Devocional Romanos



DEVOCIONAL BASEADO NA

EPÍSTOLA DE PAULO AOS ROMANOS

Reinaldo Bui 

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Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus

(Romanos 1.1)

 

O que faz um homem mudar radicalmente suas convicções pessoais? A princípio, conhecer outra opção já basta. Normalmente, pessoas sensatas quando tomam conhecimento que estão caminhando pela contra mão, procuram corrigir sua rota. Mas há aquelas que insistem no erro e recusam-se a mudar, seja por teimosia, seja por orgulho (que no final das contas, dá no mesmo). Algumas pessoas são bastante influenciáveis e mudam constantemente de opinião. Tais pessoas se deixam levar pelas massas e são facilmente manipuláveis. Existem ainda pessoas convictas de suas opiniões e baseiam-se em argumentos que nos fazem (no mínimo) ponderar em suas colocações. Algumas destas até são abertas para ouvir e discutir novas idéias. Mas há daquelas que são tão turronas que mesmo diante de evidências não se prestam a sequer considerar seus caminhos. Penso que muitos de nós agimos assim em assuntos variados. Nestes casos, só a intervenção divina para mudar corações endurecidos.

 

Saulo de Tarso era um homem convicto de sua fé. Hebreu de hebreus, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamin. Vinha de família nobre, recebera a melhor educação vigente na época (educado aos pés de Gamaliel) e ainda possuía cidadania romana.  Segundo a lei era um fariseu irrepreensível, ou seja, extremamente zeloso no cumprimento da lei e da tradição judaica. Fora designado pelas autoridades do sinédrio a nobre missão de descobrir onde se reuniam os seguidores da “seita do nazareno” ou “do caminho” (conforme designavam as autoridades judaicas), seita esta recém inaugurada pelo blasfemo e crucificado Jesus de Nazaré.

 

Lucas registrou em Atos 8.3 que Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere. A palavra assolava traz uma idéia de terror, ou seja, “Saulo aterrorizava aquelas pessoas”. Foi numa destas viagens que Saulo passou por uma experiência que transformaria sua vida para sempre: 

 

Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor?

E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.  (At 9.1-6)

 

Este encontro com Jesus provocou uma mudança radical em suas convicções e acabou por mudar todo o curso de sua existência. Uma rápida analisada no primeiro versículo de sua carta aos romanos nos diz alguma coisa sobre esta mudança. A começar pelo nome: de Saulo para Paulo. Olhando para o significado de cada nome, vemos uma guinada no que ele pensava a respeito de si. O nome Saulo tem origem no hebraico Saul, que significa desejo, desejado. Já o nome por ele adotado, Paulo, significava “pequeno”, o menor dos apóstolos, como ele mesmo se definira (1 Co 15.9). Da mesma forma, suas credenciais também mudaram radicalmente: de VIP (Very Important Person) para servo, escravo. Em Filipenses 3.7,8 o apóstolo escreve:

 

Mas o que para mim era lucro (todo seu histórico e formação), passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero

como esterco para poder ganhar a Cristo

 

Como vimos, aquele encontro com Jesus na estrada para Damasco mudou não apenas suas convicções, mas transformou radicalmente sua vida.

 

Mas cabe aqui uma pergunta: é possível que uma pessoa mude sua opinião sem haver transformação de atitudes? Sim. Uma coisa é mudar sua opinião, outra é permitir que estas façam algum efeito em sua vida. É possível uma pessoa mudar de mente, mas não mudar de atitude, porém isto nos faz questionar o quanto ela acredita naquilo que confessa. Uma transformação só é completa quando ela começa na mente (renovação de seus valores e sua cosmovisão) e passa a influenciar todas as suas ações. No caso de Paulo, e também no nosso, a renovação da nossa mente deve resultar na oferta dos nossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus como um culto permanente e racional. Somente assim poderemos experimentar qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para o nosso ser. O que o Senhor espera de nós, foi o que Paulo demonstrou com sua própria vida: não nos conformarmos com este século, não nos deixarmos influenciar pelas atrações e propostas deste mundo, não andar conforme os ditames deste sistema (Rm 12.1-3).

 

Paulo aprendeu que Deus tem poder para nos transformar, que somente Ele pode nos transformar e que o Seu Evangelho é o agente da transformação que Ele deseja, conforme escreveu: O Evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Quando Paulo compreendeu e creu no Evangelho, suas convicções mudaram – algumas idéias foram demolidas dando lugar a novas certezas, renovando sua mente, redefinindo completamente seus valores e sua fé, resultando em novas ações e  consequentemente num novo viver.

 

Mas isto foi só o começo. O apóstolo também sabia que, a partir dali, ele iniciaria uma jornada onde a fé em Jesus (que começara esta boa obra em sua vida), deveria ser o elemento principal para uma caminhada rumo à maturidade cristã: visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé. Não apenas para salvação, mas em cada passo desta nova jornada precisamos de fé. Então ele cita o profeta Habacuque: O justo viverá por fé (Rm 1.17). Certamente esta passagem era bem conhecida para o versado nas escrituras Saulo de Tarso. Mas se antes ele interpretava “viverá” apenas para a vida neste mundo, agora, ao conhecer a vida eterna a partir de seu encontro com Jesus, podemos imaginar que sua percepção deste trecho das escrituras fora profundamente modificada e amplificada. Pegando a definição de fé encontrada em Hebreus 11, somando com a citação de Paulo a Habacuque, e parafraseando-os temos a seguinte definição:

 

O justo viverá (enfrentará todos os obstáculos de sua jornada, prosseguindo sempre para o alvo maior)  porque ele tem  certeza das coisas que espera, e sustenta uma  firme e inabalável convicção em

fatos que ele (ainda) não pode ver.

 

Assim podemos compreender plenamente o que profeta quis dizer.

 

Você crê que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação? E que o justo viverá pela fé? Ótimo, pois isto já mostra onde estão fincadas suas convicções. Mas e a sua vida? Que efeitos sua confissão de fé, isto que você diz crer, tem sobre suas ações cotidianas bem como o planejamento da sua vida? Que poder o Evangelho exerce sobre você?  É a partir deste ponto que o apóstolo desenvolve todos os argumentos de sua carta aos romanos. Será que ele tem algo relevante para nos ensinar? Há alguma convicção que ainda precisa ser confrontada? Há alguma área da minha vida que precisa ser transformada?

 

Vamos verificar...

 

 

 

 

                                                                                                              ______                                       Local e Data

Em que você crê?

 

"Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou:

Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu

Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei

a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". (Mateus 16.16)

 

Durante séculos o homem vem tentando responder algumas perguntas fundamentais: Quem somos? Por que existimos? De onde viemos e para onde iremos? Fundamentais, mas não cruciais. Certa vez, em uma entrevista, um filósofo disse que a questão mais importante e difícil para se responder é se Deus existe. “Mas por quê?”, perguntaram os repórteres. E ele respondeu:

- Porque se Ele existe... isto muda tudo!

Mas enquanto a filosofia secular ainda preocupa-se com este tipo de dúvida, a grande maioria da população mundial está mais interessada em saber:

- "Que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?" (Mt 19.16)

É aí que entram as inúmeras religiões com seus rituais, regras, doutrinas, amuletos, procissões, devoção, obras, sacrifícios, rezas, mantras, oferendas, mandingas, simpatias, patuás, etc.

O que difere o cristianismo autêntico das demais religiões é o fato de que a salvação é pura graça de Deus para nós! Mas, infelizmente, temos notado que a "religiosidade" entre os cristãos não tem sido diferente. Não poucas denominações ensinam seus membros: 

-  Se você fizer tal coisa... (tempo a sós com Deus, ir para a igreja todo domingo, jejuar, cumprir os mandamentos, dar o dízimo fielmente, etc.), então Deus vai te abençoar.

Não quero diminuir o mérito destas ações, mas será que é mesmo assim que vamos conseguir algum favor de Deus? Como crentesem Cristo Jesus, não podemos ter nenhuma dúvida de como experimentar a plenitude de Deus na nossa vida.

Antes de adentrarmos em estudo de Romanos precisamos pensar seriamente nesta questão: em que está alicerçada a nossa salvação? Posso ouvir alguns responderem prontamente: em Jesus!

Porém, quero estimulá-los a não se contentar com uma simples resposta decorada. Não quero dizer com isto que pode existir outra base para nossa salvação; e sim que nós não podemos simplesmente responder sem pensar na profundidade da questão e sua evidente resposta, pois certamente surgirão outras questões futuras que não saberemos responder.

A resposta a esta pergunta com todas as suas implicações é essencial, pois toda nossa vida cristã, bem como nosso estudo, estarão baseados nela. Edificaremos toda nossa vida cristã a partir da base onde nossa fé está alicerçada. Se não tivermos certeza do que é constituída esta base (na Rocha ou na areia), corremos sério risco de desmoronar em alguma tempestade da vida (Mt 7.24-27).

Qualquer pessoa do mundo vacila entre fazer o certo e o errado quando estão diante de tomar alguma decisão, e nenhum de nós está isento destas encruzilhadas da vida. Diariamente precisamos tomar decisões – sejam para coisas corriqueiras, sejam para coisas importantíssimas. Porém, como cristãos, nossa preocupação deve ir além deste mundo. Precisamos decidir pelo caminho certo, no que crer e por que crer, sabendo que nossas resoluções terão repercussão tanto para esta vida como também para toda eternidade.

Todas as nossas decisões diárias (no que creremos ou o que faremos) devem ser tomadas a partir de um alicerce firme: Jesus Cristo, a Rocha na qual devemos estar muito bem fundamentados.

 

Medite: Quem é o seu Senhor e Salvador? Pense nas implicações da sua resposta a esta pergunta na sua vida.

 

Ore:

 

 

 

______                                                                                                                                                     Local e Data

Onde está alicerçada a sua fé?

