Construção civil: um olhar peculiar para Sustentabilidade e a tecnologia



A incorporação de práticas de sustentabilidade na construção é uma tendência crescente no mercado. Sua adoção é “um caminho sem volta”, pois diferentes agentes – tais como governos, consumidores, investidores e associações – alertam, estimulam e pressionam o setor da construção a incorporar essas práticas em suas atividades.

Para tanto, o setor da construção precisa se engajar cada vez mais. As empresas devem mudar sua forma de produzir e gerir suas obras. Elas devem fazer uma agenda de introdução progressiva de sustentabilidade, buscando, em cada obra, soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis para o empreendimento.

Qualquer empreendimento humano para ser sustentável deve apresentar um “olhar sensível”, afim de atender de modo equilibrado, a quatro requisitos básicos:

• Adequação ambiental;

• Viabilidade econômica;

• Justiça social;

• Aceitação cultural.

Tais requisitos são apoiados pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais  destacamos[1]:

• aproveitamento de condições naturais locais;

• utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural;

• implantação e análise do entorno;

• não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e

concentração de calor, sensação de bem-estar;

• qualidade ambiental interna e externa;

• gestão sustentável da implantação da obra;

• adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;

• uso de matérias-primas que contribuam com a eco-eficiência do processo;

• redução do consumo energético;

• redução do consumo de água;

• reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;

• introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável;

• educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo.

Pensar em sustentabilidade é “prever o imprevisto”, ou seja, prever no projeto todo o ciclo de vida do empreendimento, desde sua concepção até sua re-qualificação, desconstrução ou demolição. É necessário um detalhamento do que pode ser feito em cada fase da obra, demonstrando aspectos e impactos ambientais e como estes itens devem ser trabalhados para que se caminhe para um empreendimento que seja: uma ideia sustentável, uma implantação sustentável e uma moradia sustentável. O engenheiro Ubiratan Félix (2004, p.61): dá ao tema um enfoque ético social mencionando que:

(...) a dificuldade de acesso à moradia de amplos setores populacionais é a principal ameaça a sustentabilidade das cidades brasileiras, já que, em razão da exclusão de grande parte da população do mercado imobiliário formal cresce o déficit habitacional e as normas de ocupação irregulares em áreas de risco, de proteção ambiental e de mananciais.

Uma visão interessante a ser mencionada é a da arquiteta Marta Romero (2011, p. 61) que aborda o tema numa perspectiva processual, trazendo o conceito para a cidade, ampliando a visão além da simples dimensão ecológica, como aponta o excerto abaixo:

(...) a construção da sustentabilidade nas cidades brasileiras significa enfrentar várias questões desafiadoras, como a concentração de renda e a enorme desigualdade econômica e social, o difícil acesso a educação de boa qualidade e ao saneamento ambiental, o déficit habitacional e a situação de risco de grandes assentamentos, além da degradação dos meios construído e natural, e dos acentuados problemas de mobilidade e acessibilidade.

A proposta sugerida por Romero, propõe um urbanismo sustentável baseado em premissas de desenho participativo, arquitetura da paisagem, bioclimatismo[2] e eficiência energética. A sustentabilidade emerge da integração de quatro elementos:

1- desenvolvimento econômico, que inclui habitação acessível, segurança

pública, proteção do meio ambiente e mobilidade;

2- inclusão social, reconciliando interesses para identificar e alcançar valores e objetivos comuns;

3- previsão de objetivos em longo prazo (preservação para as gerações futuras);

4- qualidade pela preservação da diversidade e não a quantidade.

Aspecto importante a ser mencionado,  é que o conceito de sustentabilidade não é fechado, não é possível atingir uma sustentabilidade absoluta. Um projeto poderá sempre adotar soluções que diminuam seu impacto no meio ambiente; analisado sob outros aspectos poderá não ser plenamente sustentável. Apesar dos avanços científicos que fornecem poderosas ferramentas de trabalho para o planejador, tais como programas de geo-referenciamento, fotos aéreas tiradas de satélites, programas que permitem trabalhar simultaneamente várias disciplinas de planejamento; pode-se apontar como o maior obstáculo a ser vencido a maneira de pensar soluções para os mais graves problemas de nossas cidades.

