sujeitos da EJA.

Para tanto, realizamos uma pesquisa por amostragem através da metodologia de grupo focal no primeiro segmento da EJA, em duas escolas: uma da rede estadual e outra da rede municipal de ensino no município de João Pessoa, com o objetivo de conhecer de perto o perfil dos educandos/as da alfabetização de jovens e adultos. Neste sentido, foram analisadas várias bibliografias com fundamentações voltadas para o perfil dos educandos/as da EJA, e a forma de como foi elaborada uma pesquisa para analisarmos, através dos dados, as experiências dos sujeitos da EJA da atualidade no âmbito escolar.  É a partir desse diálogo que discutiremos os perfis anunciados sobre os educandos/as da Alfabetização de Jovens e Adultos e os perfis encontrados através do dia a dia destes sujeitos em sala de aula.

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