 

 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho,

de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. (Romanos 1.16-17)

 

A epístola de Paulo aos romanos é conhecida como "O Evangelho de Paulo". Por que? Para entendemos bem a estrutura desta carta usaremos a metáfora de uma construção. Por isto, devemos considerar que ao escrevê-la, o apóstolo preocupou-se em limpar bem todo o terreno, demarcar a área e "cavar bem fundo" tirando todo detrito (idéias falsas) até encontrar um alicerce firme para, então, expor o evangelho verdadeiro. Pensando um pouco no plano piloto da carta, o capítulo 1 versos 1 a 17 relata o que seria a "planta" ou o projeto do edifício: a justiça e a provisão de Deus para nossa vida – o justo viverá pela fé. A fortaleza deste projeto pode ser sentido pelo vigor desta frase. Esta vida proposta deve ser entendida na plenitude de seu significado. Viver, aqui, significa mais do que simplesmente respirar e perambular por este mundo; mas sim gozar de vida real, verdadeira, ser ativo, abençoado, cônscios do eterno reino de Deus, viver e agir com caráter e modo digno, estar em pleno vigor, ser novo, forte, eficiente, ativo, potente, eficaz. É a mesma idéia transmitida por Jesus quando se ofereceu como Água Viva, como aquele que tem poder vital em si mesmo, que revive, restaura e transforma a alma. E sabe como podemos obter esta vida plena? Somente pela fé:

 

“...como está escrito: o justo viverá pela fé!” (Rm 1.17)

 

Mas quem é o justo que alcança esta vida plena pela fé? A partir daqui o apóstolo começa cavar para fundar o alicerce. No percurso da carta (ou da obra), vemos que o apóstolo mostra, nos 3 primeiros capítulos, a nossa situação arenosa e desagregada. Uma situação nada favorável diante de Deus! E a partir do cap. 1.18 Paulo mostra a ira de Deus sobre o pecado do homem e mostra que ninguém está livre deste furor: o pagão (homem comum) está condenado (1.21-32); o moralista (aquele que se auto-justifica por seus nobres atos) está condenado (2.1-16); o religioso (aquele que diz acreditar em Deus) está condenado (2.17 a 3.8) e finalmente chega à catastrófica conclusão: TODA HUMANIDADE ESTA CONDENADA (3.9-20) inclusive os cumpridores da Lei

 

... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus".  (3.23)

 

Nosso terreno humano não oferece as mínimas condições para Deus edificar absolutamente nada. Porém, depois da má notícia, Paulo dá a boa notícia, despejando assim o concreto que formará o alicerce desta nova vida por Deus proposta.

Mudando (aqui) de uma linguagem técnica para uma legal, Paulo observa que toda humanidade está condenada (inclusive eu e você), mas que Jesus, nosso resgatador, pagou a fiança, o preço de nossa condenação, por isso somos justificados diante de Deus pela fé. Esta é a base do Evangelho de Cristo (Rm 3.21-24; 1 Co 15.1-4).

A partir do verso 21 de Romanos 1 até o final do capítulo 3, o apóstolo anuncia que nossa justificação é única e exclusivamente pela graça, não é por mérito nosso e nem obra da Lei. Por quê? Para que ninguém se glorie (Ef 2.8-9). E o capítulo 4 é dedicado ao exemplo de Abraão: o homem que, sem lei, foi justificado pela fé. O alicerce já está aberto, a base sólida estabelecida. A partir daqui, Paulo começará as instruções para nossa edificação.

 

Medite:  Do perfil dos três tipos descritos por Paulo nos capítulos 1 a 3, em qual você mais se encaixa? Ou há mérito suficiente em você que fuja destas descrições? Qual é a base da sua justificação?

 

Ore:

 

 

              ______                                                                                                                                       Local e Data

Justificados e ponto!

 

"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo". (Romanos 5.1)

 

Uma vez conscientes de nossa natureza falha e da maravilhosa graça e misericórdia divina que nos justifica, Paulo começa, a partir do capítulo 5, ensinar o caminho do crescimento pela graça: como alcançar o pleno conhecimento de Cristo e como alcançar a estatura do varão perfeito. O apóstolo começa suas palavras enfatizando:

   –  [Nós fomos] justificados!  

É importante saber que esta palavra (no original) está no tempo aoristo, e na voz passiva. O que isto significa? Por não existir um tempo equivalente ao aoristo na língua portuguesa, ficamos sem compreender a força desta expressão. O aoristo é caracterizado por sua ênfase na ação puntiforme; descreve uma ação que, tendo acontecido em um determinado ponto da história, tem efeito para sempre (por exemplo: O nenê nasceu!). Já a voz passiva indica que o sujeito é quem recebe a ação e não o contrário.

Portanto, “Justificado, pois, mediante a fé” significa que a justificação aconteceu de uma vez no passado quando cremos e que esta ação não dependeu de nós.

Dizer que “somos justificados” significa que Deus nos perdoou e nosso relacionamento com Ele está seguro, selado, protegido, garantido. Questionar esta verdade é duvidar da Palavra de Deus!

Somos justificados pela fé e temos acesso à paz de Deus por meio de Jesus Cristo.

Mas o que é esta paz com Deus? Comumente entende-se paz como ausência de conflito. Porém, paz, aqui, vai muito além. Paz com Deus significa comunhão e crescimento. E pela presença, força e poder do Espírito Santo em nossa vida temos tudo para desfrutar desta paz.

Por meio de Cristo, Deus nos justificou, proporcionou uma vida de comunhão pacífica consigo e ainda, pelo seu imenso amor, providenciou tudo para termos acesso à Sua graça e experimentarmos a sua glória, conforme Paulo diz na sequência: "... por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” (Rm 5.2)

 

Muitos não compreendem a glória de Deus porque alguns hinos antigos e chavões evangélicos dizem que a glória é o céu.  Mas na Bíblia, a glória não é o céu. João 1.14 diz:

 

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai."

 

João escreve que o Verbo era cheio de graça e de verdade (não cheio do céu) e quando olhamos para Jesus, vemos a glória do Pai. Assim também, se estivermos experimentando da vida plena, da graça e da verdade de Deus em nossa vida, as pessoas olharão para nós e verão Deus através do fruto que Ele produz em nós:  

 

"O Fruto do Espírito é o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio." (Gl 5.22)

 

Esta é a glória de Deus que devemos nos apegar, porque é o Espírito Santo quem vai produzir este Fruto, o Seu Fruto em nossa vida.

 

Medite: Somos justificados por algo que podemos produzir? Uma vez que cremos em Cristo, o que mais ganhamos além do perdão dos pecados? É por algum mérito pessoal?

 

Ore:

 

 

 

                                               ______                                                                                                      Local e Data

A Glória é de Deus.

 

E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a

tribulação produz perseverança (Romanos 5.3)

 

É cada vez maior o numero de denominações que fazem propaganda: “pare de sofrer, aqui você tem curas, prosperidade, etc.” Porém a Palavra de Deus diz o contrário:

 

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições;

 mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”  (Jo 16.33)

 

Paulo sabia muito bem o que era passar por aflições. Mas ao invés de desanimar, murmurar, questionar a Deus ou “abandonar a fé”, ele ensina que devemos nos gloriar nas próprias tribulações. Mas você pode perguntar: como podemos nos gloriar com tribulações? Isto só acontece quando entendemos que as nossas dificuldades são as oportunidades de Deus mostrar-se forte em nossa vida: quando somos fracos, Deus nos mostra que Ele é forte.

Ninguém cresce sem as dificuldades, não cresce sem a cruz. Parar de sofrer é parar de crescer. As pressões da vida são as oportunidades de Deus se manifestar na nossa vida. É quando nos colocamos diante dele, e também os nossos problemas e dizemos: 

- Senhor...“dependo de Ti”. O Teu poder se aperfeiçoa na minha fraqueza. (2 Co 12:9)

A capacidade de tomar decisões acertadas nas horas de tribulação depende da nossa capacidade de depender de Deus nestes momentos. Esta é a chave!

Devemos nos lembrar de como foi o processo da salvação: Tínhamos um problema; corremos para Deus; aprendemos, confiamos e cremos em Jesus e Ele nos salvou!

O processo de crescimento nas tribulações é o mesmo:  Estamos passando por uma dificuldade, Deus nos oferece tudo o que precisamos para aprender a superar o problema e confiar. Ele só espera uma coisa: fé. Se confiarmos nEle, Ele cumprirá suas promessas!

Inúmeros são os problemas que enfrentamos, as dúvidas, as incertezas e as tribulações que passamos, mas não há nada mais poderoso do que o Espírito Santo que nos consola e fortifica: há um Deus que nos ama e quer muito o nosso bem. E sabe o que acontece quando começamos confiar em Deus no meio das suas tribulações?

 

"... a tribulação produz perseverança..."  (v. 3)

 

Paulo diz que devemos nos gloriar nas tribulações, porque a tribulação produz perseverança. A palavra grega para perseverança (hypomeno) significa literalmente "ficar em baixo". Mais do que simplesmente esperar, podemos entender como “agüentar firme com confiança o tempo que for necessário”. Perseverança é suportar com paciência a tensão entre o “agora” (enquanto andamos no presente tempo pela fé) e o nosso futuro. Esta espera não é algo passivo, mas uma atitude de coragem que nos leva a uma vida vitoriosa. Embora a espera possa ser dolorosa e angustiante, ela pode ser vista de maneira positiva, como um trabalho de parto que prenuncia um novo nascimento.

O mundo nos orienta a fugir dos sofrimentos: "O que importa é a sua felicidade", dizem. Na nossa cultura não é diferente. Se há uma dificuldade, procuramos nos livrar dela a todo custo (seja emprego, casamento, igreja, etc.). Mas quando recebemos a graça de Deus, recebemos a força para ficar, e não fugir. Significa que mesmo quando as pressões estão pesando (e estamos sob pressão), ao invés de desistir, decidimos ficar em baixo (Cl 1.11). Aqueles que esperam, serão consolados, pois esperam totalmente na graça (1 Pe 1.13).

 

Medite: Como você encara os problemas e dificuldades que passa? O que lhe causa mais angústia e sofrimento?

 

Ore:

                                                                                                                                                     Local e Data

Seus probremas não acabaram.

