Linda Rosa



... Aquela garota era excepcionalmente linda, era uma rosa cujas pétalas eram delicadas. A observava delicadamente. Seus lábios eram rosas, seus dentes eram brancos como a neve. Ela era perfeita. Esta era uma garota que todos desejavam; tão linda que era rodeada de rapazes, era impossível ter qualquer afinidade com ela — pensava sempre quando a via.

Um dia, ao pôr do sol amarelo-alaranjado iluminando o meu jardim no horto do íntimo encantado, ela veio em minha direção com os seus cabelos longos encaracolados, com seus lábios rosados e seus dentes brancos. Veio-me com a indagação nos lábios:

— Você é o Fernando?

Sem resposta por sua beleza exuberando, quase que gaguejando, disse:

— Sim, sou Fernando, o belo rapaz da bela princesa, ao seu dispor.

Ela então sorriu dizendo:

— Convido-lhe a comparecer à minha festa que será realizada neste domingo. Você irá, não?

— Sim, claro, com muito prazer — disse.

Sussurrou-me ela:

— Sou Rosa.

Entusiasmado, disse lentamente:

— Sou o Beija-Flor.

Nós dois sorrimos durante muito tempo, conversando. Achei que ficaria apenas naquilo, quando, guiados pelo desejo que nos tomava, sobrepujou-se de uma simples afeição. Ela havia gostado de mim; depois disso começamos a namorar apaixonadamente. Em seus olhos navegava aos sonhos belos. Seus pais eram refinados e educados como a gente, recém-igual.

Passei a viver sonhos com a "Linda Rosa" que encontrara. Seus lábios rosados, seus cabelos longos, seus olhos navegados, tudo isso me fazia feliz. Era ela na verdade uma rosa delicada em minhas mãos, insegura. Para nomeá-la usava sempre "Linda Rosa dos Sonhos Meus", até que um dia os meus sonhos caíram por água a baixo. Estávamos noivos, completávamos quatro anos de namoro. Apaixonadíssimo, passei à sua casa a fim de que fossemos ao cinema. Ao sair da sua casa, atravessando a pista suntuosamente, um caminhão feriu-lhe veementemente.

No hospital, desesperado e aflito, começo a me culpar lentamente, ocasião em que os seus pais chegam me acusando pelo acidente. Repentinamente a sua mãe suspira, pára e diz:

 — Desculpe-nos.

Apenas uma palavra basta. Linda Rosa dos Sonhos Meus reabafa, eu a beijo e ela morre em meus braços, dizendo:

— Te amo muito! — Gritos em desesperados: "Te amo, te amo! Nunca... nunca te esquecerei". 

Começo a me culpar mais ainda. Em desespero, jogo-me de ponta-à-cabeça do oitavo andar. No ar me lembro dos momentos em que estive com Linda Rosa, cujas pétalas eram delicadas.

— Te amo e sempre te amarei!


Autor: Ronyvaldo Barros dos Santos


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