Quem é você?



Quem é você déspota, que se julga esclarecido e senhor absoluto? Quem é você que condena o povo e os sábios? Quem é você neófito solerte, aprendiz de soberano, que esmaga os ditames da consciência popular, despreza os conselhos dos sábios e assassina a liberdade de escolha do povo? Quem é você, que num rompante de arrogância, numa anagogia do espírito se anunciou rei, se fez senhor de todos os feudos e proclamou o povo como teu vassalo? Não despreze nunca a sabedoria que nasce dos verdadeiros donos da urbe. Não menospreze a consciência escravizada daqueles de quem você tirou a liberdade. Sob as flores da primavera e o sol do verão que se aproxima você caíra. Cairá e não terá ao seu lado nenhum amigo entristecido para te consolar. A primavera não finda antes que teus dias de fartura, opulência e descaso com o povo se esgotem. Teus dias de falso arbítrio serão em breve apenas reminiscências em tua mente insana e insolente. Onde estará você em breve? Você que outrora se assentava entre os nobres e desprezava o carente, onde estará? Restará para você a lamentação por não ter aproveitado a oportunidade de ser justo. Lamentará ter preferido a companhia dos ladinos e desprezado os amigos que outrora te ofereceram as mãos limpas e a consciência pura. Quem é você? Onde estará você? Como folha seca levada pelo vento será a tua história. Ainda assim, se puder, busque a razão e seja feliz. [Hamilton Pipoli]


Autor: Hamilton Aparecido Pipoli


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