 

“...a perseverança [produz], experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. (Romanos 5.4-5)

 

Deus nunca falou que se crêssemos nEle nossos problemas acabariam. Quem promete isso é o seu Creisson. Deus prometeu, sim, estar sempre ao nosso lado para nos auxiliar a superar as dificuldades da vida. Assim aprendemos a confiar e descansar; aprendemos a crescer e glorificar nosso Senhor pelas vitórias. O alvo de Deus para com o sofrimento é moldar o caráter do ser humano. Por isso Paulo inseriu: a perseverança produz experiência (ou um caráter aprovado conf. NVI).

O ouro quando depurado pelo fogo é aprovado quando o ourives vê refletida a sua imagem naquele metal ainda líquido. Assim também acontece conosco. Quando somos aprovados, Deus olha para nós e vê a sua imagem. O que purifica o ouro é o fogo! A pureza da sua vida é o caráter aprovado, é quando as pessoas à nossa volta vêem como suportamos as tribulações com confiança e tranquilidade!

 

E por fim, um caráter aprovado produz esperança. (v. 4 NVI)

 

Por quê? Porque aquele Deus que me ajudou ontem me ajudará amanhã também. Eu já notei que Deus nunca faz o que eu quero, mas sempre faz o que eu preciso. Por isso diz que "a esperança não nos decepciona", ou seja, Deus nunca falhou comigo, mesmo quando meus desejos não foram atendidos!

Esperar em Deus é o melhor que podemos fazer porque nunca ficaremos decepcionados.  Pode ser que no momento da tribulação questionemos a Deus ou nos sintamos tristes e abandonados. Sempre que nos encontramos diante de problemas e dificuldades o dilema ético é: como devo agir? Nestas horas entramos em "parafuso". Nestas horas surgem as tentações e os conselhos estranhos à vontade de Deus. Nestas horas é fácil esquecermos o amor, a alegria, a paz, a paciência, ...o domínio próprio.

O homem natural também enfrenta dificuldades na vida, mas se não há temor de Deus, na hora do aperto não há preocupação alguma com a ética. Para o homem carnal, o que importa agora é seu instinto de auto preservação, seu bem estar e a sua felicidade. Mas ao que crê o Espírito Santo pergunta: cadê sua confiança em mim? Neste momento é hora de parar, confessar pecados (falta de confiança é um deles), crer e esperar. Seja qual for seu problema,  nosso Pai está pronto para auxiliar. Somente peça e espere. Seja qual for seu pecado, nosso Pai está pronto a perdoar. Somente confesse.

Mas as vezes não é fácil. As vezes tem aquela raiz de amargura, aquele rancor guardado no fundo do coração que nos impede a comunhão com o Pai. Isto é falta de confiança em Deus e de amor ao próximo. Ainda no v. 5 Paulo mostra o instrumento que deve nos impulsionar nestas horas: O AMOR.

 

Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração

 pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. (Rm 5.5)

 

 Muitas dificuldades em nossa vida não são superadas porque não queremos. Só precisamos amar (seja o chefe, vizinho, cônjuge, o irmãozinho ao lado, etc.). Às vezes dá vontade de falar tudo o que pensamos, e como estamos insatisfeitos, mas Deus deseja que falemos palavras marcadas por amor.

Não existe vida mais nobre, mais elevada do que uma vida de dependência do Espírito Santo de Deus. Prefiro encarar o amor não simplesmente como um mandamento, mas principalmente como O Fruto do Espírito agindo em nossas vidas.

 

Medite: As dificuldades na sua vida geram dependência, amor e gratidão ou insatisfação, murmuração e ódio?

 

Ore:

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Uma vez salvos...

 

Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida (Leia Romanos 5.6 a 11)

 

Muitas são as correntes doutrinárias ensinadas nas igrejas hoje em dia. A livre interpretação das Escrituras tem ocasionado o surgimento de milhares de denominações, cada qual apregoando sua cota de abstrusidades. Infelizmente vemos doutrinas de todos os tipos para todos os gostos e conveniência: das mais bizarras às heresias mais sutis e dissimuladas. É fácil perceber que na mente de muitos irmãos há uma verdadeira “colcha de retalhos” doutrinária, muitas vezes formada pelas pregações de pastores leigos, somada às dramatizações apelativas dos tele evangelistas, mais as letras de música gospel, equalizada por suas opiniões pessoais e temperadas (para dar um ar espiritual) com revelações extraordinárias.  Divergências e ataques à sã doutrina acontecem desde a igreja primitiva.

Depois da introdução que Paulo faz em sua carta aos romanos, o apóstolo passa a considerar três assuntos fundamentais para a nossa segurança como cristãos. Ele trata de três mentiras ou três erros, muito comumente encontrados na mente de muitos crentes hoje em dia: o perigo da insegurança, o perigo da licenciosidade e o perigo do legalismo. Vamos analisá-los um a um.

O primeiro erro é crer que se o crente pecar, ele perde a sua salvação. Alguns pastores e denominações pregam esta doutrina com a intenção de manter suas ovelhas fieis. Porém esta doutrina não está de acordo com o caráter, o amor, a justiça, os princípios e a pessoa de Deus. Tomemos como exemplo um lar onde existe uma constante ameaça (seja para a esposa ou para os filhos):

   –  Se você não andar na linha vou te largar!

Existe amor num lar assim? Não. O amor não cresce onde não há segurança. Agir assim é agir conforme a carne. Será que Deus age assim conosco? Jamais! Porque para crescermos na nossa fé, precisamos de segurança, aquela segurança que diz que "...se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo" (2 Timóteo 2.13).

Nos vs. 6, 7 e 8 do capítulo 5, Paulo descreve o nosso passado, e usa 3 palavras para descrever a nossa condição: éramos fracos, ímpios e pecadores. Merecíamos a salvação? De modo nenhum! Nós a ganhamos de graça (ou pela graça). Quem garante a sua salvação não é você, é Jesus. E no verso 9 Paulo conclui:

 

"Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira".

 

Note que somos justificados por seu sangue, e não por alguma obra que tenhamos feito. E na sequência, complementando seu raciocínio, o apóstolo escreve: "Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação". (Rm 5.10,11)

Paulo diz que seremos salvos pela Sua vida (a de Cristo). Quem garante a nossa salvação é Jesus. Ninguém é salvo porque merece, mas porque Jesus morreu no seu lugar. Ele é o nosso advogado assentado à destra de Deus, quem está nos garantindo. Se Cristo nos reconciliou quando éramos seu inimigo, não fará muito mais agora que já estamos reconciliados?

 

Medite: O que ganhamos sem merecer é garantido, não porque o merecemos... Nós nunca merecemos (nem no passado, nem no presente e nem no futuro), porque nunca fizemos e não há nada que faremos para merecer. Lembra? Não há um justo, nenhum reto, ninguém que escolha fazer o bem... nem um sequer!

 

Ore:

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Mas afinal, de quem é a glória?

 

Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça

(Leia Romanos 5.12 a 20)

 

Nossa situação diante do Senhor nunca foi das mais favoráveis. Ante a débil hipótese de alguém se achar merecedor de alguma benção vinda da parte de Deus, cabe aqui uma rápida retrospectiva (é sempre bom lembrarmos quem somos): fracos, ímpios, pecadores, incapazes de agradar a Deus ou buscá-lo por nós mesmos. Porém, mesmo assim, Deus nos amou “de tal maneira” (não me pergunte como) que deu seu Filho único para morrer em nosso lugar. É somente através do sangue de Cristo que Deus nos vê como justificados. Não que nos tornamos santos, justos, puros e perfeitos da noite para o dia, mas somos tidos como justos aos Seus olhos.

É somente graças ao Pai que estamos seguros e escaparemos da sua ira por causa de Nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos reconciliação. E quem recebe a glória?  O Pai!

Se você fosse merecedor, a glória seria sua; mas quando reconhecemos que é Deus quem nos dá tudo de graça, toda a glória cabe somente a Deus, pelo sacrifício único de seu filho na cruz.

Neste trecho de sua carta, a partir do v. 12 até o 19, Paulo faz a comparação entre o estrago que o pecado de Adão causou e a eficácia da morte de Cristo. Pense e responda: quanto o pecado de um só arruinou? E o que tem mais peso e mais valor: o pecado de Adão ou a morte de Cristo? Para nosso alívio e esperança, a morte (expiação) de Jesus pode alcançar tantos quantos foram estragados pelo pecado. Por isso ele escreve nos vs. 20 e 21:  

 

"... onde abundou o pecado, superabundou a graça."  (v. 20)

 

Paulo está dizendo que ninguém pode pecar mais do que Deus pode perdoar. Talvez esta idéia cause estranheza para muitos, mas se hoje você comete um “pecadinho”, Deus responde com graça (perdão). Pode ser que amanhã você cometa um “pecadão”. Deus responderá proporcionalmente com a mesma graça. Se você ainda não concorda com esta ideia, lembre-se só de uma coisa: para Deus não existe “pecadinho”e “pecadão”! Pecado é pecado e Se cremos que Cristo pagou o preço de TODOS os nossos pecados, nenhum ficou de fora.

A garantia da nossa salvação não está atrelada às nossas obras, ou o que podemos produzir, mas à graça de Deus em nossa vida, que recebemos em Jesus. Se estamos seguros no relacionamento com o Pai, ainda que venhamos a pecar ou que nos afastemos de Deus (como aquele filho pródigo), nosso Pai “está na varanda da casa esperando: filho, volte para mim”  (Leia Lc 15.11 a 32).

Talvez alguns estejam esperando uma “segunda bênção”, um sinal do céu ou qualquer coisa parecida. Esqueça isto. Apenas volte-se para Deus e confie na Sua graça. Deus nos deu de graça também o seu Espírito para nos ajudar, e uma vez que aprendemos andar no Espírito, seu fruto começará a aparecer em nossa vida. Ora, o Fruto do Espírito não é língua estranha ou revelações sobrenaturais, mas é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gl 5.22)

Apenas peça com sinceridade: - Pai, ensina-me a amar. Eu desejo ver o fruto do Espírito transbordando em minha vida!