É lícito dizer, que para elaborar uma edificação sustentável, faz-se necessário alguns “pré-requisitos” fundamentais, para que o projeto atenda o objetivo de sustentabilidade. Suas múltiplas implicações devem ser buscadas em todas as esferas das ações correlatas ao sistema da construção civil.  O “olhar peculiar” no âmbito da sustentabilidade emerge a partir das seguintes etapas.:

Pré-requisito 1 -  Qualidade no projeto de sustentabilidade.

A qualidade garante que níveis de excelência sejam atingidos, mantidos  e disseminados nos processos das empresas. A gestão da qualidade, especialmente a busca por melhoria contínua, é um pré-requisito para  sustentabilidade porque estimula a melhoria constante dos processos empresariais, que estão ligados ao consumo de recursos naturais, produtividade, desperdício, durabilidade, entre outros.

Pré-requisito 2 -  Sustentabilidade não combina com informalidade

É fundamental selecionar fornecedores, tanto de materiais e serviços, assim como a equipe da mão-de-obra. As empresas que trabalham com fornecedores informais também se tornam informais, alimentando este ciclo nocivo. É preciso garantir a legalidade de toda a empresa e de todos os seus processos. Além de garantir a legitimidade da empresa, a seleção de fornecedores formais estimula o aumento da profissionalização na cadeia produtiva e consequente eliminação de empresas com baixa produtividade que só se mantêm no mercado por economias advindas de atividades ilícitas.

Pré-requisito 3 - Busca constante pela inovação tecnológica

Utilizar novas tecnologias, quando possível é adequado. Caso inviável, buscar soluções criativas respeitando o contexto. É importante que as empresas tenham relações estreitas com agentes promotores de inovação na cadeia produtiva, tanto na oferta de novos materiais e equipamentos, quanto na capacitação da mão-de-obra.

A base para a sustentabilidade na construção é alinhar ganhos ambientais e sociais com os econômicos, daí a necessidade e importância de inovações.

Presença da tecnologia na construção civil

 

Sendo a tecnologia na construção civil um ramo do conhecimento que trata da criação e uso dos métodos técnicos e materiais e a inter-relação destes com a vida, a sociedade e o meio ambiente (CHING, 1999, p.11), logo tecnologia é o conjunto dos saberes práticos, métodos e técnicas utilizados para atingir determinados objetivos. Significa os meios de se chegar a um determinado fim.

Cabe aos sistemas tecnológicos da construção civil o olhar peculiar para responder s novas exigências do mercado. Sabemos que o aproveitamento das vantagens da água, do vento, da luz e do calor do sol faz parte da tradição e da história da arquitetura e da construção. No entanto, o uso de dispositivos e equipamentos específicos desenvolvidos através de pesquisas científicas ao longo das últimas décadas vem propiciando alternativas de captação e novas possibilidades de utilização destes recursos. São processos inovadores na arquitetura e na construção, na medida em que buscam a constituição de uma  nova cultura e ética, centrada no ser humano e na natureza A seguir, faz-se uma breve descrição de algumas destas inovações utilizadas na construção, visando a sustentabilidade.

Mencionamos alguns dos recursos possíveis da tecnologia utilizadas em edificações:

Aproveitamento da energia solar: células solares, ou células fotovoltaicas

A energia do sol é uma fonte praticamente inesgotável de eletricidade, sendo disponibilizada diariamente e sem custos, podendo ser captada através de células fotovoltaicas. Ao contrário dos coletores para aquecimento de água ou ar, que transformam a energia solar em energia térmica, os painéis solares geram eletricidade.

