Transe



 

Sou liberdade

dos poros a alma

Paz agressiva

Violência passiva

E tudo aquilo

que não compreendo

na busca hermética

de uma explicação

Sou a complexidade

da contradição

Acompanhada desse gosto

imenso de ser eu...

Pequeno, grande

rebelde e tenso

O que compenso

no encontro de minhas

complicadas verdades

Essas complicadas verdades

que têm um corte de mentira

ao meio

Eu e os meus devaneios

Sou possesso... exorcista

anárquico... existencialista

que não se omite em existir,

obstinado por ser feliz

das pernas a cabeça, até o braço

No corpo, nunca cansaço

das lutas dessa vida tão curta

Com tanto que aprender

(Tão pouco a temer)

Sou o meu mestre, apóstolo,

discípulo e aprendiz,

de todas essas coisas

que escrevo, que vivo

e até que nunca fiz

Porque acostumei

a ser um errante

nas planícies solitárias

do meu ego

Às vezes sou cego

por não ver a beleza

dos seus olhos

quando a noite cai...

Sou sua mãe, um dia seu filho

e outro seu pai

Um grito de dor...

Aaai!!!

Nesse momento de satisfação

que sacode esse universo

(circunflexo) de emoção

em que se cria e inventa

e copia e arrebenta

Sou louco e poeta

Homem de versos

Numa imensa dimensão adversa

que precisa de muitas poesias,

talvez iguais ou idênticas

as minhas que são insanas...

repletas de fobias


Autor: Valmir Barros


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