QUALIDADE DE VIDA DOS FRENTISTAS EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM UM MUNICÍPIO DO OESTE BAIANO



QUALIDADE DE VIDA DOS FRENTISTAS EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM UM MUNICÍPIO DO OESTE BAIANO

 

Alinne Angélica de Souza da Silva1; Camila Carvalho de Oliveira2; Juliane Vilela Ferreira Salomão3.

 

RESUMO:

 

 Os frentistas estão expostos a vários fatores de riscos, frente a esse contexto é importante que estes profissionais tenham conhecimento a respeito da sua qualidade de vida. Assim, a pesquisa teve como principal objetivo avaliar a qualidade de vida dos frentistas em postos de combustíveis em um município do oeste baiano. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, no qual 61 frentistas responderam ao instrumento WHOQOL-breef, que consta de 26 questões, servindo de base para avaliar a qualidade de vida desses profissionais, associado a um instrumento paralelo para obter o perfil sócio-demográfico e as características do ambiente de trabalho, contendo 7 questões. Os resultados foram expostos em tabelas, constatando prevalência entre o sexo masculino, com idade entre 26 a 33 anos. Contudo, observou que 86% dos frentistas conhecem os riscos a que estão expostos, relacionando com a utilização dos EPI’s, 73% usam apenas botas e uniformes. Diante do contexto supracitado, o domínio meio ambiente foi destacado por apresentar o menor escore com 3,08. Opondo os resultados obtidos, o domínio relações sociais teve a maior nota, equivalendo a 4,07. Diante do exposto, conclui que a qualidade de vida dos frentistas está razoável, decorrente a predisposição da exposição de inúmeros fatores de risco que os profissionais estão expostos, não utilizando os EPI’s necessários para a prevenção dos mesmos.   Desta forma, percebe a falta de treinamento e conscientização dos frentistas, obtendo, portanto, um ambiente de trabalho inseguro e a qualidade de vida afetada. 

 

PALAVRAS - CHAVES: Qualidade de vida; Frentistas; Riscos ocupacionais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.     INTRODUÇÃO

 

 

Em 1964, Lindon Jhonson, presidente dos Estados Unidos, pela primeira vez alegou o aparecimento da qualidade de vida, ao afirmar “os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas” (GENEVA, 1998, p. 568).

Para entender o termo qualidade de vida, é preciso avaliar não apenas sua multidimensionalidade, mas é necessário atender também sua singularidade, pois este conceito é considerado tanto subjetivo, exercido pelo próprio indivíduo, quanto objetivo, que é analisado pelo observador. Ou seja, apenas o próprio indivíduo pode ponderar  e considerar sua vida. Desta maneira, quando se pensa sobre qualidade de vida, é interessante fazer uma reflexão das várias formas e extensões que abrangem a vida (COSTA NETO, 2002).

No início da década de 50 surgiu na Inglaterra uma noção de Qualidade de Vida do Trabalhador (QVT), por meio da junção dos termos indivíduo, trabalho e organização, dando origem a uma abordagem sócio - técnica relacionados ao trabalho organizacional catalogados na satisfação do trabalhador no seu ambiente de trabalho (GORZONI, 2010).

De acordo com Albuquerque e França (1998), a qualidade de vida no trabalho pode ser definida como um conjunto de atuações de uma empresa que proporcione avanços e inovações para seus profissionais, tanto dentro, quanto fora do local de trabalho, tendo em vista o desenvolvimento destes durante o cumprimento de seu trabalho.

Baseado nos estudos de Rosa e Pilatti (2006), a qualidade de vida do trabalhador, indica a qualidade do conhecimento humano em seu recinto de trabalho. Esse conceito está conexo a satisfação dos profissionais em relação à sua competência, tendo oportunidade de ser treinado e educado, quanto ao manuseio com os equipamentos apropriados para desenvolver suas tarefas.

O início da QVT adveio devido a dois objetivos, sendo eles: o aumento da produtividade e desempenho, e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador com satisfação do trabalho. Esses objetivos segundo alguns autores estão diretamente ligados, pois não há produtividade sem satisfação, ou seja, sobre determinadas circunstâncias se houver melhora na qualidade do trabalho, contribuirá para uma boa produção (ROSA; PILATTI, 2006).

Segundo Porto e Viana (2009), a lei n. 8.080/90, se designa a promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores, através de ações de vigilância epidemiológica e sanitária, incluindo a reabilitação e a recuperação daqueles que se submetem a riscos e agravos em suas condições de trabalho.

 Nota-se a necessidade de uma melhor qualidade de vida aos frentistas, já que estes são expostos há vários fatores de risco. De acordo com Ferreira (1999), esses profissionais trabalham com o atendimento ao público, dessa forma contracenam com diversos interlocutores, entretanto os elementos de trabalho são definidos pela empresa, como os equipamentos, instrumentos e o espaço.

Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os frentistas realizam várias atividades, porém a mais conhecida é a manipulação de agentes químicos, que os deixa expostos as substâncias nocivas do combustível (BRASIL, 2002). Quando a exposição ultrapassa o limite, a integridade física do trabalhador pode se comprometer. Por isso a atividade desses profissionais enquadra-se como insalubre, tendo respaldo do anexo 11 da Norma Regulamentadora (NR) 15 da Portaria 3.214/78, que regulamenta os índices toleráveis durante exposição com produtos químicos presentes nos postos de combustíveis (BRASIL, 1978).

Estes profissionais estão expostos a vários riscos, como o calor, ruídos, contato com substâncias químicas, incêndios, explosões e atropelamentos, porém, o que mais causa danos a saúde é o vínculo com a gasolina. A gasolina é um produto inflamável sendo composto por hidrocarbonetos, álcool, impurezas e ingredientes que ofereçam o perigo. Em meio a esses compostos, encontram-se os hidrocarbonetos olefínicos, hidrocarbonetos saturados, álcool etílico anidrido combustível e benzeno (LIMA; JUNIOR; NETO, 2007).

Nota-se que essa profissão é considerada perigosa e insalubre devido à falta de materiais, equipamentos e artifícios que possam contribuir com o bem-estar físico/mental desses indivíduos, podendo desta forma causar o adoecimento dos mesmos. A atividade dos frentistas também exige do mesmo a utilização de dimensões, físicas (que envolve atividades que não se limitam ao manuseio da gasolina); psíquicas (necessita que o frentista tenha uma boa relação com todos) e cognitivas (que requer competência para uma correta manipulação e venda dos combustíveis), para obter um bom andamento do trabalho. Portando, a falta de desenvolvimento profissional e a baixa remuneração podem contribuir para um alto índice de rotatividade desses profissionais (SILVA, 2011a).

Diante das informações mencionadas, surgiu a seguinte indagação: Qual a qualidade de vida dos frentistas em postos de combustíveis no município de Barreiras-BA?

O número de automóveis no município de Barreiras - BA vem crescendo constantemente pelo seu desenvolvimento socioeconômico. Nas últimas décadas é possível observar, um aumento relevante de postos de combustíveis e consequentemente a quantidade de trabalhadores frentistas, estando estes, expostos a vários fatores de risco, tanto direto quanto indiretamente. A partir dessa realidade, fortaleceu o anseio de abordar um tema pouco estudado, porém, com grande importância científica, já que estes profissionais possuem contato diariamente com agentes de riscos, sem utilizar proteção adequada para as atividades que realizam, prejudicando assim a sua saúde e tendo sua qualidade de vida afetada.

Diante disso, este estudo tem como principal objetivo avaliar a qualidade de vida dos frentistas em postos de combustíveis no município de Barreiras e os específicos traçar o perfil sócio-demográfico, analisar a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e identificar o conhecimento dos frentistas aos riscos que estão predispostos no ambiente de trabalho.

Desta forma, para atingir os objetivos do estudo utilizou-se de métodos quantitativos, de caráter descritivo e exploratório, onde os resultados da pesquisa foram obtidos através do instrumento validado WHOQOL-Breef e um instrumento paralelo referente ao perfil sócio-demográfico e as características do ambiente de trabalho.

Este estudo buscou colaborar com futuros projetos relacionados à saúde ocupacional, já que a partir deste, pode-se haver uma maior conscientização quanto à promoção da saúde e prevenção de doenças para com os profissionais frentistas.

2. DESENVOLVIMENTO

 

 

 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO

 

 

2.1.1 Qualidade de Vida

 

 

O conceito de qualidade de vida (QV) menciona a deslocamentos incluindo as ciências biológicas e humanas com intuito de apreciar parâmetros mais vastos que o controle de sintomas, a redução de óbitos ou o acréscimo de possibilidade de vida (GRUPO WHOQOL, 1998). A qualidade de vida sempre foi o objetivo do ser humano, em que é voltada para promover ou ocasionar a satisfação e o bem-estar ao profissional na elaboração de suas atividades (RODRIGUES, 1999).

Nobre (1995), afirma que a QV pode ser definida, como o que cada um de nós considera como importante para se viver bem. Dessa forma Miettinem (1987), ressalta que a QV foi definida de acordo com os valores da comunidade, do trabalho, no contentamento de desempenhar funções físicas, bem-estar, psíquicas e intelectuais. Mas poderia ser definida tanto nos aspectos constitucionais do indivíduo, como nas suas características íntimas.

A QV afeta a atitude humana, como a criatividade, o poder de aceitar mudanças e o prazer de inovar, se referindo à satisfação das necessidades do indivíduo (HANCKMAN; SUTTLE, 1977).

Quando se pensa em QV, é importante ter uma reflexão sobre várias formas e dimensões que envolvam a vida, considerando a relação com outros indivíduos, os hábitos de vida, a intimidade, a dignidade das pessoas envolvidas no contexto e a suas crenças (CORDEIRO, 2006).

Desde a antiguidade, já se tinha a idéia da QV, em que Aristóteles mencionava que cada indivíduo tinha a sua felicidade, e que ela está de acordo com as virtudes. Desta maneira, o ser humano possui a capacidade de se adequar com as modificações do seu dia a dia e atingir uma psicologia segundo sua necessidade e uma integração social, usando a potencialidade emocional e intelectual como também a individualidade (NORDENFELT, 1994).

Sócrates também foi um filosofo que se inquietou com a QV, pois relatava que a QV é o que contava e não apenas a vida, em que era definida pelo mérito moral do indivíduo (BRASIL, 2001a). Bond (1996), afirma que os antigos romanos e gregos apreciavam a QV e a saúde, em que Platão 400 anos a.C., começou a se preocupar com os debates sobre QV.   

Cordeiro (1996) ressalta que a preocupação sobre a QV existe desde a antiguidade, em que é mais antigo que o próprio pensamento humano, ou seja, a QV não é recente como pensam algumas pessoas.

O conceito de QV se apresenta como senso comum, pois é utilizado de maneira ampla nos dias atuais, em que se percebe que a mídia utiliza essa palavra de maneira indiscriminada. Diante disso, na tentativa de estabelecer soluções holísticas relacionadas para a dignidade e individualidade humana, os trabalhos científicos estão abordando o tema de caráter intenso, beneficiando a conscientização dos indivíduos de maneira integral (CORDEIRO, 1996).

           

 

2.1.2 Qualidade de Vida no Trabalho

 

 

A construção da qualidade de vida no trabalho advém do estante, em que se aprecia a empresa e os sujeitos incluídos por completo, denominando-se como biopsicossocial. Dessa forma, a qualidade de vida no trabalho (QVT) é a união de atribuições de uma empresa que abrange a implantação de progressos e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho (FRANÇA, 1997).

Os estudos da QVT surgiram a partir da década de 50, por Eric Trist (1911 – 1993) e contribuintes, em que elaboraram pesquisas relacionadas às transformações nos valores pessoais, societais e organizacionais (SOUZA; MEDEIROS, 2007).

A procedência da importância da QVT surgiu da medicina psicossomática, que sugere um olhar holístico, associado ao indivíduo. Perante a esse contexto, a abordagem cartesiana pode ser associada à ética da condição humana, em que divide o ser humano em elementos. Esta ética busca o controle de riscos ocupacionais, promovendo dessa forma o relacionamento e o contentamento no trabalho (FRANÇA, 1997).

Segundo Araújo (1997), com as consequências na saúde e no bem-estar dos profissionais e com a aflição da sociedade norte-americana, as preocupações com a qualidade de vida tomaram impulso em 1969 e 1974. De acordo com Nadler e Lawler (1983), entre 1959 e 1972 passou a existir o início das ideias da qualidade de vida no trabalho, sendo variável e voltado somente para os efeitos individuais. A segunda convergência foi focada efeitos, como na primeira, individuais com destaque na organização, isso entre 1969 e 1974. Na mesma época a terceira convergência apresentou-se como instrumento ligado à melhora no local de trabalho. No final da década de 70 e início dos outros anos, passar a existir uma quinta leitura sobre QVT, essa época constituiu quase todos os conceitos no campo da gestão de recursos humanos.

Quirino e Xavier (1987), afirmam que a qualidade de vida no trabalho concebe uma modificação que não assegura nem nega as circunstâncias em que vivem os trabalhadores, havendo a capacidade de ter diferentes interpretações.