Saiba que Ele também. Ou você acha que Deus recusará um pedido deste? Talvez você esteja passando por alguma dificuldade, algum conflito, lutando contra algum pecado. Ou talvez ainda, esteja vivendo um momento, um relacionamento incerto com Deus, achando que se fizer alguma coisa terrível qualquer dia, Ele vai te deserdar. Mas Deus não nos abandona. Pode ter certeza: Ele não tem prazer nenhum de ver seus filhos comendo as alfarrobas com os porcos.

 

Medite: Talvez tenha ficado uma questão na cabeça de alguns: Se é assim, posso pecar à vontade?

 

Ore:

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Liberdade: Batizados em Cristo

 

"Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?

De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?"

 (Leia Romanos 6.1 a 11)

 

Vamos recapitular as bases da fé cristã para que ninguém tenha dúvidas sobre aquilo que afirmamos crer. Todos somos pecadores, sem exceção (Rm 3.10-12) e o nosso pecado nos condena! Na cruz, Jesus Cristo pagou o preço de TODOS os pecados de TODA humanidade (Cl 2.14; 1 Jo 2.2), e nossa salvação está atrelada somente à fé na grandeza e suficiência da Sua obra (Jo 3.16-18). Esta salvação é totalmente gratuita independente de algo que possamos fazer (Ef 2.8-9) e a garantia da nossa salvação é uma questão de confiança naquilo que Deus proveu para nós, e não na força da nossa carne (2 Tm 2.13;  Rm 5.10,11). O que não pensa assim e crê que depende de sua conduta perfeita para manter-se salvo ainda não entendeu o que é salvação pela graça ou não tem noção do que é pecado e é extremamente arrogante e pretensioso por pensar ter alcançado um estado de impecabilidade absoluta.

Daí, seguimos que se o primeiro inimigo da graça é achar que se não andarmos de modo correto perderemos nossa salvação, o segundo inimigo é confundir a liberdade que temos em Cristo com licenciosidade ou até libertinagem. Voltemos àquela questão:

    – Já que Deus me perdoará tanto quanto eu pecar... Então posso pecar à vontade?

Saiba que não é de se estranhar que se faça tal pergunta, pois este é o caminho natural do pensamento humano. É a inclinação da carne também. O Dr. Martin Loyd Jones disse certa vez que quando se faz esta pergunta é sinal de que a pessoa está no caminho certo para compreender a grandeza do verdadeiro Evangelho.

Depois de tratar sobre nossa segurança em Cristo e prevendo que naturalmente seus leitores racionalizariam, Paulo inicia o capítulo 6 de Romanos adiantando-se a fazer esta pergunta:

   – "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?"  

Qual seria a resposta óbvia a esta pergunta? Diga sinceramente (se você de fato é cristão, sabendo que todos os seus pecados estão perdoados): você realmente deseja agir assim? Se você quiser saber a resposta que o apóstolo Paulo nos dá para este disparate, leia os vs.2 a11.

É interessante notar que Paulo toca rapidamente num assunto extremamente importante: o batismo. Devemos ter sempre em mente que quando fomos salvos, fomos batizados em Jesus. O batismo na qual Paulo se refere (3 e 4) não é o batismo nas águas, mas sim o batismo com o Espírito Santo. Mais à frente, no capítulo 8 de Romanos ele escreve que "... se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8.9). Parece contraditório com a doutrina que algumas denominações pregam: batismo nas águas para salvação e batismo no Espírito como "segunda bênção". Apesar desta ideia ser um absurdo, mostra que muita confusão é feita sobre o ensino de batismos.

O batismo que é realizado na água é um símbolo (como uma aliança de casamento) e tem a seguinte função: testemunho público de identificação com a mensagem do Evangelho. Este batismo não salva. Muitas pessoas são batizadas (nas águas) sem terem compreendido claramente o Evangelho. Por outro lado, acontecem casos de pessoas salvas sem terem sido batizadas nas águas (Lc 23.42,43). Uma vez que cremos em Cristo, temos o Espírito Santo habitando em nós. E uma vez que temos o Espírito, devemos também andar no Espírito e não satisfazendo as vontades da carne.

 

Medite: Leia Gálatas 5.16-25 e pense sobre algumas condutas não condizentes com o fruto do Espírito tão comuns no meio da igreja atual. O que é mais evidente em sua vida: as obras da carne ou o fruto do Espírito?

 

Ore: Senhor, tenha misericórdia de mim!

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Liberdade: A nova vida em Cristo

 

Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ora, se já morremos

com Cristo, cremos que também com ele viveremos (Romanos 6.2,8)

 

Há ainda outro fato que não podemos perder de vista jamais: quando fomos salvos, morremos para o pecado (v. 2) e podemos desfrutar uma vida plena na graça de Cristo. Alguns podem imaginar que “mortos para o pecado” significa que o crente é como um defunto, um corpo no caixão. Pode passar o que for em nossa frente que estamos “mortinhos da Silva”, feito uma múmia. Mas esta idéia pode deixar alguns confusos, pois não se sentem “tão” mortos assim para o pecado. Se formos bem honestos, todos diremos (envergonhados):

   –  Às vezes, sinto-me muito vivo em relação a tal pensamento... 

Mas isto acontece quando não entendemos o que é estar morto para o pecado. Romanos nos mostra o pecado como um reino (o reino do pecado ou reino da morte) e que todos nós éramos participantes deste reino. E aqui está a definição de morte: na mente do judeu, morte não significa “não existência”, mas significa “separação”. Também utilizamos este conceito quando (por exemplo) usamos a expressão “o casamento está morto”.  O que não significa que o cônjuge morreu, mas que não há mais relacionamento ou comunhão. Mas quando cremos, passamos do reino do pecado para o reino de Deus, um reino de justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Rm14.17).

O apóstolo relata nestes versículos que fomos transportados do reino d a morte e transportados para o reino da vida. Agora precisamos responder mais uma pergunta fundamental: O que é vida?  Em João 17.3 o Senhor Jesus ora ao Pai:

 

" E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro,

 e a Jesus Cristo, a quem enviaste".

 

Vida é isto: estar em comunhão com Deus. E quando estamos, experimentamos a graça de Deus em nossas vidas, as bênçãos e o poder do Espírito Santo sobre nós.  E sabe o que isto promove em nossas vidas? O Fruto do Espírito.

E como você pode saber que está em comunhão com Deus? Uma olhadinha bem honesta para o nosso interior mostrará quem está no controle: a carne ou o Espírito. Faça novamente aquele exercício em Gálatas 5.19 a 23, mas desta vez peça para alguém analisar você.

Quando O Fruto do Espírito é evidente e marcante em nós, então sabemos que a nova vida em Cristo está ativa; é quando oferecemos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor (Rm 12.1-3).

Porém, quando transferidos de um reino para o outro, Deus não nos transforma imediatamente. Trazemos nossos vícios junto com o velho homem, e Deus vai trabalhando conosco para nos libertar destes vícios. Se permitirmos, Ele age livremente em nós, mas quando endurecemos Ele pode agir de duas maneiras: assiste pacientemente até reconhecermos as consequências da nossa obstinada teimosia ou quebra nossas pernas e nos carrega em seus ombros como um Bom Pastor.

 

Medite: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22) 

 

Ore:

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Experimentando a Liberdade

 

"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal... mas oferecei-vos a Deus,

como ressurretos dentre os mortos".  (Leia Rm 6.12 a 14)

 

Foi o próprio Senhor Jesus quem declarou:  Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância (Jo 10.10). Paulo compreendeu esta promessa, apropriou-se desta vida abundante e aqui nesta carta ensina o segredo para vivê-la plenamente. Note que Paulo inicia o verso 12 utilizando os termos “não reine e não ofereçam”; e mais à frente ele exorta: “oferecei-vos a Deus”. Esta é a chave para, além de experimentar, pôr em prática esta nova vida. Primeiro, não podemos esquecer que somente uma pessoa livre pode viver abundantemente, então veja só:

 

Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (Jo 8.36)

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. (Gl 5.1)

 

Depois, precisamos decidir o que faremos com esta liberdade: oferecer nossos corpos para o pecado reinar ou para o Espírito Santo operar. O motivo de haver tantos crentes dominados pelo pecado é porque continuam permitindo que sua velha natureza reine. Precisamos compreender e fazer esta distinção entre nossa realidade (livres) e nossa experiência. Um teste bastante prático é a resposta que damos às propostas que o pecado nos faz (quando ninguém está observando)...

  –  Empreste-me os seus olhos, vamos dar só uma espiadela...

  –  Empreste-me o seu dedo,  clique duas vezes aqui...

  –  Empreste-me sua língua, conte para todos o que aquela pessoa fez para você...

  –  Empreste-me seus ouvidos, você precisa saber de mais uma...

  –  Empreste-me sua mente, vamos imaginar aquilo que é tão gostoso...

Quando damos abertura, o pecado vem e se instala. Pare de obedecer, de oferecer o seu corpo para o pecado. Mas quando aceitamos a Cristo, o Espírito Santo deve nos incomodar:

  –   Você faz isto, né? Gosta? Você quer continuar agindo assim ou manter comunhão comigo?

Se você se entregar, o pecado vai dominar. No verso 13 Paulo escreve que devemos nos oferecer a Deus, como pessoas que foram trazidas da morte para a vida.

Separe diariamente um tempo a sós com Deus e dedique todos os membros do seu corpo a Ele  (Memorize Rm 12.1-3). Peça que Ele te ajude nesta tarefa, pois isto é agradável a Deus. Podemos estar certos de que ninguém que se achegue com um pedido deste, Ele negará, dizendo:

  –  “Não, acho que não quero o seu corpo, pode continuar usando para pecar à vontade.”

Alguns podem até questionar: não consigo! Mas olhe o v. 14:

 

"... o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça"

 

O pecado não dominará. É a graça de Deus que está nos garantindo, e não uma lista de regras rígidas (embora muitos ainda insistam levar uma vida Cristã assim). Alguém já comparou a lei como aquele patrão ditador, que manda mas não ajuda. Em contraste com a graça que é uma força interior, é o poder de Deus em nossas vidas. É como uma mão dentro da luva.

