AMIGO DO IDOSO EM UMA INSTITUIÇÃO ASILAR



INTRODUÇÃO

 

No 2° semestre de 2011 realizou-se o Projeto Amigo do Idoso na disciplina de estágio de Núcleo Básico IV - Intervenção no Asilo São Vicente de Cafelândia SP. O Asilo é denominado como Conferência de Santa Izabel da Sociedade de São Vicente de Paula, fundada pelos Vicentinos no dia 06 de janeiro 1929. Essa entidade não possui fins lucrativos, sua finalidade é em caráter de regime de internato com segmento de abrigo para o idoso, e visa assegurar por meio do estatuto do idoso os seus direitos garantidos, abrigando atualmente 20 moradores.

O projeto visou proporcionar a melhoria de qualidade de vida, tentando resgatar essa fase da vida, que por muitos é esquecida e isolada, e possibilitando por meio de dinâmicas e outras atividades como conversas, confraternização o autoconhecimento é desenvolver e elevar a auto estima positiva, sendo esse ultimo aspecto “VITAL” para o ser humano.

Buscou-se, por meio de diferentes modalidades físicas e recreativas proporcionar momentos de descontração, interação entre grupos, desinibição, socialização entre pares.  As atividades propostas eram interessantes, desafiantes e levavam a novas descobertas, levando os idosos a apresentar atitudes positivas perante a vida, a ter mais confiança, maior auto-estima e uma vida mais saudável, com uma sensação de bem-estar pelos benefícios proporcionados pelas experiências corporais.

Para se compreender melhor a velhice Bessa (2010, s/ p.) descreve.

A velhice constitui o último estágio da vida humana e nos termos de Erikson corresponde ao oitavo estágio, um estado que a pessoa atinge depois de ter cuidado de coisas e pessoas, produtos e ideias e de ter-se adaptado aos sucessos e fracassos da existência. Por meio dessas realizações, os indivíduos podem colher os benefícios dos primeiros sete estágios da vida e perceber que sua vida teve certa ordem e significado dentro de uma ordem maior. Esse seria o chamado estado de integridade na velhice. A contraparte essencial da integridade seria o desespero, o vazio da existência diante da morte. A virtude resultante do encontro da integridade e do desespero seria a sabedoria. Assim, quando o envelhecimento ocorre com sentimento de satisfação e valorização do que foi vivido, quando não há arrependimentos e lamentações sobre possibilidades perdidas ou desacertos inevitáveis haverá integridade e ganhos; ao contrário, um sentimento de vazio de tempo desperdiçado e a impossibilidade de recomeçar gera tristeza e desespero.

 

No Brasil considera-se velho ou idoso a pessoa que tem 60 anos ou mais, de acordo como Estatuto do Idoso. Essa etapa da vida é um processo normal e natural, onde as pessoas já passaram por muitos ganhos e também por muitas perdas, as quais destaca-se a saúde como um dos aspectos mais afetados.

Segundo  Neri, Yassuda e Cachioni (2004, p.8) “uma velhice bem sucedida revela-se em idosos que mantêm autonomia, independência e envolvimento ativo com a vida pessoal, com a família, com os amigos, com o lazer, com a vida social. Revela-se em produtividade e em conservação de papéis sociais adultos. “ Porém o número de pessoas que consegue atingir essa velhice é bem pequeno, pois além da genética, há o estilo de vida, e as condições socioeconômicas e culturais que impedem esse resultado, principalmente em uma instituição asilar, já que nela há vários fatores psicossociais que interferem no envelhecimento sendo estes a perda da posição social – após a aposentadoria sentem-se inúteis; a pobreza – considerando a pobreza associada ao analfabetismo; solidão – os idosos muitas vezes têm pouco contato com as pessoas; aflição ou angústia – a perda de parentes ou amigos; dependência – essa afeta a saúde, podendo causar doenças como isolamento, depressão, falta de companhia para desenvolver atividades básicas; medos diversos – os idosos referem medo não só da solidão, mas da doença, da dependência de terceiros e alguns referem também o medo da morte. (RODRIGUES e DIOGO, 1996)

