INDISCIPLINA X BULLING



INDISCIPLINA  X  BULLING

 Autoras; Sueli Aparecida Rangel e

                 Fabiana Alves Moraes Rangel

 RESUMO

Quero neste artigo, expressar todos meus conhecimentos sobre indisciplina e bulling  e talvez ajudá-los a  amenizar estas praticas nas escolas. Isso sem mencionar que em alguns casos ultrapassam os muros da escola e dão continuidade fora dela.

Bulling hoje, está sendo utilizada para  descrever qualquer tipo de agressividade praticada pelas crianças e adolescentes de forma repetitiva e de intencionalidade negativa e perversa, praticada nas escolas com níveis muito avançado de deboches e intencionalidade agressiva e imoral.

Muitos destes jovens saem da escola com problemas de aprendizagem, de relacionamento, dificuldades para socialização e com ferimentos muitos profundo na alma.

A indisciplina é hoje o fator  mais grave de falta de aprendizagem nas escolas, quanto ao bulling é a agressividade da alma, do ego, da alta estima... levam a criança ou adolescente muitas vezes a problemas muitos sérios de aprendizagem, socialização e depressão.

Mediante tais diagnósticos, o que devemos fazer? é realmente necessário compreender o contexto que ocorre tais atos? Vejamos:

 Palavra Chave- Agressividade, Humilhação e Indisciplina

 APRESENTAÇÂO

 Diante de tantos problemas com alunos indisciplinados e problemas de convivência onde tentam numa relação de poder que “pensam” ter diante do colega, se mostram poderosos, melhores que os outros e começam de forma aleatória, destruir com palavras ou agressões físicas, aquele que acreditam ser o mais fraco, mais feio, o gordo, o negro... e assim por diante. Em um artigo pela Internet o Pr. Francisco A. B. Neto, pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil diz:

...“Crianças e adolescentes estão convivendo numa relação desigual de poder. Há aqueles que têm prazer em destruir, humilhar e magoar os outros. O mais forte abate o mais fraco e a mais bonita debocha da mais feia. É colega prejudicando colega. Muitos pensam em não voltar mais à escola, ou à igreja, por causa disso”...

 Acredito que o primeiro passo é verificar se existe em seu convíveo familiar ou escolar algum fator que esteja estimulando esta criança ou adolescente a praticar tais agressividades com seus colegas ou se as pratica por mera maldade.

Às vezes não acreditamos que criaturinhas tão pequenas, que nos passam umas imagens tão doce, desprotegida e até angelical, possam cometer tais atitudes diante de seu semelhante. No entanto, desde o maternal já temos crianças com atitudes de agressividade e indisciplina.

É imprescindível, diagnosticar e implementar ações efetivas para a reeducação de tais atitudes comportamentais. Precisamos mobilizar estas ações para além dos muros das escolas, que englobem seus familiares ou membros da comunidade escolar.

 O fato é que, se há agressividade e agressor, existem vítimas. Quem são esta vitimas? Porque foram “escolhidas” para vitimas?

A prática de indisciplinas é um problema delicado, foi tema principal nas escolas por décadas, no entanto deixava muitos hematomas, que posteriormente serviria de “provas” mas, a discussão mais recente é a prática do bulling, este não deixa hematomas na pele, vai muito mais além, fere a alma e deixa conseqüências muito mais sérias.

 Suas vitimas são silenciosas que para o agressor é uma vantagem, se demora muito a descobrir as “feridas” podem nunca mais se curar, marcar sua vida para sempre e neste caso, o que temos é que amenizar a dor deixada pelas cicatrizes.

Com certeza em problemas de bulling, tanto agressor quanto a vitima possuem problemas mal resolvidos e o relacionamento e convíveo diário entre eles fazem com que estas diferenças se salientem, fiquem mais evidentes condicionando seus pensamentos e seus comportamentos a atitudes boas ou más, de opressão ou omissão.

Sabemos que diante de tantas pessoas em convíveo encontramos algumas que desde pequenas possuem o prazer em destruir, humilhar e ferir os outros, tanto com agressões físicas fazendo de suas vitimas saco de pancadas quanto a agressões com palavras tais como : chacotas, deboches, apelidos maldosos, descriminação racial, físico ou de situação social. Não perdoam nem ao menos os portadores de necessidades especiais.

A vitima é escolhida, as brincadeiras negativas vão ficando cada vez mais evidentes, e para tanto, são criativos e desinibidos, de qualquer assunto ou situação encontram alguma coisa para humilhar e sem preocupar com o outro, procuram com a Constancia destes atos, facilitar a intimidação e aumentar os danos causados em suas vitimas. È claro que não se preocupam, afinal era esta a finalidades de suas agressões. Pr. Francisco continua...

