EDUCAÇÃO E ACOLHIMENTO NA ESCOLA: INCLUSÃO DE TODOS



MSc.hristiane Maria Costa Carneiro Penha

Gerência de Educação da 6ª CRE – Cidade do Rio de Janeiro,

Centro Universitário ABEU.

 

Pedagoga Camila Ambrosino dos Santos de Sá

Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro

CH Penha Projetos Educacionais.

 

 Dr. Antonio Ricardo Penha

Ch Penha Projetos Educacionais

 

RESUMO

Durante algum tempo percebemos com preocupação, os conflitos gerados pela presença de alunos com dificuldades educativas especiais dentro da sala de aula. Um crescente número de relatos sobre a ineficácia didática ou de aprendizagem vem tomando lugar em várias escolas da cidade do Rio de Janeiro, apesar das constantes campanhas para inclusão desses alunos em todos os níveis da educação básica e superior. Relatos esses vindos de crianças a partir de nove anos de idade, e de alunos (PNE) matriculados em turmas regulares. Nesse sentido, solicitamos aos coordenadores de cursos, providências para abertura de um projeto que nos permitisse estudo desses casos. Diante do cenário inicialmente de exclusão, conseguimos a revisão dos métodos de avaliação, inserindo nesta etapa a capacitação dos docentes, colocando-os a par de cada caso, significando as múltiplas limitações diagnosticadas pelos profissionais das diferentes áreas (Saúde e Educação) de atendimento.

INTRODUÇÃO

A reflexão sobre o currículo e o fazer pedagógico que encontramos em nossas escolas serviu de base para a nossa pesquisa, objetivando trazer seus resultados para uma discussão mais ampla, que nos possibilite outras questões para estudos posteriores. O mesmo  necessita ser repensado cotidianamente, visando desenvolver um processo de ensino e aprendizagem que favoreça o acesso e permanência de todos os alunos na rede regular de ensino.

Entendemos que o currículo precisa ser repensado e desenvolvido de modo que não beneficie uma minoria na instituição escolar. Acreditamos isto sim, que ele precisa promover o desenvolvimento dos alunos, independente de suas limitações.

Existe, no entanto, a resistência em torno da dificuldade de aprendizagem dos deficientes intelectuais. Para esse grupo de alunos, tudo os leva para um código de restrição onde o espaço escolar lhes serve como parque de diversão. Não são considerados os fatores individuais como o histórico de seu ambiente familiar, meio social, cultural e a “bagagem” que este indivíduo carrega na sua trajetória de vida (o que pensa e/ou deseja).

Pela dificuldade de conceituar a deficiência intelectual, os indivíduos que a possuem encaram ou são diagnosticados assim, são encarados com reservas pelo outro, nesse caso vítimas da sua compreensão. São “estranhos”, indicados ao tratamento do medo e do preconceito por uma grande parcela da população.

No passado, tinha-se a convicção que os “deficientes mentais” (hoje deficientes intelectuais) não possuíam a capacidade de adquirir conhecimentos acadêmicos, portanto, oferecia-se somente acesso a aprendizagem relacionada à vida diária (cuidado e segurança), algumas habilidades sociais, de lazer e de trabalho supervisionado.

            Entendemos a necessidade de mudanças nas estruturas pedagógicas, transformando a escola inclusiva em tradicional, e a adaptação do currículo escolar para a atuação eficiente do educador no processo de inclusão de alunos Pnes na construção de uma educação aberta para o ensino democrático.

São várias as concepções sobre currículo, e muitos são os autores que dão distintas interpretações para o seu significado.

No entanto, como resultado de observações da experiência escolar, reconhecemos que o currículo não se limita apenas em conhecimentos intra-escolares, e nos conteúdos adquiridos em sala de aula, ele ultrapassa as paredes da sala de aula, constituindo-se em todo o processo educacional vivido pelo aluno e pela instituição.

Mazotta (1987) afirma que: “o currículo constitui-se como documento de ferramenta fundamental na execução do plano de aula, atividades cotidianas da escola, e avaliação do aluno”. Segundo Silva e Rocha (1973) “o currículo, além de um importante documento, é ferramenta fundamental no planejamento de aulas, execução de atividades cotidianas da escola, e avaliação do aluno”. O mesmo é produto final da instituição escolar, no qual terá adaptadas as normas gerais da instituição para a sua constituição, de acordo com a realidade escolar na qual está inserido. Objetivamos nessa pesquisa, analisar como a Educação Inclusiva dentro de suas características formadora, propõe favorecer o êxito escolar e a construção um sistema de ensino aberto a todos.  Etnograficamente, as informações que buscamos são da ordem e do modo pelo qual os sujeitos envolvidos na pesquisa (professores de diferentes formações, pedagogos e psicólogos), relatam as suas experiências de inclusão e percepções de ensino de alunos PNEE com relação à escola e educação inclusiva.

DADOS

Desde 1980 programas têm buscado desenvolver “currículos funcionais”, que visem mais habilidades da vida comum do que a acadêmicas. O a aprendizagem mecânica, habilidades isoladas e o distanciamento do mundo real. No entanto devemos sempre nos perguntar, qual é o objetivo final que é almejado com determinado currículo: se a construção e desenvolvimento de habilidades acadêmicas isoladas, ou habilidades comunitárias, utilizando preferencialmente o “currículo ampliado” que envolve naturalmente e de uma maneira ativa os alunos na vida comunitária. O mesmo pode incluir habilidades como relacionamentos, saúde mental, administração da própria vida e, claro, as habilidades acadêmicas.

Assim, para uma boa resposta ao processo de aprendizagem, o currículo deve tentar ser desenvolvido de maneira que atenda as individualidades de cada aluno, suas habilidades e aptidões, cuidando assim para não ocorrer a exclusão no percurso das atividades diárias. A escola tradicional foi moldada nos padrões de limitação e enquadramento do educando, e o seu trabalho cognitivo não foi preparado para acolher o deficiente mental e suas diferenças.

O que deve ser considerado é que a individualidade e a subjetividade tornam cada aluno único, e essa realidade torna necessária a adaptação curricular para o trabalho pedagógico que se pretenda diversificado e eficaz para o desenvolvimento de todos os alunos.

CONCLUSÃO

            O professor exerce o papel de mediador entre conhecimento e aluno, e provedor/mantenedor de um ambiente que constantemente confronte a criança, desafiando a modificar-se constantemente, e a modificar o seu meio. Não será em um ambiente tradicional e estático que a autonomia intelectual será uma meta pedagógica. O aluno deficiente mental, assim como os alunos ditos “normais”, necessitam relacionar-se e envolver-se no cotidiano pedagógico, pois o ser humano constrói sua identidade nas relações sociais.

Não se trata de promover um meio adaptado, passivo e constante. O educando necessita encontrar no ambiente a possibilidade de transformar-se com o mesmo, aproveitando o momento de transformações pelas quais passam o trabalho pedagógico e a estrutura política escolar.

O importante é que as adaptações de pequeno e grande porte poderão mover esforços em conjunto para os ajustes necessários na instituição. O objetivo final será sempre buscar garantir ao aluno as respostas educacionais que individualmente necessitam.

OBRAS CONSULTADAS

MAZZOTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil. São Paulo: Cortez, 1987.

PROJETO ESCOLA VIVA. Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2000.

SILVA, E.B. & ROCHA, A. B. S. A Escola de 1º grau. Rio de Janeiro: Block, 1973.


Autor: Christiane Maria Costa Carneiro Penha


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