Assim procurando contribuir para a superação do alienamento característico de instituições asilares, o projeto veio como uma forma de distração para os idosos que vivem na instituição e que ficam desocupados gerando a ansiedade, o cansaço e o tédio pela monotonia do cotidiano, e com um objetivo geral retirar os idosos da situação de isolamento e exclusão a que são submetidos buscando acima de tudo a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas que já atingiram a terceira idade, estimulando a participação em grupo do idoso nas diferentes atividades, elevando a auto-estima, autonomia e valorização do idoso, fazendo com que ele sinta-se útil. E conhecer a história de vida de cada indivíduo.

Envelhecer pode ser definido como um processo de resgate cumulativo, irreversível, universal e não patológico, que provoca a deterioração do organismo maduro, tornando-o progressivamente incapaz de cumprir com as funções fisiológicas básicas, levando o indivíduo à morte. Embora isso seja verdadeiro e comum a todos os seres, a forma como esse processo de desgaste ocorre e como é encarado, no caso do ser humano, não é a mesma para todos os homens, nem igual em todos os contextos. Depende de características individuais, de como os homens produzem e reproduzem a sua vida material e espiritual, e se modifica de acordo com a cultura e os valores de cada sociedade concreta. O idoso, por exemplo, é uma categoria socialmente construída que ajuda a dar conformação e a traduzir uma forma especifica de inserção, na sociedade moderna, de uma parcela da população em idade avançada. (DEECKEN, 1998).

 

JUSTIFICATIVA

 

O Projeto Amigo do Idoso teve como público alvo, os idosos que se encontram na instituição asilar de Cafelândia, buscando a melhoria da qualidade de vida na terceira idade, mostrando a eles que apesar da idade é possível manter a autonomia e se adaptar com as limitações desse momento da vida e desenvolver ao máximo seu potencial.

Procurando cada vez mais contribuir para a superação do alienamento característico de instituições asilares, o projeto veio como uma forma de distração para os idosos que vivem na instituição e que ficam desocupados gerando a ansiedade, o cansaço e o tédio pela monotonia do cotidiano.

           

OBJETIVO GERAL

 

Retirar os idosos da situação de isolamento e exclusão a que são submetidos buscando acima de tudo a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas que já atingiram a terceira idade. Estimular a participação em grupo do idoso nas diferentes atividades, elevando a auto-estima, autonomia e valorização do idoso, fazendo com que ele sinta útil. E conhecer a história de vida de cada indivíduo.

 

OBJETIVO ESPECÍFICO

 

Desenvolver o senso crítico sobre a realidade.

Favorecer o diálogo entre as pessoas e o conhecimento de si mesmo.

Reconhecer medos diante dos desafios.

Exercitar a coordenação motora, e a criatividade.

Estimular a auto estima.

Proporcionar a integração entre funcionários, estagiários e indivíduos viventes da instituição.

 

METODOLOGIA

 

O Projeto desenvolvou-se no asilo São Vicente de Cafelândia, em encontros semanais, de 4 horas, sendo realizado uma vez por semana durante os meses de setembro e outubro. O desenvolvimento do mesmo ocorreu por meio de dinâmicas, questionários, reflexões e outras atividades para assim propiciar a melhoria da qualidade de vida na Idade Madura.

A instituição asilar conta com 20 moradores, sendo 12 homens e 8 mulheres, das quais 6 são cadeirantes. Participaram do projeto os idosos que apresentam melhores condições globais.

 

DESENVOLVIMENTO

 

O projeto Amigo do Idoso se desenvolveu no segundo semestre de 2011, em oito encontros de quatro horas, com o grupo de moradores do Asilo São Vicente de Cafelândia e possuindo a cada encontro um número diversificado de participantes devido à falta de possibilidades e vontade de cada individuo, mas respeitando sempre a opinião de participar ou não, e para a realização do mesmo contou com duas estagiárias do sexto semestre de psicologia.

