A RELEVÂNCIA DA INCLUSÃO NA GRADE CURRICULAR



A RELEVÂNCIA DA INCLUSÃO NA GRADE CURRICULAR

silvane mendes de jesus

sirlene mendes gomes

 

Resumo

Ao meu entender a inclusão na grade curricular das questões referentes às pessoas com deficiência, da identificação das condições do ambiente que expressam melhorias no conhecimento acerca das questões referentes às pessoas com deficiência, quando se mostrou que estas pessoas são sujeitos de direitos. A conclusão para essa assertiva adveio da análise da importância da academia de formação superior dos cursos de Ciências Sociais, em especial, o Serviço Social, na mudança de paradigma social, que entre as finalidades de sua atuação consiste em possibilitar a reflexão em relação às questões referentes às pessoas com deficiência.

       Refletir sobre as questões dos sujeitos de deficiência é pertinente na área de Ciências Sociais e, em específico, no curso de Serviço Social porque estes profissionais tendem, em maior escalar, fomentar discussões e mudar paradigmas com a sua forma de atuar em processos de acessibilidade à informação educacional.

       Entendeu-se que a abordagem da acessibilidade envolvendo os sujeitos com deficiência, mostra que a Constituição Federal vigente é uma das mais democráticas do mundo, todavia, a sua aplicabilidade deixa muito a desejar, muito embora, ao longo dos últimos dez anos tenha se observado, de forma inegável, os avanços que esta possibilitou, qualitativamente, no cotidiano de cada uma dessas pessoas.

       Apesar de tudo, ainda prepondera à insatisfação, principalmente a respeito da receptividade por parte da sociedade em si, que de maneira implícita ou até mesmo explícita, é preconceituosa, correspondendo ao maior obstáculo a ser transpassado, para inserir um comportamento pleno e satisfatório no convívio social, que extrapola aos muros acadêmicos dos quais a própria educação, de certa forma, burla, a informação nos cursos de Ciências Sociais, a exemplo, do curso de Serviço Social, uma vez que a informação e reflexão da problemática em torno das pessoas com deficiências são discutidas de forma irrelevante.

       Considerando o último Censo, descrito no bojo dessa pesquisa, observa-se que cerca de 480.000 pessoas têm algum tipo de deficiência no Brasil. É uma parcela significativa no conjunto da população. As melhorias estão ficando muito nas promessas, por parte dos governantes. Ainda é muito incipiente a área de acessibilidade para as pessoas com deficiência.

       Mesmo nas escolas, onde se imagina o início da desmistificação do imaginário preconceituoso sobre esses cidadãos, é gritante a negligencia que insiste em se perpetuar, seja por parte dos gestores inaptos a possibilitar o acesso ao ensino de qualidade como por parte dos docentes e discentes inaptos a trabalhar e a conviver com a diversidade. Ratifica-se que sem atrair atenção dos alunos com deficiências, estes muitas vezes deixam de freqüentar as aulas por falta de acolhimento, acessibilidade ao local de ensino e, também, ao material didático. Em caso extremo não são aceitos pelas escolas por se tratar de uma pessoa com deficiência.

       No cenário acadêmico superior as informações que deveriam ser discutidas e refletidas deixam de ser feitas na grade curricular dos cursos que são formadores de opiniões como os de Ciências Sociais, a exemplo, do Serviço Social, que lidam diretamente com as diferenças, com os processos de exclusão e inclusão, com as demandas e necessidades da sociedade. É importante, no entanto, que as pessoas com deficiência, se unam na busca de fazer valer os seus direitos, assegurando nas Convenções, na Constituição e na ONU. É bem verdade que muitas foram as Leis já elaboradas, tendo sido este o primeiro passo, que adveio de muita luta e esforço dos movimentos em pro das pessoas com deficiências. Com isso, não se pode olvidar de que muitas garantias já estão protegidas pelo direito, através de Estatutos. Salienta-se, no entanto, à luz do que foi discutido que cabe, entre outros organismos, ao Ministério Publico o papel de ser mais ativo para que os direitos conquistados sejam cumpridos. Mas, ainda, é necessário muito esforço e persistência, por meio de toda a população em aceitar e compartilhar os problemas dos mais necessitados, atribuindo-lhe a possibilidade de uma vida plena, deixando em aberto às portas para que as pessoas com deficiência venham a desenvolver uma vida das mais normais possíveis. Todos devem olhar à sua volta, com olhos de quem realmente quer ver, pois notarão que em muitos lugares a pessoa com deficiência está impedida de frequentar, quer seja um cinema, teatro, biblioteca, autódromo, clínica médica e até mesmo A escola. Algumas vezes, porque a porta é estreita e não dá acesso, porque o banheiro não está adaptado, outras vezes o acesso é limitado e/ou restrito por uma imensa escadaria e assim por diante. Necessário se faz ver, doravante, o Símbolo Internacional de Acesso em todos os lugares e serviços que permitam sua utilização por pessoas com deficiência, conforme determina a Lei nº 7.405/85, que o instituiu. Pará ser cidadã ou cidadão, cada pessoa deve ter unicidade e ser singular, não deixando de viver em sociedade, oferecendo a todos o seu saber e as suas habilidades Numa troca permanente de aperfeiçoamento, encontrando nas Leis brasileiras a representação do caminho para a promoção e a garantia da igualdade social, e nestas devem estar assegurados a acessibilidade e os direitos à informação educacional. É, o Ministério Público, assim como outros órgãos designados por Lei para garantir que esses direitos sejam respeitados, tem a obrigação de ser atuante nesse sentido. Mas, também, a sociedade que de modo geral dever ser o fiscalizador e o chamador desses direitos. Acredita-se que com o pleno acesso às informações que devem estar contidas na grade curricular do curso de Serviço Social os sujeitos de direitos e deveres, pessoas com deficiência, no qual a autora da pesquisa se inscreve, com a finalidade de promover a ampliação dos direitos à igualdade para que estes se tornem visíveis a sociedade.       Muito embora se saiba que esse ponto só será atingindo com a movimentação dos organismos públicos, entre eles o Ministério Público, e da sociedade de forma organizada que devem fazer valer os direitos dessa demanda e contribuir para a quebra e mudança da prática negligente e preconceituosa impulsionando uma nova atitude no modo de pensar e de agir.


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