As células solares são dispostas em painéis solares. Os painéis solares geram eletricidade em 12 volts em corrente contínua, que pode ser armazenada em baterias para o uso posterior. A corrente elétrica gerada por um painel doméstico convencional não é suficiente para a maioria dos usos domésticos, mas acumulada ao longo do dia é uma fonte abundante e confiável, podendo suprir as necessidades de uma habitação sem a necessidade de recorrer a outras fontes.

A energia captada nos coletores pode ser usada para vários fins. Pode-se obter água quente para consumo doméstico ou industrial ou para aquecer a água que circula em radiadores em edificações.

Pode, igualmente, ser utilizada para aquecer a água de piscinas. Dentro da agricultura, os sistemas de estufas ou secadores de cereais, possibilitam economias significativas de energia, normalmente energia não-renovável, quando combinados com um sistema de aquecimento solar.

As operações de sistemas fotovoltaicos não provocam qualquer tipo de poluição, pouco modificam a temperatura do seu entorno e tem uma durabilidade considerável. A manutenção requerida é mínima e a matéria prima para sua manufatura é o silício, o segundo mineral mais abundante da Terra.

Apresenta, pois, como principais vantagens o fato de se constituir em alternativas às fontes energéticas fósseis, a sua durabilidade e baixa manutenção requerida.

 

 

Aproveitamento do vento: energia eólica

Desde os primórdios o vento vem sendo utilizado a serviço da humanidade. Dos barcos à vela dos primeiros navegadores, até os moinhos para moagem de grãos, o vento está presente em cada passo da evolução humana. A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em muitos locais. O desenvolvimento da tecnologia deu origem às turbinas eólicas, muito utilizadas em barcos, áreas costeiras e regiões de vento constante para a geração de energia elétrica. A energia eólica ganhou popularidade justamente devido a sua capacidade de gerar energia com uma fonte renovável. Hoje, apresenta também como vantagem um custo relativamente menor que dos sistemas fotovoltaicos. É o que afirma Behling (1996, p.197):

As turbinas eólicas são máquinas potentes. A tecnologia das turbinas eólicas tem apresentado, nos últimos anos, grandes avanços, de maneira a aproveitar de maneira mais eficaz a velocidade do vento.

Sem dúvida, em qualquer etapa do seu ciclo de utilização na construção civil será incorporado como critérios ambientais de sustentabilidade.

Materiais

 O mundo moderno foi construído em concreto armado e aço, ambos materiais predatórios. Anteriormente as técnicas de construção utilizavam materiais em sua maioria recicláveis. Tais materiais mais sustentáveis poderão vir a substituir, em alguns casos, os materiais responsáveis por grandes impactos ambientais (COLIN, 2004, p.112). Alguns destes materiais/tecnologias são:

Superadobe: A técnica de superadobe consiste na utilização de sacos cheios de areia, que quando agrupados, devido a sua flexibilidade permitem a elevação de paredes e a conformação de superfícies curvas.

As edificações de superadobe determinam elevada inércia térmica, reduzindo significativamente os custos com refrigeração e/ou aquecimento. As habitações construídas com este material e esta tecnologia têm a característica de abrandarem os níveis de temperatura e umidade relativa.

A tecnologia é de execução extremamente simples e de fácil aprendizado. Possibilita além da possibilidade de execução de paredes curvas, elevados níveis de isolamento térmico e capacidade térmica, com consequente redução dos custos com refrigeração e aquecimento dos ambientes, sendo adaptável a qualquer tipo de solo.

Materiais com aproveitamento de resíduos - os materiais fabricados com resíduos (ex: cinzas provenientes da queima de carvão, casca de arroz, bambu, etc. ) possuem as mesmas características dos tradicionais e, muitas vezes são mais resistentes e duráveis (DOMINGOS, 2003). Além de substituir minerais não renováveis, o aproveitamento de resíduos na produção de materiais de construção evita que estes sejam despejados em locais impróprios, reduzindo o impacto ambiental da construção civil. A cinza proveniente da queima da casca de arroz pode ser utilizada na fabricação de cimento e tijolos (blocos) e empregados na construção de pisos, calçadas e outros componentes estruturais, sem função estrutural.