Todas as dinâmicas aplicadas tiveram como objetivo principal, disponibilizar uma abertura para que todos os participantes pudessem expor suas vontades, tristeza e necessidade contando um pouco de si, não deixando de lado suas emoções. As atividades realizadas seguem o cronograma do Projeto Amigo do Idoso, entretanto para o desenvolvimento do mesmo não ficou-se apenas nas dinâmicas propostas, indo além, fazendo observações e diálogando com os moradores e funcionários, tanto individualmente como em grupo .

Iniciou-se o projeto no dia 07 de setembro de 2011 com uma atividade que envolveu a apresentação, descontração, integração e aquecimento dos moradores da instituição. A atividade proposta tinha como desenvolvimento todos os participantes em pé, inclusive o facilitador, formando um círculo. Em posse da bola, cada participante deveria dizer: nome, apelido e o que mais gosta de fazer. Iniciando pelo Facilitador, todos se apresentaram. Aquele que deixasse à  bola cair, receberia um "castigo" imposto pelo grupo (imitar, cantar, declamar, etc.).

Na realização da atividade houve alterações, pois como havia cadeirantes a dinâmica não pode ser realizada em pé, e a regra de receber um castigo não foi aceita, já que quando ocorreu de deixar a bola cair, a pessoa não quis fazer o “castigo” e dizia que iria embora, por isso a regra de receber um “castigo” foi esquecida. Contudo, a dinâmica ocorreu com cerca de 15 moradores da instituição, sentados em círculo, e com a participação parcial de todos esses, já que havia alguns que não conseguiam falar, não entendiam a pergunta, ou mesmo não queriam responder, e outros ainda mesmo não conseguindo falar tentavam responder as perguntas, na qual as estagiárias tentavam compreender.

Após a realização da dinâmica deixou-se brincar com a bola cerca de uma hora, já que eles parecem gostar mais de atividades que envolvem exercícios do que atividades reflexivas, e só se encerrou quando as estagiárias disseram que teriam que parar já que o movimento em exagero poderia prejudicá-los no dia seguinte.

No segundo encontrou realizou-se a dinâmica “Jogo do Novelo” que tinha como objetivo conhecer a história de vida de cada indivíduo e proporcionar a integração entre os integrantes do grupo de convivência.

Na realização da atividade havia cerca de 10 idosos, contando até mesmo com a participação de uma senhora que nunca havia participado do projeto. Depois de reunidos iniciou-se a dinâmica daquele dia que consitia em todos sentados, em círculo, e iniciava-se com um novelo e após dar uma volta do novelo em seu dedo indicador, apresentaria sua história de vida para o grupo, e jogaria o novelo para outra pessoa, mantendo o fio esticado. Quando a segunda pessoa se apresentou, enrolou uma volta do novelo em seu dedo e jogou-o para uma terceira pessoa, que repetiu o mesmo processo. Prosseguindo até chegar ao último participante.

Durante a realização da mesma ouviu-se os idosos contar sobre sua vida, tendo muitas vezes que ser interrogado pelas estagiárias para que falassem mais detalhes. Nos relatos foi falado sobre as profissões que tinham antes de estar no asilo, os relacionamentos, e sobre os filhos. Por fim, encerrou-se a dinâmica, mostrando as voltas que o fio do novelo tinha dado e comparando com a vida, pois todos tinham andado por vários lugares, dado várias voltas, mas agora estavam todos ali reunidos, sendo companheiros,  e cada um com uma história e vindo de um lugar diferente.