Quando permitimos o Espírito Santo agir em nós, temos toda a força de Deus operando em nós, através de nós e apesar de nós.

 

Medite: Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.  Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne (Gl 5.1,13)

 

Ore:

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Do princípio ao resultado final

 

E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum! Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;  e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.  (Romanos 6:15 a 18)

 

O princípio desta vida marcada pela liberdade em Cristo resume-se na seguinte dinâmica:

Primeiro: justificados por Deus, fomos separados para participar do Seu Reino. Segundo, Deus nos dá plena liberdade, não mais para servir ao pecado, mas sim para servirmos a Ele. Finalmente, quando oferecemos os membros do nosso corpo a Deus, experimentamos a vida abundante que Jesus nos promete.

Porém, ainda existem muitos crentes carnais, sejam jovens, adultos, casados ou solteiros, homens e mulheres vivendo segundo os impulsos da carne, vivendo pelas motivações erradas.

E qual seriam, então, a motivação que temos para viver uma vida com Deus? Bem, pela prática, sabemos que se permitirmos, o pecado vai dominar. E todos nós já passamos por isto:

 –   Eu não queria ter feito/falado/pensado nisto...mas não consegui evitar.

Pense, porém, nesta possibilidade:  servir de coração. Note o que Paulo escreve:

 

Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues  (Rm 6:17)

 

Podemos e devemos servir de coração a Deus. Esta é uma disposição que deve partir de você. O pecado não tem mais direito sobre sua vida, mas Deus sim.

Imagine aquela menina do interior que durante muitos anos foi escravizada e humilhada por um cafetão na cidade grande, obedecendo a tudo o que ele mandava. Um dia ela encontra um homem que a tira daquela vida e casa-se com ela, ensinando-lhe o verdadeiro amor. Mas depois de algum tempo o cafetão encontra a menina, a seduz e ela flerta novamente com ele.

Quando pecamos, estamos fazendo exatamente o mesmo que esta menina fez, traindo aquele marido que nos resgatou: o Senhor Jesus! Legalmente ela é esposa do homem bom. Mas quando flerta, está na mão, no domínio daquele cafetão. Ela perdeu o seu casamento? Não. Está registrado no cartório, mas ela perdeu sua comunhão com o marido. Neste sentido, seu casamento está "morto".

Quando o crente peca, ele está fazendo a mesma coisa: pertencemos a Jesus, mas estamos nas mãos do inimigo, fazendo a vontade de Satanás. É difícil acreditar? Deus utilizou o caso do profeta Oséias para ilustrar esta realidade.

 

Medite: A cada dia, a cada momento, você precisa tomar decisões na sua vida. Mas cuidado com o que escolhe, porque se você escolher o pecado, receberá o salário do pecado.

 

Para ampliar um pouco mais nossa compreensão sobre o pecado que nos assedia, consulte o apêndice “Guia de confissão” no final deste devocionário. Faça um check-up da sua vida periodicamente utilizando este guia.

 

Ore:

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Entre a vida e a morte.

 

Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação... porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Leia Romanos 6:19-23)

 

Sensualidade, injustiça, maldade, ganância, depravação, inveja, homicídio, rivalidades, engano, malícia, bisbilhotice, calúnia, inimizade, insolência, arrogância, presunção, desobediência, insensatez, deslealdade, insensibilidade, indiferença, frivolidade. Esta lista que Paulo fez no primeiro capítulo de sua carta define o modo de vida daqueles que escolheram viver longe de Deus. Cada pecado destes tem seus desdobramentos: dos dissimulados e sutis aos explícitos e escandalosos.

Infelizmente, muitos irmãos que se gabam de levar uma vida exemplar ainda apresentam alguns destes comportamentos em suas vidas, pois desconhecem as formas e ignoram o poder e a sutileza do pecado. Jamais o despreze. Jamais diga: disto estou livre! Por isso o apóstolo é bem franco quando diz: Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Por isso também ele adverte em outro lugar:

 

Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!  (1 Co 10.12) 

 

Ainda em seus argumentos, apelando para que levemos uma vida dedicada a Deus, ele registra nos versos 21 e 22 de Romanos 3, mais dois motivos para não andarmos no pecado. O primeiro vem em forma de pergunta: “Naquele tempo, que resultados colhestes?” E é o próprio apóstolo quem responde:  “Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais...”

Por acaso você teria coragem de testemunhar para todo mundo as coisas que fez e pensou nestes últimos meses? São pecados muito comuns... todo mundo faz! Mas por que não sentimos o mínimo desejo de compartilhar? Porque é motivo de vergonha.

O segundo argumento vem como uma afirmação: “...porque o fim delas é morte.” Não de salvação, porque se assim fosse, não teria nenhum salvo aqui hoje. Morte, como já dissemos antes, significa separação. Significa perda de comunhão,  de desenvolvimento espiritual e da alegria da salvação. Tiago também fala sobre o mesmo assunto:

 

Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após

ter-se consumado, gera a morte. (Tg 1.13 a 15)

 

Quando optamos pelo pecado, como crentes, deixamos de desfrutar a vida abundante do Espírito e nos afundamos numa vida medíocre marcada por tristeza, amargura, rancor, falta de vivacidade espiritual, etc. Este é o salário do pecado. Embora o verso 23 seja muito usado na prática da evangelização,  o texto não é para descrentes, mas para crentes.

Sempre haverá dois caminhos a escolher: pecado (que gera vergonha e morte) ou Deus (que nos traz bênçãos e vida). No Salmo 32.3-5 o crente Davi nos dá um breve testemunho sobre suas escolhas. Escolha o melhor caminho!

 

Medite: Se quiser andar com seu velho homem, vai andar sozinho; mas se você confiar em Deus e oferecer a Ele seu corpo, você vai viver e experimentar o Fruto do Espírito na sua vida.

 

Ore:

 

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Legalismo é legal?

 

Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei

vem o conhecimento do pecado. (Romanos 3.20) 

Como podemos fazer diferença no mundo em que vivemos? Como podemos fazer diferença não somente fora da igreja, mas dentro dela também? Digo isto porque se por um lado “o mundo jaz no maligno” por estar separado de Deus, por outro lado estamos assistindo uma igreja que cada vez mais se deixa influenciar pelo mundo. Assim como Romanos 6.23, há outro versículo na Bíblia muito utilizado na evangelização, mas que também foi escrito para crentes, para a Igreja:

 

Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em

sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. (Ap 3.20)

 

São muitas as promessas de Deus para nós, e esta é mais uma. Precisamos entendê-la e acreditar (confiar em Deus) para desfrutar desta comunhão. Aliás, esta é a dinâmica para desfrutarmos de qualquer promessa, a começar pela nossa salvação: entendemos o que Jesus fez por nós e quando cremos (confiamos) somos salvos, somente pela fé. Da mesma forma, se você precisar de Deus hoje, é só se achegar pela fé, pois Ele nos supre de tudo o que precisamos para crescer – de graça! É só confiar.

Porém, estamos considerando que há algumas doutrinas erradas, inimigas da graça, como por exemplo, a idéia de que se o crente pecar pode perder a sua salvação. Esta doutrina é inconsistente porque cremos que somos salvos única e exclusivamente pela graça de Deus, mesmo não sendo merecedores, e não há nada que possamos fazer (por nós mesmos) que “nos mantenha salvos” (Rm 5.8-10).

Isto pode levar à ideia da licenciosidade na cabeça de alguns – Se é assim, vamos pecar!!!

É uma incoerência, pois somos filhos da luz, não das trevas; gerados para a vida, não para a morte. É como querer dormir com o cadáver do antigo marido (a menos que ele não esteja morto para você...). A Escritura é bem clara ao afirmar: O salário do pecado é a morte!

Deus é luz (1 João 1.5), e se você quer andar em trevas, vai andar sozinho. O crente não pode viver escravizado pelo pecado!  Então, naturalmente, muitos crentes se inclinam para a lei.

Há uma corrente muito forte dentro da igreja que ensina que o crente deve cumprir a Lei de Moisés, não considerando o erro que isto representa. A partir do capítulo 7 de Romanos, Paulo passa a tratar do tipo mais comum entre os crentes dedicados: o legalista. Este quer agradar a Deus, mas não compreende e exclui a graça de Deus.

Normalmente podemos observar duas categorias de legalistas: há aqueles que ensinam que devemos guardar a lei de Moisés; e há aqueles que estabelecem a sua própria lista de regrinhas. Sem dúvida, este segundo tipo representa um caso muito mais grave!

Se por um lado Cristo está sendo deixado de lado por parte da igreja que está se secularizando, por outro lado, já foi deixado há muito tempo pela ala legalista, pois legalismo é isto: substitur nosso relacionamento com Deus por uma lista de regras.

 

Medite: Existem muitas igrejas que levam o legalismo ao extremo, e criam seu próprio manual de conduta pessoal e procedimento com direito a carnê de dízimo, multa para reconciliação de pecado, taxa para tomar ceia, etc. Será que o legalismo agrada a Deus?

 

Ore:

 

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

A Lei...

 

Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. (Romanos 3.19-20)

 

Imagine se houvesse uma lista de regrinhas para maridos relacionarem-se com suas esposas: 0001. Diga bom dia

0002. Beije sua esposa

0003. Diga que a ama

0004. Ajude-a com o café 

0005. Converse com ela 15 minutos todos os dias

0006.  ...

3764. Elogie a comida que ela faz

3765. Leve uma lembrancinha no aniversário de casamento (de preferência no dia certo)

3766. Repare no cabelo dela (se corte, pintura, escova, chapinha, etc.)

3767. ...

Será que alguma esposa gostaria de ter um tipo de relacionamento assim? Ou algum marido? Nem Deus deseja isto de nós! Alguns ensinam que nosso relacionamento com Deus deve ser mantido através do cumprimento da lei. Porém, a base do nosso relacionamento com Deus deve ser a base que deve permear todo relacionamento saudável: o amor. Simplesmente ame. O amor é diferente do legalismo. Aliás, a síntese da lei é esta: Ame a Deus e ame ao próximo.  