Biokreto: A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem pesquisando um novo material de construção que utiliza misturas de partículas vegetais e cimento. O Biokreto2 é uma mistura de cimento com bambu moído e outras fibras vegetais que pode ser empregado na fabricação de blocos de concreto, calçadas, muros e outros tipos de alvenaria. Também pode ser empregado na fabricação de pavimentos, bancos, jardineiras, telhas onduladas e até coletores solares e placa hexagonal. O biokreto apresenta várias vantagens em relação ao concreto comum, como disponibilidade de matérias primas, como bagaço de cana, bambu, madeiras, resíduos agrícolas, entre outros; leveza, com redução do peso em relação ao concreto comum; resistência aos agentes biológicos; facilidade de ser moldado ou cortado e resistência ao choque.

Biotelha: feita a partir da reciclagem de papel. A biotelha, mede 1,6 x 0,60m, é isolante térmico, e recomendada para uso, além de residências, em áreas de grande cobertura, como estacionamentos, e também em currais e celeiros.

Telhados verde ou “vivo”: é possível se fazer telhados com materiais naturais como bambus, terra e grama, com um bom isolamento térmico e baixo custo. Este tipo de telhado apresenta grande plasticidade, podendo ser construído em diferentes formas e tamanhos, aproveitando a vegetação própria do local em que se insere (Lengen, 2004,p.468).

Reciclagem de entulho: o reaproveitamento do entulho da construção pode ser uma alternativa para evitar a perda desnecessária de material e amenizar os impactos ambientais que os resíduos da construção causam nas cidades. Quando o entulho for triturado ou moído, pode substituir a brita e a areia na fabricação de concreto, por exemplo. Também a reutilização e reaproveitamento de materiais de demolição pode ser uma alternativa para construções novas, gerando um menor impacto ambiental.

 

Estudo de Caso: Projeto de Revitalização de Paraisópolis

Condomínios E e G

 

De acordo com as informações apresentadas durante este estudo, podemos verificar que atualmente a sustentabilidade está presente em um projeto arquitetônico do início ao fim.

Pensa-se em habitação quando se loca um terreno, quando se escolhe as peças sanitárias, as telhas, quando se fala de esquadrias, de escolha das cores das alvenarias, ou seja, a sustentabilidade está em todas as etapas, da fundação ao acabamento de uma edificação. Esses procedimentos vão mais além, à medida que as questões ambientais estão presentes até mesmo quando se conclui o processo da construção, ou seja, um edifício edificado com raízes sustentáveis deixa como tarefa aos beneficiados a missão de dar continuidade a essa atitude verde.

O mercado imobiliário está caminhando para uma otimização das suas construções com práticas e escolhas que não são nocivas, ou menos prejudiciais ao meio ambiente, levando em consideração além da preservação do ambiente, o aproveitamento dos recursos construtivos (os quais o setor da construção civil é e sempre será dependente), o conforto dos habitantes, a eficiência das mudanças, o uso inteligente da água, a inserção urbana e as práticas sociais.

Para melhor compreensão do assunto, mencionamos um exemplo reconhecido de Habitação de Interesse Social com práticas sustentáveis. Trata-se dos condomínios E e G do Projeto de Urbanização de Paraisópolis, Selo Casa Azul – Categoria Ouro atendendo a 39 critérios de sustentabilidade  entre os 53 estabelecidos (sendo 19 obrigatórios e 34 opcionais). O projeto venceu o  2º lugar no Global Holcim Awards. O prêmio da Holcim Foundation - uma fundação que promove o reconhecimento aos projetos sustentáveis a nível nacional, regional e global.