No terceiro encontro as estagiárias reuniram cerca de 08 idosos e iniciou-se a dinâmica que tinha como objetivo que eles identificassem as cores e os próprios sentimentos por meio delas. E no desenvolvimento da atividade mostrou-se plaquinhas de papelões coloridas nas cores; preto, branco, laranja, vermelho, amarelo, rosa, azul, e verde e informou-se a eles que escolhessem a cor que mais os identificassem, a que mais gostassem ou que lembrasse algo na sua vida. Após a escolha da cor perguntou-se o motivo de tal escolha e porque não ter escolhido as demais cores que estavam disponivéis, como o preto por exemplo. Assim as explicações foram: a escolha do azul por achar-lo bonito, e que essa é a cor do céu; o rosa, foi dito que além de bonito, lembra mulher, e que é uma cor feminina; o laranja foi explicada por lembrar a fruta laranja que tanto gosta; o vermelho disse é porque lembrava as coisas mais bonitas, o amor, o coração; o  verde certo morador disse que é porque a cor do seu time, o palmeiras, e também foi dito que é porque verde é esperança,e são ás arvores; e a escolha do branco foi porque lembra a paz, a calma. E por fim disseram não ter escolhido outra cor por não gostar e que o preto é feio, lembra coisa ruim. Assim encerrou-se essa dinâmica, porém todos permaneceram na sala e ficaram conversando com as estagiárias sobre a vivência de cada um na instituição.

No quarto encontro a atividade proposta era para que exercitassem a coordenação motora por meio de recortes em revista e a memória por meio das representações das figuras vistas na mesma. Para o desenvolvimento da mesma entregou-se uma revista e uma tesoura para cada um dos participantes e pediu-se para que eles recortassem figuras que representassem ou lembrassem algo do passado ou algo que queira para o futuro.

Assim, no desenvolvimento da atividade percebeu-se muita dificuldade nos idosos para recortar, tendo até mesmo certo idoso que disse não saber recortar e então as estagiárias o ensinaram pegando em sua mão. Após ele ter aprendido recortou toda a revista aleatoriamente enquanto ria a cada recorte. Um outro morador tentou recortar mas por sofrer de Mal de Parkinson não consiguiu concluir a atividade.

No fim dessa atividade observou-se que todos haviam recortado apenas objetos e perguntou-se o que aquelas figuras representavam para eles, e disseram que eram coisas que desejavam, como carro, celular, bolsa, entre outros.

O quinto encontro teve o intuito de ampliar o conhecimento de si e interpessoal e de promover a participação de todos com maior espontaneidade por meio proposta para esse dia. Iniciou-se a dinâmica, com cerca de 10 participantes, que foi desenvolvida com todos em círculo, sentados. Espalhou-se brinquedos pela sala e solicitou-se aos participantes que cada um escolhesse um brinquedo. Tendo como brinquedos, bonecas, animal em miniatura, bichinhos de pelúcia e uma bola. Após, todos terem feito suas escolhas, solicitou-se a todos que fizessem reflexão sobre as seguintes perguntas:

O que esse brinquedo representa? Nessa pergunta aquele que escolheu a bola disse que era porque gostava de futebol que brincava quando criança, já a escolha do animal em miniatura, que era uma onça, disse que foi porque lembrava de uma cena de sua infância com esse animal, os que escolheram a boneca disseram que representava os filhos, os irmãos.

Por que a escolha desse brinquedo e não outro? Nessa perguntas eles responderam de forma breve e rapida, dizendo que escolheu esse porque não tinha outro, ou porque tinha que escolher.

Se tivesse que dar esse brinquedo a um amigo(a) do grupo, quem você escolheria e por quê? Já ao responder essa pergunta se mostraram um pouco egoistas, pois a maioria disse que não daria pra ninguém, tendo apenas dois participantes que disseram dar a alguém, um deles disse que daria a uma companheira do grupo e o outro disse que como aquele brinquedo lembrava seus irmãos daria a sua mãe.

E a última pergunta esse brinquedo lembra alguém (familiar, amigo, artista, professor, vizinho,...)? Por quê? Nessa pergunta não deram respostas muito compridas, apenas disseram que não ou que sim e alguns disseram lembrar-se do seu filho ou de sua mãe.

Por fim, a pedido dos próprios participantes as estagiárias deram-lhes a bola para eles brincarem de jogar um para outro por cerca de meia hora proporcionando assim o exercicio fisico.