A qualidade de vida no trabalho está direcionada para as afeições de contentamento no cargo e no trabalho humanizado ligada ao desenvolvimento organizacional. Sendo “definida como um grau no qual os membros organizacionais são capazes de satisfazer as necessidades pessoais importantes, através de suas experiências na empresa,” tornando-se dessa forma fundamental (QUIRINO; XAVIER, 1987, p.72).

Rosa e Pilatti (2006) ressaltam que a QVT por sua vez, pode ser considerado como referência da qualidade do conhecimento humano no campo de trabalho. Aborda uma importância catalogada ao contentamento dos profissionais quanto à segurança no local trabalho, com ocasiões de aprendizagem e treinamentos.

A qualidade de vida do trabalhador, é adotada por distintos caracteres, “influenciada pelas constantes mutações por que têm passado as organizações, pelos contextos sociopolíticos em que foram idealizados modelos e por características ideológicas, valores e experiência dos autores”, atualmente os conceitos essenciais sobre QVT afluem em um alvo corriqueiro: “reduzir efeitos indesejáveis dos pontos de tensão entre indivíduo e organização” (SOUZA; MEDEIROS, 2007, p.75).

 Para satisfazer e facilitar as necessidades do profissional, a QVT tem como ideia principal, o fato de que os indivíduos são mais produtivos quando estiverem satisfeitos e envolvidos com o próprio trabalho. A conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações é a meta básica do programa de QVT em que visa melhorar a satisfação do trabalhador, dessa forma evolui a produtividade da empresa (CONTE, 2003).

As necessidades biológicas, psicológicas e sociais sustentam a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em que o trabalhador moderno obtém um enorme desgaste e amplos sacrifícios, surgindo a necessidade de novas escolhas para se obter uma melhor condição de trabalho e a satisfação em sua execução  (KOSOWSKI;  GRIESBACH; GRIESBACH, 2004).

            A obtenção da qualidade de vida, social, pessoal e familiar embora se desempenhe papéis diferentes e sejam esferas distintas, é resultado da qualidade de vida no trabalho (CONTE, 2003). O treinamento é considerado o instrumento das metas do bem-estar do profissional, pois visa a inovação, compromisso, criatividade, interação, força de trabalho, capacitando o indivíduo no ambiente em que trabalha (BOOG, 2001).

            A QVT só faz sentido quando é debatida num sentido mais amplo, abandonando o lado restrito dos programas internos de saúde ou lazer, abrangendo a qualidade das relações de trabalho e suas consequências na saúde dos indivíduos e sua organização. Tem como significado respeitar e ser respeitado como funcionário, além de obter condições adequadas aos profissionais (LIMONGE; ASSIS, 1995).

 

 

2.1.3 Qualidade de Vida dos Frentistas

 

 

Com base no artigo 192 da Consolidação das Leis do Trabalho (CTL), todos os trabalhadores que exercem atividades insalubres, ou seja, que ultrapassam os limites determinados pelo Ministério do Trabalho, são obrigados a receber adicionais no salário de acordo com o nível de insalubridade. Já o artigo 193 da CTL, determina que aqueles que realizam atividades com periculosidade tenham um aumento de 30%. Sendo assim, conclui-se que os frentistas tem o direito de receber adicional quanto à insalubridade e periculosidade (SILVA, 2011a).

Ferreira e Freira (2001) ressaltam, que as atribuições dos frentistas em suas atividades são divididas em três dimensões, sendo elas, físicas, cognitivas e psíquicas que são exemplos de tarefas prescritas a esses profissionais.  De acordo com Silva (2011a), a dimensão física compreende ao correto manuseio de líquidos inflamáveis, a dimensão cognitiva abrange a técnica correta para manipulação e venda de combustíveis, além de regras internas da instituição em que as normas devem ser obedecidas e cumpridas, e a dimensão psíquica refere às boas relações dos frentistas com os colegas de trabalho e com clientes.

Frentistas com até 1 ano ou mais de 60 dias de trabalho são classificados como mais experientes, porém possuem uma grande dificuldade em gerenciar a função de caixa e em interagir com o cliente. Desta forma esses profissionais buscam desenvolver tática que os ajudem a manejar circunstâncias estressantes, para garantir a sua qualidade de vida preservando sua integridade (FERREIRA; FREIRE, 2001).

            As tarefas que os frentistas realizam requer uma longa exposição a intensos odores de produtos químicos e a fatores físicos, por isso é essencial o uso de medidas preventivas, como a utilização de EPI’s, adequação dos uniformes, o consumo de leite propendo à desintoxicação e acompanhar a situação de saúde desses profissionais rotineiramente (SOUZA; MEDEIROS, 2007).

            Ainda segundo o mesmo autor, esses profissionais possuem uma baixa renda familiar e falta de oportunidades para crescer e se desenvolver pessoalmente, contribuindo assim para que esses trabalhadores escolham essa profissão por um curto período de tempo, aguardando novas oportunidades, desta forma a profissão de frentista é considerada pouco atrativa (SOUZA; MEDEIROS, 2007).

            Os trabalhadores frentistas estão potencialmente expostos a fatores de riscos ocupacionais em sua vida laboral nos postos de combustíveis, sendo eles, calor, ruído, umidade, condições de higiene inadequadas, contato com substâncias químicas, atividades repetitivas, emprego de força, manuseio de ferramentas manuais impróprias, além do risco constante de acidente. A deficiência de uma legislação característica que solucione especificamente os assuntos relacionando à Segurança e Saúde no Trabalho – SST do frentista inibe os órgãos fiscalizadores na gestão dessa profissão e na envoltura dos proprietários, e do poder público nesta ação (LIMA; JUNIOR; NETO, 2008).

            De acordo com Lima, Junior e Neto (2008), não é possível cobrar a concretização de treinamento aos frentistas já que não possui um amparo para isso. Dessa forma esses profissionais trabalham através de vícios e na base do empirismo, cometendo vários erros no decorrer da sua trajetória como frentista. O treinamento que é oferecido a eles, geralmente se restringe à venda de gasolina aditivada, óleos e outros produtos, além do atendimento ao público.

            Segundo Lima, Junior e Neto (2008), alguns gerentes de postos de combustíveis, aumentam a carga horária de trabalho dos frentistas, devido ao incremento da concorrência e do número de automóveis, sendo permitido férias apenas com dois anos de trabalho, além disso, nos postos do interior, onde não tem muita fiscalização, pode haver casos de jornada de trabalho de até 24 horas.

Hoje em dia, a maior preocupação relacionada ao trabalho do frentista, é a sua exposição frequente a substâncias químicas, sobretudo ao Benzeno. De acordo com o sindicato dos postos, várias iniciativas já foram tomadas com intuito de diminuir essa exposição dos trabalhadores em postos de combustíveis ao benzeno. Esta é uma substância cancerígena, que ao ser inalado pelos frentistas, pode causar alterações hematológicas, tendo em destaque a leucopenia, caracterizada pela diminuição de glóbulos brancos no sangue, podendo ocasionar consequências fatais (LIMA; JUNIOR; NETO, 2008).

            Baseado nos estudos de Silva (2011a), a duração de jornada de trabalho dos frentistas é de 44 horas semanais, de segunda a sábado, desta forma, os frentistas precisam trabalhar 8 horas durante a semana e 4 horas aos sábados, totalizando às 44 horas. Diante disso, pode se concluir que quanto maior a jornada de trabalho, maior será o risco de eles sofrerem algum assalto, podendo ter algum tipo de dano físico/psíquico.

 

 

2.1.4 Riscos Ocupacionais

 

 

 2.1.4.1 Riscos e Perigos

 

 

O homem sempre procurou melhores condições de vida e de trabalho durante sua existência, muitas vezes com uso de ferramentas, equipamentos e substâncias que possam colocar a sua integridade em risco, portanto, como é importante a segurança e qualidade de vida dos trabalhadores é necessário buscar, controlar e conviver com o risco (LIMA; JUNIOR; NETO, 2008).

A definição de perigo, de acordo com a OHSAS 18002, é a potência em causar agravos, provocando lesões, doenças ou a combinação das duas, enquanto que risco é a combinação da possibilidade de um acontecimento e das consequências de um determinado insulto.

 

 

2.1.4.1.1 Riscos ambientais

 

 

Os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos locais de trabalho, segundo a Norma Regulamentadora-9, são capazes de provocar danos à saúde do trabalhador, relacionados à sua natureza, concentração, gravidade e tempo, sendo assim ponderados riscos ambientais. A NR-9 é responsável pelo programa de prevenção de riscos ambientais, designando a obrigatoriedade da preparação e prática deste através dos empregadores e empresas, tendo em vista o cuidado com a saúde e a integridade dos trabalhadores, por meio de reconhecimento, antecipação e controle de possíveis riscos que possa ocorrer no ambiente de trabalho (LIMA; JUNIOR; NETO, 2008).

 

 

2.1.4.1.2 Riscos físicos

 

 

De acordo com o item 9.1.5.1, os agentes físicos são as diferentes formas de energia que os trabalhadores ficam expostos em seu local de trabalho, como as pressões anormais, vibrações, radiações ionizantes, temperaturas extremas, infra-som e ultra-som (LIMA; JUNIOR; NETO, 2008).

 

 

2.1.4.1.3 Riscos químicos

 

 

            Com base nos estudos de Lima, Junior e Neto (2008), os riscos químicos que os profissionais de postos revendedores de combustíveis estão expostos são derivados da manipulação direta ou indiretamente com substâncias ou com o seu armazenamento. Todavia, incêndios e explosões também são considerados riscos químicos.

            Segundo Freitas (2000), os produtos químicos podem causar muitos problemas à saúde, porém é preciso um contato ou penetração no corpo. O ar contaminado entra no organismo através da respiração, entretanto os agravos vão depender da substância inalada. Dentre os sinais e sintomas, destaca-se: irritação no nariz e garganta, dor e pressão no peito, entre outras. Algumas podem alcançar o pulmão e causar graves problemas, enquanto outras podem ir para a corrente sanguínea, sendo distribuída para várias partes do corpo, como o benzeno.

 

 

2.1.4.1.4 Riscos ergonômicos

 

 

            Com base na Fiocruz (2005), a Organização Internacional do Trabalho – OIT define a ergonomia como o emprego dos conhecimentos biológicos humanos juntamente com recursos e métodos da engenharia para obter um conhecimento recíproco, entre o homem e o trabalho, tendo como resultado a eficiência dos trabalhadores e um bem-estar em seu local de trabalho.

            Os riscos ergonômicos são aqueles que prejudicam a integridade física ou mental do profissional, causando desconforto ou doença. Eles podem ser classificados como: levantamento de peso, situação de estresse, postura inadequada, controle rígido de produtividade, trabalhos em períodos noturnos, monotonia, jornada de trabalho prolongada, repetitividade, entre outros. Além disso, pode provocar distúrbios psicológicos e fisiológicos e causar alterações no organismo e no estado emocional, como: dores musculares, cansaço físico, diabetes, hipertensão, lesão por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT), taquicardia, ansiedade, doenças nervosas, alteração do sono, problemas na coluna, entre outras, afetando sua saúde e sua produtividade no trabalho (FIOCRUZ, 2005).

            Ainda conforme a Fiocruz (2005), a ergonomia é de grande importância para evitar que as atividades e a saúde do trabalhador sejam comprometidas por esse risco, pois pode proporcionar: melhores condições no trabalho, melhoria no relacionamento entre as pessoas, modernização de maquinas e equipamentos, alteração no ritmo de trabalho, postura adequada, ferramentas adequadas, entre outras.

            Baseado nos estudos de Freitas e Suett (2006), os riscos ambientais necessários para a preparação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), são os agentes, elementos ou as substâncias presentes no ambiente, que se estiverem ultrapassando os limites tolerados, poderá causar agravos à saúde das pessoas.

 

 

2.1.4.2 Doenças Ocupacionais

 

 

2.1.4.2.1 Doenças Hematológicas

 

 

Quando exposto a ação de fatores e substâncias danosas presentes no ambiente, o sistema hematopoiético pode sofrer alterações. Os hidrocarbonetos aromáticos como o benzeno, são fatores agressores do sistema hematopoiéticos, capaz de danificar a célula primitiva sanguínea, reduzindo seu número ou provocando alterações estruturais ou citogenéticas, ocorrendo dessa forma a hipoprodução celular ou o aparecimento de procedências de células anormais (AUGUSTO et al., 1986; OLIVEIRA, 1990; RUIZ, VASSALO & SOUZA, 1993; JAMRA & LORENZI, 1997; BRASIL, 2001; GOLDESTEIN, 2005 apud CAZARIM, 2005).

 

 

2.1.4.2.2 Síndromes mielodisplásicas

 

 

            Nas síndromes mielodisplásicas (SMD) sucede parcial ou total a substituição da medula óssea, pela retenção da capacidade de diferenciação, desorganização e ineficácia dos granulócitos, plaquetas e eritrócitos. Caracterizada por defeitos de maturação resultando em hematopoese ineficaz, as síndromes mielodisplásicas menciona-se a um grupo de distúrbios em células primordiais clonais. “Em conseqüência, a medula óssea geralmente é hipercelular ou nomocelular, porém o sangue celular exibe pancitopenia” (CONTRAM; KUMAR; COLLINS, 2000, pg. 611).