Podemos dividir o capítulo 7 em 3 porções principais: O princípio do legalismo (1 a6), a prática do legalismo (7 a13) e o perigo do legalismo (14 a25).  Porém, antes de analisarmos mais de perto estes textos, precisamos considerar que a lei nunca foi dada para os gentios. Paulo estava escrevendo para uma igreja formada tanto por gentios quanto por judeus que se converteram. Para estes, o apóstolo explica como é que eles foram libertos da lei.

Além disto, precisamos também compreender porquê Deus nos deu a lei. Entre vários motivos, quero destacar pelo menos cinco mais importantes: primeiro, para reger uma nação (Dt 4.7-8); segundo, para demonstrar o Seu caráter santo (Lv 19.2; 20.7,26); terceiro, para mostrar o Seu “padrão de exigência” (Dt 6); quarto, a lei foi dada para nos condenar (Dt 27.26; Tg 1.10). Preciso parar aqui para enfatizar isto: a lei nunca foi dada para salvar alguém (Rm 3.19-20). E antes de apresentar o último motivo, precisamos lembrar também que não estamos mais debaixo da Antiga Aliança da Lei. Esta é passada e foi substituída por uma Nova e superior Aliança, a aliança da Graça (Hb 8.6-13).

Então, por fim, a nós, povo da Nova Aliança, foi revelado o principal papel da lei: uma vez que ela aponta nossa pecaminosidade e incapacidade, tem o papel fundamental de levar-nos a Cristo, conforme descrito com clareza em Gálatas 3.24:  De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.

Este é (ou foi) o papel da lei: servir de aio para nos levar a Cristo. Aio era uma espécie de tutor, encarregado da educação doméstica das crianças. Ao atingir a maturidade, ela estava livre do seu tutor. Assim deve acontecer com cada crente em Cristo Jesus:

 

Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio." (Gl 3.25)

 

Medite: Leia Tiago 1.10 e Gálatas 3.10 e 13. Quanto da Lei você é capaz de cumprir? Já a transgrediu alguma vez? Insistirá tentando ou confiará em Deus?

 

Ore:

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Casados com quem?

 

Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido enquanto ele vive, mas se o mesmo morrer desobrigada ficará da lei conjugal... Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. (Leia Romanos 7.1-6)

 

Paulo inicia Romanos 7 fazendo uma analogia entre o relacionamento conjugal e a relação do judeu com a lei: pois falo aos que conhecem a lei”. Se em Gálatas a lei é comparada a um aio, aqui ela é comparada a um marido. Uma vez morto o cônjuge, o judeu estaria livre para contrair novas núpcias. Para que o judeu pudesse entregar sua vida a Cristo, ele precisaria “sepultar” sua aliança com a lei e confiar plenamente em Jesus como salvador. Assim, ele estaria livre para servir a Deus, não pela força da lei, mas pelo poder do Espírito que passou a habitá-lo quando ele creu.

A lei pode ser comparada a um fio de prumo, um instrumento que é um padrão de retidão e que serve para evidenciar o defeito, mas não conserta absolutamente nada. Reflita um pouco sobre o que o apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses sobre o legalismo:

 

Estes preceitos podem parecer bons, pois prescrições deste tipo exigem uma devoção

séria e são humilhantes e duros para o corpo, porém não têm efeito algum quando se

 trata de subjugar os maus pensamentos e desejos duma pessoa. Ela só se torna

orgulhosa com tais prescrições.” (Cl 2.23 B.Viva)

 

Definitivamente, a lei não pode controlar os desejos pecaminosos da nossa carne. Ao contrário, ela apenas os evidencia. Em Cristo, o judeu morreu para a lei, e está livre para servir ao Senhor pelo poder do Espírito Santo.

Agora, se este é o ensino para o judeu, o “povo da (antiga) aliança”, quanto mais para nós, gentios – que não nascemos debaixo da lei? Por que, então, algumas denominações insistem que o crente deve cumprir a lei? Uma vez salvos por Jesus, temos que voltar para a lei para fazer tudo o que ela manda?

Em Atos 15 vemos que esta questão estava gerando confusão na Igreja primitiva. Havia um conflito entre os judeus que questionavam: os gentios devem cumprir a lei de Moisés? Por conta desta questão, houve um concílio entre os apóstolos (lembre-se que estes eram judeus). O primeiro a falar foi Pedro (vs.7 a 11). Veja as afirmações que ele faz: Deus concedeu o Espírito Santo tanto aos judeus quanto aos gentios sem distinção; purificou nossos corações pela fé e nos salvou pela graça; que a lei era um jugo e que eles não poderiam impor aos gentios o que nem eles suportaram. Por fim, Tiago, o líder da igreja em Jerusalém, dá o veredicto final (v.19). Seu ministério era entre os judeus (detentores da Lei), e mesmo assim, o máximo que ele orienta é que os gentios se guardarem da idolatria, da imoralidade, e da insalubridade.

Com base nestas passagens, podemos entender que, embora desejosos de agradar a Deus, alguns crentes persistem num erro. Estes têm zelo, mas com entendimento equivocado da Sua Palavra. Em alguns casos (a princípio) a mensagem é sempre a mesma: “a salvação é somente pela fé”. Mas a partir daí a coisa muda de figura: “Agora você tem que cumprir a lei para ser batizado e continuar cumprindo a lei para se manter salvo!” Será que é assim mesmo que deve ser? Leia novamente Tiago 1.10 e Gálatas 3.10 e 13.

 

Medite: Que importância tem para a igreja adotar uma ou outra linha doutrinária? Será que todas levam a Cristo? Ensinam santidade? Que conseqüências podem trazer este tipo de doutrina? O que significa crer neste ensino? Que efeitos podem ter em minha vida Cristã?

 

Ore:

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Exemplo de apostasia

 

Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? (Gálatas 3.1-3)

 

As epístolas paulinas constituem praticamente metade do Novo Testamento. Elas foram escritas para várias igrejas, por motivos variados. Algumas são para ensinar, outras para corrigir erros doutrinários, outras ainda para exortação daqueles que se deixavam levar por estas falsas doutrinas. Por exemplo: as duas cartas que Paulo escrevera aos Coríntios foram para exortar uma igreja libertina. Apesar de terem sido salvos por Jesus, estes abusavam da graça de Deus, pois ainda não tinham se desvencilhado de certas práticas oriundas daquela cidade.

Outra epístola exortativa foi a dirigida aos Gálatas. Ela foi escrita porque as igrejas da Galácia estavam se deixando influenciar pela doutrina dos judaizantes, um grupo de judeu-cristão que ensinava que para alguém ser salvo era necessário também guardar a lei, a começar pela circuncisão. Apesar do termo judaizante não aparecer no NT, a atividade deste grupo é mencionada em vários lugares, como, por exemplo, em Atos 15.

Portanto, a preocupação de Paulo se deu porque as igrejas da Galácia estava se tornando legalistas. Agindo desta forma, eles anulavam a graça de Deus. Paulo falou duro aos Coríntios, mas não falou tão duro como aos Gálatas: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?”

Anoetos é uma palavra bastante dura no grego e significa insensato, tolo, não entendido, não inteligente, ou seja, Paulo está dizendo: Seus burros! Vocês não pensam? E continua:

 

Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação

da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos

aperfeiçoando na carne?” (Gl 3:1-3).

 

Paulo ainda diz que eles  agindo assim estavam pervertendo o Evangelho, obedecendo outra doutrina:

 

"Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de

Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos

 perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo".  (Gl 1.6, 7)

 

Nesta passagem há duas palavras diferentes no grego para descrever outro: heteros (outro da mesma espécie) e allos (outra coisa de espécie diferente). Quando Paulo diz que os gálatas estavam abandonando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, foi por outro (allos) completamente diferente.

O erro dos gálatas foi apostasia. Normalmente relacionamos apostasia com liberalismo. Mas no caso deles foi legalismo: estavam abandonando a graça e voltando-se para a lei.

Fomos salvos pela fé e não pelas obras da lei. Se a lei não é suficiente para salvar, também não é suficiente para guardar!

 

Medite: É interessante notar que as correntes que se proclamam mais espirituais, que mais enfatizam manifestações de dons e sinais, são as mais legalistas... Isto não é incoerente?

 

Ore:

 

 

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Aonde nos leva o outro evangelho

 

Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,   pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,  que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade. (1 Timóteo 4.1-3)

 

Mais de uma vez Jesus advertiu seus discípulos a tomarem cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus (Mt 16.11-12). Ele sabia o quão perigoso e maléfico seria para a sua Igreja as doutrinas disseminadas por estes grupos. E aconteceu! No capítulo 2 de Gálatas, Paulo conta sobre a bronca dele com Pedro, que se deixara influenciar pela presença dos judaizantes (Gl 2.11-14). Pedro estava agindo com hipocrisia, deixando-se intimidar pela presença destes homens. Infelizmente isto é muito comum, pois sempre há o medo de ser julgado pelos grupos mais legalistas. Tomemos cuidado com este fermento!

Devemos compreender que tanto os fariseus quanto os saduceus eram estudiosos aplicados e exímios cumpridores da Torah, ou seja, “A Lei do Antigo Testamento” que fora revelada por Deus através de Moisés, confirmada pelos profetas e por anjos, citada e reconhecida pelo Senhor Jesus. Agora, o agravante de toda esta situação é que se o legalismo condenado por Jesus era aquele atrelado a esta Lei, quão pior é aquele legalismo que diz respeito a regrinhas inventadas por homens?

Ao escrever sua carta aos Colossenses, o apóstolo Paulo preocupou-se em passar-lhes algumas instruções a este respeito:

 

"Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados... Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? (Cl 2.16-23)

 

Quando mais uma vez os legalistas chegaram e tentaram impor suas leis (regrinhas) Paulo instrui os crentes de Colossos: Não permitam que vos julguem... não se submetam a isto! Acho difícil acreditar que muitas denominações nunca tenham atentado para qualquer uma destas epístolas. Mas ao menos podemos tirar uma lição daqui: não permita que ninguém julgue sua vida cristã baseando-se numa lista de regrinhas.