A sexta sessão do projeto a príncipio tinha como objetivo exercitar manifestações de carinho e afeto, porém por problemas de reforma na instituição mudou-se proposta e  procurou-se atingir o objetivo de exercitar a associação de ideias de forma lúdica, realizando a dinâmica que seria da sétima sessão, “Isto me recorda...”, e que após algumas adaptações poderia realizar-se de forma individual, então aplicou-se a dinâmica com cerca de 12 idosos individualmente e dizendo certas palavras para que eles dissessem o que o recordava, ou o que vinha a sua mente, porém nem todos responderam tudo. As frases propostas foram as seguintes:

  • “uma praia me recorda...” e a maioria disse que nada, que nunca viu, outro disse que lembrava banheiro, pois apenas lá que via muita água junta;
  • “um filme me recorda...” nessa questão disseram alguns filme como Mazzaropi, filmes de faroeste, ou romance e também disseram que não tinha televisão.
  • “um cheiro me recorda...” comida, isso foi o que maioria respondeu, lembrando do cheiro de certas comidas, como alho, feijão, por exemplo, houve um morador também que disse que lembrava do cheiro bom de mulher.
  • “a infância me recorda...” brincar na rua, jogar bola, brincar de boneca, diversão, o baralho que tanto gostava.
  • “juventude me recorda...”  uns disseram que os bailes, outros falaram que nada.
  •  E por fim perguntou-se “asilo me recordará...” uns disseram que nada, outros que o cuidado e outro disse que o abandono, o seu dinheiro que está perdendo.

Por fim conversou-se com a cozinheira responsável sobre a alimentação que é servida ali e depois encerrou-se a sexta sessão.

Já a sétima sessão como teve que ser alterada devido a reforma da instituição prôpos-se então uma atividade que levasse a conhecer mais sobre os moradores da instituição após um vínculo estabelecido, e quais suas opiniões sobre o projeto realizado. Assim após essa ter sido realizada verificou-se que ela confirmou que os objetivos do projeto foram cumpridos

E por fim realizou-se o oitavo e último encontro com uma festa de confraternização, servindo tortas, bolo, e maria-mole com o objetivo de proporcionar a integração entre funcionários, estagiários e indivíduos viventes da instituição. Assim durante e após o café da tarde ouviu-se muitos elogios, quanto ao sabor e disseram estar muito bom.

 

RESULTADOS

 

Os resultados podem ser melhor observados na sétima sessão do projeto que foi além do objetivo inicial que era conhecer mais sobre os moradores da instituição após um vínculo estabelecido, e quais suas opiniões sobre o projeto realizado, e que após a realização da atividade mostrou que o objetivo geral do projeto havia sido alcançado.

A atividade consistia em realizar várias perguntas sobre os idosos para conhecê-los ainda mais e perceber como mudou o diálogo com as estagiárias, já que antes eles apenas informavam o necessário sobre eles e agora já tinham um vínculo estabelecido e haviam perguntas sobre o projeto realizado, tendo por finalidade descobrir o que as estagiárias e o projeto significou para eles.

No desenvolvimento da atividade foram dada as seguintes palavras que os levavam a uma reflexão pessoal, pedindo para que as completassem.

  • Sou... - Gosto de... - Uma diversão ou alegria - Uma tristeza - Um arrependimento - Uma saudade - Um sonho - Uma pessoa - Futuro pra mim é... - Eu acredito em... - Família pra mim é... - Asilo é...

Nessa parte da atividade observou-se que os moradores da instituição vêem um lado positivo na instituição, e por mais que critiquem ou reclamem de algo eles gostam de morar ali, dessa forma pode-se comparar a vivência deles com a nossa, pois da mesma forma, enfrentamos situações que não gostamos e mesmo assim continuamos a gostar do nosso lar. 

Depois numa segunda etapa da atividade fez-se as seguintes perguntas sobre o projeto realizado.