Em alguns casos, as síndromes mielodisplasicas podem evoluir para leucemia aguda, variando o tipo de SMD. As complicações decorrentes das citopenias, como plaquetopenia (hemorragia) e neutropenia (infecção), faz com o que ocorra morte de grande número de pessoas portadoras da doença. É pouco encontrado a síndrome mielodisplasica em crianças e jovens, em que preferencialmente ocorre em pessoas idosas por volta dos 70 anos (FILHO, 2000).

Contram, Kumar e Collins (2000), afirmam que cerca da metade dos portadores da SMD são assintomáticos, esses pacientes apresentam fraqueza, hemorragias, infecções como no caso da leucemia aguda. As síndromes mielodisplasicas podem ser caracterizadas pela SMD primária ou idiopática, que ocorre em pessoas com mais de 50 anos, e SMD relacionada à terapia anterior com agentes mielossupressores ou radioterapia, que acomote os portadores dentro de 2 a 8 anos depois da exposição.  As Síndromes Mielodisplásicas primitivas ou idiopáticas são classificadas em cinco conjuntos.

De acordo com Filho (2000), a Franco-Americana-Britânica (FAB) classifica a síndromes mielodisplásicas em: a) anemia refratária; b) anemia refratária com sideroblastos em anel); c) anemia refratária com excesso de blastos); d) anemia refratária com excesso de blastos em transformação; e) leucemia mielomonocítica crônica. Estão associadas a um prognostico ameaçador, por determinar a existência de proporção maior de células blásticas no sangue periférico ou na medula óssea.

A anemia refratária necessita de componentes sanguíneo, em que é fundamental a transfusão de sangue. A medula óssea é normalmente hipercelular ou também normocelular na anemia refratária, só em pequena quantidade ela é hipocelular (FILHO, 2000).

 

 

2.1.4.2.3 Leucemia

 

 

 “Leucemias são neoplasias malignas das células primitivas hematopoéticas (stem cells) que surgem na medula óssea e que se distribuem pelo sangue circulante e por outros órgãos”. São consideradas de acordo com o modelo de predominância da célula (linfóide e mielóide) ou (linfociticas e mielociticas) e pela categoria de diferenciação (aguda e crônica) (BRASIL, 2001a, pg. 125). A evolução da doença nas leucemias crônicas é caracteristicamente vagarosa, podendo se modificar para mais agressiva, sendo evidenciadas por seu desenvolvimento em células maduras. Já as leucemias agudas é tipicamente rápida, sem o tratamento necessário, acaba se tornando fatal. É distinguida pelo seu desenvolvimento nas células imaturas, como as células blásticas, formando assim os mieloblastos e linfoblastos (STEVENS; LOWE, 2002).

Segundo o Ministério de Saúde a produção de eritrócitos, granulócitos e plaquetas são alteradas pelos mieloblastos e linfoblasto, que não deixam que haja a concepção normal na medula óssea. Através desse fato, as complicações clínicas da patologia podem aparecer de forma hemorrágica, anêmica e com suscetibilidade maior para infecções. As células leucêmicas podem penetrar nos tecidos, favorecendo uma perturbação orgânica (BRASIL, 2001a).  Stevens e Lowe (2002) ressalta que os portadores da leucemia aguda podem apresentar petéquias hemorrágicas, mal estar, febre e úlceras orais, conseqüência de infecção.

De acordo com Stevens e Lowe (2002), a leucemia linfocítica crônica (LLC) é distinguida pela multiplicação neoplásica de pequenos linfócitos maduros. Inicialmente os grupos irregulares de linfócitos que apresenta infiltração na medula, são insuficientes entre os elementos hematopoiéticos normais, ocorrendo em seguida à destruição da medula óssea. As células linfóides circulantes irregulares apresentaram um amplo número de células no sangue periférico. O tipo célula B faz parte da grande maioria das causas da leucemia linfocítica crônica, já as células T apresentam apenas 5% dos casos. Encontra-se como sinal de comparecimento da doença a esplenomegalia, a linfadenopatia, trombocitopenia e anemia hemolítica auto-imune, e em 5% dos casos paraproteinemia.

Segundo Cotran, Kumar e Collins (2000), na leucemia mielógena crônica (LMC) a sua evolução é lenta. Seus sintomas são classificados como inespecíficos, porém podem apresentar sensação de tração do abdome pela extrema esplênicomegalia. Considerada insidioso no início, a LMC causa anemia leve a moderada ou por hipermetabolismo causada pelo revigoramento das células, consistindo em perda de peso, fraqueza e anorexia.

As leucemias agudas, tem uma diferenciação associada a morfologia  da medula óssea, completada pela expressão oncogênica, a citogenética, coloração histoquímica e os marcadores de superfície. São separadas em duas classes: leucemia mieloblásticas agudas (LMA) e leucemia linfoblásticas agudas (LLA). Já os elementos da série granulocíticas que invadem os órgãos hematopoéticos são caracterizados pelo seu acúmulo desordenado, acontecendo na leucemia miéloide crônica, já a leucemia linfocítica crônica, os linfócitos imunologicamente proliferam-se (BRASIL, 2001a).

2.1.4.2.4 Anemia aplásica

 

 

Segundo o Ministério de Saúde, “a anemia é caracterizada pela redução da quantidade de hemoglobina funcional circulante total”. Anemia aplásica é diferenciada por medula desprovida de células hematopoiéticas e pancitopenia periférica, mantendo a arquitetura medular principal, com a mudança das células hematopoiéticas por tecido adiposo (BRASIL, 2001a, p.115).     

            A instalação da anemia aplásica é comumente insidiosa. As manifestações clínicas estão relacionadas com a citopenias e se manifesta de acordo com a linhagem afetada e com sua intensidade. O quadro clinico varia de manifestações isoladas, qualquer da citopenias poderá ser a de maior expressão inicial. A combinação relacionada a anemia, trombocitopenia e neutropenia, são menos freqüentes (PASQUINI, 2000).

            Anemia aplásica, também conhecida como aplasia medular adquirida é classificada como: “idiopática; secundária a radiação; secundária a drogas e agentes químicos; dependentes da dose; citotóxicos e benzeno” entre outros (PASQUINI, 2000, pg. 220).

 

 

2.1.4.2.5 Leucopenia

 

 

            Considerado como um dos principais encaminhamentos ao hematologista, a leucopenia é classificada como a redução dos leucócitos no sangue. Os leucócitos ou glóbulos brancos são responsáveis por defender o organismo de infecções. Cada pessoa apresenta um número de leucócitos diferente, que permanece ao longo da vida, mas é considerado normal as cifras de leucócitos entre 4.000 a 11.000/mm (HEMORIO, 2004). De acordo com Cazarim (2005), menos de 4.000 leucócitos por microlitro de sangue é considerado leucopenia ocupacional.

            Correspondente a uma das causas mais frequentes, a leucopenia ocupacional está voltada para os trabalhos que envolvam substâncias químicas, em que esses produtos são inalados, ingeridos e manuseados ou com agentes físicos.  O benzeno é o que mais compromete a manifestação hematológica da leucopenia por vezes, constitui-se em situações clínicas de difícil esclarecimento diagnósticas (HEMORIO, 2004).

            A leucopenia depara com etiologias diferenciadas. As infecções parasitárias e bacterianas, o uso de medicamentos, infecções virais, exposição a fatores químicos como o benzeno, desnutrição, exposição a agentes físicos, esplenomegalia e hiperesplenismo, são inúmeras condições que leva a ocorrência da queda do número de leucócitos na corrente sanguínea (AUGUSTO, 1984; BUSCHINELLI; NOVAES, 1994; ATHENS, 1998; BRASIL, 2001a, apud CAZARIM, 2005).

            A leucopenia é considerada uma manifestação clinica e não uma doença, dessa forma não leva a nenhum sintoma especifico, mas níveis diminuídos de leucócitos podem ter maior propensão a infecções. Em que a gripe ou outras viroses como citomegalovírus, rubéola, hepatite A, B e C entre outros corresponde aos casos de leucopenia (HEMORIO, 2004).

 

 

2.1.4.3 Dermatite Ocupacional

 

 

            A dermatite ocupacional ocorre no ambiente de trabalho e nas atividades ocupacionais, em que sucede alterações da pele ou mucosas e anexos. Podendo ser de natureza alérgica ou irritativa, sendo essa ultima mais frequente (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 2010).

A dermatite de contato ocorre pela repetida exposição a substâncias que agem como irritantes e alérgicos. A inflamação na pele ocorre pela ação friccional ou irritante, denominando-se dermatite de contato por irritante primário, já a dermatite de contato alérgico é distinguida pela reação de hipersensibilidade tipo IV (DUARTE, 2005).

            Em virtude da manipulação de várias substâncias, do exagero de umidade e de atrito, as mãos são as áreas mais atingidas pela dermatite de contato (DC), em que a dermatite de contato é responsável por prurido, ferimentos, desconforto, alterações funcionais e estéticas e traumas, mas a DC não produzem casos avaliados como graves (ALCHORNE;ALCHORNE; SILVA, 2010).

            A dermatite eczematosa está incluída também nas dermatites ocupacionais e são consideradas manifestações inflamatórias da pele, destacando-se como doenças eczematosas (KOBATA, 2010).

            É caracterizada por lesões avermelhadas, exsudativas, papulovesiculares, e crostosas. O eczema envolve diferentes condições patogenicas. As alterações clínicas que favorecem a classificação da dermatite eczematosa é a dermatite de, a dermatite atópica, contato alérgico, dermatite eczematosa relacionada a drogas, dermatite irritante primária e dermatite fotoeczematosa (COTRAN; KUMAR; COLLINS, 2000).

            As lesões da dermatite eczematosa aguda ocorrem quando á o contato agudo à hera venosa, constituída por placas edematosas, exsudativas e prurigenosas, quase sempre contento vesículas e bolhas grandes e pequenas. Com o decorrer essas lesões estão sujeitas a superinfecção bacteriana, produzindo uma impetiginização que é uma crosta amarelada, que com o passar do tempo ela se torna úmida, tornando escamosas e deixam de exsudar de forma de vesículas, ocorrendo o espessamento da epiderme (COTRAN; KUMAR; COLLINS, 2000).

 

 

2.1.4.4 LER / DORT     

 

 

            A LER / DORT é classificada como um conjunto de enfermidades que prejudica nervos e vasos dos membros superiores, músculos, tendões, coluna vertebral, pescoço, ombros, braços, antebraços, punhos, mãos e dedos, além de atingir os membros inferiores como principalmente joelhos e tornozelos, que são resultantes das exigências das atividades do trabalho. LER tem como significado Lesões por Esforços Repetitivos, e DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (CHIAVEGATO FILHO; PEREIRA, 2003).

De acordo com Magalhães (2004), a literatura descrevia que já a partir de 1717 relatava que a postura imprópria durante o trabalho e os movimentos aleatórios e intensos provocava sérios danos ao aparelho vital, ou seja, às manifestações patológicas não é atual.

A adesão de posturas inadequadas, a repetição de movimentos, a inalterabilidade de tarefas, o empenho físico são um dos vários fatores conexos ao trabalho e afluem para o evento de LER / DORT, sendo distinguidos como os principais causadores para a difusão da doença (ASSUNÇÃO; ROCHA, 1995).

A LER /DORT tem como sintomas dor, sensação de peso, parestesia e fadiga. Existem vários fatores presentes no trabalho que pode ocorrer para o surgimento da LER/ DORT, sendo eles manutenção da postura inadequada por tempos longos, repetitividade de movimentos, invariabilidade de atividades, esforço físico, impactos e choques, trabalho muscular estático, fatores psicossociais e organizacionais e pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo. È importante avaliar a duração, a frequência e a intensidade da LER/DORT, dessa forma terá como saber o risco e a sua ocorrência (BRASIL, 2000).

 

 

2.1.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

 

 

Como condição de barreira entre o trabalhador e o perigo, o equipamento de proteção individual (EPI), é considerado essencial para o frentista (BELTRAME, 2010). Segundo o NR-6 (2010), o EPI é estimado como produto ou dispositivo que seja de uso individual pelo trabalhador, designado para proteger e oferecer segurança a saúde do profissional. 

 De acordo com ANDEF (2003), o NR-9, tem como objetivo preservar a integridade e a saúde do trabalhador, controlando os riscos existentes no ambiente ou que posteriormente podem existir. O NR-9, Brasil (1994), ressalta que se as medidas de proteção coletiva não oferecerem proteção completa, a utilização dos EPI’s devem ser limitadas.

Segundo a Fiesp e Ciesp (2003), as empresa tem como obrigação o fornecimento dos EPI’s aos seus funcionários, para a proteção da integridade e da saúde dos mesmos. O NR-6, Brasil (2001c), ressalta que cabe o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em que indica ao funcionário o EPI apropriado para cada atividade exercida. Fica assim, a responsabilidade do SESMT e da CIPA recomendarem o equipamento correto para cada categoria de empresa, sendo uma tarefa árdua, pois a legislação revela que não existe equipamento especifico para cada condição e sim um equipamento apropriado.

