ZUMBIS EM MANAUS - EPISÓDIO 2



Zumbis em Manaus – Episódio 2

Segunda-feira, 22h15min

    James abriu a geladeira em busca de outra cerveja, mas não havia outra “loura”. Ele passou as últimas horas vendo e revendo o vídeo do ataque zumbi na Internet. Também leu tudo o que escreveram sobre o assunto. Era inacreditável!  As agências de notícias do mundo inteiro falavam do ocorrido. A acusação de que o vídeo era falso já fora rechaçada. Havia confusão quanto à localização exata do fato e também quanto à data, e diziam que a comunicação com o local dos fatos estava extremamente difícil. Mas ninguém falava que aquilo podia não ter acontecido. Nenhum comentarista levantava tese diferente. Medo!
    James foi até a janela da cozinha e olhou para longe, na direção do Leste. Parecia querer ver a Europa. Depois, revistou o jardim do condomínio e ficou nervoso com a escuridão do lugar. A imagem da mulher devorada não saía da sua cabeça. Uma luz de farol chamou sua atenção, mas era apenas um morador que estacionava o seu carro. Foi a primeira das muitas vezes naquela noite em que pensou em telefonar para sua esposa. “É só o que ela quer pra achar que pode mandar em mim!”
    Pegou o Iphone sobre a mesa e ligou para sua irmã, mas ela não atendeu. Devia estar na faculdade. Em seguida ligou para sua mãe. Nem ela nem seu pai assistiram ao telejornal, e não sabiam de nada. Ele desligou sem colocá-los a par das notícias. Era muito cedo para entrar em pânico. Ou será que cada minuto que perdia poderia ser fatal? O que poderia acontecer em algumas horas, ali mesmo, na sua cidade?
    Na TV, os jornais só repetiam as informações apresentadas mais cedo, e a maioria dos canais continuava com sua programação normal. A novela não parava nunca. O laptop estava ligado, e a página de notícias da UOL era o tempo todo atualizada. Quando o celular tocou era seu cunhado quem ligava. Ele tinha visto o vídeo e também lido as notícias, mas dizia estar certo de que era tudo montagem. O irmão dele ouviu dizer que o pessoal da Google estava por trás de tudo. Só não se sabia com que intenção. Mas os jornais continuavam tratando a assunto com seriedade. James perguntou o que ele faria, e ele respondeu que ia dormir, pois cedo estaria na fábrica...


Autor: R. L. Galiza


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