Ideias Inatistas Combatidas por John Locke.



Ideias Inatistas Combatidas  por John Locke.

Com o surgimento da ciência moderna, a visão do mundo, foi completamente modificada, o cosmo perfeitamente ordenado, cujo centro desde Aristóteles era a terra.   A ideia da dela como centro do universo foi alterada.

Os homens viveram centenas de anos na mais profunda ilusão, a ciência foi aos poucos desmentindo as grandes fantasias criadas por uma mentalidade ingênua, mitológica fundamentada na metafísica.  

Os filósofos tiveram e tem um papel fundamental no questionamento da nossa capacidade do conhecimento, quando realmente o saber corresponde com a verdade daquilo que se conhece.

 O  conhecimento precisa corresponder com a verdade da representação do objeto, isso só foi possível muito parcialmente e tardiamente. Hoje o mundo ainda vive a realização dessa revolução epistemológica.   

Conhecer a realidade tal qual ela de fato é, uma tarefa  difícil, para tal realização é necessário usarmos métodos eficientes. A realidade só é possível ser captada com ajuda dos paradigmas aplicados ao modelo de conhecimento.

Um dos grandes filósofos que criou uma  paradigma famoso como teoria de conhecimento foi John Locke. Antes da sua elaboração epistemológica a ideia que existia entre os Filósofos como Platão, Agostinho e Descartes, eles afirmavam categoricamente que os homens possuíam certas ideias inatas.

O que era denominado pelo conceito de inatismo, uma ideologia que justificava o preceito da existência da alma.  O entendimento da existência de ideias antes de qualquer experiência sensorial, como se fosse da natureza humana nascer com essas ideias.

Locke denomina essa conceituação de ideologia, de algo falso, sem significação para a realidade dos fatos.  Como se essas ideias fizessem parte da realidade humana a priori, com o tempo simplesmente se manifestaria.  Se esse princípio fosse verdadeiro não haveria desenvolvimento cultural.

Locke combateu essa ideologia, em forma de doutrina,  escreveu um grande livro com a finalidade para destruir o inatismo.

 O  que ainda faz muito sucesso em sua análise em nossos dias, o que parece ser insuperável, uma vez que cada mentalidade é produto do seu tempo, e, o tempo tem produções diversificadas.  

Ensaio sobre o entendimento humano defendeu uma tese fundamental que homem ao nascer o seu cérebro é como uma tábua rasa, não tem absolutamente nada registrada na mente. Sem muita diferença de um animal qualquer o que passa a  existir na razão do homem é produto da construção na influencia diversa do meio.

A mente de criança quando nasce é como um papel em branco, sem nenhuma ideia previamente, a criança será aquilo que o seu meio lhe propiciar, como exemplo uma criança de uma tribo indígena primitiva.

 Jamais  acreditaria em Jesus cristo como Deus, porque não tem nada registrada nesse sentido em sua mente, que justificasse tal crença, a realidade da razão é a formulação do produto final, daquilo que o meio produziu.  

Locke defendeu o seguinte paradigma com a finalidade  para destruir o sistema que justificava as ideias inatas. A tese essencialmente empirista, de acordo com a qual nada existe  em nossa mente que não tenha sua origem  antes nos sentidos.

A grande conclusão, as ideias não são inatas são adquiridas,  no decorrer de nossas vidas, por meio  do exercício da experiência  sensorial, a experiência a posteriori que define tudo em ultima instância.

 Como  também pela reflexão, motivo pelo qual o homem é o seu meio. O homem depois que constitui sua mente, pode tornar fruto da mesma, o que acontece na prática, quase impossível superar suas contradições, como regras normais.

Locke utiliza o conceito ideia, no sentido abstrato do conteúdo para formulação do processo do conhecimento.  Para ele as ideias só veem a mente, por meio da experiência sensorial, sendo que as mesmas podem ser modeladas  por fatores externos.  Exemplo a questão da cor, daquilo que é frio ou quente,  mole ou duro.

Outro mecanismo que deve ser considerado diz Locke, associação das sensações por um mecanismo de reflexão, nesse caso a posteriori a mente desenvolve uma serie de outras ideias, que sempre serão  obtidas por meio de objetos externos.

Como por exemplo, a percepção, mas isso acontece num segundo momento, à realidade perceptível será um tanto maior, quanto acumulação do mecanismo de síntese. O pensamento então adquire a capacidade de pensar refletir analisar etc.   

Mas para Locke o conceito que ele mesmo desenvolveu, quando a mente voltada para si mesmo, isso após um relativo acúmulo de processo de síntese.

 O cérebro pode então com certa influencia desenvolver o mecanismo de conhecimento, com os preceitos do inatismo, mas com os elementos constituídos já de certa forma de uma razão acumulada.

O grande valor de Locke, é que ele soube transportar ideias da sua epistemologia a respeito da teoria do conhecimento humano, para mundo sociopolítico.

 Para ele naturalmente, como não existe nada inato, também não se pode justificar  poder político, como poder inato,  cuja a justificava sempre fora  Divino.

 O  poder nasce sempre numa  relação de domínio, na construção do mesmo e no estabelecimentos de forças políticas, algo construído pelos homens com a  finalidade de afirmação política de um  determinado  tempo na história.

Como anteriormente se defendia o poder absoluto, isso numa perspectiva anterior,  o absolutismo o monarca sempre  achava  que todo poder, nascia como produto da  vontade divina.

 Locke sempre esteve preocupado em defender a liberdade individual. A respeito do poder ou da política, defendia que o poder sempre  surgiu de um  pacto entre  as pessoas.

As leis que regulam um Estado político,  precisam de serem necessariamente,  o desejo da sociedade, não pode ser simplesmente a vontade do poder constituído, a vontade do rei ou de qualquer outra forma de força.

  A política tem que funcionar pelo caminho do livre consentimento, a democracia é a melhor forma de poder, mas a mesma não pode justificar interesses diversificados.

A forma de Governo deve ser escolhida, a melhor é  sempre aquela que defende maximamente, melhor defesa do bem comum, o Estado não deve ser um mecanismo a serviço de uma classe social, seja ela a nobreza ou a burguesia.

 Locke foi adversário da tirania, de todas as formas de abuso de poder.  Em  razão de suas ideias foi considerado por muita  gente como o verdadeiro pai do iluminismo.

 Foi  considerado  como modelador da democracia moderna fundamentada no liberalismo. Ele foi sem duvida um dos melhores filósofos em diversos campos, não apena em teoria política, mas também em epistemologia do conhecimento.

Edjar Dias de Vasconcelos.


Autor: Edjar Dias De Vasconcelos


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