Os equipamentos de proteção individual tende a reduzir os riscos decorrentes da exposição. Apresenta como emprego básico a proteção das vias: como a boca, o nariz, o olho e a pele. A legislação trabalhista brasileira estabelece a sua utilização, através das Normas Regulamentadoras. Poderá acarretar responsabilidade civil e penal o seu não comprimento (ANDEF, 2003).

A utilização de EPI’s é fundamental durante a manipulação de produtos químicos como o benzeno, uma substância carcinogênica, podendo haver absorção do produto por via cutânea, (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALAHO, 1997). Por esse motivo se faz a importância do uso dessa proteção, caso ocorra exposição direta com o produto (COSTA, 2001).

De acordo com Lima, Junior e Neto (2008), considerando o combustível gasolina recomendam-se: usar equipamento de respiração autônomo ou conjunto de ar mandado, em altas concentrações, e empregar respirador com filtro químico para vapores orgânicos em baixas concentrações para proteção respiratória; para proteção das mãos, é indicado luvas e avental de Poli Cloreto de Vinila – PVC; aconselha  a utilização de óculos em atividades que possa incidir lanços ou respingos; locais em que haja manejamento de produtos químicos devem haver chuveiros e lavadouros, impedindo contato com a epiderme e roupas; haver a separação de roupas comuns com roupas de trabalho, e ao manipular produtos químicos, não beber, não comer e não fumar.

As luvas são consideradas um equipamento bastante importante, pois tende a proteger as mãos. São encontrados múltiplos tipos de luvas, elas necessitam ser impenetráveis ao produto químico. As luvas de borracha nitrílica ou neoprene são indicadas para a manipulação de produtos químicos ou qualquer tipo de formulação. Para os produtos sólidos ou formulações que não contem solventes é indicado luvas de PVC ou látex (ANDEF, 2003).

As máscaras para proteção respiratória tendem a evitar a inalação de finas partículas tóxicas e a inalação de vapores químicos. Existem essencialmente dois tipos de máscaras, a de baixa manutenção que normalmente são mais duráveis e possuem filtros especiais para reposição, e as sem manutenção que tem como sigla Peça Facial Filtrante  (PFF), e são chamados de descartáveis. Torna-se uma fonte de contaminação se as máscaras não forem utilizadas de forma adequada, além de se tornarem desconfortáveis, e é sugerido armazená-las em sacos plásticos, ou local seco e limpo (ANDEF, 2003).

O avental tende a proteger o frentista de respingos das substâncias em que estão expostos. Este material é produzido com produtos resistentes como PVC, tecido emburrachado, bagum, nylon resinado ou não tecido. As botas tem a função de proteger os pés, e devem ser de cano longo de preferência e material PVC (ANDEF, 2003).

Roberge (2008) adverte que a má utilização dos EPI’s pode acarretar problemas para os frentistas, como insegurança, dificuldade no seu desempenho, desconforto emocional e físico, impactando de forma negativa na saúde desses funcionários.

 

 

2.1.6 Benzeno

 

 

 

As substâncias químicas possuem uma função muito importante no processo de globalização. Eram utilizadas desde a antiguidade, tendo um valor cada vez maior, estabelecendo hoje o que pode ser chamado de “questão química”. Isso indica grandes problemas econômicos, sociais e ambientais. Os trabalhadores possuem um grande destaque em relação à utilização, decomposição, manejo, produção, extração e várias outras formas de contato com estas substâncias que tem presença categórica no mundo, e que estabelece o pano de fundo da discussão em que o benzeno se encontra (COSTA, 2009)

A partir de 1910 a utilização do benzeno aumentou bastante, sendo empregado em fábricas de tolueno e borracha, materiais que eram usados na preparação de explosivos para a Primeira Guerra Mundial.  Também era encontrado em indústrias de adesivos, couros, colas, limpeza a seco, tintas, produtos provindos do petróleo, siderurgia, metalurgia e em fabricação de automóveis (BRASIL, 2006).

De acordo com os estudos de Costa (2009), a exposição ao benzeno causa grandes riscos que são conhecidos há bastante tempo, sendo motivo de tratamento, tanto nacional, quanto internacional. A sua principal importância esta relacionada à toxicidade e a propagação de sua utilização, devido à facilidade de produzi-lo através do carvão mineral, do petróleo e da condensação do gás natural. Este é uma substância cancerígena e hematotóxica muito utilizada principalmente na fabricação de aço e no consumo e apuro do petróleo. Trata-se de um assunto bem complicado, pois mesmo com tanta toxicidade, o benzeno ainda é bastante utilizado e não há nenhuma probabilidade de mudança nessa produção.

Devido o benzeno possuir um alto grau de contaminação universal e causar vários efeitos a saúde, ele tem sido um objeto de controle mundial. De acordo com o Programa das Nações Unidas de Segurança Química, ele é a quinta substância de alto risco, com isso, o INCA acompanha um grupo com 80 mil trabalhadores que entram em contato com o benzeno na China, avaliando assim o aumento do risco de se obter o câncer (BRASIL, 2006)

Ferreira da Costa e Barrozo da Costa (2002), afirma que os trabalhadores ficam expostos ao benzeno, pelo fato de não cumprir as normas do trabalho para obter a segurança que necessita, por não receber informações necessárias sobre os riscos que os agentes químicos podem causar e principalmente pela falta de equipamentos individuais.

Os frentistas são uns dos profissionais que estão mais expostos ao benzeno, devido ao contato com a gasolina. De acordo com Lima, Júnior e Neto (2008), a maior preocupação do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis na Bahia (SINPOSBA), esta relacionada ao trabalho do frentista em relação aos agentes químicos, sobretudo o benzeno. Conforme o sindicato, no intuito de diminuir a exposição dos trabalhadores de postos de gasolina a esta substância, foram assumidas algumas iniciativas pela entidade.

Com a finalidade de discutir a respeito dessa exposição dos frentistas ao benzeno, a associação de trabalhadores tem participado e opinado nas reuniões do Fórum de Proteção ao Meio Ambiente do Trabalho do Estado da Bahia (FORUMAT). Vale destacar que através da Portaria nº 309, de 27 de dezembro de 2001, a ANP permite o benzeno em até 1% na gasolina (LIMA; JUNIOR; NETO, 2008).

Esta exposição pode originar intoxicação aguda e crônica, mesmo em baixas doses, não possuindo sinais e sintomas típicos para diferenciá-la de outras doenças. Como característica dessa intoxicação ao benzeno, o comprometimento do sistema hematopoiético, pode ser classificado como causa principal de várias alterações hematológicas.  A regulamentação do uso desse produto químico tem ocorrido devido à sensibilidade dos órgãos hematopoiéticos a este composto (IARC, 1987).

Segundo Lima, Júnior e Neto (2008), a inalação do benzeno por trabalhadores, pode ocasionar alterações sanguíneas, como a leucopenia que é a redução da quantidade de glóbulos brancos no sangue, podendo causar um benzenismo, com sequelas inevitáveis. 

De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais e sintomas que mais ocorrem com a intoxicação por esse agente químico são: mialgia, astenia, tontura, infecções e sonolência. Enquanto que as alterações hematológicas mais complacentes são: leucopenia, neutropenia, macrocitose, eosinofilia, linfocitopenia, plaquetopenia, entre outras. O benzenismo é diagnosticado clinico e epidemiologicamente, baseando-se na historia de exposição ocupacional e nos sinais e sintomas. Todas as alterações sanguíneas de trabalhadores expostos potencialmente ao benzeno devem ser investigadas, valorizadas e justificadas (BRASIL, 2006).

2.2 METODOLOGIA

 

A metodologia empregada na pesquisa consistiu em uma abordagem quantitativa do tipo descritivo e exploratório, uma vez que se buscou avaliar a qualidade de vida dos frentistas em postos de combustíveis no município de Barreiras. O município conta com 37 postos de combustíveis, tendo em média 300 frentistas exercendo a profissão, distribuídos nos três turnos de trabalho.

Levou-se em consideração a quantidade de postos no município e o período disponível para a coleta de dados, optou-se por selecionar os mais próximos da região central, desta forma fez parte do estudo 10 postos de combustíveis. Nestes, havia 77 frentistas exercendo a profissão, porém apenas 61 participaram. A amostra foi definida por adesão, em que os frentistas foram convidados a participar, os que concordaram, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e responderam ao questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-Breef composto por 26 questões, sendo 24 divididas em quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Dentre as 26 questões que constituem o WHOQOL-Breef, duas são sobre percepção da qualidade de vida e satisfação com a saúde, as demais representa cada uma das 24 facetas do instrumento.  Os resultados foram de 1 até 5, quanto mais próximo de 5 melhor a qualidade de vida sendo considerados em média e classificados  em necessita melhorar (quando for 1 até 2,9), regular (3 a 3,9), boa (4 a 4,9) e muito boa (5), e utilizou um instrumento paralelo para obter o perfil sócio-demográfico e as características do ambiente de trabalho a fim de obter dados referentes ao perfil do grupo amostra, em que é composto por sete questões relacionadas à idade, sexo, escolaridade, estado civil, tempo de profissão, uso dos EPI’s e o conhecimento dos frentistas aos riscos que estão predispostos. Os resultados foram analisados conforme estatística descritiva e evidenciados através de tabelas atribuídos no programa Microsoft Office Word 2007.

O estudo foi realizado em 10 postos de combustíveis localizados na região central do município de Barreiras no oeste baiano. O primeiro posto a ser realizada a coleta de dados foi o Auto Posto Lins Ltda., que contou com 8 frentistas. O segundo foi o Posto PIT STOP Dourado, contando com 12 frentistas, o terceiro posto foi o DT Combustíveis, contou com 11 frentistas, o quarto posto foi o Auto Posto Santa Lucia, contou com o trabalho de 6 frentistas. O quinto foi o Posto Dez Combustíveis e Lubrificantes Ltda., contou com o trabalho de 9 frentistas, o sexto posto foi São Paulo Combustíveis Ltda., contou com o trabalho de 8 frentistas. O sétimo posto foi o Turbinas Ltda., contou com 6 frentistas, o oitavo posto foi o ML Combustíveis Ltda., contou com o trabalho de 8 frentistas. O nono a ser visitado foi o Posto Senhor do Bonfim, contou com o trabalho de 4 frentistas e o último a ser visitado foi o Posto Oliveira Silva Comércio de Combustíveis Ltda., com um total de 5 frentistas.

 

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

 

Inicialmente foi desenvolvido um estudo com abordagem quantitativa do tipo descritivo e exploratório, uma vez que se buscou avaliar a qualidade de vida dos frentistas em postos de combustíveis no município de Barreiras, a coleta dos dados foi realizada em julho do ano de 2012.

No decorrer do trabalho serão apresentados os resultados obtidos após análise dos formulários. No que diz respeito ao perfil sócio-demográfico e as características do ambiente de trabalho, as informações serão emitidas no início da apresentação dos resultados. Logo em seguida, serão enunciados os escores das facetas que representam os domínios do instrumento validado WHOQOL-Breef, para o desenvolvimento do enfoque principal desse estudo.

A amostra seria composta por toda a população correspondente, sendo 77 frentistas, porém devido a férias, ausência de alguns profissionais no turno de trabalho e recusa em participar do estudo, a amostra foi limitada em 61 frentistas. O instrumento paralelo para obter o perfil sócio-demográfico e as características do ambiente de trabalho, é composto por 7 questões que será ilustrado em forma de tabela, o questionário WHOQOL-Breef é composto por 26 questões, onde 24 questões apresentam 4 domínios juntamente com suas facetas, as duas primeiras questões  são sobre qualidade de vida geral e serão elucidados por tabelas.

 

2.3.1 Apresentação do Perfil Sócio-demográfico e as Características do ambiente de trabalho.

 

 

Por ser fundamental distinguir a realidade da região central do município de Barreiras-BA, a tabela abaixo apresenta com nitidez o perfil sócio-demográfico dos participantes do estudo. A tabela foi dividida em cinco variáveis em que delineia o percentual do perfil sócio-demográfico (Tabela 1).

 

Tabela 1- Perfil Sócio-demográfico do grupo amostra.                        

Variável

N

%

IDADE

 

 

18-25

24

39

26-33

27

44

34-41

8

13

42-49

2

4

Total

61

100

SEXO

 

 

Masculino

57

93

Feminino

4

7

Total

61

100

ESTADO CIVIL

 

 

Solteiro

29

47

Casado

22

36

União estável

8

13

Divorciado

2

4

Total

61

100

ESCOLARIDADE

 

 

Ensino Fundamental Incompleto

1

1

Ensino Médio incompleto

1

1

Ensino Médio completo

55

91

Ensino Superior incompleto

4

7

 

TEMPO DE PROFISSÃO

 

 

< 6 meses

6 meses – 1 ano

10

14

17

22

2 – 4 anos

29

48

>5 anos

8

13

Total

61

100

Fonte: Pesquisa de campo, 2012

 

Em relação à idade, observou-se que 27 profissionais (44%) apresentam idade entre 26 a 33 anos, 24 (39%) possuem 18 a 25 anos, 8 (13%) 34 a 41 anos e apenas 2 (4%) obteve idade entre 42 a 49 anos.

