DIA DE FINADOS...




DIA DE FINADOS...


Zero hora...

Linha tênue

Igual a muitos,

Ainda estou acordado.

Olhos fixos no relógio do monitor do PC,

Quieto como um felino prestes a dar o bote!

Assisto o passamento de mais um dia e,

Num lapso temporal aparentemente imperceptível,

Assisto o surgimento de mais um dia!

O que passou era de todos os santos,

O que surgiu é de finados...

Não sendo nem um, nem outro,

Sinto-me afortunado!

Privilegiado!

Parecendo levar vantagem,

Ao desfrutar da primícia de viver dias que muitos não viveram...

Nem santos, nem finados!

De repente sinto-me atormentado...

Invadido por um indescritível arrepio...

Não é de medo!

É de saudade...

Saudade dos meus amores que já se foram...

Pai, Mãe, Irmãos, Esposa, e tantos amigos!

A dor bate forte, dilacerando o peito!

Incurável!

Durante o dia a gente até esquece, consegue disfarçar,

Mas... À noite, a noite não dar!

Não me faço de forte, não sou, nunca fui,

E me ponho a chorar!

Um indecifrável choro, choro da alma!

Perdoa-me Pai!

Até consigo entender, mas não consigo me conformar!

- Dia de morte? De finados?...

- Pra quê?

Os dias, todos, deveriam ser de vida, de ressurreição!

Vida pra celebrar!

Dia de finados pra mim não existe!

Perece a matéria, mas não perece o espírito!...

E nem os ensinamentos, as lembranças, os exemplos,

Os belíssimos exemplos que os nossos parentes e amigos nos deixaram, como luzes!

Luzes pra nos guiar!

 

 

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Autor: Francisco Antônio Saraiva De Farias


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