  • Você gosta de ter a presença frequente das estagiárias?
  • As estagiárias te recordam alguém ou algo?
  • Porque às vezes não participou das atividades? (pergunta feita apenas para quem às vezes participou).
  • Do que mais gostou em todo o projeto?
  • Do que menos gostou em todo o projeto?
  • Quais os sentimentos que tem pelas estagiárias?

Nessas respostas os moradores disseram gostar muito do projeto e sentir falta quando as estagiárias não vão à instituição ou quando vão embora, demonstrando assim um vínculo afetivo estabelecido com elas. E ao ouvir as seguintes respostas sentiram-se satisfeitas e de certa forma emocionadas ao perceber o quanto foi importante todo o trajeto realizado com o projeto, e ficaram com a certeza de tarefa cumprida.

Portanto, observou-se certa mudança no comportamento dos idosos, que ao contrario do que aconteceu no início quando procuravam não falar, não dar respostas sobre sua vida, evitando assim qualquer dialogo e atualmente sentem-se a vontade ao conversar e brincar, e quando percebem a presença das estgiárias procuram se reunir e esperar alguma atividade que antes negavam realizar.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O Projeto Amigo do Idosos realizado no Asilo foi uma forma de interagir e proporcionar melhoria na qualidade de vida dos moradores notou-se que muitos deles não se conhecem direito, nem sabem os respectivos nomes dos colegas que tem muita rivalidade entre eles, não querem se conhecer melhor reclamam são fechados em relação a novas amizades e não são solidários uns com os outros.

Na aplicação das dinâmicas observou-se que a maioria deles gostaram e participaram, porém outros não deram nenhum retorno, ficaram indiferentes. Os moradores ficavam contentes com a continuidade de nossas visitas, e cobraram mais a presença das estagiárias.

As dinâmicas proporcionaram uma interação maior entre os moradores para que cada um deles conhecesse a história de vida de cada um, suas famílias, seus filhos, as alegrias, tristezas, e saudades.

Alguns dos moradores ficaram entusiasmados e surpresos, com os relatos dos outros moradores, pois moram no Asilo tanto anos e não conheciam a historia de vida de cada um. As atividades proporcionaram a aproximidade e amizade entre eles, saindo um pouco da rotina do dia a dia.

Com a continuidade dos estágios pode-se perceber a importância do Asilo, o quanto é procurado e necessário pelas pessoas que necessitam de abrigo e atenção na suas buscas por uma vida mais digna, percebe-se a necessidade da atuação de uma equipe multidisciplinar no local, como enfermeiro, psicologo, médico, fisioterapeuta, entre outros.

            Os objetivos do Estágio foram cumpridos, pois por meio das interações realizadas conhecemos os moradores, as necessidades do amor, carinho respeito e atenção de cada morador e assim aprendeu-se a gostar e admirar cada um deles.

Por fim, deu para estabelecer muito bem a relação teórico-prática da Instituição e aprender como atua um profissional em cada uma delas. E aprendemos que, por muitas vezes a vida pode ser limitada por algumas razões familiares que não dependem unicamente do profissional, mas das dificuldades das famílias inseridas. Contando também, que os objetivos foram atingidos de uma forma que se pode obter uma visão mais abrangente e não generalizada da historia de vida de cada um dos moradores e os trabalhos realizados na Instituição.

Enfim, pode-se afirmar que a realização do estágio núcleo básico IV – Intervenção junto com o Projeto Amigo do Idoso no asilo, trouxe muitas contribuições para formação profissional

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BESSA, K. A. Envelhecimento e Cognição. 31 julho 2010. Disponível em: http://karinabessamundopsi.blogspot.com/2010/07/envelhecimento-e-cognicao.html. Acesso em 13 nov. 2011.

 

DEECKEN, A. Saber Envelhecer. 4 ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

 

NERI, A. L., YASSUDA, M. S. e CACHIONI, M. Velhice bem sucedida: aspectos afetivos e cognitivos. Campinas: Papirus, 2004

 

RODRIGUES, R. A. P..; DIOGO, M. J. D. (orgs.). Como Cuidar dos Idosos. Editora, Campinas, SP: Papirus, 1996.

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