É possível observar que a idade prevalente é entre 26 a 33 anos, dessa forma Souza e Medeiros (2007), afirmam que quanto mais idade os frentistas tiverem, menor será a sua satisfação com os EPI’s, mais extenso o tempo de trabalho, maior tempo nos postos e consequentemente uma afinidade elevada com as atividades que exercem e um relacionamento melhor com os colegas.

Se tratando do gênero desses profissionais, 57 (93%) são do sexo masculino e 4 (7%) do sexo feminino. Percebe-se que o número de frentistas homens é maior, isso se dá pelo fato de ser um trabalho arriscado, periculioso e exigir de maior força masculina para lidar com determinadas atividades que o campo de trabalho oferece. Portela et al. (2011), afirmam que a maior parte que exerce a função de frentista são homens com 60%, e 40% correspondem as mulheres.

Para Souza e Medeiros (2007), os homens têm uma relação melhor com a equipe interna, os afastamentos por pretexto de saúde é menor e quanto ao processo decisório do estabelecimento, os homens tendem a participar menos que as mulheres.

O que diz respeito ao estado civil, observa-se que 29 (47%) são solteiros e 22 (36%) possuem relação matrimonial, 8 (13%) possuem união estável  e os divorciados 2 (4%).

Compreende-se que a maioria dos trabalhadores são solteiros, fato que ocorre por esses profissionais serem jovens e o trabalho como frentista não oferecer uma renda que favoreça a vida conjugal. De acordo com Portela et al. (2011), 53% dos frentistas são solteiros, os que são casados ou possuem união estável corresponde a 44% e os separados 3%.

Para Souza e Medeiros (2007), os frentistas solteiros têm tempo maior exercendo a profissão, ficando mais insatisfeitos com o trabalho.

Em relação à escolaridade, 55 (91%) dos frentistas concluíram o ensino médio completo, 4 (7%) estão cursando o ensino superior, 1 (1%) não concluiu  o ensino fundamental e 1 (1%) o ensino médio.

Observa-se que a grande maioria dos frentistas completou o ensino médio e uma pequena porcentagem está cursando o ensino superior, dessa forma é possível analisar que apesar dessa profissão não exigir um elevado grau de instrução, esses profissionais tendem a estudar. Com isso, esses trabalhadores têm uma percepção melhor no que diz respeito aos riscos que a sua profissão pode ocasionar, ficando menos vulneráveis as doenças a que estão expostos, pois têm o conhecimento dos problemas, mesmo não tendo percepção necessária para entender e consequentemente se proteger dos riscos.

De acordo com Portela et al. (2011), a maioria dos frentistas completaram o ensino médio (88%), 4% têm o ensino médio incompleto e o ensino fundamental completo. 

Na ocasião em que os frentistas têm uma menor escolaridade, a participação é menor nos treinamentos e no processo decisório, além de permanecer muito tempo nessa profissão, as metas do trabalho e os objetivos estão menos claros, considerando melhor a percepção de progresso no posto, além de mais igualitário o tratamento que recebem (SOUZA; MEDEIROS, 2007).

 Ao analisar o tempo de profissão, observou-se que 29 (48%) ocupam o cargo entre 2 a 4 anos, 14 (22%) 6 meses a 1 ano,  10 (17%) menos de 6 meses e 8 (13%) mais de 5 anos.

Delineia que os frentistas não permanecem nessa profissão mais de 5 anos, consequentemente por ganhar pouco e pela exposição a que estão expostos, observa-se  que grande parte desses profissionais tem o tempo elevado de 2 a 4 anos de trabalho. Portela et al. (2011), afirmam que frentistas que trabalham de 1 a 3 anos correspondem a 28%, 22% tem 6 meses de profissão, 19% trabalham menos de 6 meses e mais de 5 anos e 6% estão de 3 a 5 anos no trabalho.

A tabela a seguir demonstra com nitidez as características do ambiente de trabalho, referindo à utilização dos EPI’s e o conhecimento dos frentistas aos riscos que estão predispostos (Tabela 2).

 

Tabela 2 – Características do Ambiente de Trabalho.                         

Variáveis

N

%

UTILIZAÇÃO DOS EPI’s

 

 

Botas e uniformes

45

73

Avental

1

1

Óculos

10

16

Luvas

4

7

Máscaras para proteção respiratória

11

18

 

Não utiliza nenhum EPI’s

3

4

Utiliza todos EPI’s

12

19

CONHECIMENTO DOS FRENTISTAS AOS RISCOS QUE ESTÃO PREDISPOSTOS

 

 

 

 

 

 

 

 

Conhece os riscos

Não conhece os riscos

Intoxicação

Explosão

53

8

21

8

86

13

34

13

Fonte: Pesquisa de campo, 2012

 

 

Ao avaliar a utilização dos equipamentos de proteção individual, 45 (73%) dos frentistas utilizam apenas botas e uniformes, 12 (19%) usam todos os EPI’s, 11 (18%) além de botas e uniformes fazem uso de máscaras para proteção respiratória, 10 (16%) utilizam óculos, 4 (7%) fazem uso de luvas, 3 (4%) não usam nenhum EPI’s e 1 (1%) utiliza avental.

Conforme apresentado, os frentistas tendem a utilizar apenas botas e uniformes, isso ocorre, porque muitas vezes os postos não oferecem todos os EPI’s necessários para a execução do trabalho, ou pelo fato dos próprios frentistas se sentirem incomodados em utilizar os equipamentos de proteção individual.

É notável que os trabalhadores frentistas possuam percepção do que são os EPI’s e para que servem, em que 81% reconhece os  EPI’s e apenas 19% não os conhece (PORTELA et al., 2011).

Conforme Portela et al. (2011), os frentistas só fazem o uso de luvas, óculos e máscaras em situações específicas no trabalho, como o descarregamento para os reservatórios internos de combustíveis. As botas e uniformes são os únicos EPI’s que esses funcionários mais empregam.

A se referir ao conhecimento dos frentistas em relação aos riscos que o seu trabalho pode oferecer para sua saúde, observou que 53 (86%) disseram conhecer os riscos e 8 (13%) não tem o conhecimento, destes que relataram conhecer os riscos 21(34%) referiram que a intoxicação no local de trabalho é um dos riscos mais graves e 8 (13%) a explosão.

Observa-se que a grande parte dos frentistas tem conhecimento sobre os riscos que o seu trabalho pode oferecer. Um fator relevante para esse reconhecimento é a escolaridade, pois a grande parte concluiu o ensino médio ou estão cursando o ensino superior, fazendo com que esses profissionais tenham compreensão das informações que recebem.

            De acordo com Portela et al. (2011), os frentistas que acreditam que a sua profissão oferece risco corresponde a 84%, enquanto que o restante refere não ter conhecimento.

            A exposição a riscos que prejudica a saúde dos frentistas se destaca como uma avaliação negativa, por haver precariedade na segurança pessoal e carência nas ações preventivas e educativas (SOUZA; MEDEIROS, 2007).

Portanto os riscos profissionais são capazes de afetar o bem-estar, a segurança e a saúde do trabalhador sendo ocasionadas por condições inseguras no campo de trabalho (BOLOGNESI, 2009).

 

 

2.3.2 Apresentação dos Domínios e Facetas do instrumento WHOQOL-breef acerca da Qualidade de Vida.

 

 

Em primeiro momento serão apresentados a tabela referente às primeiras duas questões do instrumento Whoqol-breef e em seguida as facetas correspondentes a qualidade de vida.

Quanto às Facetas pertinentes às questões 1 e 2, foram levantados os escores subsequentes (Tabela 3):

 

Tabela 3- Tabela referente às questões 1 e 2 do questionário WHOQOL-Breef.

QUESTÕES

ESCORES

  1. Percepção da qualidade de vida

3,86

  1. Satisfação com a saúde

3,96

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Legenda: necessita melhorar (1 até 2,9), regular (3 até 3,9), boa (4 até 4,9), muito boa (5).

 

A tabela supracitada ilustra a questão referente à satisfação com a saúde, com escore 3,96 e percepção da qualidade de vida com 3,86, as mesmas são classificadas como regulares.

            Conforme descrito na tabela acima pode-se observar que a satisfação com a saúde é considerado aceitável, apresentando escore 3,96, esta faceta é representada pelo questionamento: “Quão satisfeito você está com a sua saúde?”, em que a maioria referiam não estar nem satisfeito e nem insatisfeito. Desta forma, percebe-se que esses profissionais não sabem de fato os riscos a qual estão expostos, ficando vulneráveis a várias doenças que seu campo de trabalho pode oferecer.

            Na pesquisa realizada por Kluthcovsky (2005), a maioria dos participantes relatou estar muito satisfeito com sua saúde, enquanto que no estudo realizado por Junior et al. (2010), a média final foi regular, concordando com os resultados da presente pesquisa.

            A informação dos fatores que intervém na satisfação com a saúde entre os trabalhadores, é um utensílio fundamental para o planejamento de políticas do trabalho, focando na qualidade de vida do profissional (JÓIA; RUIZ; DONALÍSIO, 2008). A satisfação com a saúde se torna um elemento difícil e complexo, pois se trata de um nível subjetivo, variando entre os sujeitos, estando submetido a extensões de necessidades externas e internas no local de trabalho, podendo prejudicar a saúde mental e física do profissional, intervindo na conduta do trabalhador e na vida social (LOCKE, 1976; FRASER, 1983).

A questão referente à percepção da qualidade de vida representada pela pergunta: “Como você avaliaria sua qualidade de vida?”, obteve escore de 3,86 classificado como regular, dessa forma é possível observar que os frentistas possuem uma noção sobre essa percepção.

            Confirmando com os resultados da pesquisa, os estudos de Junior et al. (2010), alcançou uma média de 3,64, desta maneira percebe-se que nem todos os participantes estão satisfeitos com sua qualidade de vida. Contradizendo com este estudo, a média alcançada por Kluthcovsky (2005) foi considerada “boa”, portanto a maioria deles tem um alto nível de satisfação pela sua vida.

Diante do estudo realizado por Strelhow, Bueno e Câmara (2010), nota-se um resultado positivo em relação à percepção da qualidade de vida, onde esses autores relatam que no momento que o indivíduo encontra-se com sua percepção positiva o mesmo está satisfeito com a sua vida e consigo mesmo.

O entendimento que as pessoas possuem sobre percepção, se torna uma fonte de elementos fundamentais para definir a sua qualidade de vida (KEINERT et al. apud KEINERT; KEINERT; FEFFERMANN, 2003). Perante a isso e aos resultados traçados frente à percepção da qualidade de vida, pode-se considerar que esses frentistas tem uma noção do que seja essa expressão, pois os mesmos não demonstraram dúvidas no momento da pesquisa, dessa forma pode-se dizer que a qualidade de vida dos trabalhadores frentistas no município está razoável.

            A tabela a seguir apresenta com clareza as facetas correspondentes ao domínio físico (Tabela 4).

 

Tabela 4- Facetas correspondentes ao Domínio Físico.                     

 FACETAS

MÉDIA FINAL

3. Dor e desconforto

2,04

4.Dependência de medicação ou tratamento

2,34

10. Energia e fadiga

4,11

15. Mobilidade

4,32

16. Sono e repouso

17. Atividade da vida cotidiana

3,72

4,03

18. Capacidade de trabalho

4,04

Escore médio geral do domínio

3,51

     

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Legenda: Necessita melhorar (1 até 2,9), regular (3 até 3,9), boa (4 até 4,9) e muito boa (5).

 

É possível observar que o escore da mobilidade encontra-se com uma média de 4,32; energia e fadiga 4,11; capacidade para o trabalho 4,04; atividade da vida cotidiana 4,03; sono e repouso 3,72; dependência de medicação ou tratamento 2,34 e dor e desconforto obtêm um escore de 2,04.

A faceta mobilidade que é representada pela pergunta do WHOQOL-breef “Quão bem você é capaz de se locomover” foi o que apresentou o maior escore com 4,32, sendo classificado como boa. Já a faceta dor e desconforto apresentou o menor escore médio com 2,04, a qual necessita melhorar.

Se compararmos mobilidade com a idade, esse escore é fidedigno, pois a maioria dos frentistas são jovens possuindo força necessária para a sua locomoção no campo de trabalho. Em contradição à presente pesquisa, a média da faceta mobilidade dos estudos de Junior et al. (2010), foi de 3,76, sendo considerada regular.

 Conforme Amaral (2008), esta faceta tem como significado a capacidade de locomoção do indivíduo e em seus estudos a mesma obteve um maior escore médio. De acordo com Gobbi et al. (2007), na mobilidade, o andar é classificado como um comportamento complexo, que abrange todo corpo, exigindo além do sistema sensorial, a coordenação das articulações e dos músculos.

 Os jovens possuem uma melhor estabilidade na movimentação do que idosos, existindo diferenças na locomoção quanto à idade, onde pessoas mais velhas têm diminuição da capacidade física, na força muscular e no movimento (GOBBI, 1997; BERG et al., 1997; GU KANG; DINGWEL, 2009).

Em contradição com a maior faceta, observa-se que dor e desconforto obteve o menor escore, com 2,04, com isso é notável que os frentistas não consideram seu local de trabalho confortável, geralmente devido a eles trabalharem em pé por cerca de até 8 horas, e a grande maioria não terem ocasião de sentar-se para descansar, além de realizarem tarefas repetitivas proporcionando dores no corpo e exaustão.

