O Sonhador



O sonhador era ainda pequeno quando começou a perceber que o mundo não era um sonho, o mundo não era o melhor lugar para se morar, mas mesmo assim ele, o sonhador, quiz viver cada minuto intensamente. O sonhador se dedicava a tudo que fazia como se fosse a última coisa que iria fazer, mas no fundo existía um grande vazio dentro dele.

Ele sempre se questionou sobre tudo, sobre a tristeza que sentia, sobre a alegria que o confortava, a solidão que o acompanhava mesmo quando haviam milhares de pessoas a sua volta.

O sonhador era um pequeno menino quando conheceu o mundo, quando viu as multiplas caras que ele tinha, era ainda pequeno quando descobriu que a perfeição não existía, que a solidão seria sua maior companheira, era ainda pequeno quando descobriu que o egoísmo predominara neste mundo perverso em que ainda se encontra.

Pequeno mas ao mesmo tempo grande, como poderia ? simples, um ser pequeno com sonhos grandes, com objetivos grandes, com responsabilidades grandes. Vindo de uma família desestruturada, o sonhador se manteve sempre dentro de suas próprias regras, sempre com seus proprios conceitos, a final que conceitos poderia ter ele, que regras poderia ter ele sendo que tudo que conheceu foi o caos, sendo que tudo com o que conviveu foi a desordem, a solidão. Muitas vezes pensava, "por que não posso ser um vencedor, uma pessoa independente de todas aquelas que me rodeiam", o pequeno sonhador havia chegado a um ponto em que não sabia o que fazer, ele havia crescido sem regras certas, o que valia agora não tinha mais valor em breve.

Não havia amor, não havia respeito, não havia carinho, nada parecia fazer sentido, a final por que não sou feliz, pensava o pequeno sonhador. Mas isso não seria facilmente respondido.

Passaram-se anos e anos, e o pequeno sonhador havia esquecido um pouco daquela confusão interna, o sonhador como era reconhecido publicamente agora, passou a viver em uma solidão silenciosa, uma solidão pacata mas amarga ao mesmo tempo, o sonhador ja não mais sonhava.

Imaginemos nós, a vida sem um sonho, sem um objetivo, as pessoas vem e vão, os amigos, simplismente não existem, os amores, na verdade não são amores, são eternas buscas por algo que não existe, assim era a vida do sonhador !

Imaginemos agora um mundo, onde existe a amizade, onde existe um amor verdadeiro, nada de traições, nada de conflitos, nada de inveja ou qualquer outro sentimento capáz de destruir qualquer ser humano, este era o mundo em que o sonhador gostaria de ter nascido e vivido.

Eu até poderia imaginar, a cabeça dele, ver os olhos dele a procura de uma esperança, eu até posso ve-lo, ver o seus pensamentos, confuso, sem ninguêm com quem conversar. O sonho por uma família unida, o sonho por uma esposa carinhosa, filhos alegres, tendo tudo que ele nunca teve. Mas eu entendo também o segredo, eu entendo que ele não tenha transparecido tanta amargura, não tenha se revoltado, a pesar de ter alguns desvíos as vezes, a pesar de estourar quando não suportava mais, eu o entendo.

O sonho por uma vida que parece não existir, parece não sair do sonho, o sonho por uma vida tranquila, com paz, ahh como ele queria paz, uma paz interna capáz de transparecer em um sorriso a tranquidade que nele habitava, a paz externa, capáz de tornar outros sonhadores felizes.

Mas o que ele tinha, ele tinha um conflito interior tão grande que não sabia na verdade onde estava o problema nem como resolve-lo, sua mágoa do passado, seu transtorno por querer uma vida feliz e não encontra-la não importa o quanto conquistásse, não importava o quanto fizesse, ele não conseguia ficar satisfeito.

Um grande sonho, era tudo que ele ainda tinha, uma vontade enorme de viver intensamente, um desejo de ser amado, uma necessidade de ser admirado. Ele olha a sua volta e não vé a saída para os seu problemas, ele vé a seu redor um constante signo de interrogação.

Mas eu, eu vejo claramente, o sonhador pode mudar o seu nome, e o seu nome pode ser "O sonho Virou Realidade". Não entendí! Bom, esta parte fica para uma outra história.
Autor: Leandro Benitez


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