Aqui, o apóstolo chama estas regrinhas de “ensinos humanos”. Até que ele estava sendo razoável, pois em 1 Timóteo 4 ele as descreve como sendo ensinamentos de demônios. Sabe por quê? É porque estas regrinhas não vêm de Deus! São tentativas do demônio de roubar-nos a alegria da salvação, a herança da graça.

Legalismo não vem de Deus, é do maligno. E pior ainda: Não ajuda em nada o nosso desenvolvimento espiritual e nem presta para refrear os impulsos da carne. Então, aquele que tem a lei como uma cerca para lhe proteger e limitar sua natureza carnal pode concluir: se é assim, não há nada mais que refreie meus impulsos e me impeça de pecar!

Mas graças a Deus, agora, com a mente de Cristo, podemos pensar de maneira diferente. Pense, que embora a sua natureza humana deseje pecar, a graça de Deus te dá outra opção: a liberdade de escolher NÃO PECAR. Quando éramos escravos do pecado, não tínhamos escolha, mas agora temos: a graça de Deus nos dá a liberdade para não pecar!!!

 

Medite: Antes fazíamos apenas o que a nossa carne queria, mas quando nos achegamos à graça de Deus, sabemos muito bem o que o nosso Pai espera. Se quisermos fazer a vontade de Deus, Ele nos dará força para vencer.

 

Ore:

 

                                                                                                                                                     Local e Data

A lei do amor

 

Novo mandamento vos dou... (João 13:34)

 

Existe alguma lei na vida do crente? Sim! Quando perguntamos quais são os dois mandamentos de Cristo a resposta sempre é: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo! Mas preste atenção: estes não são de Cristo, são da Lei (Mt 22:36-40). Jesus nos deu seus dois mandamentos na última ceia com seus discípulos, quando foi instituída a Nova Aliança. Naquela ceia, Jesus anuncia o fim da Antiga Aliança, baseada na Lei, e o início duma Nova aliança, totalmente baseada na graça.

 

Os dois mandamentos de Cristo são: 1. Creia em mim. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. (João 14.1) 2. Ame o próximo como eu vos amei: Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. (João 13.34). Estes mandamentos devem balizar toda nossa vida Cristã.

 

Percebe a diferença? Não mais amar o próximo como a si mesmo, pois amar o próximo baseado no quanto nos amamos é um problema sério. Por um lado, se eu não me amo, não amarei o próximo também! Por outro lado, há uma forte corrente que prega que devemos aprender a nos amar mais para poder amar o próximo!

 

Será que aumentar nossa auto estima refletirá num aumento substancial de preocupação ao bem estar alheio? Quanto mais eu me amar mais amarei o próximo? Amor próprio é um mandamento? Assim Deus não estaria nos incentivando a intensificar atenção e gastos com nossa própria pessoa antes de pensar no próximo? Será que naturalmente já não fazemos isto?

 

Deus não estava sugerindo, em hipótese alguma, que seu povo desenvolvesse um mecanismo de “auto-amabilidade” para poder amar o próximo de um modo mais sublime. Não! Deus sabe que somos egoístas por natureza. A idéia expressa aqui pelo Senhor é melhor compreendida se lermos: “Ame o próximo como você se ama”. Você consegue?

 

Note o que lemos em 1 João 3.21 a 23.

 

Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo,

e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.

 

O grande lance é que os dois mandamentos de Cristo não são para serem “simplesmente obedecidos”, são para serem vividos todos os dias. Confie em Jesus, e receba dele a força para amar como Ele amou, de acordo com a vontade de Deus; não baseado no nosso sentimento, mas no Espírito Santo. Quando nós cumprimos este mandamento, não precisamos nos preocupar em cumprir leis e nem regras, pois se amarmos incondicionalmente (como Cristo nos amou) satisfaremos plenamente todos os mandamentos da lei. Se eu amar o próximo como Cristo me amou, eu não vou roubar os seus bens, cobiçar, seduzir, maldizer, mentir, mas estarei preocupado com seu bem estar, sua felicidade, seu crescimento espiritual, etc.

 

Medite: O que Jesus quis dizer com tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas”? (Mt7.12)

 

Ore:

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

A prática da lei do amor

 

Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; ...Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal,

vendido à escravidão do pecado. (Leia Romanos 7:7 a 14)

 

Em Mateus 5, 6, 7, no sermão do monte, Jesus estava colocando em contraste a Lei do AT com sua “Lei do Amor”. Se lêssemos seus ensinamentos com os óculos culturais do judeu do século primeiro, perceberíamos que Jesus choca ao quebrar vários paradigmas da antiga religião. Um fato marcante deste sermão foi ouvir Jesus se colocar em igual autoridade com a Torah

 

Ouvistes o que foi dito... eu porém vos digo... (Mt 5.21-44)

 

Outro, foi ter ouvido do próprio Jesus o ensino de que pecado não é só a ação isolada. É mais do que isto: pecado começa com a intenção oculta no coração. A lei estabelecia limites ao homem: não adulterarás! Jesus, porém, nos diz que só de alimentar um pensamento, já furou a cerca! Por outro lado, Sua Lei do amor nos ensina a amar a outra pessoa a ponto de nem pensar nisto! Se amarmos o próximo (neste caso alguém do sexo oposto) como um irmão/irmã em Cristo, não alimentaremos uma fantasia adúltera somente para satisfazer a carne. Sequer suportaremos tal ideia.

Mais um exemplo prático: havia no AT a lei do dízimo para o povo judeu (muito mal interpretada hoje em dia, por sinal). De modo geral, o judeu oferecia a décima parte da sua produção como oferta dedicada a Deus (na verdade, se considerarmos todas as ofertas exigidas pela lei ao povo judeu, somava cerca de 23%).  Já a lei do amor nos leva a repartir de bom grado o que temos com quem tem necessidade. Isto é muito mais que 10%. Amor não tem porcentagem. Imagine que um  irmão esteja desempregado e sua família passando muita necessidade. O que você diz?

  – Já cumpri minha obrigação com o dízimo... Vamos orar pelo irmão.

Isto é amor? Será que é isto que Deus espera de nós?  10%? Veja o que Tiago adverte em sua epístola:

 

Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem porém lhe dar nada, de que

 adianta isso? (Tg 2.15,16)

 

A Lei de Cristo não é porcentagem, é amor. O princípio que deve reger nossas ofertas é a liberdade de dar com alegria, com amor.  A “lei” de Cristo vai muito além da lei de Moisés, porque não é LEI, no sentido estrito da palavra, mas é o fruto do Espírito crescendo dentro de nós, agindo através de nós.

A lei de Moisés nunca funcionou para consertar o homem e nem serve para a nos aperfeiçoar porque (como vemos em Romanos 7.7-14), a lei não santifica ninguém, ela evidencia o pecado!

Além do mais, temos que entender que esta lei foi dada para o judeu (o povo debaixo da Antiga Aliança), e não para o gentio. Nós, crentes da Nova Aliança, estamos completamente livres desta lei, pois (repito) Deus não a deu para o cristão, mas sim para o judeu. Há ainda aqueles que dividem a lei em cerimonial, dietética, moral, civil, e escolhem: isto nós temos que cumprir, aquilo não! Isto também é um absurdo, pois a lei é singular.  Não existe nem no AT, e nem no NT qualquer evidência que Deus tenha ordenado à Igreja: cumpra só esta parte ou só aquela.

Não se preocupe com a lei de Moisés. Apenas creia em Jesus e ame o próximo como Cristo te amou!

 

Medite: O mandamento (a lei) de Deus não controla a carne – ela inflama. Esta lei foi dada ao judeu. Mas agora, em Cristo, o judeu foi liberto da lei para seguir a Jesus. E quanto a nós, gentios, que não nascemos debaixo da lei?

 

Ore:

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Título do dia

 

Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência;

porque, sem lei, está morto o pecado. (Romanos 7.8)

 

Imagine que eu enchesse a cozinha de casa com todos os tipos de doces, bolos, biscoitos, sorvetes e te desse a liberdade para comer o que quisesse e à vontade (sem medo de engordar, isso é só um exercício de imaginação). Você poderia comer de tudo... menos aquela trufa que está em cima do armário. Adivinha em qual doce você não pararia de pensar, e mais desejaria querer comer? Ou imagine que eu te levasse à minha biblioteca particular e dissesse: pode ler qualquer livro ou revista... menos aquele livrinho azul sobre a minha mesa. Ativaria sua curiosidade ou não?

Foi assim com o primeiro casal no Éden, e é assim com a gente hoje. Esta é a natureza humana e este é o efeito da lei no homem: A lei não nos ajuda e nem tem poder para nos controlar. Pelo contrário, ela desperta o pecado, inflama nossos desejos e acaba levando para a morte.

Isto pode levar alguns a questionar se o problema, então, não está na lei? Note que em Romanos 7.7, Paulo se antecipa nesta dúvida:

 

Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado,

senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.

 

De modo nenhum, ele responde. A lei é santa, perfeita, boa, pura (Salmos 19.7), é extremamente valiosa, nos mostra o caráter de Deus, ...mas mostra também a nossa natureza.

Alguns de nós lembramos o que acontecia quando um exame de DNA (para comprovar paternidade) era aberto no programa do Ratinho. A pancadaria comia solta. Mas por que? Será que o problema está no exame? Não, pois ele é 99,99999% confiável. O problema está na natureza humana. A lei é como aquele exame: apenas mostra o nosso pecado. A cura nós encontramos em Jesus, apenas pela fé: seja para salvação, seja para santificação.

A lei também deve funcionar como um espelho para nós, onde nos enxergamos. Um espelho para nossa alma, que diz exatamente quem nós somos. Algumas pessoas se olham no espelho e realmente pensam que são bonitas. Algumas de fato são (segundo um padrão de estética humano e tirano). Mas a verdade é que somos hoje não mais a imagem e semelhança de Deus, mas sim a imagem e semelhança do homem caído. A verdade é que estamos todos num processo de envelhecimento irreversível e irremediável, caminhando para a morte. Ao olhar para a lei, deveríamos não nos enxergarmos puros, lindos e perfeitos; mas corrompidos e condenados, a caminho da morte. A lei não salva, nos condena.  Mas...  