A faceta dor e desconforto que está relacionada à pergunta do Whoqol-Bref “Em que medida você acha que sua dor (física) impede de fazer o que você precisa?”, significa o quanto que a dor dificulta os trabalhadores de realizarem o que necessitam, apresentando escore negativo, em que quanto menor for o escore, maior será a dor física prejudicando a vida cotidiana do individuo (AMARAL, 2008). A efetivação de movimentos repetitivos e intensos no trabalho pode favorecer no desgaste físico, com sintomas de dores articulares e musculares nos membros e na coluna vertebral, além de cãibras, cansaço e cefaléia (ALESSI & SCOPINHO; BRASIL apud ROCHA, 2007).

A manutenção de posturas inadequadas, a invariabilidade de tarefas e o esforço corporal, são um dos vários fatores conexos ao trabalho e que afluem para o evento de lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, sendo distinguidos como os principais causadores para a difusão da doença de LER/DORT (ASSUNÇÃO; ROCHA, 1995).

Ao que diz respeito às Facetas do Domínio Psicológico, foi possível traçar os seguintes escores (Tabela 5):

 

Tabela 5- Facetas correspondentes ao Domínio Psicológico.          

FACETAS

MÉDIA FINAL

5. Sentimentos positivos

3,67

6. Espiritualidade- religião- crenças pessoais

2,08

7. Pensar, aprender, memória e concentração

4,31

11. Imagem corporal e aparência

4,32

19. Auto-estima

3,65

26. Sentimentos negativos

4,14

Escore médio geral do domínio

3,69

Fonte: Pesquisa de campo 2012.

Legenda: necessita melhorar (1 até 2,9), regular (3 até 3,9), boa (4 até 4,9) e muito boa (5).

 

            Conforme demonstrado na tabela 6, pode-se analisar que a imagem corporal e aparência encontra-se com 4,32; pensar, aprender, memória e concentração apresenta escore de 4,31; sentimentos negativos 4,14; sentimentos positivos 3,67; auto-estima 3,65 e espiritualidade, religião, crenças pessoais  com 2,08.

            É perceptível que a faceta que apresenta o maior escore é imagem corporal e aparência, com 4,32 sendo avaliada como “boa”, porém o que apresentou o menor escore foi à faceta espiritualidade, religião e crenças pessoais com 2,08 em que necessidade de melhorar.

Ao responderem o seguinte questionamento “Você é capaz de aceitar sua aparência física?” é notável que os frentistas estão satisfeitos com sua forma física, onde apresentaram escores de 4,32. Se relacionar essa faceta com a idade observa-se que a maioria são jovens, obtendo dessa maneira, um corpo mais estrutural, com aparência conservada e sem debilitações que o avanço da idade pode oferecer.

            De acordo com os estudos de Amaral (2008), a faceta imagem corporal apresentou o maior escore médio, onde os entrevistados dizem aceitar completamente sua aparência física, ou seja, quanto maior a aceitação do mesmo, maior o escore médio desse domínio. Relacionado aos estudos de Schilder (1981), a auto-imagem pode ser definida como a representação do corpo constituída pela mente, ou seja, a maneira pela qual o corpo é apresentado para si mesmo.

            Segundo Zani (1998), a auto imagem é de grande importância para o bem-estar no decorrer da vida, dessa forma ao desenvolver uma auto imagem e uma auto estima positiva, consequentemente o indivíduo será capaz de ter uma vida concretizada sem se importar com a aparência que deve ser exposta a sociedade. Mosquera (1976), alega que conforme o indivíduo adquire experiências na sua vida diária, como também na vida ocupacional, a auto imagem estará sempre em mudanças e, se o mesmo não se habituar a essas variações possuirá insatisfação constante com a vida.

Em relação à faceta espiritualidade – religião – crenças pessoais, o escore obtido foi de 2,08, classificado como necessita melhorar, a qual corresponde à seguinte pergunta “Em que medida você acha que sua vida tem sentido”. Esta faceta apresenta ícones que é fundamental na vida do ser humano, é notável que o profissional frentista apresentou redução na sua fé e em suas crenças. Segundo Fleck et al. (2003), alguns indivíduos apreciam a religião como algo negativo em suas vidas, mas para muitos indivíduos as crenças pessoais e a religião são consideradas fonte de bem-estar, conforto, significado, segurança, força, ideal e senso de pertencer.

Fleck et al. (2000), afirmam que a espiritualidade, religião e crenças pessoais colaboram para que o indivíduo encare as dificuldades na vida, provendo ao ser humano sabedoria de bem-estar, oferecendo estrutura para atribuir e conhecer definições sobre as questões pessoais e espirituais. De acordo com Puchalski (1999), a espiritualidade traz ao ser humano o propósito e significado à vida. Ela contribui para a qualidade de vida e para a saúde dos indivíduos, sendo promulgada como busca pessoal mediante ao conhecimento de coligações religiosas, que tem episódios em comum, como naturalismo, fé em Deus, arte, família e humanismo.

No que se concerne as facetas relacionadas ao Domínio das Relações Sociais, pode-se obsevar os seguintes escores (Tabela 6):

 

Tabela 6- Facetas correspondentes ao Domínio Relações Sociais.

FACETAS

MÉDIA FINAL

20. Relações pessoais

4,19

21. Vida sexual

3,88

22. Suporte (apoio) social

4,16

Escore médio geral do domínio

4,07

Fonte: Pesquisa de campo 2012

Legenda: necessita melhorar (1 até 2,9), regular (3 até 3,9), boa (4 até 4,9), muito boa (5).

 

            Ao avaliar a média final dos escores correspondente a faceta relações pessoais, a mesma exibe escore de 4,19; suporte (apoio) social 4,16 e vida sexual 3,88. A faceta que indicou o maior escore foi relações pessoais, com boa qualidade de vida, enquanto que vida sexual apresentou o menor escore, porém considerado aceitável.

            Nota-se que a faceta que apresentou o maior escore foi relações pessoais com 4,19, considerada boa, a mesma representa o seguinte questionamento “Quão satisfeito você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)?”. Já a faceta que apresentou o menor escore foi vida sexual com 3,88, em que necessita melhorar e corresponde a seguinte pergunta do whoqol-breef “Quão satisfeito você está com sua vida sexual?”.

            Observa-se que a faceta relações pessoais obteve escore 4,19, classificada como boa. Diante disso, os frentistas possuem uma boa relação no meio em que vive, este é um fator favorável se relacionado com o trabalho, pois desta forma estes profissionais tendem a trabalhar mais dispostos, não apresentando sentimentos que venham a interferir em suas tarefas.

Nos estudos de Amaral (2008), a maior parte dos entrevistados afirmou estar satisfeitos ou muito satisfeitos com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas, etc), desta forma, quanto maior o grau de satisfação dos mesmos, maior o escore médio do domínio Relações Pessoais. Considera-se que as relações pessoais não afetuosas podem contribuir no estresse ocupacional, prejudicando o profissional em suas atividades. Baseado nos estudos de Adams, King e King (1996), a relação da família com o trabalho tem uma importância relevante para se obter uma satisfação com o trabalho e com a vida. Esses autores analisam que um alto nível de apoio emocional da família favorece a baixa influência no trabalho.

Em relação à faceta vida sexual, nota-se que esses profissionais apresentaram escore regular, com 3,88, porém são considerados aceitos. Se comparar a faceta vida sexual com a idade e sexo, os dados são verídicos, pois a maioria dos frentistas são jovens e correspondem ao sexo masculino. Nos estudos de Amaral (2008), a faceta vida sexual entrou em contradição, pois obteve uma relação significante, em que os indivíduos tiveram uma maior satisfação com sua vida sexual.

Para Junior et al. (2010), o escore final dessa faceta foi de 3,08, coincidindo com os resultados alcançados na pesquisa, obtendo uma média regular, onde a maioria referiram não está nem satisfeito e nem insatisfeito.

De acordo com a sociedade civil e bem-estar familiar no Brasil, à introdução na vida sexual de homens jovens ocorre mais cedo (BRASIL, 1996). Tradicionalmente é a cultura que tem incentivado os homens a terem relação sexual mais precoce em relação às mulheres. È um fenômeno observado atualmente por ser destaque na ocorrência das modificações da conduta sexual dos brasileiros (HEIBORN, 1999).

No que se refere às Facetas do Domínio Meio Ambiente, foram levantados os seguintes escores (Tabela 7):

 

Tabela 7- Facetas correspondentes ao Domínio Meio Ambiente.        

FACETAS

MÉDIA FINAL

8. Segurança física e proteção

3,44

9. Ambiente físico: (poluição, ruído, trânsito, clima)

2,26

12. Recursos financeiros

2,98

13. Oportunidade de adquirir novas informações e habilidades

3,24

14. Participação em, e oportunidades de recreação e lazer

3,01

23. Ambiente do lar

3,40

24. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade

2,70

25. Transporte

3,62

Escore médio geral do domínio

3,08

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Legenda: necessita melhorar (1 até 2,9), regular (3 até 3,9), boa (4 até 4,9), muito boa (5).

 

Ao observar a tabela 7 à faceta transporte apresenta escore de 3,62; segurança física e proteção 3,44; ambiente do lar 3,40; oportunidade de adquirir novas informações e habilidades 3,24; participação em, e oportunidades de recreação e lazer 3,01; recursos financeiros 2,98; cuidados de saúde e social: disponibilidade e qualidade 2,70 e ambiente físico: poluição, ruído, trânsito e clima possui um escore médio de 2,26.

Observa-se que a faceta que apresentou o maior escore foi o transporte, com 3,62, em que os frentistas responderam a questão a seguir: “Quão satisfeito (a) você está com seu meio de transporte?”, sendo considerada regular, enquanto que o menor escore foi ambiente físico: poluição, ruído, trânsito e clima, com 2,26, necessitando melhorar e que corresponde à seguinte pergunta do questionário WHOQOL-breef: “Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição e atrativos)?”.

 É percebível que os frentistas além de utilizarem os transportes públicos, possuem automóveis, fazendo com que se sintam satisfeitos com seu meio de locomoção, com isso justifica a média final alcançada nos resultados da pesquisa. De acordo com os estudos de Junior et al. (2010), essa média é fidedigna, pois a faceta transporte em seus resultados apresentou escore médio de 3,40 considerada regular.

Nos dias de hoje encontra-se um número elevado de automóveis, tornando uma alternativa única e eficiente para a população. Além de existir o transporte público, um instrumento importante e útil na vida das pessoas (ANPT, 1999; SILVA et al., 2005). De acordo com Gomide (2003), o uso de um transporte acessível pode ajudar a melhorar a disponibilidade do tempo e de renda de pessoas mais necessitadas, além de facilitar o acesso aos serviços sociais e oportunidades de trabalho. Itrans (2004), afirma que as pessoas dependem das condições de transporte para ter acesso aos locais de moradia e de trabalho, às oportunidades de emprego e oferta de muitos serviços essenciais.

Em contradição com o maior escore, a faceta ambiente físico apresentou 2,26, é evidente que os frentistas encontram em seus locais de trabalho fatores que os prejudicam. Por este motivo, a grande parte desses trabalhadores depara-se com o escore “necessita melhorar”, em que é percebível que os locais onde os postos se encontram são barulhentos por causa dos ruídos dos motores, além de ser locais consideravelmente poluídos devido às substâncias que são manipuladas e pelos gases nocivos que os veículos liberam.

Junior et al. (2010), em seus estudos relatam que a média final desta faceta foi de 3,76, sendo considerada aceitável, contradizendo com esta pesquisa, onde os frentistas não estão satisfeitos com ambiente que trabalham, devido a grande poluição presente, além dos riscos que eles estão expostos diante da inalação de substâncias tóxicas.

É importante ressaltar que o barulho durante o trabalho pode oferecer risco expressivo para indivíduos que estão expostos por muito tempo. Além de oferecer incômodo e sintomas psicológicos. Sendo considerada a terceira causa de poluição no mundo, os ruídos dos veículos é o que mais causa desconforto as pessoas (DAVIS, 1986; STANSFELD et al., 2000; PASQUALETTO; CORDEIRO, 2006).

Segundo Pino, Kruger e Ferreira (1992), um dos principais poluentes que afetam o ser humano e o meio ambiente são os gases tóxicos liberados pelos veículos movidos a petróleo, em que os poluentes liberados são restos da queima do combustível.

Para que possa ser avaliada a qualidade de vida dos frentistas a tabela abaixo ilustra com nitidez os escores referentes aos domínios (Tabela 8).

Tabela 8– Representação dos Domínios acerca da Qualidade de vida.

DOMÍNIOS

ESCORES

Domínio Físico

3,51

Domínio Psicológico

3,69

Domínio Relações Sociais

4,07

Domínio Meio Ambiente

3,08

Fonte: Pesquisa de Campo, 2012

Legenda: Necessita melhorar (1 até 2,9), regular (3 até 3,9), boa (4 até 4,9) e muito boa (5).