O Urbanização de Paraisópolis está situado em uma das maiores comunidades informais do mundo, o Complexo Paraisópolis. Localizado em São Paulo, com uma população estimada entre 80 e 100 mil pessoas, se originou da antiga Fazenda do Morumbi em 1921, com 2.200 (dois mil e duzentos) lotes destinados à construção de residências para a classe alta que por conta da grande dificuldade encontrada para realizar a regularização dos terrenos, deixou margem para que se tornasse o que é hoje, uma invasão de terreno em larga escala.

Com ótima localização, a segunda maior favela de São Paulo que ocupa 798.695 (setecentos e noventa e oito mil e seiscentos e noventa e cinco) metros quadrados é cercada por uma das mais ricas regiões da cidade de São Paulo, o Morumbi, ao qual é possível o acesso por meio de um “escadão” de 187 degraus, construído em 2008, durante a entrega da primeira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Parte da terceira fase das obras realizadas pelo PAC na comunidade, os condomínios E e G têm 7 blocos que totalizam 171 residências. Esta obra foi o primeiro conjunto habitacional a solicitar o Selo Casa Azul – Nível Ouro da Caixa.

Nos condomínios premiados foram instaladas lâmpadas econômicas, vasos sanitários com alternância do fluxo de água (duplo acionamento), medidores individuais de gás, arejadores nas torneiras e reguladores de vazão.

A fachada foi feita de um acabamento que garante manutenção de maior facilidade sem serem necessários constantes repinturas, a área permeável foi locada em uma dimensão maior do que a exigida pela legislação local, o que permite a reposição do lençol freático e reduz o número de enchentes. Houve a preocupação com a recuperação de áreas ambientalmente degradadas no entorno, com a insolação e ventilação tanto do edifício como da vizinhança, com reserva de espaço para coleta seletiva, espaço para lazer e convívio social. Além de ter um desenho flexível que permite ao usuário a adaptação necessária.

As atitudes acima citadas proporcionaram a redução do consumo de água em 30% e reduziram também o gasto dos recursos da obra que, segundo Maria Teresa Diniz – coordenadora do Programa de Urbanização de Paraisópolis, já eram escassos. Com o capital inicial de R$ 15 milhões liberados para execução de todo o projeto de revitalização da favela de Paraisópolis (não somente para os condomínios E e G, parcerias com a Sabesp, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU),

Caixa Econômica Federal, e também contando com intervenções das concessionárias locais de energia, gás e telefone sendo estas respectivamente a Eletropaulo, Comgás e Telefônica, o projeto em sua totalidade foi concluído com um gasto estimado em mais de R$ 250 milhões de reais. O arquiteto Edson Elito menciona:

 

Provamos que é possível fazer moradia digna, econômica, com boa arquitetura e sustentável.

 

 

Projetado no escritório da Elito Arquitetos o projeto não precisou de muitas alterações depois da primeira revisão da Caixa Econômica Federal para conquistar o Selo de Ouro, isso demonstra que a sustentabilidade já fazia parte do processo inicial.

Além da preocupação com peças e materiais que respeitem o meio ambiente os projetistas se preocuparam com a área em que os condomínios foram inseridos para deixá-lo em um ambiente de fácil acesso ao comércio local, às escolas, transportes públicos, áreas de lazer e diversão, com atendimento à saúde e segurança.

O mapa acima[1] mostra alguns dos pontos de interesse social nas proximidades da comunidade Paraisópolis, uma das exigências para se adquirir o Selo, entre entregas projetos de Paisagismo, o incentivo ao lazer e esporte, projetos de desempenho térmico com orientação solar e ventos, instalações de sensores de presença, minuterias, lâmpadas econômicas, sistemas de retenção e aproveitamento de águas pluviais, além de garantir a orientações aos colaboradores e população local.

