A Ação Pedagógica Do Educador: Do Fracasso Escolar Ao Sucesso Da Aprendizagem Nas Salas De Aceleração Da Aprendizagem



O objetivo primordial deste texto é lançar um olhar reflexivo sobre a importância da ação pedagógica do professor que atua nas salas de aceleração da aprendizagem. Onde iremos refletir um pouco sobre o abismo que separa as aulas planejadas sem significado para a vida do educando e a importância dos paradigmas: ação docente, conteúdo e realidade.

O texto abaixo foi desenvolvido a partir das experiências educacionais de pesquisadores em salas de Aceleração da Aprendizagem.

Em uma sala da aceleração I da aprendizagem do interior do Piauí, a professora inicia sua aula com o tema "As quatro estações do ano". Onde a mesma fala "no inverno às vezes chove e tem neve" , diz a professora de aceleração I para crianças que vivem em áreas pobres e privadas muitas vezes de recursos tecnológicos como a televisão, por exemplo. Mais tarde ela fala sobre as demais estações do ano e pergunta: "Que tipo de roupas devem ser usadas no inverno?" A turma como em coro responde: "neve!"

Essa situação, presenciada por uma pesquisadora do Piauí, pode ilustrar a distância entre as aulas e a realidade de suas crianças, ela observou também que eram monótonas, principalmente pela repetitividade das técnicas de ensino e dos modelos de exercício que durante o semestre se resumiu em: exercício no quadro, mimeografadas, ditados e leitura em conjunto.

Em uma turma da aceleração da aprendizagem I do maranhão, uma pesquisadora dá o seu depoimento sobre a religiosidade metodológica em que a professora desenvolve o seu método de aula, num período de quatro meses em que a mesma passou como observadora.

- Não houve nenhuma variação na ordem das atividades e na forma como elas eram propostas para os alunos. A aula começava com um canto, Depois conta-se quantas crianças meninos e meninas há na sala. A seguir a professora fala sobre o dia da semana e mais um canto. O do sol, por exemplo.Inicia-se uma série de exercícios de cópias do livro didáticos e quando esta perto da merenda, há outro canto, depois uma oração e saída para a merenda. Em seguida ao retornar da merenda a professora passa o exercício de casa e faz um conjunto de ameaças do que acontecerá com quem não trouxer o exercício resolvido.

Essa repetição revela-se também quanto ao conteúdo ensinado, uma vez que a professora, segundo a pesquisadora, não faz apelo à criatividade e ao raciocínio das crianças. Onde se observa uma estrutura mecanizada de reprodução do conhecimento. O que nos leva a conclusão de que o fracasso escolar não se deve tanto a faixetária de idade do educando, o contexto ao qual está inserido e a falta de falta de oportunidade que o mesmo foi desprovido, mas que a maior parcela recai sobre os métodos utilizados, a falta de formação do educador, o ato de planejar que deixa os conteúdos distantes do contexto social em que o educando está inserido e com o qual o educador se depara.

Em uma turma de aceleração II, situada em uma favela em São Paulo, a professora apresentou, para que as crianças desenvolvam uma redação, o desenho de uma banheira clássica antiga, com uma mulher tomando banho, uma posição típica dos filmes americanos. Outra entregou a estampa de duas crianças tomando banho na praia com uma variedade de brinquedos, roupas de banho e objetos comuns às crianças das classes média e alta.

Também os temas das conversas das crianças não são aproveitadas pelas professoras. A pesquisadora narra que em 2001, durante a crise do feijão, eram constantes os comentários das crianças sobre as filas, a falta do produto, e o assunto não foi se quer motivo de conversa das professoras com seus alunos.

Em um outro dia a professora organizou uma aula no zoológico da cidade, onde as crianças da aceleração II ficariam de 7 às 11 horas do período matinal. A professora não leva em conta a realidade social dos alunos e coloca-se contra a realidade que está inserida, dando um valor até negativo aos seus hábitos. A pesquisadora explica: a professora avisou aos alunos que fará uma aula diferente no zoológico e comunica a turma que: - "Façam xixi antes de sair de casa e tragam sua merenda. Mas não tragam banana com laranja ou frango com farofa, pois eu não vou sair com farofeiros.

Como educadores temos que ter consciência da importância da nossa atuação na formação educacional dos nossos alunos, pois os erros de um médico facilmente são cobertos pela terra, mas os erros de um educador permanecerão por muitos e muitos anos no meio social.

Contudo, não precisamos de testes especiais para conhecer o valor e o rendimento de um bom professor, pois se espera que os educadores que atuam nas classes de aceleração da aprendizagem sejam os melhores da escola.

Se o professor faz o trabalho com prazer, e se interessa em está sempre desempenhando um processo de formação continuada, passamos a ter certeza de que os seus alunos terão uma boa aprendizagem. Quando vejo um professor desenvolvendo sua ação pedagógica de forma amorosa, onde a construção dos aspectos cognitivos afloram a pele, como pesquisador não preciso fazer um longo inquérito sobre suas ações pedagógicas e educacionais, pois este tipo de educador não se deixa desanimar com as limitações do sistema educacional, pois o trabalho é parte integrante de sua vida e ser professor é sua missão sobre a terra e logo ele se tornará um especialista na arte de ensinar.

O sucesso da aprendizagem nas salas de aceleração tem como ator principal o educador, pois é a través de sua ação pedagógica que o mesmo desenvolverá o processo de construção dos aspectos cognitivos dos seus alunos, ser professor é uma dádiva de Deus, pois é ele que nos confia à formação de centenas de educando que passarão pela nossa caminhada como profissionais do magistério. A final lecionar é um ato de amor.


Autor: Walderclaudio Nascimento Santos


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