 

            Em relação aos domínios, relações sociais apresentou escore de 4,07; domínio psicológico 3,69; domínio físico 3,51 e domínio meio ambiente 3,08. O domínio relações sociais obteve o maior escore com 4,07, com isso, percebe-se que esses profissionais possuem uma boa relação no ambiente em que trabalham.

Para Júnior et al. (2010), o domínio relações sociais apresentou escore 3,85, o mesmo contradiz com os resultados da presente pesquisa pois obteve um escore considerado regular. De acordo com Amaral (2008), este domínio avalia a percepção que o ser humano possui nos relacionamentos com a sociedade, onde o individuo interage com outras pessoas, além de obterem papeis perante a sociedade.

O domínio psicológico deparou-se com escore de 3,69, analisado como regular. Nos estudos de Júnior et al. (2010), a média do domínio psicológico apresentou escore idêntico ao da presente pesquisa com 3,69, analisada como razoável.

Inácio (2010) ressalta que o domínio psicológico tem o objetivo de avaliar o ser humano e suas condições cognitivas e afetuosas, onde o mesmo engloba sentimentos referidos a patologias e a qualidade de vida, como também ao temperamento dos indivíduos. Já para Silva (2011b), este domínio tem como objetivo analisar sentimentos negativos e positivos, além de refletir, aprender e avaliar a aparência.

O domínio físico apresentou escore de 3,51, analisado como regular, concordando com os estudos de Júnior et al. (2010), o escore apresentado foi de 3,59 considerado aceitável. De acordo com Silva (2011b), o domínio físico menciona a cuidados básicos de higiene e atividades de auto-cuidado, abrangendo a percepção sobre o conhecimento do individuo em relação à condição física.

Já o domínio meio ambiente foi o que apresentou o menor escore, com 3,08, classificado como regular. Nota-se que os frentistas possuem uma percepção de que o ambiente a que estão expostos não é seguro. Júnior et al. (2010), afirma em seus estudos que o mesmo apresentou o menor escore com 2,53, a qual necessita melhorar, contradizendo com a presente pesquisa. Para Silva (2011b), o domínio meio ambiente diz respeito à infraestrutura e ao ambiente onde o individuo vive.

 

 

3 CONCLUSÃO

 

 

Com esta pesquisa foi possível avaliar a qualidade de vida dos frentistas em postos de combustíveis no município de Barreiras - BA, através do instrumento validado Whoqol-breef e um instrumento paralelo referente ao perfil sócio-demográfico e as características do ambiente de trabalho. A pesquisa foi realizada com 61 frentistas, obtendo um resultado considerado aceitável, com números fidedignos permitindo a mensuração da qualidade de vida.

                Com base nos resultados alcançados, o perfil sócio-demográfico apresentou prevalência do sexo masculino, sendo a maioria adultos jovens e solteiros. Quanto ao nível de escolaridade é perceptível que muitos deles concluíram o ensino médio, já que apenas 1% não concluiu, isso significa que os mesmos tem capacidade suficiente para obter informações quanto aos riscos relacionados ao seu campo de trabalho, como também a necessidade de conscientização para a prevenção de acidentes. Em relação a tempo de profissão, muitos frentistas não atuam nessa área por muito tempo, geralmente por esta ser uma profissão insalubre e perigosa, não proporcionando grandes lucros para estes.

Grande parte dos entrevistados referiram utilizar apenas botas e uniformes (73%), portanto é perceptível uma falha pertinente ao gerente do posto de combustível, pois cabe a ele proporcionar todos os EPI’s para seus funcionários, porém em alguns postos observados, os frentistas recebem todos os equipamentos, entretanto não usam por se sentirem incomodados, prejudicando dessa maneira sua integridade física.

Quanto ao conhecimento dos frentistas diante dos riscos que estão propensos, a maioria afirmou ter conhecimento, destes, muitos relataram que a intoxicação é o fator de risco a qual eles mais estão expostos. Presume-se que este conhecimento se dá pelo grau de escolaridade em que eles se encontram, pois a maioria já concluiu o ensino médio e alguns estão cursando o ensino superior.

Em relação à análise da qualidade de vida, de acordo com os dados obtidos pode-se afirmar que os profissionais frentistas não estão satisfeitos com sua qualidade de vida e sua saúde.

Contudo, deve-se realçar que quanto ao domínio meio ambiente, os profissionais conhecem aos riscos que estão expostos. Neste contexto, observou-se que as facetas “dor e desconforto” e “espiritualidade, religião e crenças pessoais” depararam-se com escores negativos a qual necessita melhorar, pode-se analisar que além dos profissionais permanecerem por muito tempo em pé, a falta da espiritualidade pode contribui de alguma forma com o desconforto mental e físico do profissional, fazendo com que o mesmo não se sinta completamente satisfeito. Mediante ao estudo realizado notou-se que a qualidade de vida dos frentistas obteve significado negativo, porém razoável, já que a maioria dos escores apresentaram regulares.

Este estudo pôde proporcionar aos profissionais frentistas uma reflexão da sua qualidade de vida, além de instigar o interesse pelo assunto por pesquisadores futuros, pois este é um tema pouco estudado e que necessita ser aprofundado com o objetivo de tentar minimizar os riscos que estes trabalhadores estão expostos em seu local de trabalho. E que através dos resultados alcançados possa desenvolver aos leitores o anseio da efetivação de intervenções e ajudar a melhorar a qualidade de vida desses frentistas. 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ADAMS, G. A.; KING, L. A.; KING, D.W. Relathionships of job and family involvement, family social suppot, and work-family conflict with job and life satisfaction.J Appl Psochol, 1996, 81(4): 411-20.

 

ALBUQUERQUE, L.G.; FRANÇA, A.C.L. Estratégias de recursos humanos e gestão da qualidade de vida no trabalho: o stress e a expansão do conceito da qualidade total. Revista de Administração da USP, São Paulo, v.33, n.2, p.40-51, abr./jun, 1998.

 

ALCHORNE, A. O. A.; ALCHORNE, M. M. A.; SILVA, M. M. Dermatoses Ocupacionais. An. Bras. Dermatol. [online]. 2010, vol.85, n.2, pp. 137-147. ISSN 0365-0596. Disponível: .Acesso em: 15.02.12.

 

ANDEF. Manual de uso correto de equipamentos de proteção individual. São Paulo: [S.ed], 2010.

 

ANTP. Planejamento e desenvolvimento das cidades. Associação nacional de transporte públicos de São Paulo, 2005. Disponível em: . Acesso em: 08.08.12.

 

AMARAL, R. C. Qualidade de vida do paciente transplantado renal submetido à ampliação vesical. 2008. f. 79. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

ARAÚJO, A. Qualidade de vida no trabalho: em busca da excelência pessoal e organizacional. Dissertação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Administração. Natal: UFRN, 1997.

 

ASSUNÇÃO, A.; ROCHA, L. Agora... até namorar fica difícil: Uma

história de lesões por esforços repetitivos. Em J.T. Buschinelli, L.

Rocha & R. Rigotto (Orgs.), Isto é trabalho de gente? (pp. 461-473). Petrópolis,

RJ: Vozes, 1995.

 

AZEVEDO, F. A. Breves referências aos aspectos toxicológicos do benzeno. Salvador. Fundação José Silveira, 1990.

 

BARROS, A. J. S; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 2º ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

 

BELTRAME, A. L.; Desenvolvimento do Software para seleção de equipamentos de produção auditiva. 2010. f.88. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

BERG, W. P. et al. Cisrcunstances and consequences of falls independent community-dwelling order. Age and ageing, 1997, 26(4): 261-8.

 

BOND, E. A. Quality of life for critical care patients: a concept analyses. American Journal of Critical Care, v. 5, n. 4, p. 309-313, jul. 1996.

 

BOLOGNESI, P. R.; MILANELI, E.; OLIVEIRA, J. B. C.; OLIVEIRA, C. A. D. Manual Prático de Saúde e Segurança do Trabalho. Ed. Yendis. São Paulo. 2009.

 

BOOG, Gustavo G., Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de

operações, 3ª edição, São Paulo: Editora Makron Books, 2001. p. 246.

 

 

BRASIL. Previdência Social. Portaria n. 3. 214, de 08 de junho de 1978. Disponível em: . Acesso em: 30.04.12.

 

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora 9: Programa de prevenção dos riscos ambientais. Última alteração dada pela portaria SIT n. 25 de 29 de dezembro de 1994. Disponível: . Acesso em: 22.02.12.

 

BRASIL. Protocolo de investigação, diagnóstico, tratamento e prevenção. Lesão por esforços repetitivos, distúrbios osteomusculares relacioando ao trabalho. Mistério da Saúde. Brasília: CGDI/SAA, 2000.

 

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora 6: Equipamento de proteção individual. Última alteração dada pela portaria SIT n. 194 de 22 de dezembro de 2001c. Disponível: . Acesso em: 22.02.12;

 

BRASIL, V. V. Qualidade de Vida do portador de marcapasso cardíaco: antes e após implante. 2001 b. São Paulo. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

BRASIL. Doenças Relacionadas ao Trabalho. Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: MS, 2001 a.

 

BRASIL. Ministério do trabalho e emprego: Classificação Brasileira de Ocupações, 2002. Disponível em: . Acesso em: 30.04.2012.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Câncer relacionado ao trabalho : leucemia mielóide aguda – síndrome mielodisplásica decorrente da exposição ao benzeno / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.

 

CAZARIM, G.; Doenças hematológicas e ambiente:estudo do registro de condições de risco em serviços especializados. 2005. f.158. Mestrado (Dissertação) – Curso de mestrado em saúde público. FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz, Recife.

 

CHIAVEGATO FILHO, L. G.; PEREIRA, J. A. LER/DORT: multifatorialidade etiologia e modelos explicativos. Rev. Comunic., Saúde, Educ., v. 8, n. 14, p. 149-62, set. 2003.

 

CONTE, A. L.; Qualidade de vida no trabalho: funcionários com qualidade de vida no trabalho são mais felizes e produzem mais. Rev. FAE BUSINESS, Santa Catarina, n.4, p.32-34, 2003.

 

CONTRAM, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T.; Patologia Estrutural e Funcional. 6° edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam, 2000.

 

CORDEIRO, J. A. B. L.; Qualidade de vida e tratamento hemodialítico: avaliação do portador de insuficiência renal crônica. 2006. f.122. Dissertação (Mestrado em Pós Graduação em Enfermagem) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

 

COSTA, M. F. B. Estudo da aplicabilidade do ácido trans, trans-mucônico urinário como indicador biológico de exposição ao benzeno. 2001. f. 99. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro.

 

COSTA NETO, S. P. Qualidade de Vida dos portadores de neoplasia de cabeça e de pescoço: o bem-estar, o bem-ser, o bem-ter, e o bem-viver. 2002, Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília.

 

COSTA, D. F. Prevenção da exposição ao benzeno no Brasil. 2009. f.177.  Tese (Dissertação em Ciências). USP, Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

DAVIS A. C. Socioacusis (letter). Arch. Otolaryngol. Head neck. surg. n. 112, v.3, p.334-335, 1986.

 

 

DE CASTRO, M.; CAIUBY, A. V. S.; DRAIBE, A. S.; CANZIANE, M. E. F.; Qualidade de vida pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev. da Associação Médica Brasileira, v.49, n.3, p. 9-245, 2003.

 

DUARTE, L.; BUENSE, R.; KOBATA, C. M.; LAZZARINE, R. Dermatite de Contato. São Paulo: Segmento Farma, 2005.

 

FAMED – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL/HCPA. (1998) Versão em português dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL). Disponível em: . Acesso em: 01.05.2012.

 

FERREIRA, M. C. A fila não anda... Gazeta Mercantil, Brasília, n. 202, ano I, p. 2, 4 ago. 1999. Caderno GM Distrito Federal. Disponível em: . Acesso em: 22.04.2012.

 

FERREIRA, M. C; FREIRE, O. N. Cargo de trabalho e rotatividade na função de frentistas. REV. Administração Contemporânea, Curitiba, v.5, n. 2, pg. 175-202. 2001.

 

FERREIRA DA COSTA, M. A.; BARROZO DA COSTA, M. F. Benzeno: uma questão de saúde pública. INCI [online]. 2002, vol.27, n.4, pp. 201-204. ISSN 0378-1844.

 

FIESP; CIESP. Legislação de Segurança e Medicina no Trabalho. Manual Prático. Brasília: [S.ed], 2003.

 

FILHO, G. B. Bogliolo Patologia. 6° edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

 

FIOCRUZ. Fundação Oswaldo Cuz. Riscos Ergonômicos. 2005. Disponível: Acesso em: 03.03.12.

 

FLECK, M. P. A, et Al. Desenvolvimento da versão em português do Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100). Rev. Bras. Psiquiatria. 1999; 21(1): 19-28. Disponível em: . Acesso em: 01.05.2012.

 

FLECK, M. P. A.; LOUSADA, S.; XAVIER, M.; CHAMOVICH, E.; VIERA, G.; SANTOS, L.; PINZON V. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de saúde pública, São Paulo, 34(2):178-183, 2000.

 

FLECK, M. P. A. et al. Desenvolvimento do WHOQOL, módulo espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais. Rev Saúde Pública, São Paulo, 37(4):446-55, 2003.