O grande diferencial do projeto de Paraisópolis são as práticas sociais. Além de beneficiar os empregados da obra, com ações educacionais e de capacitação, o projeto também prevê ações com moradores, incluindo o envolvimento deles na própria elaboração do projeto.

(Celi Mantovani - Superintendente regional da Caixa Econômica Federal)

 

Atualmente, o bairro-favela Paraisópolis é conhecida internacionalmente por ser a favela de maior organização, servindo hoje como “laboratório” aos arquitetos, engenheiros e urbanistas do exterior pela sua forma de expansão organizada.


[1] Disponível em: http//: www.maps.google.com.br . Acesso em 24/10/2012.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROSO-KRAUSE, Cláudia e outros.   Cadernos MCidades Parcerias Eficiência Energética em Habitações de Interesse Social. Brasília: Ministério  das Cidades, 2005. 115p.

BOOKCHING, Murray.  O Municipalismo Libertário. O Bairro, a Comuna, A Cidade... Espaços Libertários.  São Paulo, p.11-38, 2003.

BRAGA, Benedito, e outros.  Introdução à Engenharia Ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 318 p.

CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.   Guia de Sustentabilidade na

Construção. Belo Horizonte: FIEMG, 2008. 60p.

CAPRA, Fritjof.   A Teia da Vida. Newton Roberval Eichemberg. 8. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2003. 256 p.

CHING, Francis. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

DOMINGOS, Sabrina. Alternativas para construção civil. Revista Quantum, n.1, ago 2003.

FÉLIX, Ubiratan.  Cidades sustentáveis e a Engenharia Urbano-Industrial.   61ª  SOEAA Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. São Luís, p. 59-69, Nov. / Dez. 2004.

LENGEN, Johan van. Manual do Arquiteto Descalço. Porto Alegre: Livraria do Arquiteto; Rio de Janeiro: TIBÁ, 2004.

 ROMERO, Marta Adriana Bustos. Arquitetura do lugar: uma visão bioclimática da sustentabilidade em Brasília. São Paulo, Editora Nova Técnica, 2011.

SANTOS, Lilian Lucchesidos.  Proposta para um Conjunto Residencial

Popular Sustentável, UFMG, 2007.

SANTOS, Maria Teresa Diniz dos. Memórias da Coordenação. Arquivado em: Jornada Paraisópolis.

Endereços Eletrônicos na Internet

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Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO 92, disponível em: www.unb.br/temas/desenvolvimento_sust/eco_92.php   (acesso em 21/10/2012)

Clube de Roma, disponível em:  www.clubofrome.org/archive/publications.php (acesso em 21/10/2012) 

Relatório Brundtland, disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Relatório_Brundtland (acesso em 21/10/2012)

Agenda 21, disponível em: www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base= ./gestao/index.html&conteudo=./gestao/artigos/agenda21  (acesso em 21/10 /2012)

Selo Azul Caixa (apresentação), disponível em: www.sindusconsp.com.br/envios /2012/eventos/casa_azul/seloCasaAzul.pdf (acesso em24/10/2012)

Portal de Paraisópolis disponível em:www.paraisopolis.org.br (acesso em 21/10/2012)

Holcim Foundation, disponível em:www.holcimfoundation.org (acesso em 23/10/2012)

Portal da Prefeitura de São Paulo, disponível em:www.prefeitura.sp.gov.br (acesso em 21/10/2012)

Pini Web, disponível em: www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/ projeto-de-habitacao-social-emparaisopolis-recebe-selo-de-sustentabilidade-260937-1.asp (acesso em 25/10/2012)

 


[1] Disponível em: http://www.cbcs.org.br/, acesso em 21/10/12.

[2] Bioclimatismo é um conceito antigo, apenas o nome é novo. Lê-se arquitetura bioclimática o modo de projetar que integra clima e construção, trazendo para o homem que ocupa o interior da edificação o máximo de conforto, sem que para isto se utilizem equipamentos mecânicos.


Autor: Lilian Silva Salles


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