 “A desigualdade de poder no relacionamento é grande demais para que à parte prejudicada esboce alguma reação. Normalmente, desaba em lágrimas ou guarda os rancores dentro de seu coração. As emoções ruins, guardadas na alma, produzem um padrão de comportamento anti-social. Quando isso acontece nos primeiros anos de convivência social, o reflexo negativo é para toda a vida”.

 E assim, continuando estas atitudes de agressividades, tornarão adultos não menos educados, trocaram seus diplomas por “certificados” de crueldade, indisciplinas e preconceitos, agora, com grau elevado de proporção visto que, adultos não ficam apenas em tapinhas e pontapés, vão muito mais além.

Assim como  os reflexos negativos destas agressões nos acompanham por toda vida, a crueldade praticada por anos e anos também  irá nos acompanhar.

O medo é seu companheiro diário, está sempre com receio de tudo e de todos, não brinca ou participa de atividades em grupo, sofrendo em silencio porque a solidão torna-se uma opção menos dolorosa e com menos risco de represália de seus colegas agressores.

Não é raro casos em que pessoas que foram humilhadas durante anos, deixarem de imaginar seus agressores mortos ensangüentados e partiram para o ataque, levando seus pensamentos até as ultimas conseqüências.

Alguns até mesmo em seus pensamentos não conseguem sair do papel de vitima acreditam que são merecedores de tais agressões e o suicídio passa a freqüentar seus pensamentos e seu interior. Nunca teve interesse em viver., porque acredita que será sempre inferior e vitima de chacotas por toda sua vida.

Durante anos não percebeu que poderia mudar esta situação de humilhações,  pedindo ajuda ou reagindo perante seus agressores. Mas não o fez. Agora, também não fará, o suicídio será o fim de tudo, simplesmente acaba, é o ponto final de seus problemas e também o ponto final em sua vida.

Por isso, é importante contar tudo que esta acontecendo já no primeiro ataque de seu agressor, conte para seus professores, colegas, familiares, em fim, abra a boca, não deixe que esta atitude de agressividade fique impune, contando, alguém irá te ajudar e você estaria ajudando a si próprio.

 Jamais responda a provocações. As mensagens positivas ou negativas serão canalizadas para seu comportamento futuro.

 Poucos levam em conta mas, há poderes em nossos pensamentos e estes condicionam nossa mente que irá comandar nossas atitudes tornando-as boas ou más, não só aos outros como a nós mesmos.

Mude seu pensamento e mudará seu comportamento e ao comportamento de seus opressores, tendo como ponto de partida a sua disposição como vitima.

 Pense, sarar suas feridas só dependerá de você e desta ação dependerá seu rendimento escolar, seu relacionamento social e pessoal  e principalmente seu comportamento diante dos problemas e das pessoas.

. Está na lei: o Estatuto da Criança e do Adolescente diz que a família, com o apoio da comunidade e do governo, devem criar, educar e proteger as crianças, garantindo o seu desenvolvimento saudável para um futuro também saudável.

Os limites devem ser ensinados pela família com firmeza, mas sem violência. A violência é crime mesmo quando os adultos têm a intenção de educar a criança.

 As famílias devem educar seus filhos para a cidadania e estes ensinamentos devem ser reforçados pela escola. Quando aprendem a respeitar as diferenças desde cedo, com seus pais e demais familiares tornam-se adultos conscientes e, com certeza não se tornarão os agressores aqui citados.

Como já disse, apesar de possuir ar angelical as crianças possuem assim como nós a força instintiva da agressividade e, se não forem podadas irá praticar sem receio.

 A agressividade é uma força instintiva que como outras são inatas em todos os seres humanos, especialmente nas crianças e, uma vez que ela ainda não completou seu amadurecimento moral e intelectual, a família e o ambiente escolar deverá lhe proporcionar tais ensinamentos para que não caminhe por  ruas e avenidas tortuosas. Como reforça a psicoterapeuta Luciana Ibri em seu artigo postado na Internet;

...”Diante de uma criança que expressa uma agressividade excessiva, devemos compreender o contexto em que isso ocorre. O primeiro passo é verificar se existe em seu convívio familiar e escolar, algum fator que esteja estimulando a reação agressiva. Se esse for o caso os adultos podem orientar a criança á ter atitudes alternativas para resolver a situação, se for necessário o próprio adulto poderá interferir na situação...”