 

FRANÇA, A. C.L. Qualidade de vida no trabalho: conceitos, abordagens, inovações e desafios nas empresas brasileiras. Rev. Brasileira de Medicina Psicossomática. Rio de Janeiro, vol. 1, n. 2, p. 79-83, abr./mai./jun. 1994.

 

FRASER, T. M. Human stress, work and job satisfaction: a critical approach. Germany: International Labour Office; 1983.

 

FREITAS, N. B. B. Riscos devido à substâncias químicas. Cadernos de Saúde do Trabalhador. São Paulo: Kingrafe, 2000.

 

FREITAS, A. L. P; SUETT, W. B. Modelo para avaliação de riscos em ambientes de trabalho: um enfoque em postos revendedores de combustíveis automotivos. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, XXVI, 2006, Fortaleza. Disponível em: . Acesso em: 05.03.2012.

 

GENEVA, W. H. O. Organização Mundial de Saúde. Versão em português dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL). 1998, pg. 568. Disponível em: . Acesso em: 03.04.12.

 

GOBBI, T. L. B. Tendências de desenvolvimento em locomotor qualificados comportamento em terrenos irregulares. 1997.  Tese (Doutorado). Universidade de Waterloo, Waterloo.

 

GOBBI, L. T. B. et al. Comportamento Locomotor de crianças e adultos jovens em ambiente doméstico simulado. Rev.Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, vol. 23 n. 3, pp. 273-278 Jul-Set, 2007.

 

GOMIDE, A. Á. Transporte Urbano e Inclusão Social. Brasília: IPEA, 2003.

 

GORZONI, P. M. CulturaOrganizacional e Qualidade de Vida no Trabalho: Um Estudo com Funcionários de um Restaurante Fast-Food.2010. f.209. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Curso de pós-graduação em economia, organizações e gestão de conhecimento. USP, Universidade de são Paulo, São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 01.05.2012.

 

GRUPO WHOQOL. Versão em português dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL) 1998. FAMED - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL/HCPA. Disponível em:  . Acesso em: 19.05.2012.

 

GU KANG, H.; DINGWELL, J. B. Dynamic stability of superior vs inferior segments during walking in young and older adults. Gait & Posture, 2009, 30: 260-263.

 

HANNICKEL S.; ZAGO M. M. F.; BARBEIRA C. B. S.; SAWADA N. O.   O comportamento dos laringectomizados frente à imagem corporal. Rev.Brasileira de Cancerologia, Salvador,  2002, 48(3): 333-339.

 

HACKMAN, J. R.; SUTTLE, J. L. Improving life at work: behavioral science approaches to organizational chang. Santa Mônica, Goodyear, 1977.

 

HEIBOR, M. L. Construção de si, gênero e sexualidade. In: Heilborn ML, organizador. Sexualidade: o olhar das ciências sociais. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar Editor; 1999. p. 40-58.

 

HEMORIO. Leucopenia. Orientações básicas aos pacientes e familiares. Manual do Paciente. Rio de Janeiro: Marcos Monteiro, 2004.

 

IARC. Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans Overall Evaluations of Carcinogenicity: An Updating of IARC Monographs, volume1 to 42, 1987. Disponível:. Acesso em: 13.03.12.

 

INÁCIO, M. Aspectos psicossociais e sexuais de pacientes com distúrbios no desenvolvimento sexual a longo prazo. 2010. f. 173. Tese (Doutorado). Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E INFORMAÇÃO EM TRANSPORTE

(ITRANS). Mobilidade e Pobreza: relatório final. Brasília: Itrans, 2004.

KEINERT, T. M. M.; KEINERT, R. C.; FEFFERMANN, M. Pesquisa da Percepção da qualidade de vida em Santo André/SP. [S.ed]: São Paulo, [2003?].

 

KLUTHCOVSKY, A. C. G. C. Qualidade de vida dos angentes comunitários de saúde de um município do interior do Paraná. 2005. f.119. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde Pública). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto.

 

KOBATA, C. M. Testes de contato em crianças com eczema. 2010. f. 79. Dissertação (Mestrado). USP, Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

KOSOWSKI, L.; GRIESBACH, R. E. S.; GRIESBACH, D. Z. Qualidade de Vida no Trabalho no Século XXI – QVT.  Rev.Administração e ciências contábeis, [S.l], pg. 01-12 [2004?]. Disponível em: . Acesso em: 05-07-2012

 

JUNIOR, N. C. S. et al. Depressão, ansiedade e qualidade de vida em mulheres em tratamento de câncer de mama. Rev. Bras Mastologia. Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, Abr-Jun, 2010.

 

JÓIA, L. C.; RUIZ, T.; DONALÍSIO, M. R. Grau de satisfação com a saúde entre idosos no município de Botucatu, Estado de São Paulo Brasil. Rev Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 17(3):187-194, jul-set 2008

 

LIMA, D.O; JÚNIOR, F. A. C; NETO, N. B. Análise de Exposição à Riscos dos Frentistas em Postos Revendedores de Combustíveis na Cidade de Salvador. 2007. f. 131. Monografia (Pós – graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Curso de especialização em engenharia no trabalho. UFBA, Universidade de Federal da Bahia, Salvador. Disponível em: . Acesso em: 29.02.2012.

 

LIMONGI, A. C; ASSIS, M. P. Projeto de Qualidade de Vida no Trabalho: caminhos percorridos e desafios. RAE Light. São Paulo, V. 2, n. 2, p. 26-32, março/abril. 1995. Disponivel em: .Acesso em: 12.04.12.

 

LOCKE, E. A. What is job satisfaction? Organiz BehavHuman Perform, 4:309-36, 1969.

 

LOCKE, E. A. The nature and causes of job satisfaction. In: Dunnette MD, editors. Handbook of industrial and organizational psychology. Chicago: Rand McNally; 1976. p. 1297-349.

 

MAGALHÃES, K. T. N. Manual de perícias médicas. Maceió (AL):Gráfica do TRT da 19ª Vara; 2004.

 

MIETTINEM, O. S.; Quality of life from the epidemiologic perspective. J Chron Dis 1987; 40: 641-3.

 

MOSQUERA, J.J.M. Auto-imagem e autoestima: sentido para a vida humana. PortoAlegre: Estudos Leopoldenses, 1976.

 

NADLER, D.; LAWLER, E. Qualidade de Vida no Trabalho: Perspectivas e direções. Organizacional Dinâmica, v 7, n. 11, p. 20-30, Inverno de 1983.

 

NASCIMENTO, D. M. Metodologia do Trabalho Cientifico. 1º Ed. Rio de Janeiro: Forence, 2002.

 

NORDENFELT, L.; Conceitos e medidas de qualidade de vida em saúde. Dordrecht: Kluwers Academic Publishers. 1994.

 

NOBRE, M. R. C.; Qualidade de Vida. Arq Bras Cardiol, São Paulo, vol. 64, n.4, p.299. Instituto do Coração do Hospital das Clinicas-FMUSP. São Paulo, SP, 1995.

 

NR-6 – Norma Regulamentadora- Equipamento de Proteção Individual: EPI. Publicação: Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.  Atualização: Portaria GM n.º 3.214, de 07 de Dezembro de 2010. Disponível em: . Acesso em: 04.04.12.

 

NR-9 – Norma Regulamentadora – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Publicação: Portaria 3214 do Ministério do Trabalho, de 08 de junho de 1978. Atualização: Portaria GM n.º 3.214, de 07 de Dezembro de 2010. Disponível em: . Acesso em: 05.04.12.

 

OHSAS – OCCUPATIONAL HEALTH AND SAFETY ASSESSMENT SERIES. OHSAS18002: Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional - Diretrizes para aimplementação da OHSAS 18001. 2000.38p.

 

PASQUINI, R.; Transplante em medula óssea em anemias aplásicas. Rev. Medicina, v. 33: 219-231, jul./set. 2000.

 

PASQUELETTO, A.; CORDEIRO, A. S. Poluição sonora na cidade de Goiânia gerada por veículos motorizados. In: AIDIS; Associación Interamericana de Ingenieria Sanitaria y Ambienta. Seccion Uruguay. Rescatando antiguos princípios para los nuevos desafios Del mileno. Montevideo, AIDis, 2006. p.1-8, tab. 

 

PINO, J. C. D; KRUGER, V.; FERREIRA, M. Poluição do ar. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. [S.ed.], 1992. Disponivel em: . Acesso em: 12.09.12.

 

PORTO, A; VIANA, D. L. Curso didático de enfermagem. 5º Ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009, p. 72.

 

PUCHALSi, C. - Task Force Report: espiritualidade, questões culturais, e no fim de cuidar da vida. Assoc de Am Med Colleg, Questões Contemporâneas em medicina, comunicação em medicina da Faculdade de Medicina de projetos objetivos, p. 25-26, 1999.

 

PORTELA, C. H. et Al. Proteção e qualidade de vida para trabalhadores frentistas de postos de combustíveis no município de Satarém, PA. Rev. Digital. Buenos Aires, Año 16, Septiembre de 2011. Disponivel em: . Acesso em: 20.03.2012.

 

PRESTES, M. L. M. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola a academia.1º Ed. Catanduva, SP: Rêspel LTDA, 2002.

 

QUIRINO, T. R.; XAVIER, O. S. Qualidade de vida no trabalho de  organização  de pesquisa. Rev. de Administração, v 22(1), p. 71-82, janeiro/março, 1987.

 

RUGISKI, M.; PILATTI, L. A.; SCANDELARI, L. O Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde, o WHOQOL-100, e sua utilização.1 ed. São Paulo Fontoura, 2005.

 

ROBERGE, R. J. Evaluation of the rationale for concurrent use of N95 filterind facepiece respirators with loose-fitting powered air-purifying respirators during aerosol-generating medical procedures. American Journal of Infection Control, Pittsburg, PA, U.S.A, V. 32, n. 2, p. 135-141, Março 2008.

 

ROCHA, F. L. R. Análise dos fatores de risco de corte manual e mecanizado da cana-de-açúcar no Brasil segundo o referencial da promoção da saúde. 2007. f.183. Tese (Doutorado). USP, Universidade de São Paulo, Riberão Preto.

 

RODRIGUES, M. V. C. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no nível gerencial. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

 

ROSA, M. A. S; PILATTI, L. A. Qualidade de Vida no Trabalho e a Legislação Pertinente. Rev. Digital.  Buenos Aires, Año 10, N° 93, p. 05, Febrero de 2006. Disponível em: . Acesso em: 29.02.2012.

 

RUIZ, M. A; VASSALLO, J; SOUZA, C. A. Alterações hematológicas em pacientes expostos cronicamente ao benzeno. Rev. Saúde Pública, 27(2): 145-51, 1993. Disponível em: . Acesso em: 29.02.2012.

 

SCHILDER, P. A Imagem do Corpo – As Energias Construtivas da Psique. São Paulo:Martins Fontes Ltda, 1981.

 

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 1997. Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho. Manuais de Legislação. (37o ed.). São Paulo: Editora Atlas.

 

SOUZA, W. J; MEDEIROS, J. P. Diagnostico da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) de Frentistas de Postos de Combustiveis e suas Interfaces com a Qualidade dos Serviços Prestados. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 71-89, julho/setembro 2007. Disponível em: . Acesso em: 03.04.2012.

 

SILVA, E. L. Saúde Mental: Os Frentistas e o Risco de Assalto. 2011a. f.111.   Monografia  (Graduação em Psicologia). UNISUL. Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça. Disponível em: . Acesso em: 02.05.2012.

 

SILVA, L. A. B.; RIBEIRO, C. A.; MATOS, N. C.; SILVA, J. R.MARQUES, R. G. Proposta de plano de gestão ambiental para o terminal de transporte público Padre Pelágio. In: AIDIS; Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental. Seção Uruguai. Resgatando princípios antigos para os novos desafios do milênio. Montevidéu, AIDIS, 2006. p.1-25, guia.

 

SILVA, P. M. H. Relação entre estratégias de coping e qualidade de vida em pacientes diabéticos do tipo 1 com complicações. 2011 b. f. 72. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil/Programa de Pesquisas de Demografia e Saúde Macro International. Brasil – Pesquisa Nacionalsobre Demografia e Saúde – 1996. Rio de Janeiro: Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil; 1997.

 

STANSFELD S. A.; HAINES M. M.; BURR M.; BERRY B.; LERCHER P.  A Review of Enviromental Noise and Mental Health. Noise e Health 8, p. 1-8, 2000.

 

STEVENS, A.; LOWE, J. Patologia. 1°edição. São Paulo: Manole LTDA, 2002.

 

STRELHOW, M. R. W.; BUENO, C. O.; CÂMARA, S. G. Percepção de saúde e satisfação com a vida de adolescentes: Diferença entre os sexos. Rev. Psicologia e Saúde, Rio Grande do Sul, v. 2, n. 2, jul. - dez. 2010, pp. 42-49.

 

ZANI, R. Beleza & auto-estima. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.


Autor: Alinne Angélica De Souza Da Silva


Artigos Relacionados


Ja Ta Na Hora

A Destinação Da Sabedoria

Mulher Ii

Poesia

Minha InfÂncia

Inexplicável

Ânimo Humano