 

... o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus,

na carne, o pecado (Romanos 8.3)

 

Portanto, ao invés de impor a lei, devemos ajudar com amor. Esta é a contraproposta de Jesus: o amor. Quando se impõe a lei, ativa-se o pecado. A propósito, qual seria a solução para todos aqueles conflitos que exames de DNA disparavam no programa do Ratinho? Resposta: o Amor – que cobre multidão de pecados (1 Pe 4.8).

 

Medite: Ao saber de um irmão que está sofrendo alguma tentação (ou mesmo que tenha caído), qual é a sua atitude? Julga-o conforme a lei ou ajuda-o com amor? Quando uma mulher flagrada em adultério foi levada a Jesus, como ele agiu?

 

Ore:

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Conflito entre as duas leis

 

Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado .Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros  (Romanos 7:14-23)

 

Quando o pecado entrou no mundo, o homem literalmente passou a conhecer o bem e o mal. Isto significa que o pecado transforma as coisas boas que Deus fez em coisas mortais. Você pode pensar em qualquer área da nossa existência: descanso, dinheiro, sexo, autoridade, ira, comida, língua, olhos, caridade, criatividade, ciência, etc. Todos nós, sem exceção, temos este potencial para arruinar o que Deus criou com tanto amor. Potencial para arruinar a natureza (nosso consumismo está deteriorando o planeta), potencial para arruinar a vida do próximo (quando nos recusamos a acolher, compartilhar e amar como Cristo fez), potencial para arruinar relacionamentos (continue procurando se amar cada vez mais),  potencial para arruinar nossa própria vida (é só seguir os impulsos do seu coração), e por aí vamos...

Paulo era igualzinho a nós, só que ele reconhecia sua natureza carnal (Romanos 7.18-21):

 

Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.

 

Este trecho não é uma permissão ou uma desculpa para pecar, como quem diz: -“Não fui eu... foi o pecado!” Aqui, Paulo está mostrando que esta é a experiência de quem tenta levar a vida por esforço próprio: só derrotas! Pior ainda é ver o que acontece (agora dentro da igreja) quando se tenta levar uma vida assim: máscaras e hipocrisia!

Muitas vezes queremos vender a imagem de que somos espirituais, que estamos vivendo bem com Deus, mas sabemos muito bem dos nossos pecados escondidos! Pode ser na intenção daquilo que falamos, olhamos, ou o que maquinamos na mente. Não se iluda: Deus conhece cada recôndito do nosso ser, sem exceção! Temos muitas máscaras na igreja, porque há muitos crentes vivendo apenas de aparências, tentando demonstrar espiritualidade através do cumprimento da lei. Jamais conseguirão, e mesmo assim insistem impor suas regrinhas àqueles a quem estão discipulando. Com isto, conseguirão apenas duas coisas: maldição e fracasso! Então Paulo registra o grito de derrota do legalista:

 

Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (v. 24)

 

Havia na Roma antiga uma punição bastante cruel para alguns assassinatos. O culpado deveria permanecer com o cadáver amarrado nas suas costas. Talvez o apóstolo Paulo esteja usando desta metáfora para se referir à nossa natureza morta, que precisamos carregar ainda nesta vida. Mas logo em seguida, ele brada o grito de vitória:

 

"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado".

 

Medite: Devemos aprender com Jesus, que ensinou seus discípulos a andar pela graça. As mudanças vieram mais lentamente, porém de forma muito mais profunda.

 

Ore:

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

A lei do Espírito de vida

 

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Romanos 8.1-4)

 

A quantas “leis” o apóstolo Paulo está se referindo neste texto? Alguns contam duas, outros três ou até quatro (considerando o preceito da lei).  Particularmente, creio que ele se referia apenas a duas leis: a lei do Espírito (que gera vida) e a lei (mosaica) que nos leva a morte. Sei que posso ser taxado de herege por algumas denominações por defender esta interpretação, pois não crêem que a lei do pecado e da morte que Paulo se refere seja a lei mosaica. Aqueles que são fissionados pelo Antigo Testamento e enxergam o cumprimento da lei mosaica como o supra sumo da vontade de Deus para o homem, jamais poderiam aceitar tal interpretação. Mas não podemos esquecer de todo desenvolvimento da argumentação de Paulo até chegar neste ponto. Vimos até agora que a lei mosaica (a lei do Antigo Testamento) não tem poder para salvar ninguém, nem para desenvolver santidade e espiritualidade e nem tampouco podemos agradar a Deus ao “tentar” cumpri-la. Muito pelo contrário: a lei nos condena, ela avulta nossa natureza pecaminosa e nos constrange a reconhecermos a necessidade de um salvador.

Somente ao tomar conhecimento da Nova Aliança inaugurada por Cristo, não baseada na caducidade da letra (lei) mas na “novidade” do Espírito (Romanos 7.6) é que o homem pode compreender que o supra sumo da vontade de Deus para o nós é que andemos no Seu Espírito: a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Esta lei do Espírito é a “lei do amor” de Cristo a qual nos referimos.

Mas, por que a lei mosaica não foi eficiente se ela é tão boa, afinal ela é a “Lei de Deus”? Paulo responde: o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne”, ou seja, para a lei mosaica tivesse efeito, ela dependia da nossa carne... que é corrompida. Vemos que já no AT Deus sinalizava que não dava para confiar no homem:

 

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos” (Jeremias 17.10)

 

Deus esclarece por que pecamos: é um assunto do coração. Usando uma linguagem bíblica, é ele quem dirige nossa carne. Nosso coração é enfermo e por isso todos os nossos desejos, ações e intenções são contaminadas. Por isso “Deus [enviou] o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado”.

Jesus foi o único que cumpriu cabalmente a lei veterotestamentária porque, em semelhança de Adão, veio ao mundo sem pecado, mas, diferente de Adão, não pecou. Graças a obra de Cristo na cruz  temos o Espírito Santo a nosso favor, e se “não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito, o preceito da lei se [cumpre] em nós”.

Note, que não é a lei, mas o preceito da lei se cumpre em nós: a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23.23).

 

Medite: Tanto a demonstração ativa de um padrão de justiça, misericórdia e fé coerente com o que declaramos crer; quanto ser o receptáculo passivo destas virtudes divinas não dependem de nós, mas é obra exclusiva do Espírito de Deus em nossas vidas.

 

Ore: Senhor, faça em mim a tua vontade.

 

 

 

                                                                                                                                                     Local e Data

Uma mente renovada

 

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.(Romanos 12.1-2)

 

Éramos totalmente dominados pelo pecado: Mente e corpo. Tanto um quanto o outro viviam para a satisfação da nossa carne (natureza pecaminosa). Assim vivem ainda todos aqueles que ainda não são de Cristo.

Em Cristo, temos o Espírito Santo que nos assiste (auxilia) em nossas fraquezas, mas carregamos ainda hoje uma natureza carnal (segundo a carne, lei do pecado) que naturalmente nos atrai para a satisfação egoístas de nossas vontades e vaidades humanas.

Quando renovamos nossa mente, substituímos a busca da satisfação dos nossos desejos humanos pela vontade divina e permitimos que esta passe a controlar nosso ser, então poderemos apresentar os nossos corpos como um sacrifício vivo santo e agradável a Deus. Este é o culto que Deus deseja!

Quem nos dá o Espírito é o Senhor. Nossa vitória vem do Senhor, porque a batalha é do Senhor. Nós vencemos quando nos entregamos a Ele, e podemos confiar nele porque certamente Deus cumprirá suas promessas.  Quando nos entregamos a Ele, começamos a perceber que algumas áreas da nossa vida precisam ser mudadas. Talvez você precise que o Senhor controle sua língua ou seus pensamentos. Outros precisam ser menos impulsivos em suas reações. Há também aqueles que se irritam ou se melindram facilmente. Independente de qual seja o seu pecado, comece a prestar atenção à voz do Espírito: você começará a perceber cada vez mais claramente aqueles dois segundinhos que o Espírito Santo lhe diz:

- “Você está mesmo querendo falar isto?”  ou “Até quando continuará agindo deste modo?”  ou “Você acha que este pensamento glorifica a Deus?”

Se respondo sinceramente a pergunta: “Você ama o seu próximo?”, como, então, posso falar mal daquele que amo? Como posso tratá-lo indignamente? Pensar mal dele? Cobiçar o que não é meu? Quando oferecemos nosso corpo ao Senhor, sabe o que acontece?  Não sairá da nossa boca o que não deve estar saindo, nem nossos olhos olharão o que é objeto de cobiça. Nossos ouvidos se inclinarão apenas para o bem e nossa mente  passará a produzir cada vez mais o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e louvável ao Senhor (Filipenses 4.8).

A lei mostra o que devemos e não devemos fazer. Mas, responda sinceramente mais uma pergunta: “É fácil controlarmos nosso corpo para não pecar?” Se tentarmos com nossas forças, não. Mas se confiarmos e nos entregarmos ao Senhor, então a batalha passa a ser do Senhor. A escolha é sua, mas SAIBA QUE a vida Cristã não é por obras, mas sim pela fé; não é pela carne, mas pelo Espírito; e nem é pela lei, mas pela graça. Quando andamos pela graça, podemos experimentar o poder de Deus em nossas vidas para derrotar o pecado. Podemos também compreender o que o apóstolo Paulo quis dizer com: “o evangelho  é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”  e “o  justo viverá por fé”.

Muitos recuam diante da decisão de receber Jesus como seu salvador, por causa das “regrinhas dos crentes”. Nós não precisamos de regrinhas, porque a graça de Deus não é marcada por regrinhas, mas por liberdade.

 

Medite e guarde: A graça de Deus não é a liberdade para pecar; mas é a liberdade dada pelo Espírito Santo para não pecar.

 

Ore:

 

 

 

Guia de confissão

 (Ver apêndice no devoc. "Vós orareis assim...")

"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno." (Salmo 139:23 )

 

 


Autor: Reinaldo Bui


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Ação De Graça

Farsa Milenar

Quando Somos Guiados Pela Carne é O Oposto De Sermos Guiados Pelo Espírito.

Compreenda O Reino De Deus.