 Depois de sofrerem muito com atos de repressão, reagem e infelizmente não reagem com seus agressores e sim com os que acredita terem se omitido a sua dor.

Poucos se superam por completo de seus traumas, crescem com baixa auto-estima e com sérios problemas de relacionamento.

E completa seus comentários com o seguinte parágrafo;

 “A criança que tem características que não correspondem as expectativas dos pais, familiares e professores encontrará muitas dificuldades no seu desenvolvimento caso os adultos de seu convívio a tratem como uma criança problema, estranha e indesejável, pois isso prejudica ainda mais a possibilidade dela se aceitar do jeito que é e se tornar uma pessoa saudável”.

 Podemos agora sim, afirmar que alunos que praticam bulling ou são indisciplinados, tem grande probabilidade de se tornarem adultos violentos e com pouca empatia a seus semelhantes. São ante-sociais e, como já disse na maioria das vezes agressivos com seus familiares ou membros da sociedade, praticando atos delinqüentes e até criminosos. Poderão vir a sofrer ou a praticar outros tipos de bulling ou agressões em seu trabalho ou âmbito familiar.

O que temos como educadores que somos, é praticar uma educação para a tolerância e para a prevenção da violência e impunidades.

Dois aspectos são importantes e de relevância para finalizar este artigo.Primeiro ao ser identificado o problema é partir imediatamente para o segundo passo. O ataque. Intervir de imediato, tão logo seja feito o diagnostico e manter atenção permanente a seus autores é a única maneira de combater o bulling e as indisciplinas que invadem o meio escolar.

CONCLUSÃO FINAL

 A  Indisciplina e agora o bulling, sempre foram problema mundial, qualquer escola não está livre de ocorrências deste tipo, mesmo em escolas particulares ou escolas rurais. No entanto, algumas fazem questão de não verem ou fingem desconhecer tais agressões com negações de  seus problemas ou simplesmente por medo de enfrentá-los como se deve.

 Por isso, nosso sistema educacional há muito está falido e não importa o período letivo à licitude está pelos corredores e nas salas de aulas a olhos visto, só os governantes não enxergam.

É unânime a firmação por parte dos professores e demais funcionários da escola em apontar a família como responsável pelo comportamento dos seus filhos, a família é a razão motivo pelo baixo desempenho dos alunos, devido ao desinteresse dos pais em relação aos seus filhos.

Isso só reforça que a maioria  desses jovens são frutos de uma família desestruturada, dos quais ostentam dentro de si um sentimento de revolta. Famílias onde brigas são constantes, agressões, desemprego, faltam diálogo e respeito mútuo.

Como bem sabemos, nossa vida  social tem início na infância quando a criança se envolve com outros da sociedade mas, é dentro de casa que ela recebe as características repassadas pelos seus genitores, formando o seu caráter e seus valores para a vida comum em sociedade.

Alunos com estes problemas estão cada vez mais freqüentes, visto que pertencem a famílias destruturadas, sem afetividade e com pouco relacionamento entre si. Contudo, com probabilidade de praticarem inúmeros conflitos em seus momentos de lazer, isto sem falar que nunca tem tempo para supervisionar os atos e atitudes de seus filhos que conseqüentemente farão o possível e o impossível para aparecer, praticando  maldades. Segundo Silva (2008, p. 41): "Pai e mãe são também responsáveis pela figura que o filho constrói deles".

Ainda falta muito para sanar estas debilitações nas entidades escolares brasileira. Não basta professores empenhados ou projetos voltados para o esporte é preciso resgatar suas famílias afinal as crianças são extensões delas e elas devem ser responsáveis pela figura que seus filhos constroem deles perante a sociedade.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DERBABIEUX, Eric; BLAYA, Catharine, Violência nas escolas e políticas públicas. 1ª Edição. Brasília, DF: Unesco, 2002.

MONTEIRO, Lauro. Observatório da Infância. Cartilha sobre Bulliyng. Disponível em: Acessado em: 15/11/2009.

IBRI,  Rosana E-mail: [email protected] 

DUARTE, Renato. Efeitos da Violência sobre o aprendizado nas escolas públicas da Cidade do Recife. Recife: Massangana, 2006. p 68.

FUNDAJ (Recife). Violência afeta aprendizagem. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2006.

. ABRAMOVAY, Miriam."A Violência Urbana e seus Reflexos na Escola".

ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. UNESCO, Instituto Ayrton Senna, UNAID, Banco Mundial. 4ª edição, 2004.

Home Page: www.abrapia.org.br
http://www.bullying.com.br


Autor: Suéli Aparecida Rangel


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