SE VIVO EU FOSSE



Se vivo eu fosse, morreria,

se morto me tornasse, nasceria,

o sol resplandecente não seria

nem pálido reflexo do amor que te daria.

Mas vivo agora, no amor desesperado,

na plenitude vívida do ser mais abnegado,

cujo amor queima com fogo inanimado,

qual espírito divino que a ti foi dedicado.

Como doe o amor correspondido,

amor que queima, coração mordido,

pela virtual presença do pássaro ferido

que anima o canto e busca o olvido.

Oh! Quão grande majestade sente

nosso coração cigano de amante.

Quanta paz de fúlgido e silente

amanhecer, que o pássaro não cante.

E no meio de bravias tempestades,

com Candido amor, com Cândida alegria,

Enrique(ser) de amor, sentir saudades,

amar-te loucamente, sentir-te sempre minha.


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